EQUILÍBRIO FINANCEIRO NA
FAMÍLIA
1) Nosso assunto hoje é equilíbrio financeiro na
família.
2) Claro que não vou dar uma aula de economia, mas apenas
evidenciar algumas coisas e dar algumas dicas práticas que podem, se houver
interesse, trazer despertamento para uma busca pessoal e familiar de um melhor
controle na família, obviamente por parte daqueles que ainda não exercitam esse
controle.
3) De vez em quando é bom a gente pensar em assuntos como
esse, que envolvem as nossas finanças. Ainda que não seja o caso de todas,
muitas famílias têm enfrentado o caos financeiro por causa de não usar
adequadamente o dinheiro, e, algumas, por causa de irresponsabilidade mesmo no
uso do dinheiro. Além disso, também influencia negativamente, a cobiça, a
ganância, a falta de alvos definidos e a falta de uma visão correta de Deus como
Aquele que sustenta e provê todas as coisas... dentre
outros.
4) Abordaremos apenas três
questões:
a) A quem pertence o dinheiro que chamo de “meu
dinheiro”?
b) Como ganhamos o dinheiro?
c) Como gastamos o dinheiro?
5) Vamos então à primeira
questão:
I. A quem
pertence o dinheiro que chamo de “meu
dinheiro”?
1) Leia 1 Crônicas
29.10-29
2) A quem pertence “seu”
dinheiro?
3) A uma pergunta dessas alguém poderia responder: “Ora, o
meu dinheiro, como a própria frase em forma de pergunta sugere, pertence a
“mim”; é o “meu” dinheiro.
4) Bem, está certo; mas ao mesmo tempo está
errado.
5) Está certo porque o “seu” dinheiro é “seu” e não “meu”,
e o “meu” é “meu” e não “seu”.
6) Mas também está errado, porque tudo o que temos vem de
Deus, e na verdade, a Ele pertence. Não é o que lemos em 1 Crônicas 29? Veja de
novo os versos 11-14.
7) Então, perguntando de novo, a quem pertence o dinheiro
que você chama de seu? Bem, se você crê em Deus e crê na Bíblia, a Palavra de
Deus, então terá que admitir que o “seu” dinheiro não é tão seu como você
imagina. Cabe a você administrá-lo bem, mas ele não é “seu” e “somente
seu”.
8) Reconhecer
essa verdade é o primeiro passo para o bem-estar, ou o equilíbrio financeiro na
família – numa família que teme a Deus,
obviamente.
9) Ao receber o seu salário ou algum dinheiro, então
lembre-se disso: é dinheiro de Deus que Ele confiou a mim para administrar
visando o bem-estar e o sustento da minha família e não gastar de qualquer forma
e irresponsavelmente.
10) Quando
escrevia isso me lembrei de um acontecimento, real, que alguém compartilhou
comigo, em que uma mãe que caminhava para algum lugar com a filhinha e mais uma
outra pessoa. Essa mãe, em dado momento, parou, entrou num estabelecimento
comercial e saiu de lá com um maço de cigarros. Nesse momento a filhinha
perguntou se ela havia comprado uma balinha pra ela, e ela, com rispidez,
respondeu dizendo não ter dinheiro para ficar comprando bala para ela. Dinheiro
para uma balinha não havia, mas para cigarros sim. Uma tremenda de uma
irresponsabilidade na administração do que Deus concedeu, certamente por não
reconhecer, talvez nunca ter pensado, que o que temos é, na verdade, de
Deus.
11) Bem,
poderia não ser cigarros, poderia ser alguma outra coisa, até algo que não é mau
em si e por si mesmo, porém não necessário. Se não há dinheiro para as outras
coisas básicas, então não há também para as que não são necessárias. Se houver
dinheiro suficiente para tudo, então maravilha, mas se
não...
12) Então,
você que teme a Deus, lembre-se disso ao receber o seu salário ou algum
dinheiro: é dinheiro de Deus que Ele lhe concedeu para administrar visando o
bem-estar e o sustento da sua família e não para gastar de qualquer forma e
irresponsavelmente. E, também, não se esqueça de ofertar para a obra de Deus.
13) Esse
é o primeiro passo para o equilíbrio financeiro na família: o dinheiro que você
chama de seu é dinheiro de Deus que Ele lhe deu para
administrar.
