quarta-feira, 30 de setembro de 2020

É PRECISO NASCER DE NOVO

 É PRECISO NASCER DE NOVO


Graça e paz, meus amados irmãos.

Antes de ler o que escrevo aqui, leia João 3.1-21 em sua bíblia.

Temos nesse texto de João parte da história de um homem chamado Nicodemos, e dele podemos tirar uma importantíssima lição: não Importa quantas boas qualidades o homem possua; para ver o Reino de Deus é necessário nascer de novo.

Nicodemos Tinha Uma Posição Social e Religiosa Privilegiada. Nicodemos era um homem privilegiado até no nome. Seu nome é composto de duas palavras gregas, a saber: Nikos = Vitória; e Deemos = Povo; e significa Vitória do Povo ou Vitória Sobre o Povo.

Quanto à sua posição social, o texto diz que ele era um dos principais entre os judeus. A palavra que foi usada no grego é árchoon, e significa que o indivíduo é investido de poder e dignidade. Presume-se que Nicodemos seria membro do Sinédrio, o que conferiria a ele uma alta posição social, visto que o Sinédrio era o supremo tribunal da nação judaica, com jurisdição sobre as questões civil e religiosa, no âmbito nacional. Era composto de setenta membros eleitos dentre os legítimos descendentes de famílias israelitas.

Quanto à sua posição religiosa, ele era fariseu, como deixa claro o texto de João 3. E o grupo religioso dos fariseus era um dos principais em Israel. O versículo 10 diz que ele não só era religioso do grupo dos fariseus, como também era mestre em religião.

E Nicodemos, ainda, nutria uma honrosa simpatia por Jesus. Pelo menos três fatos encontramos no evangelho de João que demonstram essa simpatia:

1) Nicodemos foi procurar a Jesus, ainda que de noite, reconhecendo ser ele um mestre vindo de Deus (3.2);

2) Quando quiseram prender Jesus, Nicodemos o defendeu (7.50-51);

3) Levou aromas para a corpo de Jesus após a sua morte (19.39-40)

Não obstante a tudo isso, e talvez mais, Jesus lhe disse que ele não poderia ver o reino de Deus se não nascesse de novo (3.3). E Jesus teve que lhe explicar bem sobre isso (3.4-18), e por essa explicação entendemos que nasce de novo, espiritualmente, aquele que crê em Jesus e que, por crer, vem para a luz – crê e, porque crê, passa a viver sob a iluminação e direção de Jesus, em obediência às palavra de Jesus.

John H. Miller certa vez, quando falava sobre a verdade de que um homem só pode ser considerado cristão de verdade após haver passado pelo novo nascimento, contou de um ministro que celebrava um culto fúnebre e que disse acerca do defunto: “O nosso irmão... foi um pecador respeitável...”

Pois bem, Nicodemos também era um pecador respeitável. E quantos hoje são tais quais Nicodemos: pecadores respeitáveis, mas que carecem, como Nicodemos carecia, de nascer de novo.

Você já nasceu de novo?

Se Cristo voltar hoje você será levado por ele ou será deixado para trás?

Lembre-se: não Importa quantas boas qualidades você possua; para ver o Reino de Deus é necessário nascer de novo.

“... aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (João 3:3 RC)

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16 RC)

“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (João 3:18 RC)

Pr. Walmir Vigo Gonçalves




segunda-feira, 28 de setembro de 2020

JESUS CURA O CEGO

 

JESUS CURA O CEGO

 

Marcos 8.22-26

 

Ø  No domingo passado (13/09/2020), ao chegar em casa após o culto da noite, vi uma reportagem que mostrava mais um grande feito da ciência: lentes que possibilitam ao daltônico enxergar as cores. Eu sei agora que isso já existe há algum tempo, mas até ver aquela reportagem eu não sabia. Depois descobri também que há alguma controvérsia em torno do assunto, que funciona para alguns mas não para todos, etc. Mas o fato é que, naquela reportagem, vi um homem muito emocionado, chorando, quando, ao colocar as lentes, conseguiu enxergar um “mundo colorido”.

Ø  Agora, imaginem se aquele homem fosse cego e, de repente, com um simples colocar de lentes sobre os olhos, voltasse a enxergar. Qual seria o tamanho de sua emoção?

