sábado, 18 de fevereiro de 2023

Exposição de Efésios - estudo 1 de 9 - RAZÕES PARA LOUVAR A DEUS

 

RAZÕES PARA LOUVAR A DEUS

 

Efésios 1.1-14

 

O Autor: Paulo, Apóstolo de Cristo.

 

01. Saulo era um judeu que, justamente pelo fato de ser judeu, dedicava sua vida a preservar uma doutrina: a doutrina da unidade de Deus, de ser Ele (Deus) Supremo sobre todas as coisas.

02. Acontece que essa doutrina, no entender dos religiosos judeus da época, incluindo Saulo, foi ameaçada pelo surgimento de uma “seita” cristã que seguia o Nazareno chamado Jesus.

03. Saulo, sentindo-se muito ameaçado em sua própria pessoa, como também vendo o judaísmo tão “ameaçado”, achou válido servir àquela doutrina até à morte. E, com essa finalidade, dirigiu-se a Damasco a fim de destruir essa “seita” que se espalhava tão rapidamente pelas cidades do império Romano.

04. Mas, quando caminhava, uma visão, conforme hoje bem sabemos, transformou-lhe a vida. E naquele instante começou a vida do novo, agora não mais Saulo e sim Paulo, a sua vida em Cristo. Uma vida completamente transformada pela visão do senhorio de Cristo, do Cristo crucificado, ressurreto e glorificado. É assim a vida daquele que verdadeiramente tem um encontro com Cristo, uma vida completamente transformada...

05. E essa epístola aos Efésios é, podemos assim dizer, apenas uma continuação dessa visão, a visão do senhorio de Cristo, do Cristo crucificado, ressurreto e glorificado. É o Apóstolo Paulo reconhecendo a comissão que Cristo lhe deu, quando então, naquele importante encontro, sua vida teve uma reviravolta.

06. A palavra Apóstolo, que indica o reconhecimento da autoridade de Paulo, baseia-se numa palavra aramaica, shãliah, que, segundo Rengstorf, sugere que o apóstolo é aquele que é comissionado não apenas como missionário que leva uma mensagem; não apenas como um embaixador que tem sua carta selada para entregar a um rei de outro país; mas como procurador que substitui aquele que o mandou e que pode tomar iniciativas. No Talmude, uma coletânea de livros sagrados dos judeus, há uma citação interessante: “o shãliah é equivalente àquele que o mandou”. É por isso que Paulo às vezes diz o que disse em Efésios 2.20, que os crentes são edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas. Isto significa que os apóstolos e profetas receberam uma revelação revestida de autoridade e que eles próprios, portanto, eram autoridades. A Palavra de Paulo é, porque ele foi revestido de autoridade, igual à Palavra de Cristo, e a ela nós devemos dar ouvidos como se fosse o próprio Cristo falando. Se não cremos nisso, se não cremos nessa autoridade apostólica, se não cremos que Paulo foi “inspirado”, ficamos sem segurança alguma e facilmente deslizamos para a nossa própria razão humana (principalmente quando nos deparamos com os, conforme disse Pedro, “pontos difíceis de entender”).

07. Então, o autor é Paulo, apóstolo de Cristo, e a mensagem que ele nos traz é uma mensagem inspirada e cheia de autoridade. É bom darmos atenção a essa mensagem.

08. Agora pensemos em como Paulo se refere aos seus destinatários.

 

Os Destinatários: os Santos e Fiéis em Cristo Jesus.

 

01.  A palavra santo não significa uma pessoa que não peca. Não!

02. Com base em Daniel 7, onde o termo santos vem de uma palavra hebraica que significa separados, e em outras passagens do Antigo Testamento, santo quer dizer “pessoa separada por Deus”; e no Novo Testamento, através do Espírito de santificação, “alguém separado para pertencer exclusivamente a Deus”.

03. Se nós somos realmente convertidos e separados por Deus para o reino de Deus, então somos santos, ainda que não sejamos totalmente isentos de pecar. E é isso que Paulo pressupunha a respeito daqueles Efésios, isto é, que eles eram realmente convertidos, separados para o Reino de Cristo e, portanto, santos. Aqui é mais uma questão de posição do que de condição, ainda que àqueles que receberam a posição cabe viverem na condição de santos e desenvolverem essa santificação, vivendo para Deus, não vivendo no pecado, fazendo morrer a cada dia a sua natureza carnal, não provendo para a sua carne no tocante às suas paixões e concupiscências e provendo para o desenvolvimento de sua vida espiritual.

04. Você pode dizer: “pastor, é muito difícil!”. E eu digo: “é verdade!” As pressões incessantes do mundo, da carne e do diabo são fortíssimas; o diabo anda em derredor, bramindo como leão buscando a quem possa tragar; então é muito difícil mesmo! É uma luta constante! Se alguém lhe disser que é fácil, não o creia! Se alguém lhe apresentar um evangelho que não inclua essa dificuldade, não o receba, não é o verdadeiro evangelho! É uma luta, mas é uma luta que eu preciso lutar! Não posso simplesmente fugir dela e não posso ceder. Se eu sou de Cristo, preciso e vou lutar essa luta.

05. E esses santos, continua Paulo, são também fiéis. E fiéis são aqueles que se comprometeram com Cristo, aqueles que aceitaram o convite de sair do mundo perdido para o Reino do Filho do Seu amor, compromisso esse que é uma decisão definitiva e clara; é uma mudança de posição, não geográfica, mas mental, quanto a quem é Jesus Cristo e quanto a todos os outros senhorios do mundo – todos os outros estão abaixo do senhorio de Jesus; nós servimos ao Senhor Jesus, e, se para servir ao Senhor Jesus, em algum momento tivermos que desobedecer aos senhores humanos, que assim o seja. Mas esta palavra carrega também a ideia de fidelidade no sentido de identificação com Cristo. Os fiéis são aqueles que se identificaram com Cristo e continuam se identificando, permanentemente, se tornando cada dia mais semelhantes a ele.

