segunda-feira, 30 de maio de 2022

AINDA HÁ MUITO O QUE FAZER

 

AINDA HÁ MUITO O QUÊ FAZER!

 

É verdade! Ainda há muito o quê fazer! E não é necessário ser alguém brilhante para se chegar a essa conclusão; e nem é necessário ser alguém de grande sensibilidade espiritual. Basta apenas dar uma breve olhadinha ao nosso redor. Quanta gente sem Jesus! Quanta gente sem Jesus e, ainda por cima, perdida em sua própria existência terrena!

Há algum tempo atrás presenciei uma cena triste. Um jovem, bonito até, mas todo sujo, estava num ponto de ônibus desesperado pedindo dinheiro. Todos perceberam que ele estava numa crise de abstinência terrível e queria fazer uso de droga, mas não tinha como comprá-la. Em um dado momento o sujeito roubou o vale transporte de uma mulher, mas, pobre coitado, ele não tinha vocação para ladrão, e seu desespero aumentou quando quis devolver o vale, mas não conseguia porque não havia guardado a fisionomia da vítima, que também, talvez por medo, não se manifestou reivindicando ser a dona do vale. Pobre coitado! Sem Cristo e sem dignidade! A dignidade foi-lhe roubada pela erva maldita. Talvez ele já esteja até morto enquanto escrevo essas linhas... não sei...

Em situação parecida à deste jovem estão muitos em nossa cidade. Mas não é preciso haver pessoas assim para que a Igreja chegue à conclusão de que há muito o quê fazer. Existem muitos “Nicodemos”, muitos “mancebos de qualidade”, “gente boa”, mas que não têm a Cristo, e, por isso estão indo para o inferno com toda a sua “bondade”.

Amados, não são os drogados, não são as prostitutas, não são os marginais e nem os marginalizados os indicadores de que há muito o quê a igreja fazer. Os “sem Cristo” é que são esses indicadores, e neste grupo está gente de todo tipo, de toda classe social, e que estão vivenciando as mais diversas situações, boas ou ruins.

Sendo assim, não há apenas muito, há muitíssimo o quê fazer. Portanto, continuemos pondo as mãos à obra, trabalhando enquanto é dia, enquanto é tempo, porque “a noite” vem, quando não será mais tempo, quando ninguém mais poderá trabalhar.

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

sexta-feira, 27 de maio de 2022

VIRTUDES PARA O LAR

 

Domingo, 15 de maio de 2022

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

VIRTUDES PARA O LAR

TEXTO: Gálatas 5:22 e 23

TEMA: Virtudes para o lar

OBJETIVO: Edificação dos lares, através da orientação à vivência das virtudes do fruto do Espírito no contexto da família.

INTRODUÇÃO

Ø  Como estamos no mês da família, hoje quero pensar com os irmãos em algumas virtudes que nós devemos levar para o contexto do nosso lar.

Ø  Serão 9 virtudes: três hoje, três no próximo domingo e três no último domingo se Deus nos permitir.

Ø  Essas virtudes são “velhas conhecidas” nossas, se não de praticar, pelo menos de “ouvir falar”. Na verdade, creio que, ainda que às vezes não totalmente como deveríamos, todos, pelo simples fato de sermos crentes, praticamos essas virtudes, porque elas são o fruto que o Espírito produz em nós. É isso mesmo! As virtudes que devemos levar para o contexto do nosso lar, sobre as quais quero falar, são aquelas que compõem o fruto do Espírito.

Ø  O texto é Gálatas 5:22 e 23, que eu leio para os irmãos na versão NTLH para facilitar o entendimento dos termos aí contidos:

“Mas o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio. E contra essas coisas não existe lei.”

Ø  Aí estão, então, as virtudes.

Ø  Na verdade, todos, se somos crentes, possuímos essas virtudes, porque elas são, como está bem claro aí no texto, “o fruto” que o Espírito produz em nós.

Ø  Às vezes pecamos ao “errar o alvo” de Deus para nós e não praticarmos em algum momento, em nosso relacionamento com as pessoas em geral, a virtude esperada. Os relacionamentos interpessoais nem sempre são fáceis de serem vividos, e algumas vezes, como se diz, a gente “desce do salto”. Agir com seriedade, gravidade, severidade, dentro da correção diante do erro de alguém é uma coisa, e “descer do salto” perdendo o domínio próprio, é pecado que precisa ser confessado para ser perdoado. Mas somos sujeitos a isso. Eu sou sujeito a isso e já cometi esse erro algumas vezes, até já aqui mesmo em Muqui. E ainda que às vezes a gente seja louvado por essa atitude, quando a atitude é contra alguém que está “merecendo”, é pecado que precisa ser confessado. “Meus queridos irmãos, nunca se vinguem de ninguém; pelo contrário, deixem que seja Deus quem dê o castigo. Pois as Escrituras Sagradas dizem: “Eu me vingarei, eu acertarei contas com eles, diz o Senhor.” É o que diz Paulo em Romanos 12:19, aqui na NTLH.

Ø  Então, somos sujeitos! A inclinação para errarmos esse alvo de Deus está impregnada em nós. “Miserável homem que sou, quem me livrará do corpo dessa morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 7.24 e 25)

Ø  E muita das vezes nós nos esquecemos de exercitar essas virtudes dentro da nossa própria casa. Muitos dos nossos problemas seriam resolvidos ou nem existiriam se apenas procurássemos entender o significado e o alcance dessas virtudes e intencionalmente as praticássemos dentro da nossa casa. Mas não pode ser uma prática unilateral, não pode, por exemplo, só a esposa praticar e o esposo não; tem que ser uma prática de todos, especialmente se todos na casa são crentes. Se não são todos crentes numa casa, então a responsabilidade e a luta do crente para ver a sua casa indo bem se torna um pouco maior.

