sábado, 23 de fevereiro de 2019

ADORAÇÃO


ADORAÇÃO

 

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:23-24 RC)

 

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:1-2 RC)

 

1.    Quero pensar com os irmãos hoje sobre o tema adoração.

2.    Há muitas músicas que falam sobre esse tema, mas uma em particular me veio à mente e vou citá-la. Mas desde já deixe-me esclarecer que vou citá-la não para criticar. Pelo menos não de forma depreciativa e talvez uma pequena crítica de forma instrutiva. Na verdade, eu até gosto da música e até gosto de ver os jovens alegres cantando-a.

3.    A música é a seguinte:

 

DIANTE DE TI

 

Vem, Senhor, encher este lugar

Vem, Senhor, encher este lugar

Com tua glória, com tua glória

Com tua glória, com tua glória

 

Fala-me, eu quero te ouvir

Toca-me, eu quero te sentir

Vem e abraça-me, vem e abraça-me

Vem e abraça-me, vem e abraça-me

 

Todo dia é dia de adorar ao Senhor

Eu conto os segundos só pra te encontrar

Quando estou em tua presença

 

Dá vontade de pular, dá vontade de dançar

Dá vontade de gritar, dá vontade de correr diante de ti

Dá vontade de pular, dá vontade de dançar

Dá vontade de gritar, dá vontade de correr

Dá vontade de pular, dá vontade de dançar

Hey yeah

 

Na tua presença, Senhor

Dá vontade de correr, de saltar de alegria

De te conhecer, Senhor

De erguer minhas mãos

E te adorar, e te adorar, Senhor

Dá vontade

 

Dá vontade de pular, dá vontade de dançar

Dá vontade de gritar, dá vontade de correr diante de ti

Dá vontade de pular, dá vontade de dançar

Dá vontade de gritar, dá vontade de correr

Dá vontade de pular, dá vontade de dançar

 

4.    Bem, é só isso. Parece que o autor, quando a compôs, estava num momento bem alegre, e disse que, diante do Senhor, para adorá-lo, a sua vontade é pular, dançar, correr... Em suma: extravasar toda sua alegria por ter um Deus tão bom, tão misericordioso, tão gracioso, tão abençoador.

5.    Ok! Tudo bem. Isso pode ser um ato de adoração.

6.    Talvez em outro momento, um momento mais contrito, não tão alegre, ele tenha composto alguma música dizendo pra Deus que sua atitude de adoração seria ficar quietinho diante dele, aconchegado em Seus braços amorosos, talvez até com algumas lágrimas nos olhos...

7.    Ok! Tudo bem também. Isso também pode ser um ato de adoração.

8.    Na verdade, adoração é algo muito mais amplo do que normalmente costumamos pensar.

9.    Então hoje quero tratar disso com os irmãos, tomando como base os nossos dois textos inicias, de João 4 e Romanos 12, e pensando brevemente sobre o que é adorar e no fato de que Deus procura verdadeiros adoradores, e também pensando e fazendo uma pequena observação sobre os nossos “serviços de culto” que fazemos como igreja aqui no templo.

10. Então vamos lá. Primeiro:

 

I.             O QUE É ADORAR?

 

1.   O que você faz quando quer saber o significado de uma palavra?

2.   Resposta simples: você consulta um dicionário.

3.   E é interessante que às vezes até para palavras que você já sabe o significado, consultar um bom dicionário pode ser de muita valia. Por exemplo, o termo “fidelidade”; nós sabemos o que significa, sabemos que ser fiel é ser leal, ser alguém que não trai o outro, etc. Mas daí a gente vai a um determinado dicionário e encontra lá esses significados de fidelidade que nós já temos normalmente em mente, mas também encontramos que fidelidade é “semelhança entre o original e a cópia ou a reprodução”, e aplicando isso ao nosso relacionamento com Cristo, temos uma luz um pouco maior: ser fiel é ser semelhante a Cristo; muito mais do que simplesmente ser obediente a algumas coisas que ele disse, eu devo ser semelhante a ele em tudo.

4.   Bem, no caso da adoração isso não acontece, mas mesmo assim vamos ao dicionário, nesse caso o Dicionário Bíblico Almeida – ADORAÇÃO = Culto, honra, reverência e homenagem prestados a poderes superiores, sejam seres humanos, anjos ou Deus.

