sábado, 26 de setembro de 2009

MISSÕES - BASE BÍBLICA E RESPONSABILIDADE DA IGREJA LOCAL

MISSÕES – BASE BÍBLICA E RESPONSABILIDADE DA IGREJA LOCAL

 

Atos 1:6-14

 

1.    Gostaria de começar contando um testemunho missionário extraído da revista "Sugestões" de 1997, a revista da campanha promocional de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira. É o testemunho de Marta Nogueira, missionária Batista em Moçambique. Disse-nos ela:

 

"Estou com muitas saudades do Brasil, e, de vez em quando, alguma lágrima teimosa consegue me vencer.            Estamos em Gorongosa há alguns dias e ainda ficaremos por mais um pouco. Este é um dos distritos mais afetados pela guerra. Há muita pobreza, miséria e doenças. As nossas instalações são bem precárias. Não há energia elétrica na região, e um gerador que nos fornece energia funciona até às 21:00 hs. Nosso fogão é de lenha e as panelas são sustentadas por pedras. Faz tanto tempo que não sei o que é tomar um banho de chuveiro... Mas isso é o de menos. O pior é o risco de contrair malária. Já visitei várias tribos daqui (muitos entendem o português, mas um bom número, só o dialeto shona). Trabalho o tempo todo ministrando estudos na Tenda da Esperança, uma lona de circo onde prestamos atendimento... Já ganhamos muitas pessoas para Cristo, e isso é o maior prêmio... As pessoas andam muito a pé e no escuro para ouvir a Palavra de Deus... O trabalho intenso e as instalações precárias têm me deixado exausta. Orem para que Deus renove as minhas forças."

 

2.    Olhando para este testemunho, e muitos outros, chegamos à conclusão de que a obra de Missões continua sendo o grande desafio da Igreja de Cristo em nossos dias. Mas é necessário que a Igreja como um todo assuma esse desafio, e não apenas algumas pessoas isoladas, como os missionários, por exemplo...

3.    Pensemos um pouco então sobre a base bíblica de Missões e a responsabilidade da igreja local.

 

I. A BASE BÍBLICA PARA MISSÕES

 

1.    A Bíblia está repleta de textos que revelam a vocação missionária da Igreja.

2.    Antes porém de a Igreja possuir a incumbência de proclamar a salvação de Deus, essa tarefa estava sobre os ombros do povo de Israel, o povo escolhido de Deus para ser uma grande nação e revelar Deus ao mundo. Israel falhou em sua missão. Por isso Deus comissionou a Igreja para que anunciasse a Sua salvação a todos os homens.

3.    O N. T. apresenta diversos textos que mostram o chamado divino para a Igreja ser a agência proclamadora da salvação. O mais clássico de todos está em Marcos 16:15: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura".

4.    Outro texto que contém grandes fundamentos para a obra missionária se encontra em Atos 1:8, do nosso texto inicial: "mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra." (RA).

5.    Consideremos as partes que constituem este texto:

a.    "Mas recebereis poder..." – A obra missionária está fundamentada no poder. Sem poder não há obra missionária. Ainda mais quando olhamos para os campos missionários como o da nossa introdução, onde as exigências de renúncia a comodidades e regalias pessoais são grandes; onde as barreiras culturais e lingüísticas constituem-se obstáculos a serem transpostos; onde o ateísmo, o materialismo e também a feitiçaria são fortes oposições ao cristianismo. Nesses contextos e nas demais realidades, sem poder, a obra missionária será um acúmulo de fracassos.

b.    "... ao descer sobre vós o Espírito Santo..." – A fonte de poder é o Espírito Santo. O cristão autêntico confia e se submete à atuação do Espírito Santo em sua vida. A ousadia dos discípulos, a sua capacitação, vinha do poder do Espírito Santo. A obra missionária de nossos dias precisa também estar fundamentada no poder do Espírito Santo.