14) Vamos
à segunda questão:
II. Como
ganhamos o dinheiro?
1) Quando
falamos que temos que reconhecer que tudo o que temos pertence a Deus, como Davi
o fez, não significa que não tenhamos que trabalhar e ganhar o nosso dinheiro.
Deus vai nos abençoar através do nosso trabalho. Paulo, escrevendo aos
Tessalonicenses, disse: “Porque,
quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto: que, se alguém não quiser
trabalhar, não coma também. Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não
trabalhando, antes, fazendo coisas vãs. A esses tais, porém, mandamos e exortamos, por nosso Senhor Jesus Cristo,
que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio
pão.” (2 Ts 3:10-12
RC)
2) Há muitas
formas de se ganhar dinheiro, e muitas dessas formas não são “dignas da vocação
com que fostes chamados”, e a Palavra de Deus, você pode conferir em Efésios
4.1, nos manda andar como é digno da vocação com que fomos chamados, isto é,
andar como é digno de quem foi chamado para “ir após”
Jesus.
3) Então, por
exemplo:
a) Aquele que
furtava, não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para
que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. (E.
4.28)
b) Aquele que
lucrava com a corrupção, recebendo dinheiro ou bens indevidamente, seja
trabalhador do setor público ou do setor privado, não lucre mais dessa forma.
Aos publicanos que perguntaram a João Batista o que deveriam fazer ele
respondeu: “Não peçais mais do que vos está ordenado”; e aos soldados: a ninguém
defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo” (Lucas
3)
c) Crente não
deve buscar ganhar dinheiro montando barraca para venda de bebidas alcoólicas no
carnaval, festa da cerveja ou em outra ocasião
qualquer...
d) Crente não
deve buscar ganhar dinheiro trazendo anátema para dentro de sua casa... Eu tenho
muito medo dos jogos de azar... das loterias... no mínimo, pelo menos para mim,
eu não tenho muita convicção, muita fé, portanto, de que seja algo conveniente
ao crente, e aquilo que não procede da fé é
pecado.
4) Como ganhamos
dinheiro? Se somos tementes a Deus, o ganhamos através de nosso trabalho/esforço
digno.
5) Então,
equilíbrio financeiro não é só ter bastante dinheiro, é ter dinheiro abençoado
por Deus. E o nosso dinheiro é abençoado por Deus quando reconhecemos que tudo
vem dele e quando o ganhamos de forma correta,
digna.
6) E agora, em
terceiro lugar:
III. Como
gastamos o dinheiro?
1) Não se deve esquecer daquele de quem vem todas as
coisas – Provérbios 3.9-10
2) Mas também não se deve esquecer de que nossos
familiares não podem ficar desamparados – Jesus certa vez acusou os fariseus de
invalidarem o mandamento de Deus. Veja: “E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento
de Deus para guardardes a vossa tradição. Porque Moisés disse: Honra a teu pai e
a tua mãe e: Quem maldisser ou o pai ou a mãe deve ser punido com a morte. Porém
vós dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar
de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor, nada mais lhe deixais fazer por seu
pai ou por sua mãe, invalidando, assim, a palavra de Deus pela vossa tradição,
que vós ordenastes” Mateus 7.9-13.
3) Às vezes é preciso cortar gastos desnecessários para
equilibrar as finanças. E mesmo que as finanças estejam equilibradas, gastos
desnecessários devem ser cortados. Por exemplo:
a) Perdoem-me citar um exemplo meu recente: cortei a TV e
estou reduzindo os planos de telefonia. Depois que eu concluir um investimento
que tive que fazer por conta da tv, será uma economia de R$780,00 no ano, da tv,
e mais R$720,00 dos telefones. Um total de R$1.500,00 no ano que eu estava
literalmente dando para a Oi e a Vivo, porque lá em casa só estavam vendo
Netflix, Youtube e a tv aberta que não precisa pagar. E no caso do telefone, os
planos meus e de Ester que eram 60,00 cada, já troquei o meu e estou trocando o
dela para um plano de R$20,00 cada, e sabe qual a única coisa que muda? A
redução dos dados móveis para navegação na internet; tínhamos 3,5 GB cada e
agora serão 2GB (e não usamos nem os dois).
b) Na igreja também reduzimos alguns gastos desnecessários
– o telefone foi um deles, recente...