5.   Está certo, não está? E são atitudes que podem e devem existir não apenas em momentos específicos de reuniões onde cantamos, lemos a bíblia, oramos e pregamos, mas que devem nos acompanhar em nosso dia a dia onde estivermos. Por exemplo, se nós nos comportamos com honestidade, incorruptibilidade, respeito, lealdade, evitando falas torpes e outras atitudes nobres mais, POR CAUSA DE DEUS, então o estamos honrando e reverenciando, e essa pode ser considerada uma atitude de adoração.

6.   Mas ainda quero oferecer outras considerações, de alguns outros cristãos:

 

  • “A adoração consiste de atos e atitudes que reverenciam e honram a majestade do grande Deus do céu e da Terra”

  • “A principal palavra para adoração no V.T. é SHACHAH (hxv), que quer dizer, literalmente, ‘abaixar-se’, ‘curvar-se’. Texto para exemplo: “Quando o empregado de Abraão ouviu essas palavras, ajoelhou-se, encostou o rosto no chão e adorou ao Deus Eterno.” (Gênesis 24:52 BLH)."

  •  "Há uma outra palavra que indica ‘trabalho, ou serviço prestado’. Texto-exemplo: “E o SENHOR se dará a conhecer ao Egito, e os egípcios conhecerão ao SENHOR, naquele dia; sim, eles o adorarão com sacrifícios e ofertas, e farão votos ao SENHOR, e os cumprirão.”(Isaías 19:21 RC)."

  • CHAMPLIN diz que adoração é o dobrar dos joelhos... Ajoelhar-se era sinal de humildade, de auto aviltamento e homenagem.

  • Já DOUGLAS ressalta que a ideia principal por trás do conceito de adoração é o serviço, expresso na palavra BHÔDÂ, que, literalmente, significa o trabalho realizado pelos empregados ou pelos escravos.

 

7.   Assim sendo, as várias maneiras de expressar o ato de adoração estão relacionados com a atitude de quem adora para com o Ser adorado, estando o primeiro (o adorador) numa posição de inferioridade em relação ao outro (o Ser adorado). O adorador faz algo físico para representar sua adoração (que é, na sua essência, algo espiritual), donde concluímos que a essência da adoração ... está no ‘fazer algo para Deus.

8.   Então, repetindo o que disse anteriormente, se nós nos comportamos com honestidade, incorruptibilidade, respeito, lealdade, evitando falas torpes e outras atitudes nobres mais, POR CAUSA DE DEUS, então o estamos honrando e reverenciando, e essa pode ser considerada uma atitude de adoração, mesmo que não estejamos em um momento em que a igreja está reunida dentro de um templo para cultuar.

9.   Adoração então, mais que um momento, deve ser um estilo de vida. Não se conformar ao mundo, não “surfar na onda do mundo”, rejeitar aquilo que o mundo oferece, mas que desonra a Deus, ser diferente do mundo naquilo que nele há e que não honra ao Deus a quem servimos. Essa deve ser a atitude normal de alguém que teme a Deus e que foi alcançado pela graça e que irá morar no céu sendo do céu, desde já, um cidadão. E essa atitude será já uma atitude de adoração durante a semana e culminará numa “explosão de adoração coletiva quando estivermos reunidos para culto no domingo”, “explosão” essa que, dependendo de nosso estado de espírito, poder ser “pra fora”, como na letra da música que citei no início, ou “pra dentro”, porque estou meio abatido e sem disposição pra cantar, pular e correr, mas adorando quietinho nos braços do Pai amoroso, cheio de confiança de que tudo o que acontece está sob Seu controle soberano.

10. Bem, tendo visto essa primeira parte, passemos agora à segunda, que é:

 

II.            DEUS PROCURA VERDADEIROS ADORADORES

 

1.   Deus procura verdadeiros adoradores! Adoradores que o adorem em espírito e em verdade!

2.   Não foi isso que Jesus disse à mulher samaritana diante de sua pergunta sobre qual era o monte certo para a adoração?

3.   Sim, foi isso que Jesus disse, e isso significa pelo menos duas coisas:

a.   Que existe adoração que não é verdadeira, e, portanto, vã.

b.   Que existe uma adoração que é verdadeira, aceita pelo Pai celestial.