06. Então, o autor é Paulo, apóstolo de Cristo, e os destinatários são os santos e fiéis, aqueles que foram separados e continuam se separando para serem de Cristo e que se identificaram com ele e a cada dia vão se tornando mais semelhantes a ele.

07. Tendo visto isto, vejamos agora, então, as razões aqui apresentadas para louvarmos a Deus, as bênçãos que motivam o nosso louvor.

 

As Bênçãos Que Motivam o Nosso Louvor

 

01. Essas bênçãos estão relatadas de forma específica a partir do verso 4, mas no verso 3, sem especificar, sem fazer uma “lista”, Paulo se expressa dizendo “bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”. Por quê? Porque Ele “nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo”.

02. Na bíblia há detalhes que são bastante significativos, e um desses detalhes nós o encontramos aqui. Trata-se da preposição “em”. É “em” Cristo que somos abençoados. É pela instrumentalidade dele e é nele. E isso nos remete ao fato de que essas bênçãos são para aqueles que têm um relacionamento íntimo com ele, a intimidade de uma vida transformada, uma vida resgatada e salva; uma vida em que ele é realmente SENHOR, isto é, aquele a quem já nos entregamos, aquele que pode legislar sobre nós e controlar as nossas vidas porque nós estamos “em ele”. Você já está assim “em Cristo”?

03. Agora vejamos as bênçãos especificadas a partir do verso 4.

 

Bênçãos de Deus, o Pai (versos 4-6)

 

“... como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado.” (Efésios 1:4-6 RC)

 

Ø  Temos três bênçãos aí, a saber:

 

·   Ele nos elegeu (escolheu)

 

Eu não sei se há hoje alguém que entenda de fato, com todas as implicações, o que significa essa escolha de Deus. Eu sei que há muita divergência sobre o assunto. Wiersbe, um grande estudioso das Escrituras, autor de obras maravilhosas, chega a confessar que essa é uma doutrina que deixa alguns maravilhados, mas outros perplexos. E conta que um professor de seminário disse-lhe certa vez: “Tente explicar essa eleição e pode acabar perdendo o juízo; tente livrar-se dela e perderá a alma”.

 

Então, é um assunto que está nas Escrituras, mas é um assunto complicado pra nós hoje. Mas uma coisa todos nós podemos saber, porque está claramente escrito na bíblia: Deus tem um livro (possivelmente temos aqui um antropomorfismo), o Livro da Vida, no qual Ele tem escrito os nomes de todos os que já foram salvos, dos que estão sendo salvos e dos que serão salvos. Nesse livro estão os nomes dos “escolhidos”.

 

Não se tem nenhuma informação de como Ele faz esta escolha. Não se explica que implicações esta escolha tem para mim, porque eu também tenho a minha escolha plena e livre. Mas uma coisa é preciso ser dita: se Deus não nos tivesse escolhido, antes da fundação do mundo, como está escrito aí, nós também não o “escolheríamos” e não seríamos filhos de Deus. Lembre-se que foi o próprio Jesus quem disse, e João registrou no evangelho que leva o seu nome, capítulo 6, versículo 44 que ninguém pode ir a ele se não for levado pelo Pai; e depois, no verso 65, ninguém pode ir a ele se não for concedido pelo Pai.

 

Esse é um caminho misterioso no qual temos que trilhar, mas trilhar com cuidado e sem querer ir além do que nos é permitido (ninguém saiba mais do que convém saber). Então quero apenas concluir esse ponto dizendo que esta bênção aí do texto é a garantia fundamental de que um dia olharei na face do meu Senhor, e que, então, ELE, e somente ele, deve receber toda a glória pela minha salvação.

 

Eis aí, então, a primeira razão para louvar, a primeira bênção que motiva o meu louvor.

 

Vamos adiante; mais uma bênção de Deus, o Pai:

 

·         Ele nos adotou

 

Somos “filhos de adoção por Jesus Cristo”, como diz o texto. Nascemos de novo pela fé em Cristo e, depois que nascemos de novo Deus nos adotou, isto é, nos colocou na posição de filhos dentro de Sua família. E se somos filhos, somos, como lemos em Romanos 8, “herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo” e um dia receberemos a redenção do nosso corpo e estaremos para sempre com o Senhor.

 

Eis aí a segunda razão para louvar, a segunda bênção registrada no texto e que motiva o meu louvor.

 

Vamos adiante, à terceira bênção de Deus, o Pai:

 

·         Ele “nos fez agradáveis a Si, no Amado”, isto é, Ele nos aceitou.

 

Pela graça de Deus em Cristo, somos aceitos por Ele. Quando Paulo escreve a Filemom, um dos seus objetivos era incentivá-lo a receber de volta seu escravo que havia fugido, Onésimo. Mas Onésimo agora havia se convertido, e Paulo o envia de volta a Filemom e escreve a Filemom dizendo que pagaria qualquer coisa que Onésimo porventura lhe devesse e que Filemom deveria receber Onésimo como se fosse ele próprio (Paulo). E certamente Filemom assim o fez. Encontramos aqui um paralelo com aquilo que Deus fez conosco: Ele nos recebeu como se estivesse recebendo o Seu próprio Filho Jesus – Ele nos fez agradáveis a Si no Amado.

