quinta-feira, 17 de outubro de 2024

O perigo de acumular tesouros só na terra

 

O PERIGO DE ACUMULAR TESOUROS SÓ NA TERRA

Texto Base: Lucas 12.13-21 (ARC)

Propósito: Conduzir o ouvinte a refletir sobre o perigo de viver apenas para os bens materiais e despertar a necessidade de uma vida dedicada a Deus.

Introdução:

Ø A passagem de Lucas 12.13-21 apresenta uma advertência de Jesus sobre o apego aos bens materiais, principalmente quando se esquece de “ser rico para com Deus.

Ø Um homem interrompe Jesus para resolver uma questão de herança – nada de anormal nisso.

Ø No judaísmo do primeiro século, as disputas por herança eram comuns e frequentemente levadas a rabinos ou mestres para resolução, já que eles eram reconhecidos como autoridades morais e legais. A Lei Mosaica (Deuteronômio 21.17) determinava que o filho mais velho recebesse uma porção dobrada da herança, o que, muitas vezes, causava disputas entre os irmãos. Quando o homem no versículo 13 pede a Jesus que interfira na divisão da herança, ele está tratando Jesus como um juiz ou árbitro (aquele que arbitra, que resolve questões), algo que era comum para mestres da lei. Então, nada de anormal. No pensamento do homem estava “tudo certo”.

Ø Mas Jesus recusa a função, enfatizando que Seu ministério era voltado para algo muito mais importante que questões materiais. E Jesus usa a oportunidade para ensinar uma lição importante sobre o verdadeiro tesouro e a futilidade de acumular riquezas terrenas – ou às vezes nem riquezas no sentido literal, mas “coisas” materiais.

Ø Na cultura judaica, a riqueza era, em grande parte, vista como um sinal da bênção divina (Salmos 128; Provérbios 10:22). Ter posses e prosperidade era visto como algo positivo, e muitas pessoas acreditavam que as bênçãos materiais indicavam o favor de Deus. No entanto, Jesus frequentemente reverte essa lógica ao longo dos Evangelhos, advertindo contra o perigo de confiar nas riquezas e esquecer-se da necessidade espiritual (como em Mateus 6.19-21, a respeito de acumular tesouros no céu).

Ø No versículo 20, Deus chama o homem rico de "louco" (aphron no grego). No pensamento judaico, ser chamado de “louco” vai além de mera falta de sabedoria. Representa alguém que age como se Deus não existisse ou não fosse relevante para a vida. O Salmo 14.1, por exemplo, diz: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus”. O "louco" da parábola, portanto, é alguém que coloca sua confiança unicamente nos bens materiais, sem reconhecer a soberania de Deus sobre sua vida e seu destino.

Ø Na cultura judaica, havia uma forte consciência da brevidade da vida. O homem rico da parábola, ao planejar "descansar, comer, beber e folgar" (v.19), ignora a fragilidade da vida humana. Textos como Eclesiastes 9:12 e Salmos 90:12 lembram que o tempo da vida é breve e incerto. O termo "esta noite te pedirão a tua alma" (v.20) reflete a certeza cultural de que a morte pode chegar a qualquer momento, e que o homem, apesar de seus planos, não tem controle sobre o tempo que lhe resta.

Ø Feita essa introdução, estando inteirados do contexto cultural do texto, vamos agora a algumas observações, mais precisamente três observações.

Ø E a primeira observação é sobre o pedido materialista que revela a cegueira espiritual do homem.

I.   O pedido materialista – A cegueira espiritual (v.13-15)

Ø Um homem se aproxima de Jesus, não em busca de salvação ou ensinamento, mas para resolver um problema financeiro: a divisão de uma herança.

Ø Ele enxergava Jesus como um juiz, um solucionador de questões materiais.

Ø Agora, me digam se não é assim que muitas vezes enxergamos e nos aproximamos de Jesus também hoje – como um solucionador de problemas materiais / terrenos.

Ø É claro que não há nenhum problema em buscar a ajuda de Jesus em oração no que respeita aos problemas que enfrentamos na vida. Somos ensinados pelas Escrituras de uma forma geral a fazermos isso:

o   “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.” (Filipenses 4:6 RC)

o   “Lancem sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pedro 5.7)

o   Pedi e dar-se-vos-á ... disse Jesus

o   Etc

Ø Mas acontece que muitos de nós queremos que Jesus solucione nossos problemas, dando-nos saúde, prosperidade e outras coisas mais, mas é só isso. Viver para ele e para a glória dele não queremos. Podemos “pagar alguma coisa” (um carnê), fazer um “propósito”, um “ato de fé”... mas entregar a nossa vida, apresentarmo-nos a Ele em sacrifício vivo santo e agradável, fazer como o apóstolo Paulo: não viver mais para que Ele viva em nós... isso daí não!

Ø Alguns até “dizem”, mas não “fazem”; “dizem”, mas não vão além das palavras – eu disse “alguns”, mas temo que sejam muitos.

Ø Jesus é visto por muitos como era visto por aquele homem: um solucionador de problemas materiais / terrenos.

Ø Jesus, contudo, rejeita o pedido daquele homem e dá um alerta: "Guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui" (v.15).

Ø O coração desse homem estava focado nas coisas temporais. Muitas pessoas, ainda hoje, buscam a Deus apenas para resolver seus problemas materiais, esquecendo-se do que realmente importa.

Ø A palavra "avareza" no grego é pleonexia, que significa um desejo insaciável de ter mais. Jesus não condena as posses em si, mas a obsessão por elas.

Ø "Você pode até ganhar o mundo inteiro, mas o que isso vale se perder a sua alma?"