c.    "... e ser-me-eis testemunhas..." – A base da ação missionária da Igreja é o testemunho. Os primeiros discípulos foram chamados a testemunhar de Cristo. Esse testemunho não seria outro senão o testemunho daquilo que eles haviam experimentado na convivência com Jesus. Não pode testemunhar de Jesus Cristo aquele que não o conhece ou não convive com ele. A condição primeira de testemunhar é ter ciência dos fatos. O trabalho missionário há de ser um trabalho de testemunho.

d.    "... tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra..." – Agora o texto apresenta aos discípulos as áreas de alcance de sua obra missionária. Vejamos:

                                  i.    JERUSALÉM – Foi a cidade-palco dos principais eventos na vida de Jesus. Os discípulos acompanharam isso de perto. Eles deveriam ser testemunhas naquela cidade onde eles também habitavam. Para a nossa realidade atual, isso significa dizer que devemos ser testemunhas nas nossas próprias cidades, alcançando os seus bairros.

                                ii.    JUDÉIA – Era a província na qual a cidade de Jerusalém estava inserida. Tratava-se de uma área de abrangência maior, que os discípulos também deveriam alcançar. Em nosso caso, é equivalente ao Estado onde está a cidade em que moramos.

                               iii.    SAMARIA – Era uma região mais afastada e que abrangia um povo com características um pouco diferentes das características dos judeus. Nesse contexto, podemos enquadrar os outros estados brasileiros, o Brasil inteiro em nosso esforço missionário.

                               iv.    CONFINS DA TERRA – Finalmente, a obra missionária da Igreja ganha uma dimensão mundial. Onde houver alguém, por mais distante que possa ser, a Igreja de Jesus deve levar as boas novas da salvação em Cristo Jesus. Há um ditado que diz que "o sol nasce para todos", assim também, a luz do evangelho deve ser levada a todos em todos os lugares.

 

II. A RESPONSABILIDADE DA IGREJA LOCAL

 

1.    Diante desse desafio tão grande que é a obra missionária, qual é a responsabilidade da igreja local?

2.    Vejamos algumas responsabilidades:

a.    Orar – A oração é o grande sustentáculo da obra missionária. Há um ditado que diz: "Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder e nenhuma oração, nenhum poder" – isso é verdadeiro, observando-se, certamente, que se trata de oração de verdade, sincera...

                                  i.    A oração revela obreiros: "Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara." (Mateus 9:38 RC).

                                ii.    E a oração também "sustenta" os obreiros: "orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos  e por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho," (Efésios 6:18-19 RC).

b.    Contribuir – A participação no sustento econômico da obra missionária é fundamental para a sua manutenção. Sem a sua continuidade o trabalho sofre paralisações. Deus abençoa quem sustenta missões: "Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta." (Filipenses 4:17 RC)

c.    Interessar-se – Cada membro da igreja local deve procurar interessar-se pelo trabalho missionário, arquivando informações fornecidas, para orar com objetividade; escrevendo para missionários, etc.

d.    Ir – É da igreja local que saem os vocacionados, e uma igreja que treina bem os seus membros, dá condições de crescimento, quando estes se levantam para ir ao campo, a igreja está indo com eles.

 

CONCLUSÃO

 

1.    A obra missionária é extremamente importante e precisa expandir-se.

2.    Mas para isso a igreja precisa se dar mais, interessar-se mais do que já se interessa, fazer mais do que já faz, orar mais do que já ora, amar os perdidos mais do que já ama.

3.    Estejamos, em nossas casas, orando para que Deus solidifique as nossas convicções à luz de Seus ensinamentos, para que alcancemos êxito na expansão da obra missionária.

 

Foz do Iguaçu – Porto Meira – Setembro de 2009

 

BIBLIOGRAFIA:

 

1.    Revista Sugestões – campanha promocional 1997, da Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira – p. 54.

2.    Revista Pontos Salientes de 1991 – JUERP – p. 163-166

3.    Revista Pontos Salientes de 1989 – JUERP – p. 200

Um comentário:

  1. eneiassilva1@hotmail.com26 de setembro de 2009 às 21:18

    Deus esteja derramando dos Céus as mais ricas bençãos sobre a vida do Pr.Walmir, dando-o sempra a Unção do Santo Espirito, afim de poder trazar-nos mensagens maravilhosas como esta.

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