 

Então essa é a terceira razão para louvarmos a Deus.

 

Essas três primeiras são bênçãos de Deus, o Pai: Ele nos escolheu, Ele nos adotou e Ele nos aceitou (em Cristo nos fez agradáveis a Si)

 

Continuemos. Depois das bênçãos de Deus, o Pai, vêm as bênçãos de Deus, o Filho.

 

Bênçãos de Deus, o Filho (versos 7-12)

 

“Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, que Ele tornou abundante para conosco em toda a sabedoria e prudência, descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas [as coisas,] na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que [estão] nos céus como as que [estão] na terra; nele, [digo,] em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas [as coisas,] segundo o conselho da sua vontade, com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que primeiro esperamos em Cristo;” (Efésios 1:7-12 RC)

 

Ø  São três as bênçãos aí no texto que quero expor, a saber:

 

·         A bênção da redenção e remissão (perdão) – “temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas...”

 

Isso quer dizer que Deus, na pessoa do Filho, com o seu sangue nos comprou e nos libertou da condenação da lei, da escravidão do pecado e do poder de satanás e do mundo e nos perdoou os pecados.

 

Wiersbe tem uma palavra bem esclarecedora sobre essa remissão, ou perdão, das ofensas. Veja:

 

O verbo perdoar significa “levar embora”. Essa ideia nos traz à memória o ritual realizado em Israel no Dia da Expiação, quando o sumo sacerdote enviava o bode expiatório para o deserto (Lv 16). Primeiro, o sacerdote sacrificava um de dois bodes e aspergia o sangue diante de Deus sobre o propiciatório. Em seguida, confessava os pecados de Israel, enquanto impunha as mãos sobre o outro bode que, depois, era levado ao deserto para nunca mais ser visto. Cristo morreu para levar os nossos pecados embora, a fim de que nunca mais sejam vistos (Sl 103.12; Jo 1.29). Não há qualquer acusação registrada contra nós, pois nossos pecados foram levados embora! O pecado nos empobrece, mas a Graça nos enriquece!

 

Essa é a primeira bênção de Deus, o Filho, aí apresentada, e, no geral, a quarta bênção, a quarta razão para louvarmos a Deus.

 

·         A bênção de ter-nos sido revelada a vontade de Deus – “descobrindo-nos o mistério da sua vontade”

 

O “mistério” foi revelado. “Mistério” significa algo que estava oculto, mas que agora foi revelado. Que “mistério” é esse? O plano de Deus para o futuro. Como bem escreveu o Dr. Russel Shedd:

 

Cristo abriu o seu livro de informes. Ele nos tem oferecido o seu plano para o futuro, o que é maravilhoso em todos os sentidos. Assim, não há necessidade de ficarmos desesperados diante da maneira como o mundo parece estar se tornando cada vez mais sujeito às forças do caos. Não, não! É o contrário, dizem os versos 9 e 10: Deus já propôs – e Ele não pode ser contrariado neste seu propósito – que todas as coisas vão convrgir em Cristo, que estará encabeçando tudo.

 

“Em Cristo Deus reunirá todas as coisas no apogeu das eras” (Wiersbe), e nós fazemos parte desse plano eterno extraordinário.

 

Então, estamos envelhecendo, estamos adoecendo, estamos enfrentando dificuldades as mais diversas, lutas e mais lutas, e vamos morrer (se Cristo não voltar antes), mas sabemos, foi-nos revelado, que, se estamos em Cristo, isso não é o fim. “Nem a morte pode nos separa do amor de Deus em Cristo Jesus”. Ressuscitaremos, receberemos corpos glorificados e estaremos para sempre com o Senhor, e sem nenhum tipo de dificuldade ou sofrimento mais.

 

Não é uma bênção saber disso? É a segunda bênção aí no texto, bênção de Deus o Filho, e quinta bênção em geral nessa nossa consideração.

 

A terceira bênção (sexta no geral) é:

 

·         A bênção de termos sido feitos herança – “fomos feitos herança”.

 

Algumas versões da bíblia trazem como tradução “obtivemos uma herança” ao invés de “fomos feitos herança”. As duas afirmações são válidas. Em Cristo temos uma herança maravilhosa, “uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós” (1 Pedro 1.1-4), e em Cristo somos uma herança; em João 17, em sua oração ao Pai, Jesus se refere aos seus discípulos (aqueles e os que ainda viriam a ser – e isso nos inclui) como “aqueles que me deste”. Somos herança de Cristo e somos coerdeiros juntamente com ele.

 

Agora uma observação quanto a esse trecho em questão. É certo que TODOS quantos estamos em Cristo somos herança e temos herança, mas nesse texto em questão nos parece que Paulo está se referindo à nação judaica, o que pode explicar ele dizer “fomos feitos herança” ao invés de “obtivemos herança”. Porque faço essa observação? É por causa do contraste entre o nós dos versos 11 e 12 e o vós do verso 13. É como se Paulo dissesse: Nele “nós” (judeus) fomos feitos herança e nele “vós” (gentios) também estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa... Lembre-se de que Israel é o povo da promessa e que há uma profecia/promessa de que eles serão salvos (obviamente não sem reconhecer Jesus como o Messias). Para a glória de Deus, a própria nação judaica vai se converter ao Messias, segundo a promessa de Deus. Então, eles foram feitos herança.

 

Essa é, então, a terceira bênção de Deus, o Filho, e a sexta bênção no geral, bênçãos que são razões para louvarmos a Deus.