Ø  Por isso, já que estamos no mês da família, resolvi extrair essas virtudes do contexto geral e trazê-las para “dentro de casa”.

Ø  Então vamos lá?

I.            AMOR

Ø  Há uma música cuja letra diz o seguinte (coloco só uma parte aqui):

Tudo é belo em derredor, com amor no lar;

Há beleza em cada flor, com amor no lar.

Este amor promove paz, toda mágoa e dor desfaz;

Luz, saúde e gozo, traz sempre o amor no lar.

Na choupana há prazer, com amor no lar;

Ódio e mal não pode haver, com amor no lar.

Cada rosa em seu matiz, vozes de aves tão gentis,

Tudo faz-se mais feliz, com amor no lar.

Com amor, com amor, não há dor, não há pesar, com amor no lar.

Ø  É verdade!

Ø  William Barclay disse muito bem quando falou sobre o amor, o amor ágape, que é o do nosso texto, que ele é o espírito no coração do homem que nunca procurará outra coisa senão o sumo bem do seu próximo, sem se importar com a natureza do seu próximo e nem mesmo com o tratamento que recebe dele.

Ø  Há uma história muito bonita, contada como fato acontecido, que já contei em outras ocasiões para os irmãos, mas que cabe muito bem aqui. A história se passa num acampamento de meninos de uma igreja, e foi contada por um dos conselheiros naquele acampamento. Ele diz:

Um dos meninos que estava no acampamento tinha sido vítima de paralisia cerebral, e os outros meninos se divertiam com ele, imitando os seus gestos descontrolados e, de maneira geral, tornando a vida dele uma miséria. Um dos meninos deveria fazer um breve sermão na última noite do acampamento, e os colegas resolveram que o candidato certo para o trabalho era o menino com paralisia cerebral. Eles se divertiriam enquanto ele lutasse por expressar-se. Portanto, o pobre menino seria a “diversão”, o “espetáculo” daquela noite. Os risos já se tinham espalhado por toda a jovem audiência quando o menino subiu ao púlpito. Ele conseguiu gaguejar o seu sermão bem simples dizendo que tinha três coisas para compartilhar: 1) A Primeira é que ele sabia que Deus o amava; 2) A Segunda era que ele sabia que Deus amava a todos eles; 3) Portanto, a Terceira coisa, segundo ele assegurou aos outros meninos, era que ele próprio os amava...”

Ø  Esse é o amor ágape, fruto do Espírito, que não procura outra coisa senão o sumo bem do seu próximo. E não tem ninguém neste mundo que seja mais próximo de nós do que as pessoas da nossa casa. Então, esse amor tem que entrar e “aromatizar” a casa inteira, transformando-a num verdadeiro lar.

Ø  Me permitam contar outra história. Essa é apenas ilustrativa, mas expressa uma grande verdade:

Uma mulher saiu de sua casa e viu três homens com longas barbas brancas, sentados em frente ao quintal dela. Ela não os reconheceu. Ela disse: - "Acho que não os conheço, mas devem estar com fome. Por favor, entrem e comam algo. - O homem da casa está? - Perguntaram. - Não, ela disse, está fora. - Então não podemos entrar" - eles responderam. À noite quando o marido chegou, ela contou-lhe o que aconteceu. - "Vá diga que estou em casa e convide-os a entrar". A mulher saiu e convidou-os a entrar. - "Não podemos entrar juntos". Responderam. - "Por que isto?" - ela quis saber. Um dos velhos explicou-lhe: - "Seu nome é Fartura" - ele disse apontando um dos seus amigos e, mostrando o outro, falou: - "Ele é o Sucesso e eu sou o Amor". E completou: - "Agora vá e discuta com o seu marido qual de nós você quer em sua casa". A mulher entrou e falou ao marido o que foi dito. Ele ficou arrebatado e disse: - "Que bom!" Ele disse: - "Neste caso, vamos convidar Fartura. Deixe-o vir e encher nossa casa de fartura". A esposa discordou: - "Meu querido, por que não convidamos o Sucesso?" A cunhada ouvia do outro canto da casa. Ela apresentou sua sugestão: - "Não seria melhor convidar o Amor? Nossa casa então estará cheia de amor". - "Atentemos pelo conselho da cunhada" - disse o marido para a esposa. - "Vá lá fora e chame o Amor para ser nosso convidado". A mulher saiu e perguntou aos três homens: - "Qual de vocês é o amor? Por favor, entre e seja nosso convidado". O Amor levantou-se e seguiu em direção à casa. Os outros dois levantaram-se e seguiram-no. Surpresa a senhora perguntou-lhes: - "Apenas convidei o Amor, por que vocês entraram?" Os velhos homens responderam juntos: - "Se você convidasse o Fartura ou o Sucesso, os outros dois esperariam aqui fora, mas se você convidar o Amor, onde ele for iremos com ele". Onde há amor, há também fartura e sucesso!!!

Ø  Se você não convidou ainda o amor para entrar na sua casa, faça isso. Você será muitíssimo abençoado.