E ainda sobre essa questão, cuidado, especialmente, com
os pequenos gastos. Como dizia, e ainda diz, um amigo meu, “não são os elefantes
que saem levando grandes coisas que quebram a empresa e sim os beija-flores,
porque os elefantes não passam despercebidos e são contidos, já os beija-flores
não – eles passam despercebidos e de pouco a pouco levam muita coisa”.
Experimente anotar o que você gasta e com o que gasta... pode ser que você tenha
uma surpresa.
4) Economize – evite desperdícios (água, energia,
alimento...)
5) Cuidado com os empréstimos – não se deixe enganar –
seria bem melhor Solange ter negociado sua dívida direto com o
mercado
6) Cuidado com compras a longo prazo e especialmente se as
prestações forem altas, e mais especialmente ainda se forem feitas em cartão de
crédito . Se você ficar
desempregado os direitos que você vai receber serão suficientes para honrar seus
compromissos?
7) Não trabalhar com dinheiro, e sim com orçamento ajuda
bastante.
a) Comece anotando numa folha qual é a renda mensal
familiar
b) Depois identifique e anote os gastos mensais – aqueles
que você tem que fazer todo mês. Exemplo:
i) Dízimo/ofertas
ii) Mercado
iii) Água
iv) Energia
v) Telefone
c) Depois identifique os gastos que não são mensais mas
que vão chegar. Para provisionar, um pouquinho por mês, pra não ter dificuldade
depois. Exemplo:
i) IPTU
ii) Se você tem carro: manutenção,
IPVA...
iii) Roupas
iv) Os
presentes pras crianças
d) Você também pode prever, para fazer uma pequena
provisão, gastos que não necessariamente vão acontecer, mas podem acontecer.
Exemplo:
i) Remédios
ii) Um utensílio doméstico indispensável que estragou...
e) E se der, um fundo de reserva sempre é bom, pra
emergências, pra se divertir com a família no final do
ano
Bem, é só uma ideia de orçamento familiar, e à medida
que você vai identificando itens, você os vai incluindo no
orçamento.
Você pode achar tudo isso muito difícil e uma tremenda
bobagem. Eu também achava. Mas, desde que comecei a agir assim, há vários anos,
muita coisa mudou pra melhor, e não consigo mais trabalhar de outra forma. Hoje,
quando lá em casa temos de comprar alguma coisa, olhamos o orçamento – se tem
dinheiro reservado, compra; se não tem no total, mas a reserva mensal a que
conseguimos chegar dá pra pagar a prestação, compramos e dividimos; e se não tem
de forma alguma, deixamos pra depois.
Além disso um orçamento nos ajuda a diminuir despesas.
Se você orçou certa quantia para alimentação no mês, por exemplo, e alguns dias
antes o que estava orçado já foi todo gasto, você vai saber, porque está
anotado; e então você sabe que aquela “pizza” que você estava pensando em pedir
vai ter que esperar mais alguns dias, até receber o salário e recompor o
orçamento.
Conclusão
1) Então,
a) Reconheça que o dinheiro que você chama de “seu” é
dinheiro de Deus. É seu, porque Deus te Deus, mas é dom de Deus para abençoar a
sua vida e a sua família.
b) Busque ganhar dinheiro de forma digna, honesta,
honrando assim ao Senhor que o salvou, por você andar como é digno da vocação
com que Ele o chamou. É melhor pouco sob a bênção de Deus do que muito sem essa
bênção.
c) Gaste com responsabilidade; estabeleça prioridades; não
deixe que suas finanças “escoem pelo ralo”; tome cuidado com pequenos gastos;
tome cuidado com dívidas; faça previsões e provisões... Isso honra a
Deus.
2) E, terminando, tendo feito tudo isso, conforme
aprendemos com Jesus em Mateus 6, “não fiquem inquietos ou preocupados... ponham em
primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes
dará todas essas coisas”
Pr. Walmir Vigo Gonçalves
PIB Muqui – 19 de Maio de
2019
Fonte de
consulta: estudo 16 da revista de adultos da Editora Cristã Evangélica sobre
família.