4.   Vamos pensar um pouquinho sobre esses dois significados?

 

2.1.       Existe adoração vã

 

1.    Para nos ajudar a pensarmos sobre esta questão, leiamos dois trechos de Isaías:

 

  • Isaías 1.10-18:

 

“Ouvi a palavra do SENHOR, vós príncipes de Sodoma; prestai ouvidos à lei de nosso Deus, vós, ó povo de Gomorra. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais nédios; e não folgo com o sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu isso de vossas mãos, que viésseis pisar os meus átrios? Não tragais mais ofertas debalde; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, e os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade, nem mesmo o ajuntamento solene. As vossas Festas da Lua Nova, e as vossas solenidades, as aborrece a minha alma; me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos e cessai de fazer mal. Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. Vinde, então, e argui-me, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.” (RC)

 

  • Isaías 29.13:

 

“O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu...” (RA)

 

2.    Então veja o que temos nestes textos, as atitudes do povo em relação a Deus naquela ocasião:

a.    Aproximação com a boca e honra com os lábios – Ação exterior, que existia, até em abundância;

b.    Coração longe – A ação interior não existia

c.    Mandamentos que maquinalmente aprendeu – indica observação mecânica (ritual, rotineira, feita sem pensar, automática) das formas e cerimônias da religião. Mas a adoração a Deus é pessoal, ainda que possa ser feita na coletividade, é interna, ainda que deva ser manifestada em atos externos e não é fruto de atos mecânicos.

3.    Parecia adoração, mas não era adoração de verdade.

4.    Então, existe adoração que não é verdadeira adoração.

5.    Quando adoramos a Deus, até mesmo com uma aparência impecável, da maneira mais bonita possível aos olhos humanos, mas logo depois o nosso coração segue em pecado, deliberadamente, sem nenhum “remorso”, é sinal de que provavelmente não houve envolvimento do coração, e essa adoração “maravilhosa” é / pode ser falsa.

6.    Observe que no texto de Isaías 1:10ss. a adoração deles era algo extraordinário para a época: multidão de sacrifícios, holocaustos de carneiros, gordura de animais nédios (de pele lustrosa), sangue de bezerros, de cordeiros, de bodes, incenso, Festas da Lua Nova, sábados, convocação das congregações, ajuntamento solene, estender de mãos, orações, etc.. Mas o que Deus diz? Começa chamando-os de príncipes de Sodoma e povo de Gomorra (v.10), e depois lhes diz: “... estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais nédios; e não folgo com o sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu isso de vossas mãos, que viésseis pisar os meus átrios? Não tragais mais ofertas debalde [ofertas vãs]; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, e os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade, nem mesmo o ajuntamento solene. As vossas Festas da Lua Nova, e as vossas solenidades, as aborrece a minha alma; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos e cessai de fazer mal. Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. Vinde, então, e argui-me, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.”

7.    Quando há adoração com forma, mas sem substância, essa é uma falsa adoração.

8.    Veja II Timóteo 3:1-5: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,  sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,  tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” (2 Timóteo 3:1-5 RC)

9.    Da mesma maneira que há falsa piedade (religiosidade), há falsa adoração, por ser só na forma, porém não na essência. Falta sinceridade. A pessoa não é “sine cera”.

10. Atender à orientação de Jesus, que Mateus registrou em 5:23-24, também é importante para que nossa adoração não se torne vã: “...se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta.” (Mateus 5:23-24 RC)

11. Então, existe adoração a Deus que o é só na aparência.

12. A aparência pode ser muito importante, muito legal, muito desejável, mas ela por si só não se constitui em atestado de que aquela adoração foi verdadeira.

13. Vamos ao próximo ponto, que, creio eu vai nos ajudar a entender um pouquinho mais:

 

2.2.       Existe adoração verdadeira, que não é vã.

 

“...em espírito e em verdade, ...o Pai procura a tais que assim o adorem...”

 

1.    Não importa onde, foi o que Jesus deu a entender à mulher samaritana, e a nós, mas quem e como.

2.    Vamos usar agora o texto de Romanos que citei no início. Vejamos o verso 1, onde Paulo nos diz para apresentarmos a Deus o nosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável, e que isso é o nosso culto racional.