Ø  Mas talvez o amor já tenha sido convidado um dia; porém, agora, está meio “abandonado”, “deixado de lado”. Dê atenção a ele; ajude-o a se levantar, a reviver e abençoar a sua casa.

II.         ALEGRIA

Ø  Alegria, quem não quer?

Ø  A alegria é algo de muito valor em qualquer lugar, em qualquer ambiente, mui especialmente numa casa, num lar.

Ø  Quando nós refletimos há algum tempo atrás aqui na igreja sobre o fruto do Espírito, eu comparei a vida cristã a um delicioso bolo. Hoje eu quero comparar a vida em família a esse bolo. Como se faz um bolo? O que é que se usa para fazer um bolo? Eu não sei fazer bolo, mas sei que se usa diversos ingredientes, todos eles importantes e necessários. Não pode faltar nenhum. Pois a vida em família também é feita de muitos ingredientes, todos eles importantíssimos, não pode faltar nenhum, e a alegria é um desses ingredientes. Sem alegria a vida em família não é vida em família do jeito que deve ser. Então, leve alegria para dentro da sua casa.

Ø  Agora, é claro que eu sei que todos nós passamos por “altos e baixos”; todos temos as nossas “fases”. Como manter a alegria no lar (e na vida) quando a “fase” não é das melhores?

Ø  Bem, aqui tenho que dizer que essa não é uma tarefa fácil, mas é bem mais difícil para aqueles que não têm um relacionamento com Deus pela fé.

Ø  Digo isso porque a alegria de que falo aqui não é a alegria natural, nem a alegria que o mundo e as circunstâncias boas proporcionam.

Ø  A alegria de que falo aqui é a alegria que é fruto do Espírito (tenha em mente o nosso texto)

Ø  A alegria de que falo aqui é aquela alegria que Paulo, mesmo estando preso por causa do evangelho, tinha e nos orienta a ter. É a alegria “no Senhor”. “Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez vos digo: regozijai-vos” (Filipenses 4:4)

Ø  Charles Swindoll, no livro “JÓ – um homem de paciência heroica”, a certa altura discorre sobre lições aprendidas em um contexto de dor. E as lições tem a ver com a nossa esperança e segurança em Deus. É preciso ter esperança e segurança em Deus para suportarmos e mantermos a alegria nos momentos de dor. É preciso saber para onde estamos indo; hoje podemos estar aqui, até emaranhados em um contexto de dificuldade e dor, mas se temos esperança e segurança em Deus e sabemos para onde estamos indo, é mais fácil manter a alegria.

Ø  Conta-se que o mundialmente famoso Albert Einstein, uma certa ocasião estava viajando de trem. Provavelmente para algum lugar onde iria cumprir um compromisso e com passagens compradas por quem o convidara. O condutor aproximou-se para pegar os bilhetes. Einstein começou a procurar nos bolsos sem conseguir encontrar. A essa altura o condutor percebeu que se tratava de Albert Einstein, e lhe disse:

– Oh, Dr. Einstein, não se preocupe. Sei quem o senhor é... eu confio no senhor. Não precisa mostrar seu bilhete. – e continuou fazendo a ronda.

Alguns minutos depois o condutor retornava com os bolsos cheios de bilhetes, e notou que Einstein estava no chão, procurando debaixo dos assentos o bilhete perdido. Então ele se inclinou e sussurrou:

– Não, por favor, levante-se. Não tem problema. Nós confiamos no senhor. Não é preciso mostrar o seu bilhete.

Nesse ponto Einstein olhou para cima e disse:

– Meu jovem, não é questão de confiança, mas de direção. Estou procurando meu bilhete porque não sei para onde estou indo. 

Ø  E você? Você sabe para onde está indo?

Ø  Se você não sabe, ou se sabe e sabe que não é pra um lugar muito bom, eu o convido a render-se a Jesus hoje e saber pra onde vai na eternidade, e saber que é um bom lugar.

Ø  E se você sabe, Pr. Walmir, e se você sabe, meu irmão, então alegre-se! Se você tem esperança e segurança em Deus por intermédio de Jesus e sabe para onde está indo, alegre-se! Se não consegue se alegrar porque como Davi, por causa de algum pecado perdeu a alegria da certeza da salvação, faça como o mesmo Davi, reconheça seu pecado, arrependa-se, confesse a Deus e peça a Ele para restaurar a sua alegria da certeza da salvação. E uma vez perdoado, uma vez restaurada a sua alegria da certeza da salvação, alegre-se em Deus. Nos momentos fáceis da vida, alegre-se em Deus; nos momentos difíceis da vida, apegue-se a Deus e alegre-se Nele; na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, alegre-se em Deus; e leve essa alegria para dentro da sua casa. Reúna seus familiares e alegrem-se juntos em Deus. Cooperem uns com os outros na promoção dessa alegria, orem juntos e uns pelos outros, faça a sua parte, cumpra o seu papel, para que essa alegria aconteça. E se ela já morreu, lembre-se que Jesus tem poder para ressuscitar os mortos – fale com ele, mas não permita que a tristeza, a amargura tome conta do seu coração e do seu lar. “Que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.” (Hebreus 12:15 RC)

III.       PAZ

Ø  Faça do seu lar um ambiente de paz. Não de guerra, não de discórdia, não de desarmonia, mas de paz.

Ø  Obviamente, quando falamos assim, nossa mente se volta para o relacionamento interpessoal, no caso, o relacionamento interpessoal entre as pessoas da família.