 

Em Betsaida havia um homem cego

 

Ø  Leiamos novamente o texto bíblico, Marcos 8.22-26.

Ø  Jesus estava com seus discípulos em Betsaida.

Ø  Betsaida era uma cidade também chamada de Betsaida Júlia, que ficava à margem nordeste do lago da Galiléia. Ali nasceram Pedro, André e Filipe, conforme vemos em João 1.44.

Ø  Ali Jesus realizou a primeira multiplicação dos pães (Lucas 9.10ss.)

Ø  E, algo muito importante que não podemos deixar escapar nessa “contextualização”, Betsaida foi uma das cidades impenitentes sobre as quais Jesus proferiu “ais” – Veja Mateus 11.20-22.

Ø  E ali em Betsaida, ou talvez fosse melhor dizer “nas proximidades de Betsaida” (veja o verso 26), havia um homem cego. CEGO, e não daltônico. O homem da reportagem que citei no início era daltônico e isso já lhe era bastante difícil; imagine, então, ser “cego”. Era uma situação de extrema dependência. Aquele homem, não morando exatamente dentro de Betsaida, mas nas proximidades, não foi até Jesus, ele teve que ser levado (veja o verso 22). Se ele tivesse se arriscado a ir sozinho poderia ter tropeçado nalguma pedra, porque certamente havia muitas, mas ele não as enxergava; poderia ter sido ferido ou mesmo morto por um animal selvagem, ou por algum animal peçonhento daquelas regiões, porque ele não os teria visto, e mesmo que tivesse percebido sua presença, como ele correria? Como ele identificaria para onde fugir e onde se abrigar?

Ø  Então era muito triste a situação daquele homem, e talvez mais triste ainda pelo fato de que possivelmente ele não era um cego de nascença. O fato de ele ser capaz de reconhecer homens e árvores sugere que ele não era cego de nascença, mas que sua cegueira havia sido decorrente de um acidente ou enfermidade.

 

No mundo, ao nosso redor, existem muitos cegos.

 

Ø  No mundo, ao nosso redor, existem muitos cegos.

Ø  Cegos fisicamente, como aquele cego dos arredores de Betsaida. E essa, mesmo com todos os recursos e com todas as possibilidades que temos hoje, não é uma situação nada boa. Os que a vivenciam acabam por aceitá-la, adaptam-se a ela, alguns se desenvolvem extraordinariamente dentro dessa situação e às veze até “por causa” dessa situação, mas, mesmo assim, não é uma situação agradável, desejável, não! O homem foi feito para enxergar, e enxergar bem. O olho humano é um órgão extraordinário que até hoje intriga os homens da ciência. O olho humano normal pode distinguir cerca de 10 milhões de cores e é capaz de detectar um único fóton, isto é, uma única partícula de energia na forma de radiação eletromagnética. Então, o homem foi feito para enxergar bem. Mas há muitos que não enxergam bem e muitos que são completamente cegos, e isso tem sido um grande desafio para a ciência médica.

Ø  Mas, pior do que a existência de cegos fisicamente, é a existência de cegos espirituais. O homem não foi feito para ser cego espiritual; o homem foi feito para “enxergar” Deus, o verdadeiro Deus. Mas, infelizmente, no mundo, ao nosso redor, há muitos cegos espirituais.

Ø  E, por incrível que pareça, até mesmo dentro das igrejas, na religião, há aqueles que ainda estão cegos ou enxergando muito mal.

 

o   Cegos para a gravidade do pecado – o quão grave é o pecado? É só olhar para textos como Mateus 5.29-30 para termos uma ideia: “Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.” (Mateus 5:29-30 RC). Mas às vezes nós vivemos no pecado muito tranquilamente, pensando talvez não ser nada demais.

 

o   Cegos para a seriedade da palavra de Deus – àqueles que ouvem, mas não praticam a Palavra de Deus, Jesus realmente vai dizer no dia final: “não vos conheço”, e o nosso comportamento às vezes é o de quem não acredita que isso irá acontecer.