 

Continuemos. Já vimos as bênçãos de Deus, o Pai; já vimos as bênçãos de Deus, o Filho; agora vejamos as bênçãos de Deus, o Espírito Santo.

 

Bênçãos de Deus, o Espírito Santo (versos 13-14)

 

“em quem também vós [estais,] depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão [de Deus,] para louvor da sua glória.” (Efésios 1:13-14 RC)

 

Ø  São duas as bênçãos de Deus, o Espírito Santo, a saber:

 

·         A bênção de termos sido selados com o Espírito Santo da promessa – “... fostes selados...”

 

Depois que ouvimos a palavra da verdade, o evangelho da nossa salvação, e cremos, fomos selados com o Espírito Santo da promessa.

 

Vamos repetir isso, porque é muito importante: “... depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa...”.

 

Preste bem atenção!

 

“Depois”...

 

Depois de que? Depois que ouvistes a palavra da verdade, que é o evangelho da vossa salvação, e creram.

 

Quanto tempo depois? Imediatamente depois. Ouviu, creu, foi selado com a presença do Espírito Santo. Recebe-se o Espírito Santo imediatamente depois que se crê em Cristo. Dar lugar ao Espírito, andar no Espírito, estar pleno do Espírito, pode ser que muitos não estejam fazendo, e, por isso talvez até pareça que Ele não esteja presente, mas está. Se a pessoa de fato creu e está em Cristo, tem o selo do Espírito.

 

E o ato de selar indica uma transação concluída. O sangue de Jesus foi o preço que ele pagou por nós. Quando cremos nisso e recebemos a Jesus como o Messias, o nosso Salvador, então fomos salvos, a transação foi concluída, e Deus “carimba” em nós o Seu selo, que é o Seu Espírito. É possível entristecer o Espírito, e desse modo perder as bênçãos de seu ministério, mas Ele permanece em nós. 1 Tessalonicenses 5.19 fala de “apagar” o Espírito (extinguir, em algumas versões), mas não é um apagar no sentido de que Ele não estar mais presente, e sim no sentido de abafar a sua atuação, o que é uma situação de grande prejuízo para a vida cristã.

 

Mas um selo também pode ser usado como marca de autenticidade. É isso que se faz no cartório quando se vai autenticar alguma coisa; um selo de autenticidade é colado ou carimbado no documento. O Espírito Santo é selo de Deus em nós que indica que somos cristãos autênticos. “... se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Romanos 8:9 RC)

 

Essa é, então, aí no texto, a primeira bênção de Deus, o Espírito Santo, e a sétima bênção no geral, bênçãos que são razões para louvarmos a Deus.

 

E a segunda bênção de Deus, o Espírito Santo, aí no texto, e que é a oitava nessas nossas considerações, é:

 

·         A bênção de o Espírito Santo em nós ser o penhor da nossa herança – “... o qual é o penhor da nossa herança...”

 

Um penhor era no tempo de Paulo, e ainda o é hoje, uma espécie de garantia. O ato de penhorar hoje é muito comum. Penhora-se, por exemplo, joias, imóveis, veículos... Pega-se uma certa quantia em dinheiro e oferece-se alguma coisa como penhor.

 

Mas também, e muito mais aplicável ao nosso assunto em questão, um penhor pode ser aquele valor que se dá de entrada quando se está fazendo certos “negócios”. A garantia de que você vai realmente comprar aquele imóvel, ou aquela joia, ou aquele carro, ou que vai mesmo locar aquele sítio para o retiro da igreja, e que não deve ser vendido ou locado para outros, é a entrada em dinheiro que foi paga. Então, nesse sentido, figuradamente, o Espírito Santo em nós é a garantia de Deus a Seus filhos de que El terminará a Sua obra e, no devido tempo, os conduzirá à glória.

 

Porém, muito mais aplicável ainda, é um outro significado da palavra penhor, significado esse que é utilizado em alguns lugares do nosso planeta, como na Grécia, por exemplo. Que significado é esse? É “aliança de noivado”. E esse significado é muito mais aplicável a esse caso porque o nosso relacionamento com Deus não é de caráter comercial; antes, é uma experiência pessoal de amor. Cristo é o noivo e a igreja, que somos nós, é a noiva. E o Espírito é, figuradamente, a “aliança de noivado”, isto é, a garantia de que Cristo retornará e tomará a sua noiva para si.

 

Essa é, então, aí no texto, a segunda bênção de Deus, o Espírito Santo, e a oitava bênção no geral, bênçãos que são razões para louvarmos a Deus.

 

Conclusão

 

01. Esse foi, então, o primeiro estudo dessa série em Efésios, e vimos:

Ø  O autor: Paulo, apóstolo de Jesus Cristo. Apóstolo no sentido de ser aquele que foi comissionado não apenas como missionário que leva uma mensagem; não apenas como um embaixador que tem sua carta selada para entregar a um rei de outro país; mas como procurador que substitui aquele que o mandou e que pode tomar iniciativas. Nesse sentido não existem mais apóstolos hoje.

Ø  Os destinatários: os santos e fiéis em Cristo Jesus, isto é, aqueles que foram separados para pertencerem exclusivamente a Deus e que se identificaram com Cristo e continuam se identificando, permanentemente, se tornando cada dia mais semelhantes a ele.

Ø  E, já que nosso tema é Razões Para Louvar a Deus, vimos sobre as bênçãos que motivam o nosso louvor:

·   Fomos, por Deus, o Pai, escolhidos, adotados e feitos, em Cristo, agradáveis a si.