Ø  Mas, para que essa paz seja uma realidade duradoura, bem arraigada, bem edificada em nossas casas, podemos considerar que outros dois “tipos” de paz devem acontecer primeiramente:

1)    A paz entre mim/você e Deus – Essa paz é estabelecida quando, pela fé, somos, em Cristo justificados, como lemos em Romanos 5:1: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”. Removida foi, então, a inimizade entre nós e Deus por causa do pecado e a paz foi estabelecida.

2)    E a essa paz entre nós e Deus segue-se a paz interna, aquela paz sobre a qual lemos aqui em Gálatas 5:22 e também em Filipenses 4:7, que vem de Deus, que é fruto do Espírito, que é independente das circunstâncias, que excede todo o entendimento e que guarda o nosso coração e a nossa mente, isto é, os nossos sentimentos e a nossa razão.

Ø  E uma vez que há esses dois tipos de paz em nós, então a paz “entre nós”, pessoas humanas em geral e mais especificamente, pessoas de uma mesma família, é uma paz mais robusta, mais duradoura, mais estável, que não se abala por qualquer motivo banal.

Ø  Uma das coisas que estragam a paz, a harmonia dentro dos nossos lares, é não manter o nosso “burrinho emocional” desativado.

Ø  “Burrinho emocional” é um “empréstimo” que faço de um escrito do Pr. Josué Gonçalves. Não sei se era nisso que o Pr. Josué estava pensando, mas o “burrinho” é um instrumento, uma espécie de bomba de aspirar líquidos. No caso aqui ele aspira não líquidos, mas emoções negativas. Esse burrinho emocional precisa ser desativado para facilitar a paz em nossos lares.

Ø  Em Efésios 4.31 e 32 lemos: “Longe de vós toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia, e bem assim toda a malícia”

Ø  Quantas atitudes emocionais ruins. “Longe de vós”, diz Paulo, essas atitudes.

Ø  Mas quando o “burrinho emocional” não está desativado, com muita facilidade ele as traz à tona e detona a paz no lar.

Ø  O Pr. Josué Gonçalves propõe uma forma de manter esse “burrinho” desativado. Ele diz assim:

Todos nós temos um burrinho emocional que precisa ser mantido desativado. Eu vou citar aqui uma relação de sentimentos negativos que podem ser evidências de que o burrinho emocional está ativado. Faça uma a, autoavaliação. O texto a seguir está inserido na carta aos Efésios: “Longe de vós toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia, e bem assim toda a malícia” (Efésios 4.31-32). Não é difícil manter o burrinho emocional desativado. Faça esse exercício a partir de hoje: nunca responda com base no que você está sentindo, mas, sim, em princípios. Dependendo do momento, se você responde com base no que está sentindo, faz bobagem, diz besteira, ofende, machuca, destrói, perde muito. Não seja apenas inteligente, seja sábio. Os sábios têm as rédeas das suas emoções nas mãos, por isso pensam antes de responder e respondem com sabedoria. Após ouvir, responda, tendo como base de seu argumento, princípios e não sentimentos.

A bíblia adverte: “Enganoso é o coração, e perverso e corrupto; quem o conhecerá?” (Jr. 17.9). na maioria dos casos, as emoções são péssimas condutoras de ideias; se você se guiar pelos sentimentos pode cometer erros, ofendendo, machucando, abrindo chagas, destruindo caminhos de inter-relacionamentos antes abertos, fechar canais de comunicação, lançar raízes de amargura e de mágoas que, com toda certeza, darão mais trabalho para serem removidas.

A bíblia diz: “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo” (Pv. 25.11). Lembre-se: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv. 15.1), ou seja, ativa o “burrinho emocional”. Cuidado!

Ø  Termino essa parte com uma história e a aplicação da mesma (história e aplicação no livro do Pr. Josué, acima citado):

Num quarto modesto, o doente grave pedia silêncio. Mas a velha porta rangia nas dobradiças cada vez que alguém a abria ou fechava. Com a passagem do médico a porta rangia, nas idas e vindas do enfermeiro a porta rangia, nas visitas dos familiares e amigos a porta rangia. Mas depois de algum tempo de incômodo, alguém veio e colocou algumas gotas de óleo lubrificante nas dobradiças e a porta silenciou.

A lição é singela, mas muito expressiva. Em muitas ocasiões há tumulto dentro de nossos lares. São as dobradiças das relações fazendo barulho inconveniente. São problemas complexos, conflitos, inquietações, abalos... Entretanto, na maioria dos casos, nós podemos apresentar a cooperação definitiva para a extinção das discórdias. Basta que lembremos do recurso infalível de colocar algumas gotas de compreensão para que toda a situação se transforme.

·   Algumas gotas de perdão acabam de imediato com o chiado das discussões mais calorosas;

·   Gotas de paciência no momento oportuno podem evitar grandes dissabores;

· Gotas de carinho penetram as barreiras mais sólidas e produzem efeitos duradouros e salutares;

·   Gotas de solidariedade e fraternidade podem conter uma guerra de muitos anos;

·  É com gotas de amor que as mães dedicadas abrem as portas mais emperradas dos corações confiados à sua guarda;

·  São gotas de puro afeto que penetram e dulcificam as almas ressecadas de esposas e esposos, ajudando-os na manutenção da convivência duradoura;

·   Gotas de afeição são suficientes para lubrificar as engrenagens e evitar os ruídos estridentes da discórdia e da intolerância.

