OS CONVIDADOS NÃO ERAM DIGNOS
Em uma pequena vila, um homem rico decidiu dar um grande banquete. A mesa estava preparada com todo esmero: pratos refinados, as melhores bebidas, uma fartura que enchia os olhos e aquecia o coração. Tudo estava pronto, e os convites foram enviados aos que eram considerados dignos, aqueles que faziam parte da elite, pessoas influentes e bem-vistas pela sociedade. O banquete seria uma celebração inesquecível, um momento de alegria e honra para todos os presentes.
Mas, um a um, os convidados começaram a dar desculpas. Um disse que havia comprado um campo e precisava ir vê-lo. Outro alegou que tinha acabado de adquirir cinco juntas de bois e precisava experimentá-las. Um terceiro informou que havia se casado e, por isso, não poderia comparecer. Desculpas atrás de desculpas, e a mesa permanecia vazia.
O dono da festa, indignado com a rejeição, tomou uma decisão inesperada. “Vão depressa às ruas e becos da cidade, tragam os pobres, os aleijados, os cegos e os mancos”, ordenou ele aos servos. E assim foi feito. Aqueles que nunca imaginariam ser convidados para um banquete tão grandioso começaram a ocupar os lugares de honra. Pessoas simples, marginalizadas, gente sem nome ou status, agora partilhavam de uma refeição que os convidados originais haviam desprezado.
Ao final, o banquete estava cheio. O dono da festa, agora cercado por pessoas que jamais esperaria ver em sua mesa, declarou algo impressionante: “Os primeiros convidados não eram dignos”.
Essa história, contada por Jesus em Lucas 14.16-24, é um retrato claro da inversão do Reino de Deus. Aqueles que, aparentemente, eram os mais preparados, os mais dignos, foram os que rejeitaram o convite. Suas desculpas demonstravam que, para eles, as coisas deste mundo – propriedades, negócios e até relacionamentos – eram mais importantes do que o chamado de Deus. A mesa da graça estava diante deles, mas eles preferiram as distrações da vida.
E, assim, aqueles que eram considerados indignos pela sociedade – os marginalizados, os esquecidos, os que não tinham nada a oferecer – foram chamados para o lugar de honra. Eles não tinham desculpas. Eles sabiam da sua necessidade, sabiam que não mereciam estar ali, mas aceitaram o convite com alegria.
Essa parábola nos faz refletir profundamente sobre o nosso lugar diante de Deus. Quantas vezes, em nossa vida, não agimos como os primeiros convidados? Quantas vezes não rejeitamos o convite de Deus para participar de Sua comunhão porque estamos ocupados demais com os nossos próprios interesses? E o mais doloroso é pensar que, em muitos casos, fazemos isso sem perceber, como se o convite pudesse esperar, como se sempre houvesse tempo.
A grande verdade é que a dignidade, no Reino de Deus, não está no status ou nas posses, mas na disposição do coração em atender ao Seu chamado. Aqueles que achavam que eram dignos se afastaram. E os que se consideravam indignos, mas aceitaram o convite, foram os que se sentaram à mesa.
A crônica dessa parábola é uma chamada para acordarmos. Deus nos convida todos os dias para participar de Sua presença, para nos sentarmos à mesa com Ele. O convite está diante de nós, mas será que, em nossa correria diária, estamos aceitando ou dando desculpas? Que não sejamos aqueles que desprezam o convite divino, mas sim os que correm para a mesa, reconhecendo que, embora indignos, somos chamados pela graça incompreensível de Deus.
No fim das contas, a verdadeira dignidade está em quem aceita o convite. Porque, no Reino de Deus, os que se acham dignos demais podem acabar ficando de fora.
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