 

o   Cegos até para a própria Palavra de Deus, para aquilo que ela diz, como por exemplo, que para ser discípulo de Jesus tem que renunciar se preciso for TUDO, até a própria vida. Tem gente que na renuncia nada – entre a fidelidade a Deus e algumas coisas que lhes dão alguma satisfação, ficam com as coisas.

 

o   Cegos para as armadilhas do inimigo – Satanás nem bem terminou de armar o laço e nós já estamos caindo ele.

 

o   Cegos para muitas outras coisas.

 

Ø  Em Betsaida, ou nos arredores, havia aquele cego fisicamente, e essa cegueira certamente lhe era terrível. Mas em Betsaida havia a cegueira espiritual, ao ponto de Jesus lhes dizer: “Ai de ti, Betsaida, porque se em Tiro e em Sidon fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido com pano de saco e cinza. Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidon, no dia do juízo, do que para vós”, e isso era muito pior. Hoje também há os cegos fisicamente, e isso é terrível; mas também há os cegos espirituais, e isso é muito pior. Não “enxergar” Deus, não “enxergar” as verdades de Deus, é muito pior do que não conseguir identificar as cores da natureza com os olhos naturais, ou mesmo não enxergar cor nenhuma e coisa nenhuma. Ser cego fisicamente não leva ninguém a ser condenado por Deus no dia do juízo, mas ser cego espiritual sim.

 

Jesus Cura o cego de Betsaida.

 

Ø  Mas lá em Betsaida Jesus curou aquele cego. E tem alguns detalhes interessantes aí no texto, alguns que até já me referi. Vejamos esses detalhes:

1.    Aquele homem cego não era de Betsaida – veja o verso 26

2.    Aquele homem cego não era um homem de todo desamparado, sem amigos, sem familiares. Não! Ele tinha pessoas que se importavam com ele, pessoas que o levaram até Jesus e rogaram por ele – veja o verso 22. A graça de Deus estava operando na vida dele mesmo antes da cura propriamente dita. Nós às vezes nos concentramos na cura e identificamos a manifestação da graça de Deus na cura e glorificamos a Deus pela cura; mas a graça de Deus já estava em operação muito antes. E se ele não tivesse aquelas pessoas que se interessavam por ele? E se aquelas pessoas não tivessem ficado sabendo que Jesus estava em Betsaida? E se aquelas pessoas, mesmo sabendo que Jesus estava em Betsaida, não cressem que aquele cego pudesse ser curado de sua cegueira? Então a graça de Deus já estava operando muito antes, nos detalhes.

3.    Jesus não cura o homem em Betsaida; ele o leva para fora da aldeia (veja o verso 23). Será por que Jesus leva o cego para fora da aldeia? E não foi apenas com esse cego que Jesus teve atitude parecida com essa. O surdo e Gago de Decápolis Jesus tira do meio da multidão – Marcos 7.31ss. Na ressurreição da filha de Jairo Jesus só permitiu a presença de Pedro, Tiago, João e o pai da moça. E há outros exemplos. Por que? Eis a pergunta!. E pra essa pergunta há várias possibilidades de respostas, mas duas bem interessantes são:

a.    O não interesse de Jesus em “ostentar”, em ser aclamado pelas multidões. Isso é meio diferente de algumas atitudes que vemos hoje em alguns “homens de Deus”, não é?

b.    E no caso particular desse cego que estamos considerando, é bem interessante o pensamento de Wiersbe que diz que Jesus levou o homem para fora da aldeia, para fora de Betsaida, “provavelmente porque a cidade de Betsaida já havia sido julgada por sua incredulidade e não receberia mais outra demonstração do poder de Deus”. E se assim o é, se Wiersbe está certo, então isso confirma o fato de que nada pode impedir a manifestação da graça de Deus sobre a vida daquele a quem Ele decide abençoar. Deus manifestou de forma abundante a sua graça sobre a vida daquele homem: levou Jesus a Betsaida, enviou pessoas para levarem o cego até onde Jesus estava, e o curou, mesmo tendo que levá-lo para fora de Betsaida. O dia determinado por Deus para a graça se manifestar na vida dele daquela maneira havia chegado e nada poderia impedir. Como disse Jó a Deus: “Bem sei que tudo podes, e nenhum de Teus planos pode ser frustrado”.