Ø  Leve a paz para dentro de sua casa; expulse de lá todo tipo de guerra entre os membros da família.

IV.       PACIÊNCIA

Ø  A palavra é “Makrothumia”. E Makrothumia é longanimidade (ânimo longo), tolerância, constância, firmeza, perseverança ou PACIÊNCIA (o termo que estamos usando aqui). Quem tem Makrothumia muito dificilmente perde totalmente a paciência para com as pessoas e nem a esperança para com elas.

Ø  Deus é muito paciente/longânimo para conosco.

o   Em 1 Pedro 3.20 lemos da longanimidade/paciência de Deus para com as pessoas de antes do dilúvio. O mundo de então, incluindo aquelas pessoas que estavam acumulando pecado sobre pecado, foi destruído pelas águas, mas não antes de Deus exercer muita longanimidade/paciência.

o   Em 2 Pedro 3 lemos sobre a vinda do Senhor. Os céus e a terra que agora existem se guardam para o fogo até o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios; o Dia do Senhor virá e nesse dia os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão, diz Pedro, obviamente inspirado pelo Espírito Santo, até pelo fato de que ele não tinha condição de naquela época sequer imaginar uma coisa assim. Mas nós não aguardamos essas coisas, diz Pedro, nós aguardamos novos céus e nova terra em que habita a justiça, porque fomos salvos por Jesus. Sendo assim, continua Pedro, devemos viver de forma tal que por ele sejamos achados imaculados, irrepreensíveis e em paz, reconhecendo que nossa salvação é proveniente da LONGANIMIDADE / PACIÊNCIA de Deus.

o   Agora veja Timóteo 1.15-16. Paulo diz que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores; declara-se o principal dos pecadores; e diz que por isso ele alcançou misericórdia, para que nele, o principal dos pecadores, Jesus Cristo mostrasse toda a sua LONGANIMIDADE/PACIÊNCIA. Ora, com toda certeza essa palavra de Paulo se aplica a mim também... e a você.

Ø  Então, Deus foi e continua sendo muito paciente para conosco. Quantos pecados ele já nos perdoou? Não sei! Mas posso responder dizendo: TODOS ELES.

Ø  Sendo assim, nós também devemos ser “de ânimo longo”, “pacientes” para com todos – lembre aí de alguém difícil – seja paciente; ore para que Deus “estique” a sua paciência.

Ø  Mas especialmente para com “os da nossa casa” precisamos ser pacientes. É uma boa e necessária virtude para levarmos para dentro de nossa casa, especialmente depois que a família cresce e já não é mais apenas o casal, mas também os filhos (e às vezes a sogra), porque, conforme bem diz William Barclay:

o   A paciência é a base do perdão – é o espírito que faz o homem adiar a sua ira, e recusar-se a irar já é meio caminho andado para o perdão.

o   A paciência é a base da humildade, porque é a virtude que impede o homem (ou a mulher) de colocar-se no centro do quadro e fazer dos seus sentimentos o padrão para tudo.

o  A paciência é o alicerce da comunhão. Conforme lemos em Provérbios 15.18, “O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo (o que tem paciência) apaziguará a luta”. O homem que sempre está com o dedo no gatilho de sua ira destrói a amizade e a comunhão; mas o homem cujo gênio está sob controle solidifica a comunhão e não deixa surgir a contenda.

o  A paciência é a base de todos os relacionamentos pessoais – conforme Moffatt traduz provérbios 25.15: “o homem irado é apaziguado pela longanimidade (paciência)”. A paciência sempre suaviza e nunca agrava as questões. Recusa-se a permitir uma falha entre os relacionamentos pessoais e faz um grande esforço para saná-la quando ela surge.

o  A paciência é a base de toda sabedoria verdadeira. Assim lemos em Provérbios 14.29: “o longânimo é grande em entendimento, mas o de ânimo precipitado exalta a loucura”. Um ditado judaico diz que o homem irritadiço (impaciente) não pode ensinar; e é verdade também que ele não pode aprender. A primeira necessidade da aprendizagem é a paciência.

o   A paciência é base de alegria perpétua. Conforme diz Bem Siraque: “a paixão do ímpio não será justificada, porque o ímpeto de sua cólera é a sua ruína. O paciente resistirá até o momento oportuno, mas depois a alegria brotará para ele”. Então, o homem impetuoso, impaciente, destrói a sua própria felicidade e também a dos outros; mas o homem de gênio sereno, paciente, traz a felicidade para si mesmo e para todos com os quais entra em contato.

o A paciência é a base de todo o poder legítimo. Provérbios 16.32 diz que “é melhor o longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade”. O homem que pode dominar a si mesmo é o homem que pode governar os outros.

Ø  Então, na sua casa, tenha paciência, muita paciência (até porque Deus teve e tem muita paciência com você) – com seu cônjuge tenha paciência, com seus filhos, com seus pais, e com outros familiares que convivam ou venham a conviver com você em sua casa.

Ø  Veja bem, não estou dizendo que é pra você “deixar pra lá” toda e qualquer coisa, mas para tratar com paciência, com “ânimo longo”.