3.    Essa palavra racional aqui é bem interessante. Vamos analisa-la, e vamos usar o dicionário, como disse um pouco antes, mas vamos nos utilizar de um pouquinho mais de recursos além do dicionário.

  • A BLH não traz essa palavra. Ao invés de “que é o vosso culto racional”, ela traz: “Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus.”

  • A NVI traz essa palavra, mas, em nota de rodapé, diz: “ou espiritual”

  • Silveira Bueno, em seu dicionário (agora sim, o dicionário), diz que: Racional é aquele que faz uso da razão, e, Razão é a faculdade própria do homem de conhecer, pelo espírito, a distinção das ideias e das coisas. Então, um culto racional, podemos dizer, de forma bem simples, é um culto que prestamos sabendo a quem estamos prestando e porque estamos prestando. Tudo o que fazemos e porque fazemos está bem claro em nossa mente.

4.    Mas vamos além: essa palavra, no original grego, é logikoz (logikos). A raiz dessa palavra (log), vem de uma outra palavra: logoz (logos). O Logos, no evangelho de João, aparece:

  • Como uma força criadora;

  • Como uma força controladora;

  • Como uma personalidade de natureza divina;

  • Como aquele que revela Deus;

  • Como aquele que aproxima Deus dos homens.

5.    E quem é esse Logos que é força criadora, controladora, personalidade de natureza divina que revela Deus e que aproxima Deus dos homens. Ora a resposta é óbvia: essa Logos é Jesus.

6.    Então, culto racional é culto que sabemos a quem o estamos oferecendo e porque o estamos oferecendo, porém, mais do que isso, ou além disso, é culto que é oferecido a Deus Pai tendo como base Jesus. É nele que nós nos oferecemos a Deus como sacrifício vivo santo e agradável. O nosso culto, nossa adoração, hoje encontra razão de ser em Jesus, e consiste de uma entrega de nós mesmos.

7.    E essa entrega deve ser encarada como um sacrifício, isto é, como uma oferta.

8.    Pensando nisto, Crisóstomo escreveu:

 

“Como o corpo pode tornar-se um sacrifício?

 

- Que os olhos não contemplem o mal; e isso importa em sacrifício.

- Que a língua não profira nenhuma vileza; e isso será uma oferta.

- Que as mãos não operem o que é pecaminoso; e isso equivale a um holocausto.

 

Mais que isso ainda; tudo isso ainda não é bastante, pois, acima disso, devemos nos esforçar ativamente em favor do bem; as mãos dando esmolas, a boca bendizendo aqueles que nos amaldiçoam, e os ouvidos sempre prontos a dar atenção a Deus”

 

9.    Apresentar o corpo a Deus em sacrifício vivo, sem o que não há verdadeira adoração, é, então, basicamente, despir-se de toda a espécie de mal: “...e não vos conformeis com este mundo..”.

10. E nós temos uma boa ideia sobre o que isso, “despir-se de toda espécie de mal”, significa especialmente em Colossenses 3.5-11 e Gálatas 5.19-21. Vamos ler esses textos?

11. Agora vamos entender alguns termos que encontramos neles, sendo alguns desses termos o “nome” de coisas que são os males dos quais devemos nos despir:

 

  • Mortificai – Tenha o intuito de seguir a santificação, renunciando a qualquer coisa que atrapalhe;

  • Prostituição – “porneia”, qualquer forma de pecados sexual, e não apenas o comércio do sexo;

  • Impureza – “akatharsia” – qualquer forma de impureza moral, espiritual ou física;

  • Vil concupiscência - Forte e continuado desejo de fazer ou de ter o que Deus não quer que façamos ou tenhamos; desejo maligno, desejo pelo que é pervertido e insensato e que leva a práticas dominadoras; as ‘paixões da mocidade’...;

  • Avareza - apego exagerado e nojento ao dinheiro (é idolatria);

  • Ira – Uma disposição iracunda como hábito;

  • Cólera - impulso violento, explosão de ira contra o que nos ofende ou fere;

  • Malícia - inclinação para o mal, intenção maldosa; desejo de prejudicar o próximo;

  • Maledicência - mexerico, difamação, agravo contra a reputação alheia;

  • Palavras torpes – “boca suja”

  • Mentira

  • Lascívia – licenciosidade, sensualidade, exagerada e desavergonhada;

  • Idolatria – adoração a falsos deuses

  • Feitiçarias – pode envolver invocação de espíritos, consultar mortos, “lançar feitiços” (“fazer trabalhos”), consultar os astros (horóscopos)...