4.    Jesus cura o homem gradualmente, em duas etapas. Por quê? Certamente que não era por alguma incapacidade de Jesus ou em Jesus. Então, por quê? Vamos ficar sem resposta, porque não há resposta para essa pergunta. Mas tem uma interpretação lindíssima que alguém fez observando como aquele homem enxergou os homens na primeira etapa, como “árvores que andam”, e como ele enxergou perfeitamente na segunda etapa. Observando isso alguém concluiu que “a obra de Deus não está completa na vida do homem enquanto ele não consegue enxergar os seus semelhantes como eles realmente são”. Então, enquanto enxergarmos homens apenas como “drogados”, “homossexuais”, “prostitutas”, “bandidos”, “bêbados”... e não como pessoas criadas por Deus e ainda carentes da salvação de Deus e pessoas a quem a graça de Deus pode manifestar salvando, mesmo sendo quem são e fazendo o que fazem, a obra de Deus ainda não está completa em nossas vidas. Nem nas deles e nem nas nossas.

5.    Jesus diz ao homem, depois de curá-lo, para ir para casa e não entrar em Betsaida – verso 26. Por que? A verdade é que não há resposta para isso também, mas talvez tenha a ver com o fato de Betsaida ter rejeitado a Jesus e ter sido condenada por ele. É muito perigoso rejeitar a mensagem de Deus e endurecer o coração com a incredulidade, assim como é perigoso rejeitar a palavra de Deus e viver no pecado quando se deveria se arrepender e sair dele.

Ø  Então a graça de Deus se manifestou de forma maravilhosa e abundante na vida daquele homem.

 

Jesus tem curado a cegueira de muitos e quer curar a nossa também

 

Ø  E a graça de Deus tem se manifestado de forma maravilhosa e abundante na vida de muitos hoje também, curando-lhes de suas enfermidades físicas e espirituais, curando-lhes de suas cegueiras físicas e espirituais.

Ø  Li recentemente, na revista do promotor de Missões nacionais, sobre a triste realidade da amazônia: “a imagem do território de 4.196.943 milhões de km2 (IBGE, 2004) – onde crescem 2.500 espécies de árvores (1/3 de toda a madeira tropical do mundo) e 30 mil espécies de plantas (das 100 mil da América do Sul) – tem sido ofuscada pela cena de miséria do pior lugar do Brasil para ser criança . Ao todo, mais de 9 milhões de crianças e adolescentes que vivem na Amazônia Legal – formada pelos estados do Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e partes do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso – estão sujeitos a fazerem parte desta triste realidade: os indicadores apontam a área como a que possui os índices nacionais mais altos de mortalidade infantil. Ainda nesses 9 estados, cerca de 43% das crianças e dos adolescentes vivem em domicílios com renda per capita insuficiente para adquirir uma cesta básica de bens, contra 34,3% da média nacional. Além disso, muitas meninas e meninos da região não têm sido atendidos em seus direitos à educação, água, saneamento, moradia, informação e proteção contra o trabalho infantil”.

Ø  Mas li também que nesse trágico contexto nossos “missionários têm atuado, levando o evangelho de Cristo e, também, melhores condições de vida, através de ações curativas e preventivas de saúde e educação aos ribeirinhos e indígenas de todas as idades. Enfrentando diversas dificuldades em muitas áreas, principalmente na geográfica, os missionários dos batistas têm investido a vida em ações que buscam mudar realidades, e que só por meio da oração e do poder de Deus são possíveis de ser transformadas”.

Ø  E li também que “há 90 anos, o Pr. Zacarias Campelo iniciou o trabalho missionário batista entre os indígenas. Após o pioneiro, foi a vez dos casais Pr. Guenther e Wanda Krieger e Pr. Rinaldo e Gudrun de Mattos – sustentados pelas orações dos batistas brasileiros – investirem sua mocidade, realizando um trabalho relevante com a etnia Xerente. Atualmente, mesmo com idade avançada, Pr. Guenther e Wanda Krieger continuam os trabalhos de revisão do Dicionário Bilíngue Xerente- -Português e do Antigo Testamento em Xerente. Graças a essa doação de vida, eles têm inspirado uma nova geração de missionários como o Pr. Werner Seitz, que também atua junto a esse povo, e tem se empenhado em traduzir parte do Antigo Testamento para a etnia, dando continuidade à emocionante tarefa de seus antecessores. Como fruto desse trabalho, em 60 anos, mais de 600 indígenas já foram batizados pelos missionários dos batistas brasileiros e cerca de 60 igrejas foram plantadas. Entre os ribeirinhos, em 2019 nossos missionários realizaram 181 batismos e, em 2020, até o final de abril , 42 pessoas da região desceram às águas.”