·   Fomos, por Deus, o Filho, redimidos e perdoados, feitos conhecedores do seu plano maravilhoso para o nosso futuro, de maneira que não precisamos ficar temerosos quando o mundo parece cada vez mais despencar para um caos total, e fomos feitos herança (temos herança porque somos coerdeiros com Cristo, e somos a herança de Cristo, aqueles a quem o Pai deu ao Filho)

·   Fomos, por Deus, o Espírito Santo, selados e garantidos de que a obra em nós iniciada será concluída e no devido tempo seremos conduzidos à glória.

02. Wiersbe conta que...

 

Uma esposa aflita procurou um conselheiro cristão e lhe contou a triste história de seu casamento que estava preste a chegar ao fim.

 

 – Mas temos tanta coisa! – comentou a mulher várias vezes. – Veja só este anel de diamante em meu dedo. Vale uma fortuna! Temos uma mansão cara em um condomínio d alto padrão. Temos três carros e uma casa nas montanhas. Temos tudo o que o dinheiro pode comprar!

 

 – É bom ter as coisas que o dinheiro pode comprar – o conselheiro lhe respondeu –, desde que não perca as coisas que o dinheiro não pode comprar. De que lhe adianta ter uma mansão se você não tem um lar? De que lhe serve um anel caríssimo, se você não tem amor?

 

03. Dinheiro nenhum no mundo pode comprar essas bênçãos sobre as quais estivemos falando aqui, mas em Cristo temos todas elas; em Cristo temos tudo o que o dinheiro não pode comprar, todas as riquezas espirituais. Desfrutamos dessas dádivas porque conhecemos e amamos o Doador.

04. Quer maiores razões do que essas para louvar a Deus?

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

 

FONTES: 

“Tão Grande Salvação” – Russel Shedd – Edições Vida Nova, primeira edição, 1978 – reimpressão de 1991

“Novo Testamento 2 – Comentário Bíblico Expositivo” – Warren W. Wiersbe, 2ª. Edição, 2020 – Geográfica Editora

domingo, 12 de fevereiro de 2023

DEUS NÃO ESTÁ MORTO

 

DEUS NÃO ESTÁ MORTO, DEUS ESTÁ VIVO!

           

Não tenho certeza, mas acho que foi Joanie Yoder quem nos deixou essa muito boa reflexão.

Preste bem atenção.

 

“Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. Essa é a orientação bíblica, através do apóstolo Paulo, em 1 Ts 5:18.

 

Conta-se que Martinho Lutero, o grande teólogo do século XVI, experimentou certa vez um longo período de preocupação e abatimento. Um dia a sua esposa vestiu roupas pretas como se estivesse de luto.

 

- “Quem morreu?” perguntou Lutero.

- “Deus” - disse a sua esposa.

- “Deus!?” - disse Lutero, horrorizado.

- “Como podes dizer tal coisa?”

 

Ela replicou:

 

- “Estou apenas a revelar a forma como estás a viver.”

 

Lutero, então, percebeu que ele estava realmente a viver como se Deus não mais estivesse vivo ou não mais os estivesse a observar com amor. Então ele mudou o seu aspecto de tristeza para uma atitude de gratidão.

 

Acontece, meus irmãos, que ocasionalmente também nós vivemos como se Deus estivesse morto. Mas que não seja assim! Quando estivermos desanimados recorramos à Bíblia. Alguns dos seus escritores inspirados enfrentaram tempos desanimadores e áridos, mas todos eles tiveram um hábito em comum que os impediu de se tornarem amargos: dar graças a Deus, assim como Lutero fez. Por exemplo, Davi escreveu: “Tornas-te o meu pranto em folguedo... Senhor meu Deus, eu Te louvarei para sempre” (livro de Salmos, capítulo 30 versos 11 e 12).

 

Ir ao encontro de cada situação com ação de graças não é negar a dificuldade. Isso ajuda-nos a ver essas situações segundo a perspectiva de Deus, ou seja, como oportunidades para descobrir o Seu poder e amor.

 

Sempre que expressas gratidão a Deus numa situação difícil, estás a declarar: "Deus está vivo!"

 

É isso aí! Deus não está morto, Deus está vivo! Que nossa atitude seja tal que demonstre essa verdade para as pessoas com quem convivemos, e não o contrário.

 

“O poder de Deus é a melhor guarda, a escolta mais segura e o castelo mais inabalável que qualquer pessoa pode ter.” (William Gouge)

As Quatro Leis Espirituais

 

AS QUATRO LEIS ESPIRITUAIS

 

Você já ouviu falar das quatro leis espirituais?

 

Assim como há leis físicas que governam o universo, há também leis espirituais que governam nosso relacionamento com Deus.

 

Vamos conhece-las?

                   

Primeira Lei: Deus ama você e tem um plano maravilhoso para sua vida.

 

Sobre O AMOR DE DEUS, lemos em João 3:16 que "Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho unigênito para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna."

 

E sobre O PLANO DE DEUS, Cristo afirma: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente" (uma vida abundante e com propósito). (João 10:10)

 

Mas, por que a maioria das pessoas não está experimentando essa "vida abundante"? A explicação está na segunda lei:

 

Segunda Lei: o homem é pecador e está separado de Deus; por isso não pode conhecer nem experimentar o amor e o plano de Deus para sua vida.

        

Sim, O HOMEM É PECADOR. Assim lemos em Romanos 3.23: "Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus..."

 

O homem foi criado para ter um relacionamento perfeito com Deus, mas por causa de sua desobediência e rebeldia, escolheu seguir o seu próprio caminho, e seu relacionamento com Deus desfez-se. Este estado de independência de Deus, caracterizado por uma atitude de rebelião ou indiferença, é evidência do que a Bíblia chama de pecado.