  • Inimizades

  • Porfias - Discussão; briga; atitude mental hostil que cria problemas os mais inesperados entre as pessoas, resultando em dissensões e divisões;

  • Emulações – significa aqui o ato de estimular uns contra os outros por qualquer motivo;

  • Pelejas – facções, espírito partidário, e, naturalmente, uma forma de oposição direta à mente de Cristo. É uma das formas de manifestação do egoísmo, uma explosão egoísta que provoca contendas e divisões;

  • Dissensões – as mais variadas querelas entre os irmãos e que ameaçam a unidade do corpo de Cristo;

  • Heresias –

  • Invejas – Alguém assim escreveu sobre a inveja: “Uma aflição inquieta tortura a mente, entristecida ante o bem alheio, porque alguém se encontra em igual ou melhor situação”;

  • Homicídios – (lembrar que palavras também matam);

  • Bebedices – embriaguez (na verdade, crente, pelo menos no Brasil, deveria se abster completamente dessas bebidas alcoólicas, se não pela bebida em si, pelo escândalo que a prática gera. E ademais, que falta vai fazer?...)

  • Glutonarias – comer demais, descontroladamente, especialmente regado a farras.

  • E coisas semelhantes a estas....

 

12. Mas não é só despir-se de toda espécie de mal. Depois disso é preciso “vestir-se de indumentária do bem”: “...mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento"

13. Veja esses textos:

 

  • “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, também vós vos manifestareis com ele em glória.” (Colossenses 3:1-4 RC)

  • “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração. E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 3:12-17 RC)

  •  “... revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (1 Pedro 5:5 RC)

  • “... o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.” (Gálatas 5:22-24 RC)

 

14. Então a nossa adoração, ainda que possa ser falha, é verdadeira quando assim nos entregamos a Deus em sacrifício vivo, santo e agradável e não nos conformando a este mundo, mas nos transformando, ou nos deixando transformar pela renovação do nosso entendimento, nos despindo a roupa velha do pecado e nos revestindo das virtudes de Cristo.

 

CONCLUINDO:

 

1.   É coisa excelente tomarmos todos os bons cuidados para, em nossos encontros na igreja, prestarmos a Deus uma adoração com uma boa forma, agradável. É bom ensaiarmos bem boas e talentosas músicas, zelarmos por uma boa transmissão sonora, cuidando dos microfones, cabos e demais componentes do som, cuidarmos do ambiente de culto.

2.   Mas há algo IMPRESCINDÍVEL, que não pode deixar de existir para que haja verdadeira adoração, e isso é algo individual: é necessário que nós estejamos em Cristo e que Ele esteja em nós, e que isso seja materializado em nosso viver diário, através da obediência.

3.   Se não houver isso, pode haver tudo o mais, mas a adoração será vã.

a.   Será “belíssima”, mas vã.

b.   Terá forma, mas não substância;

c.   haverá lábios de onde sairão melodias maravilhosas, mas não haverá um coração cantando,

d.   e Deus deixa transparecer em Sua Palavra que a única voz que ele deseja ouvir de nós é a do nosso coração.

4.   O culto público de Domingo não deve servir apenas como um motivador de nossas emoções, e também não deve ser apenas um momento de inspiração artística. O culto público de Domingo deve ser uma expressão de nossa vida dedicada a Deus durante a semana.

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

 

PIB Muqui – Fevereiro de 2019

 

Fontes de Consulta Para Este Estudo:

 

1) Alguns artigos extraídos do Portal Elnet (alguns sem assinatura)

2) BUENO, Silveira – Mini Dicionário da Língua Portuguesa – Edição Atualizada. São Paulo, editora FTD, 1996.

3) CHAMPLIN, R. N. – O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, volume 2, décima reimpressão, São Paulo, editora Candeia, 1998.

4) Ibid., volume 3

5) Ibid., volume 4

6) Ibid., volume 5

7) REGA, Lourenço Stélio – Apostila: Ética Para os Dias de Hoje e o Ministério Cristão.

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