sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Deixai Vir a Mim os Pequeninos

 

DEIXAI VIR A MIM OS PEQUENINOS

O sol já estava alto quando a multidão começou a se aglomerar ao redor de Jesus. Homens, mulheres e crianças vinham de todas as partes, ansiosos por uma palavra, um gesto, um toque daquele que falava sobre o Reino de Deus com uma autoridade que nunca tinham visto antes. Entre os ruídos de conversas e passos apressados, os discípulos, sempre atentos, tentavam organizar a cena. Afinal, o Mestre estava ali para ensinar, e isso exigia um mínimo de ordem.

De repente, algo chamou a atenção. Pais e mães, alguns com os olhos brilhando de esperança, seguravam seus pequenos pela mão, aproximando-os de Jesus. Havia nos rostos desses pais uma expectativa que ia além de qualquer cura física ou milagre extraordinário. Eles queriam que seus filhos fossem abençoados por aquele que carregava palavras de vida eterna.

Os discípulos, no entanto, não entenderam o que se passava no coração dessas famílias. A pressa e a preocupação com a multidão os fizeram enxergar as crianças como uma distração. "O Mestre tem assuntos mais sérios a tratar", pensavam eles, enquanto tentavam afastar as mães e seus filhos. Não era o momento para isso, eles julgavam.

Mas Jesus, que vê além das aparências e sabe o que se passa no mais íntimo do coração, observou a cena e, com firmeza, corrigiu os discípulos: "Deixai vir a mim os pequeninos, e não os impeçais; porque dos tais é o Reino de Deus" (Mc. 10:14). Essas palavras ecoaram não só entre os que estavam presentes, mas atravessaram os séculos, chegando até nós com uma força transformadora.

Jesus, ao falar sobre os pequeninos, não estava apenas defendendo a importância das crianças. Ele estava nos ensinando algo profundo sobre o coração de Deus e sobre como devemos nos aproximar Dele. As crianças, em sua inocência e simplicidade, são um retrato da pureza de fé que Jesus deseja de todos nós. Elas vêm até Ele sem reservas, sem pretensões, com um coração aberto e confiando plenamente. Jesus não olha para o tamanho da pessoa, sua posição social ou suas capacidades; Ele olha para o coração e acolhe aqueles que, como crianças, se rendem aos Seus cuidados.

Enquanto a multidão observava, Jesus tomou as crianças em Seus braços, abençoando-as com ternura. A cena era um contraste com a dureza e a formalidade que muitas vezes cercavam os líderes religiosos da época. Ali estava o Filho de Deus, ensinando com gestos simples que o Reino dos céus é acessível a todos que vêm com o coração sincero e humilde.

Hoje, ao lembrarmos dessas palavras de Jesus, somos convidados a refletir sobre como temos nos aproximado de Deus. Será que temos vindo como crianças, com confiança plena e um coração desarmado? Ou será que, como os discípulos naquela ocasião, temos levantado barreiras que impedem o nosso próprio encontro com o Pai?

Deixar vir a Jesus os pequeninos é um convite para todos nós. Não importa a idade, a história, ou os erros cometidos. A porta está aberta, e o Mestre está pronto para nos receber com a mesma ternura que mostrou às crianças naquele dia. Tudo o que Ele pede é um coração simples, sincero e disposto a confiar.

No fim das contas, somos todos "pequeninos" diante de Deus. E, assim como as crianças que foram acolhidas por Jesus, podemos correr até Ele, sabendo que Seus braços estão sempre abertos para nos abençoar.

Que Deus abençoe todas as crianças, e que nossa igreja, a Primeira Igreja Batista em Muqui, saiba sempre acolhê-las com muito amor e dedicação.

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