Ø  É a graça de Deus agindo, através de sua igreja, levando cura para essas pessoas, mui especialmente cura para sua cegueira espiritual. Antes eles estavam, como lemos em Efésios 2, mortos em seus delitos e pecados, mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, por amor, pela graça, os vivificou juntamente com Cristo e os fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus. Deus lhes abriu os olhos e os fez enxergar a sua maravilhosa graça, e nos séculos vindouros ainda vai lhes mostrar mais, vai lhes mostrar as abundantes riquezas de Sua graça.

Ø  Jesus tem curado a cegueira de muitos e quer curar a nossa também, e vai curar se a reconhecermos e a submetermos a ele.

Ø  Talvez em alguns casos ele até já tenha operado a primeira parte da cura, faltando apenas completá-la para que enxerguemos perfeitamente algumas coisas como as que já citamos e para as quais talvez ainda estejamos “meio cegos”:

 

o   A gravidade do pecado

o   A seriedade da palavra de Deus

o   A própria Palavra de Deus, aquilo que ela diz

o   As armadilhas do inimigo

o   E outras coisas mais que ainda não enxergamos muito bem.

 

Ø  Vamos orar para que Jesus opere esta cura em nós?

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves




sexta-feira, 18 de setembro de 2020

NÃO AMEIS O MUNDO

 

NÃO AMEIS O MUNDO

 

Graça e paz a todos.

Hoje quero refletir com todos vocês sobre o que João disse no início do verso 15 do capítulo 2 de sua primeira epístola: NÃO AMEIS O MUNDO.

Então vamos ler os versos 15 a 17: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:15-17 RC)

Antes de tudo quero dizer a você que me lê que essa reflexão é primariamente PARA MIM, “bate em mim” em primeiro lugar. Mas pode ser que sirva para você também, então leia com atenção e com “senso crítico”, sem ficar pensando em coisas do tipo “o pastor estava pensando em mim quando escreveu”, e, portanto sem se ofender por qualquer coisa escrita aqui. Se algo lhe “servir”, então simplesmente ore, fale com Deus que essa parte do que foi escrito descreve sua situação e então depois resolva com Ele o que você vai fazer a respeito. Repetindo: a reflexão é primariamente PARA MIM, e compartilho com você (e esse “você” engloba muitas pessoas), porque pode ser que também lhe sirva, assim como serviu para mim.

Uma frase que eu costumava dizer sempre que meu filho fazia algo que eu tinha dito pra não fazer era: “qual é a parte do não faça isso você não entendeu?”.

Hoje, 18 de setembro de 2020, o dia em que escrevo, lendo 1 João 2.15, lembrei-me dessa fala, porque o Espírito Santo de Deus inspirou João a escrever que não devemos amar o mundo e nem o que no mundo há, e não é que às vezes fazemos o contrário? E quando fazemos, se pararmos e ficarmos em silêncio por um pouco de tempo na presença Santa do Senhor, talvez o “escutemos” dizer: “qual é a parte do ‘não ameis o mundo’ você não entendeu?”

Infelizmente a experiência tem demonstrado que Satanás não tem encontrado muita dificuldade em nos fazer cair no laço do amor ao mundo: da concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos e da soberba da vida.

Concupiscência é uma palavra que foi traduzida, aqui nessa parte das Sagradas Escrituras, de um termo grego que em sentido geral e comum indica “desejo”. Mas o contexto em que ele é utilizado define o seu tipo. E nesse contexto aqui, esse desejo é do tipo “intenso”, e, então, concupiscência pode ser entendida como um “desejo ardente”.