 

Sim, O HOMEM ESTÁ SEPARADO DE DEUS. Romanos 6:23 diz: "Pois o salário do pecado é a morte..." (morte é separação espiritual de Deus)

 

Deus é santo e o homem é pecador. Um grande abismo separa os dois. O homem está continuamente procurando alcançar a Deus e a vida abundante através dos seus próprios esforços: vida reta, boas obras, religião, filosofias, etc. Mas esses esforços não são capazes de leva-lo a alcançar Deus.

 

E isso nos leva à terceira Lei, que nos mostra a única resposta para o problema dessa separação.

 

Terceira Lei: Jesus Cristo é a única solução de Deus para o homem pecador. Por meio dele você pode conhecer e experimentar o amor e o plano de Deus para sua vida.

        

ELE MORREU EM NOSSO LUGAR: "Mas Deus demonstra seu amor por nós pelo fato de ter Cristo morrido em nosso favor, quando ainda éramos pecadores." (Romanos 5:8)

 

ELE É O ÚNICO CAMINHO: "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim." (João 14:6)

 

Deus tomou a iniciativa de ligar o abismo que nos separa Dele ao enviar seu Filho, Jesus Cristo, para morrer na cruz em nosso lugar, pagando o preço dos nossos pecados.

 

Mas não é suficiente conhecer essas três leis. Ainda tem a quarta lei.

 

Quarta Lei: Precisamos receber a Jesus Cristo como Salvador e Senhor, por meio de um convite pessoal. Só então poderemos conhecer e experimentar o amor e o plano de Deus para nossa vida.

        

PRECISAMOS RECEBER A CRISTO: "Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus." (João 1:12)

 

RECEBEMOS A CRISTO PELA FÉ: "Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9)

 

RECEBEMOS A CRISTO POR MEIO DE UM CONVITE PESSOAL. Cristo afirma: "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei..." (Apocalipse 3:20)

 

Receber a Cristo implica arrependimento, significa deixar de confiar em nossa capacidade para nos salvar, crendo que Cristo é o único que pode perdoar os nossos pecados. Não é suficiente crer intelectualmente que Jesus é o Filho de Deus e que morreu na cruz pelos nossos pecados ou ter uma experiência emocional. Recebemos a Cristo pela fé, através de uma decisão pessoal.

 

VOCÊ PODE RECEBER A CRISTO AGORA MESMO EM ORAÇÃO

 

Orar é falar com Deus.

 

Deus conhece seu coração e está mais interessado na atitude do seu coração do que em suas palavras. A oração seguinte serve como exemplo: "Senhor Jesus, eu preciso de Ti. Eu Te agradeço por ter morrido na cruz pelos meus pecados. Abro a porta da minha vida e Te recebo como meu Salvador e Senhor. Obrigado por perdoar os meus pecados e me dar a vida eterna. Toma conta da minha vida e faça de mim o tipo de pessoa que desejas que eu seja."

 

Esta oração expressa o desejo do seu coração?

 

Se for assim, faça esta oração agora mesmo e Cristo entrará em sua vida, como prometeu.

 

Fonte: Cruzada Mundial e Estudantil Para Cristo

 

Boletim 12/02/2023

 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

SEM CERA E SEM ESCÂNDALO

 

SEM CERA E SEM ESCÂNDALO

 

“Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros e sem escândalo algum até ao Dia de Cristo, cheios de frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.”

(Filipenses 1:10-11 RC)

 

Ø  Você é crente?

Ø  Se é, está pretendendo deixar de ser?

Ø  Se é e não está pretendendo deixar de ser, então essa palavra é pra você; preste atenção.

Ø  Paulo fala aí sobre coisas para a vida daqueles que são crentes e querem continuar crentes no Senhor Jesus.

Ø  A primeira é que ele deve ser “sem cera” (sincero).

 

I.             SEM CERA

 

“Para que sejais “sinceros”...”

 

Ø  Sinceros é tradução de uma palavra que era usada para indicar algo “achado puro quando aberto e examinado a luz do sol”, algo “sem cera”.

Ø  Era comum na Roma Antiga os artesãos do mármore cobrirem, com cera da mesma cor do mármore usado, as falhas que cometiam quando estavam esculpindo, mascarando assim os defeitos. Mas tais defeitos eram vistos se as esculturas fossem posicionadas contra a luz do sol. E quando as esculturas eram sem defeito, então era anunciado que elas eram “sine cera” (sem cera). A palavra “sincero” deriva-se daí.

Ø  Pois bem, Paulo está dizendo que nós que servimos a Cristo devemos ser “sinceros”, isto é, “sem cera”, sem nada que, por ser pecaminoso, tenha que ficar oculto das outras pessoas. Está em pauta a pureza, o estado de não corrompido pelos males mundanos.

 

Ø  Depois, em segundo lugar, Paulo diz que o crente deve ser “sem escândalo”.

 

II.            SEM ESCÂNDALO

 

“... sem escândalo algum...”

 

Ø  É interessante consultar o dicionário, mesmo sobre palavras que conhecemos ou pensamos que conhecemos o significado. Escândalo, por exemplo, é uma palavra que comumente, fora do círculo religioso, ligamos a um determinado tipo de comportamento – o comportamento que “chama a atenção”, como uma “briga daquelas” entre um casal, por exemplo. “Foi o maior escândalo” – não é assim que falamos?