Ø  Vamos adiante:

V.         BENIGNIDADE E BONDADE

Ø  Na versão da bíblia que usamos para ler o texto base a primeira palavra é delicadeza. Na sua bíblia, se você é da PIB Muqui, onde usamos uma versão mais tradicional das Escrituras, muito provavelmente, não está a palavra delicadeza, e sim a palavra benignidade. Mas na NTLH a palavra é “delicadeza”, e não está errado, porque a palavra no original tem o sentido de ternura e gentileza. Plummer, citado por William Barclay, comentando essa palavra em um outro texto bíblico, diz que ela, nos homens (seres humanos), é “a gentileza simpática ou doçura de gênio que deixa os outros à vontade e recua diante da ideia de provocar dor” (de qualquer tipo).

Ø  E “bondade” é uma palavra muito parecida com a anterior. Não são exatamente sinônimas as duas palavras, mas uma complementa a outra, são “gêmeas”, são intercambiáveis.

Ø  Podemos dizer que a benignidade é uma condição do coração e a bondade é a prática da benignidade, ou “a benignidade em ação”. Bondade é a generosidade que brota do coração benigno.

Ø  Deus é benigno e é bondoso para conosco.

o   No Salmo 145.8 e 9 lemos: “Piedoso e benigno é o Senhor, sofredor (isto é, tardio em irar-se, paciente) e de grande misericórdia. O Senhor é bom para todos e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras”.

o   Em Jeremias 3 o povo rebelde de Israel e Judá é exortado a se arrepender; e se houvesse esse arrependimento, apesar da grande rebeldia, veja o que o Senhor iria fazer: “não farei cair a minha ira sobre vós” ... “vos desposarei e vos tomarei... e vos levarei a Sião” ... “vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com inteligência”... “naquele tempo chamarão Jerusalém de trono do Senhor”... Por que Deus agiria assim? Ele responde: “porque benigno (compassivo, bondoso, piedoso) sou”.

o   Em Lucas 6.35, no sermão da montanha, Jesus orientou: “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei o bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus.” (Lucas 6:35 RC)

Ø  Sendo assim, nós também devemos ser benignos e bondosos para com todos. E mais especificamente, precisamos ser benignos e bondosos em nossa casa, para com os nossos familiares.

Ø  Então, deixe a benignidade/delicadeza e a bondade impregnarem o ambiente da sua casa. Seja cuidadoso(a) no trato para com os seus filhos, seja cuidadoso(a) no trato com o seu cônjuge, seja cuidadoso(a) com as palavras que você vai dizer, seja cuidadoso(a) em como vai dizer essas palavras.

VI.       FIDELIDADE

Ø  A palavra original utilizada no versículo, para esta sétima virtude pode ser traduzida tanto por fé quanto por fidelidade.

Ø  A razão de o Espírito orientar Paulo na utilização desta palavra talvez esteja no fato de que fé, a verdadeira fé, não é uma simples crença, não é um simples acreditar. A crença simples é passiva, ao passo que a fé é ativa, leva a atos de fidelidade a Deus. No dizer de Edith Hamilton, “é uma visão que inevitavelmente passa à ação”.

Ø  Porém, apesar de a palavra original poder ser traduzida tanto por fé quanto por fidelidade, o melhor sentido aqui é o de fidelidade. E aí você pode perguntar: “por que?”. E a resposta não é muito complicada de se dar; na verdade é até bem simples. Barclay explica dizendo que a fé que é confiança, entrega e obediência totais no que diz respeito a Jesus Cristo, é uma virtude teológica, isto é, tem a ver com a nossa crença em Deus; mas as virtudes alistadas no fruto do Espírito são virtudes éticas e não teológicas, isto é, são virtudes que tem a ver com aquilo que praticamos em decorrência da fé que temos.

Ø  Então, a pessoa em cuja vida o fruto do Espírito está em pleno desenvolvimento, é uma pessoa fiel, cumpridora de suas obrigações ou compromissos, que incluem as obrigações para com Deus, mas também as obrigações sociais e interpessoais.

Ø  No que respeita às obrigações para com Deus, o fiel:

a.   É observador da Palavra de Deus – ouve e cumpre. É assim com você? Jesus disse que tem que ser. Quando ele disse isso? Em Mateus 7, no final do sermão da montanha quando ele compara com uma casa construída sobre a areia, que cai facilmente, aquele que ouve a sua palavra, mas não a põe em prática, e com uma casa construída sobre a rocha, que não cai, aquele que ouve a sua palavra e a põe em prática. Então eu desafio você hoje a ser um observador da Palavra de Deus, um estudioso e praticante da palavra; a construir a sua vida cristã com esse material resistente, de forma que ela não se desmorone quando a intempérie vier. Você aceita esse desafio? Fala aí pra Jesus e peça pra ele te ajudar.

b.    É envolvido com a obra de Deus; é sal fora do saleiro, é profeta de Deus para esta geração. Eu ouvia na manhã de quarta-feira, 25/05/2022, um sermão do Pr. Paschoal Piragine. Uma hora de sermão. E ele falava exatamente sobre isso, sobre sermos sal fora do saleiro, profetas para esta geração, “abençoados abençoadores”, mesmo num contexto de dificuldades, como o dá perseguição por exemplo. E o sal:

                                  i.    Dá sabor e realça o sabor – Não só dá sabor, mas realça o sabor que às vezes não é perfeitamente sentido quando não há sal. Quanta gente infeliz neste mundo, quanta gente infeliz na nossa cidade e às vezes até na nossa família, quanta gente vivendo uma vida sem sentido, sem sabor. Você é o “sal da terra”; você, através do evangelho vivido e pregado por você, pode dar sabor e realçar o sabor da vida dessas pessoas, faze-las descobrir o verdadeiro sabor da vida.