Ø Imagine alguém que trabalha toda a vida para acumular uma grande fortuna. No fim, morre sozinho e sem paz, sem ter investido em relacionamentos, amor ou fé. De que valeu tanto esforço?

Ø Muitos hoje estão cegos pelas preocupações com dinheiro, status, beleza, poder, prazer ... mas Deus está nos chamando a abrir os olhos para a verdadeira vida, aquela que está além do material.

Ø Repito: Deus está lhe chamando hoje para abrir os olhos para a verdadeira vida, aquela que está além do material.

Ø A segunda coisa que observo aí no texto é que Jesus conta uma parábola, e, com essa parábola ele enfatiza o erro de se confiar nas riquezas – nas coisas materiais.

II. A parábola do rico insensato – O erro de confiar nas riquezas (v.16-20)

Ø Jesus conta a história de um homem rico que teve uma colheita abundante e decidiu armazenar tudo, pensando que poderia viver tranquilamente por muitos anos. (E ainda é assim hoje – os homens têm dificuldade de mudar)

Ø No entanto, Deus lhe diz: "Louco! Esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?" (v.20).

Ø O rico fez planos apenas para esta vida, esquecendo-se que a alma é o bem mais precioso.

Ø Quero enfatizar isso, e você deve abrir bem os ouvidos e prestar bastante atenção: a alma é o bem mais precioso que você tem – qual é a atenção que você tem dado a ela?

Ø Me diga se não é verdade que você tem se ocupado muito em trabalhar, prover para você coisas materiais, momentos de lazer, conforto... mas pouco tem feito pelo bem estar de sua alma? Quero dizer para você que a única coisa que “vai” para a eternidade é a sua alma (sua parte espiritual) e depois o corpo ressuscitado e transformado. A casa fica, o carro fica, as joias ficam, a fama fica... e a alma vai... pra onde? ...

Ø Ele, o homem da parábola, acumulou bens, mas era pobre diante de Deus.

Ø O termo "louco" aqui implica falta de sabedoria espiritual. O homem foi sábio aos olhos do mundo, mas tolo aos olhos de Deus.

Ø "Riqueza não é medida pelo que você tem no banco, mas pelo que você tem no coração."

Ø Um grande empresário pode acumular fortuna ao longo da vida e se gabar de sua habilidade de fazer negócios. Porém, em seu leito de morte, se não cuidou de sua alma confiando-a a Jesus, irá perceber que, apesar de todo seu sucesso, está vazio e sem esperança para a eternidade.

Ø Não há segurança em riquezas ou em qualquer coisa material. Tudo o que acumulamos na terra, muito ou pouco, ficará para trás. O verdadeiro tesouro está em investir em nossa alma e em nosso relacionamento com Deus.

Ø E assim chegamos à terceira coisa a observar pelo texto: é preciso ser rico para com Deus.

III.  Rico para Deus – A verdadeira riqueza (v.21)

Ø Jesus conclui a parábola com uma advertência: "Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus." (v.21).

Ø Ele nos chama a buscar as coisas eternas e a sermos ricos espiritualmente.

Ø Ser rico para Deus significa viver uma vida que agrada a Ele,

o   uma vida cheia de fé,

o   uma vida de obediência,

o   uma vida de amor ao próximo.

Ø A verdadeira riqueza é aquela que nem a traça nem a ferrugem corroem, e o ladrão não pode roubar (Mateus 6:19-20).

Ø "A riqueza eterna não é medida pelo que você possui, mas por quem você conhece – Jesus Cristo."

Ø Pense em alguém que viveu uma vida simples, sem grandes posses, mas que impactou profundamente a vida de outras pessoas através de sua fé, bondade e amor. No céu, ele será contado entre os mais ricos.

Ø O desafio de Jesus é claro: em vez de gastar nossas vidas só em busca de bens materiais, devemos gastar nossas energias em cultivar um relacionamento profundo com Deus, investindo em nosso caráter e em ações que tenham valor eterno.

Conclusão

Ø A parábola do rico insensato nos ensina que a vida não se resume ao que possuímos. Nosso maior tesouro deve estar no céu, em Deus, e não nas coisas passageiras deste mundo.

Ø Hoje, Deus nos chama a refletir sobre onde estamos depositando nossos esforços e desejos.

Aplicações Práticas:

Ø Avalie sua vida, mas avalie mesmo: onde está o seu foco? Nos bens materiais ou em Deus? – você pode fazer um teste: nestes vinte dias de outubro (hoje é 20/10/2024), o quanto você foi dedicado em trabalhar por você mesmo e sua família, provendo recursos para subsistência, conforto, crescimento, lazer...? Espero que muito, e parabenizo quem assim o faz. Mas o quanto você foi dedicado às “coisas de Deus”? Quanto você orou? Quanto você leu a bíblia? Quanto você participou dos trabalhos da igreja – cultos de adoração, evangelismo, reuniões de oração, EBD? E você que tem filhos, o quanto se dedicou a coloca-los nesse caminho das “coisas de Deus? E com que motivação você fez essas coisas?

Ø Faça um compromisso de dedicar mais tempo à busca do Reino de Deus e de Sua justiça.

Ø E se ainda não entregou sua vida a Jesus, saiba que Ele é o único tesouro que nunca se perderá.

Ø Não saia deste lugar sem ajustar suas prioridades. Deus está te chamando hoje para viver uma vida plena, rica, não em bens materiais, mas em fé e obediência a Ele. “Hoje!” “Amanhã pode ser muito tarde” – quantas pessoas terminaram o mês de setembro conosco, só aqui em Muqui, mas que hoje, 20 de outubro, já não estão mais aqui porque partiram pra eternidade – gente nova ainda e aparentemente saudável.

Ø Seja rico para Deus!

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

Primeira Igreja Batista em Muqui – de outubro de 2024

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