Ø  Mas quando consultamos um bom dicionário vemos que escândalo é um pouco mais que isso. O dicionário Michaelis, por exemplo, traz a seguinte definição:

 

-   Ato ou acontecimento que ofende as convenções morais, sociais ou religiosas.

-   Comportamento que é objeto de censura ou reprovação por ser contrário à moral e aos bons costumes.

-   Ato ou procedimento que envolve desordem ou tumulto.

-   Acontecimento revoltante que causa indignação na opinião pública.

-   E, mais interessante: Aquilo que pode induzir a erro, a procedimento reprovável ou a pecado.

 

Ø  E na concordância de Strongs aprendemos que a palavra original para “sem escândalo” tem o significado de “algo que nada tem para bater contra ou fazer tropeçar, que não causa tropeço”.

 

Ø  Então Paulo, pelo Espírito (lembremo-nos sempre disso – “pelo Espírito”), está dizendo que nós devemos nos comportar de forma que não sejamos pedra de tropeço para ninguém.

Ø  Às vezes nos esquecemos disso, mas, se somos crentes de verdade, comprometidos com Deus e Sua Palavra, precisamos nos esforçar por não esquecer.

Ø  Desde os tempos antigos, cada época, cada geração, cada local, traz consigo formas de escandalizar, de fazer tropeçar. Algumas pertencem a todas as épocas e locais, como o adultério por exemplo. Mas algumas são exclusivas, ou pelo menos mais escandalizantes em alguns tempos e locais.

Ø  Hoje nos preocupamos bastante com as redes sociais – um lugar ótimo pra dar bom testemunho, evangelizar... Mas também um campo fértil pra fazer o que Paulo está dizendo aí para não fazermos. Mas, “num momento de esquecimento”, vamos pra rede social e escandalizamos registrando nossa presença em determinados locais e fazendo determinadas coisas, como o uso de bebidas alcoólicas, por exemplo.

Ø  Também nos preocupamos com as ausências demasiadas e sem motivo nos cultos – que crente é esse que não “vai na igreja”? – isso também serve de pedra de tropeço pra alguém.

Ø  Só estou citando esses exemplos para “abrirmos a mente” – você pode pensar em muitos outros, e se lembrar que a Palavra de Deus diz para sermos “sem escândalo algum”, ou “irrepreensíveis”; não sermos pedra de tropeço para ninguém.

Ø  Meu irmão, se você é crente e não quer deixar de ser crente, quer seguir em frente com Jesus, e tem se comportado de forma que escandaliza, que dá motivo para que o outro não queira seguir a Jesus, pare com isso.

Ø  Pra terminar esse ponto e passar adiante, preste atenção nas sérias palavras que encontramos em Hebreus 6. Há muita discussão em torno desse texto, mas aqui quero só citar e quero que você preste bastante atenção:

 

“... é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e as virtudes do século futuro, e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério.

 

Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada recebe a bênção de Deus; 

 

mas a que produz espinhos e abrolhos é reprovada e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.

 

Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação...” (Hebreus 6:4-9 RC)

 

Ø  Passemos adiante. Paulo diz também que o crente deve ser “cheio do fruto de justiça”.

 

III.          COM FRUTOS DE JUSTIÇA

 

“... cheios de frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus...”

 

Ø  Fruto é algo que é produzido.

Ø  E qual é o fruto que deve ser produzido em nós?

Ø  Está lá em Gálatas 5.23 e “espalhado” por todo o Novo Testamento:

-   amor (até pelos inimigos, como ensinou Jesus),

-   alegria (que nada tem a ver com posses materiais terrenas e nem com as circunstâncias gerais da vida, a não ser aquelas circunstâncias que nos colocam mais próximos de Deus),

-   paz (por saber que, sejam quais forem as circunstâncias, estamos sob o cuidado de Deus),

-   longanimidade (“ânimo muito longo” mantido pela fé, mantido pela consciência de que aquilo que esperamos como cristãos, como resultado da vida que vivemos em Cristo, vai realmente acontecer. Então, as situações da vida estão difíceis, mas você segue firme na sua fé, não se desanima; pessoas difíceis se interpõem no seu caminho, mas você segue firme na sua fé, não se desanima; você segue firme na carreira cristã que lhe foi proposta por Deus, não se desanima, porque sabe que o resultado prometido de sua vida vivida em Cristo e para Cristo virá com toda certeza),

-   Benignidade (qualidade que nos leva a atos de bondade),

-   Bondade (fazer o bem às pessoas),

-   Fidelidade (fidelidade em tudo),

-   Mansidão (submissão de nossa vontade pessoal à vontade de Deus),

-   domínio próprio (vitória sobre o desejo).

Ø  Essas (e outras semelhantes) são coisas que redundam em louvor e glória a Deus

 

Ø  E, por último, Paulo diz até quando o crente deve se comportar assim: “até o Dia de Cristo”.

 

IV.          ATÉ A VOLTA DE CRISTO

 

“... até ao Dia de Cristo...”

 

Ø  Não é por uns dias, meses ou mesmo anos. Esse comportamento é para enquanto estivermos vivendo na face da terra.

Ø  Se somos servos de Cristo e não pretendemos deixar de sê-lo, enquanto vivermos neste mundo precisamos ser “sem cera”, “sem escândalo algum”, “cheios de fruto de justiça para o louvor e glória de Deus”. Como lemos em Hebreus 12, devemos deixar todo o embaraço e o pecado que nos rodeia e seguir com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus.

 

CONCLUINDO:

 

Ø  Sem cera – sem nada que, por ser pecaminoso, tenha que ficar oculto das outras pessoas;

Ø  Sem escândalo algum – devemos nos comportar de forma que não sejamos pedra de tropeço para ninguém;

Ø  Cheios de fruto de justiça – virtudes que redundam em louvor e glórias a Deus;

Ø  Até a volta de Cristo.