                                ii.    Cura – O sal foi um dos primeiros antissépticos da história da humanidade. Assim é você também, o sal que leva cura para a vida das pessoas, através do evangelho vivido e pregado por você. Mas prestemos atenção numa coisa: quando a gente põe sal numa ferida aberta, dói; assim também, quando nós encarnamos a missão de ser sal, o sal que leva cura espiritual para a vida das pessoas, a princípio pode doer, elas podem não querer, não gostar e reagir, e muitas delas vão nos odiar e não nos amar. Há pecados (enfermidade espiritual) em nossa sociedade dos quais muitos não só gostam como têm orgulho deles e lutam para que sejam institucionalizados; e são pecados contra os quais nós pregamos, e já somos e seremos cada vez mais odiados por essa causa. Mas temos que continuar sendo o sal que leva a cura, e se uma pessoa, mesmo que seja apenas uma, for curada, já valeu a pena.

                               iii.    Preserva – Antigamente não tinha geladeira e o sal era utilizado para preservar alimentos, especialmente carnes e peixes. E ainda hoje o é, mesmo com toda a tecnologia que temos. Somos esse sal que preserva e precisamos “sair do saleiro” e viver intencionalmente com seriedade a nossa vida cristã e sermos profetas para esta geração, para dar sabor, curar, mas também preservar a sociedade para que ela não se deteriore cada vez mais em sua podridão. Pessoas avivadas, verdadeiramente transformadas e que vivem com seriedade a sua vida cristã transformam a sociedade ao seu redor. Segundo o Pr. Paschoal Piragine, no avivamento no país de Gales, há muitos anos atrás, por volta de 1904, a sociedade foi tão transformada devido às milhares e milhares de conversões, que bares foram fechados, a criminalidade diminui significativamente e foi assim que surgiram os quartetos, porque os policiais, com quase nada por fazer, ficavam cantando nas esquinas das ruas. É possível que isso aconteça entre nós? É possível não vermos mais tantos bêbados na praça e nas ruas de nossa cidade, tanta droga sendo comercializada e usada, tanta invocação do mal, tanta imoralidade e tantas outras práticas pecaminosas? Sim! É possível! Mas para isso é preciso que aqueles que servem a Deus em nossa cidade, sejam sal, o sal que dá sabor, que cura e que preserva, mas “fora do saleiro”, é preciso que sejamos verdadeiros “profetas para esta geração”, que entremos de corpo e alma na missão que Deus nos delegou, porque quando nós fazemos isso o poder de Deus se revela.

                               iv.    Permeia – invisível, mas sempre perceptível. Você não pode ser sal, servo de Deus, profeta de Deus, apenas dentro da sua casa ou dentro da sua igreja. Onde você estiver você precisa ser sal. Sal em casa, sal na igreja, sal no ambiente de estudo (escola, universidade), sal no local de trabalho, sal na fila do banco, sal na sala de espera do hospital ou consultório médico... sal onde você estiver.

Então, o fiel é envolvido com a obra de Deus; é sal que dá sabor, que cura, que preserva e que permeia. Mas sal fora do saleiro, profeta de Deus “solto” na sociedade em que vive.

E preste atenção! É Jesus quem diz! Se o sal perde a sua propriedade de sal, para que ele serve? ...

Então, seja fiel envolvendo-se na obra do Senhor. Sintamo-nos desafiados a isso hoje. Ore muito por um avivamento pessoal na sua vida e na vida da igreja. Primeiro na sua vida e depois na vida de todos os seus irmãos em Cristo

Vamos adiante. O fiel...

c.    É parecido com Jesus (fidelidade significa também “semelhança entre o original e a cópia”). E como Jesus é? Estou certo de que você sabe, mas se não, leia os evangelhos; leia o novo testamento inteiro com bastante atenção. E se faça acompanhar sempre da pergunta “o que Jesus faria?” Essa pergunta ficou famosa depois que Charles Sheldon publicou, em 1896, o livro “Em Seus Passos o Que Faria Jesus?”, onde narra as profundas mudanças ocorridas quando um pastor desafia sua comunidade a praticar a fé em Jesus Cristo. À medida que aceita o desafio, coisas incríveis acontecem em sua vida e na vida dos que o rodeiam. A pergunta “o que Jesus faria em meu lugar” passa a orientar todas as ações desse grupo, causando uma reviravolta sem precedentes. Boa pergunta pra fazermos sempre em todas as circunstâncias da vida.

d.    Procura não ser motivo de escândalo, isto é, procura não proceder, por palavra ou ação, de forma que cause constrangimento, vexação ao evangelho e à igreja, e, consequentemente, afastamento das pessoas.

Ø  E no que respeita às obrigações sociais e interpessoais, o fiel respeita as leis, não se deixa corromper, é honesto e é leal, e essa lealdade inclui a lealdade à família: cônjuge, filhos, pais...

Ø  Leve essa fidelidade para dentro de sua casa. Fiel a Deus e fiel à sua família.

VII.     MANSIDÃO / HUMILDADE

Ø  Chegamos à oitava virtude (lembre-se que juntamos duas no ponto anterior) que devemos levar para dentro do nosso lar.

Ø  É mansidão, proveniente de um termo também traduzido por “humildade”, conforme a versão NTLH. Na língua portuguesa são palavras diferentes, mas estão interligadas, pois não existe mansidão sem humildade. Foi João Calvino quem disse que “será inútil ensinar a mansidão, a menos que tenhamos iniciado com a humildade”.