Concupiscência da carne, então, é o “desejo ardente” de nossa natureza caída, nossas “inclinações carnais”, especialmente as sensuais. Facilmente Satanás tem conseguido nos prender no laço dessas concupiscências.

Quanto à concupiscência dos olhos, talvez ela possa ser incluída na concupiscência anterior, a da carne, como uma de suas subcategorias. Conforme disse alguém: “a visão, especialmente no caso do homem, é o portão por onde entram os desejos ilícitos”. Trata-se, então, das tentações que nos assaltam; não as internas, mas as externas, através dos olhos. Exemplos: a visão que Eva teve da árvore proibida como “agradável aos olhos”; o olhar cobiçoso de Acã quando viu entre os despojos uma “boa capa babilônica” e o olhar lascivo de Davi quando viu Bate-Seba tomando banho.

Quanto à soberba da vida, podemos dizer que é aquela tendência de tentar impressionar os outros com a nossa, geralmente inexistente, importância. É a arrogância ou vanglória relacionada com as nossas circunstâncias externas, podendo ser estas circunstâncias até mesmo supostas “realizações espirituais”. E sobre essa soberba, Farmer assim se expressou: “Essa é a vida de vanglória, de presunção, de desejo pelo louvor e pela deferência, pelo deleite de ser considerado importante, de exercer autoridade sobre outros, de estar em primeiro plano. Todas as vaidades vazias da moda e dos costumes, dos títulos e ofícios, de uniformes e posição, das pequenas imposturas esnobes nas quais os homens caem. Não lhes importa que perante Deus nada disso tenha qualquer valor. O perverso e pequeno “ego” quer que subamos no palco, saracoteando, agitando-nos e fazendo pose”.

Como já disse, infelizmente Satanás não tem encontrado muita dificuldade em nos fazer, a nós os “crentes”, cairmos nesses laços. O amor ao mundo, apesar da exortação contrária, tem encontrado bastante espaço em nossas vidas e corações. E é fácil constatar isso; é só parar para perceber como, na prática, algumas coisas tem mais valor para nós, nos parecem mais atraentes do que as “coisas de Deus”. Para não ficar citando muitos exemplos, cito apenas dois, e em outros você pode raciocinar por conta própria. Vamos então aos dois exemplos:

1)    Exemplo 1: leitura da bíblia e oração são “coisas de Deus”, todos hão de concordar. Mas, às vezes, novelas, filmes ou algum outro tipo de entretenimento parecem-nos mais atraentes, e então não conseguimos ter um tempo relevante para a prática da leitura bíblica e oração, mas encontramos bastante tempo para essas outras coisas.

2)    Exemplo 2: igreja, entendendo por igreja um “organismo vivo”, o “corpo de Cristo”, é “coisa de Deus; tem defeitos... e como!!!, mas é “coisa de Deus”; afinal, foi Jesus quem a instituiu. Mas o clube, a praia, o passeio com amigos e outros afins, às vezes nos parecem bem mais interessantes; então, encontramos bastante tempo para estes, mas bem pouco tempo para estar reunidos com a igreja e como igreja. Encontramos bastantes recursos financeiros para sustentar estes, mas bem pouco ou nenhum para ajudar na obra de Deus através da igreja.

Qual é a parte do “não ameis o mundo” ainda não entendemos? Por que amamos tanto o mundo? Talvez seja porque não estamos, por alguma razão, amadurecendo na fé, ou paramos de amadurecer e talvez até tenhamos retroagido, porque como bem escreveu Wiersbe: “o mundo não atrai o cristão que está amadurecendo e crescendo. Esse cristão está interessado demais no amor do Pai e em fazer a vontade do Pai. As atrações do mundo não o seduzem. Percebe que as coisas do mundo não passam de brinquedos e pode dizer como Paulo: “quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino” (1 Co. 13.11)” E também ele sabe que, conforme lemos no texto inicial dessa reflexão, “o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:15-17 RC).

Então, “não amemos o mundo e nem o que no mundo há”. Que Deus nos ajude nisso!

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

Muqui, 18 de setembro de 2020




 

 

É já a última hora

  É JÁ A ÚLTIMA HORA   “Filhinhos, é já a última hora...” (1 João 2.18)   Ø   “Última hora”, que é isso? Ø   Última hora é uma man...