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

 

PIB Muqui – quarta-feira, 01 de janeiro de 2023

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Não Vos Torneis Causa de Tropeço

 

NÃO VOS TORNEIS CAUSA DE TROPEÇO

Graça e paz, meus amados irmãos.

Assim lemos em 1 Coríntios 10.32: “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus.”

É sempre interessante, irmãos, consultar o dicionário, mesmo sobre palavras que conhecemos ou pensamos que conhecemos o significado. Escândalo, por exemplo, é uma palavra que comumente, fora do círculo religioso, ligamos a um determinado tipo de comportamento – o comportamento que “chama a atenção”, como uma “briga daquelas” entre um casal, por exemplo. “Foi o maior escândalo” – não é assim que falamos?

Mas quando consultamos um bom dicionário vemos que escândalo é um pouco mais que isso. O dicionário Michaelis, por exemplo, traz a seguinte definição:

-   Ato ou acontecimento que ofende as convenções morais, sociais ou religiosas.

-   Comportamento que é objeto de censura ou reprovação por ser contrário à moral e aos bons costumes.

-   Ato ou procedimento que envolve desordem ou tumulto.

-   Acontecimento revoltante que causa indignação na opinião pública.

E, mais interessante: Aquilo que pode induzir a erro, a procedimento reprovável ou a pecado.

Na concordância de Strongs aprendemos que a palavra original para o comportamento “sem escândalo” tem o significado de “algo que nada tem para bater contra ou fazer tropeçar, que não causa tropeço”.

Por isso que a versão ARA (Almeida Revista e Atualizada), nesse texto de 1 Coríntios 10.32, ao invés de “Portai-vos de modo que não deis escândalo...”, traduz: “Não vos torneis causa de tropeço...”

Então Paulo, pelo Espírito (lembremo-nos sempre disso – “pelo Espírito”), está dizendo que nós devemos nos comportar de forma que não sejamos pedra de tropeço para ninguém; que não sejamos aqueles cujo comportamento alguém possa citar como desculpa para não se render ao evangelho.

Às vezes nos esquecemos disso, mas, se somos crentes de verdade, comprometidos com Deus e Sua Palavra, precisamos nos esforçar por não esquecer.

Desde os tempos antigos, cada época, cada geração, cada local, traz consigo formas de escandalizar, de fazer tropeçar. Algumas pertencem a todas as épocas e locais, como o adultério por exemplo. Mas algumas são exclusivas, ou pelo menos mais “escandalizantes” em alguns tempos e locais.

Hoje nos preocupamos bastante com as redes sociais – um lugar ótimo pra dar bom testemunho, para evangelizar... Mas também um campo fértil pra fazer o que Paulo está dizendo aí para não fazermos.

Mas, “num momento de esquecimento” (espero que seja só isso), vamos pra rede social e escandalizamos, dentre outras formas, registrando nossa presença em determinados locais e fazendo determinadas coisas, como o uso de bebidas alcoólicas, por exemplo. Bebemos (ou pecamos de alguma outra forma), fotografamos ou filmamos e postamos. E depois temos que suportar a vergonha de ver numa novela ou outra programação qualquer, como alguém comentou essa semana, o autor colocando pessoas representando crentes nas boates, com comportamento lascivo e, ao serem questionados sobre o fato de serem crentes e estarem agindo daquela forma, dizerem: “hoje crente pode tudo”. Não nos iludamos! Os autores de tais programas não estão fazendo nenhuma propaganda positiva sobre nós; eles estão “debochando”; e, nesse momento, o nome de Cristo e o evangelho está sendo exposto ao vitupério. Obviamente, quando escrevo assim, penso na cristandade de uma forma geral, e, quanto a nós, mais especificamente a nós da PIB Muqui, digo: “Cuidemo-nos quanto a isso!  Com Deus não se brinca!”. Graças a Deus os irmãos são bem conscientes e creio que, se num momento de esquecimento, de vacilo, aquele famoso “minuto de bobeira”, cometemos esse erro, vamos nos cuidar para não cometer mais.

Mas também nos preocupamos com as ausências demasiadas e sem motivo nos cultos. Quem assim age corre o risco de ter que ouvir, às vezes até de um familiar: “Que crente é esse que não vai na igreja”? – E isso também serve de pedra de tropeço pra alguém.

Há outros exemplos de comportamento que escandaliza hoje, e só estou citando esses exemplos para “abrirmos a mente” – você pode pensar em muitos outros, e se lembrar que a Palavra de Deus diz para nos portarmos de modo a não darmos escândalo a ninguém; não sermos pedra de tropeço para ninguém.

Meu irmão, se você é crente e não quer deixar de ser crente, quer seguir em frente com Jesus, e tem se comportado de forma que escandaliza, que dá motivo para que o outro não queira seguir a Jesus, ou tenha “desculpas” para não seguir a Jesus, pare com isso. Pare imediatamente com isso! Dê um basta!

E para terminar, porque já está ficando extenso demais esse texto, preste atenção nas sérias palavras que encontramos em Hebreus 6:4-9. Há muita discussão em torno desse texto, mas aqui quero só citar e quero que você leia com bastante atenção:

“... é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e as virtudes do século futuro, e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério.

Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada recebe a bênção de Deus; 

mas a que produz espinhos e abrolhos é reprovada e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.

Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação...”

Com amor pela igreja do Senhor Jesus, e por cada irmãos em particular, 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

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