Ø  Em que consiste a mansidão?

Ø  A mansidão consiste em uma entrega da nossa vontade a Deus

Ø  E quando fazemos isto, então não resta mais lugar para espírito de revolta e ressentimento com as circunstâncias e pessoas. (enfatizar bem isso)

Ø  Mas observem que essa atitude de não revolta e de não ressentimento,

a.    não é porque o crente seja tolo,

b.    não é porque o crente seja bobo,

c.    ou até porque não sinta nem um pouquinho de vontade de reagir assim.

d.    O fato é que ele não é mais o dono de sua vontade, pois a entregou a Deus.

Ø  E quando submetemos a nossa vontade a Deus, submissos a Ele ficam também

a.    os nossos direitos,

b.    as nossas causas,

c.    os nossos interesses pessoais,

d.    as nossas reivindicações...

e.    ... tudo!

f.     Tudo passa a ocupar um plano inferior em nossas vidas em relação a Deus e à Sua vontade soberana.

g.    Estas coisas, estas causas, até poderão e creio que estarão sempre presentes nas vidas dos crentes, mas sempre obedecendo os limites estabelecido por Deus, sempre submissas à Sua vontade.

Ø  E não tem como exercitar essa mansidão sem humildade.

Ø  Então, humildade que leva à mansidão, à submissão de nossa vontade pessoal a Deus; virtude que precisa estar presente em nossas vidas como servos de Deus em todos os ambientes, e principalmente no ambiente do lar.

VIII.  DOMÍNIO PRÓPRIO

Ø  Domínio próprio é o domínio de nós mesmos, o que impede que sejamos levados ao léu pelos desejos e impulsos diversos. Aliás, achei interessante a tradução de Barclay para o termo grego egkrateia, traduzido em nossas bíblias por temperança ou domínio próprio. Barclay assim traduz: “a vitória sobre o desejo”.

Ø  Então, temperança ou domínio próprio é “por freio em nós mesmos”.

Ø  E sobre o que devemos ter domínio próprio? Ora, sobre tudo. Cito alguns exemplos que são gerais mas se encaixam perfeitamente na vida em família:

a.    Devemos ter domínio próprio sobre nossa língua.

                                  i.    Pra não falarmos o que não devemos

1.    Sobre a vida dos outros aquilo que apenas vai prejudica-los;

2.    Mentiras;

3.    Palavrões;

4.    Palavras depreciativas

                                ii.    Pra não falarmos “como” não devemos e na hora que não devemos;

1.    Às vezes o que a gente fala é verdade e até deve ser falado, mas dependendo de “como” a gente fala e “da hora” em que a gente fala, seria melhor se ficássemos calados.

                               iii.    Pra falarmos, quando as palavras são uma “chamada de atenção”, sem extrapolar um limite razoável, porque às vezes a gente “fala”, e “fala” e “fala” e vai falando “toda vida” – dentro de casa isso é mais comum e eu sou um dos que precisam de domínio próprio nessa área.

                               iv.    Pra falarmos aquilo que tem virtude e que vai edificar a nossa vida e a vida dos outros.

1.    Em Filipenses 4.8 somos orientados: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” – Paulo fala aqui sobre o nosso pensamento. Mas se até o nosso pensamento deve ser ocupado por coisas virtuosas como essas, o que dizer então da nossa fala?

b.    Devemos ter domínio próprio sobre nosso “temperamento”.

c.    Devemos ter domínio próprio sobre o tempo que passamos nas “distrações” e “com o que” estamos nos distraindo – redes sociais, filmes – se não, não sobra tempo pra família, pra oração, pra leitura da bíblia

d.    Devemos ter domínio próprio sobre nosso ânimo – o desânimo às vezes toma conta de nós, mas devemos dominá-lo pra dar atenção à nossa família, à nossa igreja, às “coisas de Deus”...

Ø  Chega de exemplos. Domínio próprio é uma importante virtude do Fruto do Espírito que devemos levar para a nossa vida em todos os contextos, incluindo o contexto familiar.

CONCLUSÃO

Ø  No seu lar cultivem o amor – trabalhem nisso todos vocês;

Ø  No seu lar cultivem a alegria – esforcem-se por isso;

Ø  Façam do seu lar um ambiente de paz – dá um pouco de trabalha, mas trabalhem nisso;

Ø  Tenha paciência com seus familiares;

Ø  Seja benigno(a) e bondoso(a) para com eles;

Ø  Seja fiel;

Ø  Seja humilde;

Ø  E domine seus impulsos, aqueles que só vão levar mal estar e não bem estar para dentro de sua casa.

Ø  Que Deus abençoe a sua casa.

 

FONTES DE CONSULTA:

 

1)    As Obras da Carne e o Fruto do Espírito – William Barclay

2)    23 Atitudes Para Revolucionar Seu Casamento – Pr. Josué Gonçalves

3)    Dicionário Michaelis online

4)    Jó: um homem de paciência heroica – Charles Swindoll

5)    O Novo Dicionário da Bíblia – J. D. Douglas

6)    O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo – R. N. Champlin

7)    Sermão do Pr. Paschoal Piragine: Missão Profética – https://youtu.be/dz6ThWlYpZs


É já a última hora

  É JÁ A ÚLTIMA HORA   “Filhinhos, é já a última hora...” (1 João 2.18)   Ø   “Última hora”, que é isso? Ø   Última hora é uma man...