sábado, 5 de setembro de 2009

Evangelização: Motivação, Público e Desafio

Bandeira_brasil06Evangelização: Motivação, Público e Desafio.

Quando “olhamos” para o mundo, o que vemos? O que você vê? (Deixar algumas pessoas falarem)

Jesus quando olhava para o mundo ele via multidões de pessoas que eram quais ovelhas desgarradas, andando errantes por não terem pastor, pessoas perdidas que precisavam ser achadas. Leia sobre isso lá em Mateus 9.35-38 – Esse será o nosso texto base.

Jesus via, portanto, oportunidade, e, mais que oportunidade, necessidade de evangelização. E ele, então, dentre outras coisas, evangelizava, movido pela compaixão que tinha no coração por aquelas pessoas.

Temos “olhado” para o mundo? E se temos olhado, o que temos visto, e o que temos feito?

Hoje, já que estamos em campanha de Missões, vamos pensar sobre evangelização. Mais precisamente, “Evangelização: motivação, público e desafio”.

Primeiramente pensemos sobre motivação.

I. Motivação

A palavra motivação pode ser definida de forma simples como sendo a relação de motivos ou causas que nos levam a agir, ou nos mover em direção a algo.

O dicionário Michaelis[1] traz uma definição bem interessante: “Espécie de energia psicológica ou tensão que põe em movimento o organismo humano, determinando um dado comportamento”.

Em 2ª. Timóteo 1:3-6 encontramos Paulo escrevendo a Timóteo:

“Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com uma consciência pura, porque sem cessar faço memória de ti nas minhas orações, noite e dia; desejando muito ver-te, lembrando-me das tuas lágrimas, para me encher de gozo; trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti. Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das minhas mãos.” (RC)

Atentem para o versículo 6. Podemos pensar em duas coisas aqui:

1) Timóteo deveria manter desperto, aceso o dom de Deus que existia nele; deveria viver plenamente o ministério e o poder que lhe haviam sido conferidos, MOTIVADO pelo fato de que ele tinha uma fé verdadeira, não fingida, e que ele tinha uma poderosa e boa herança cristã.

2) Paulo, pelo mesmo fato, se sentia motivado a aconselhar Timóteo a manter aceso o dom que recebera e a viver plenamente o ministério e o poder que lhe haviam sido conferidos.

No que concerne à evangelização, o que é que nos move em direção à mesma, o que é que nos motiva a continuar batalhando nela? (Ou talvez devêssemos perguntar: o que é que está faltando para nos sentirmos motivados a trabalhar com mais afinco na evangelização?)

Talvez pudéssemos alistar uma série de coisas que nos servem de motivação para a evangelização; mas existe um algo que, se presente em nossos corações, certamente se constituirá em um dos maiores agentes motivadores: a compaixão.

A compaixão era uma das coisas que motivava Jesus – Veja o versículo 36 de nosso texto base. E existem ainda vários outros textos nos evangelhos que mostram Jesus agindo em favor das pessoas motivado pela compaixão.

Ouvi certa vez de um colega pastor que a nossa denominação é uma denominação que faz missões. Concordo com ele, ainda que não deixando de pensar que ainda estamos bem aquém de onde poderíamos estar. Mas fico a pensar: por qual motivo fazemos missões? “Ora, pastor” – alguém poderá dizer – “fazemos missões porque amamos as almas perdidas”. Será que amamos mesmo? Será que sentimos compaixão pelas almas que estão perdidas, sujeitas a, a qualquer momento, serem precipitadas no lugar de sofrimento, estado em que permanecerão para todo o sempre? Se amamos, se temos compaixão, porque é então que não evangelizamos aqui da mesma maneira, com o mesmo vigor com que “pagamos” para que alguém evangelize onde não podemos ir? Na verdade, se somos motivados pela compaixão, o nosso esforço aqui deveria ser muitas vezes maior.

Sei que as dificuldades são muitas; sei que a rejeição ao evangelho que encontramos aqui é desanimadora; mas também penso que ainda nos falta compaixão, apesar de a termos em certo grau.

Ao nosso redor existe uma grande multidão. Essa grande multidão é um grande desafio. Mas o maior desafio não é a grande multidão, o maior desafio é a ausência de gente o suficiente que se compadeça dessa grande multidão perdida, que caminha em direção ao inferno onde permanecerão em eterno estado de sofrimento. Talvez existam até pessoas de nossas famílias em meio a essa multidão.

Temos que orar, amados, para que Deus faça nascer em nosso coração essa tão necessária compaixão. Temos que orar para Deus no dê uma visão celestial, para que Ele nos conceda ver as pessoas com os mesmos olhos com que Ele as vê, para que Ele nos conceda ver a real e terrível situação daqueles que permanecem sem Jesus. Temos que orar, mas temos que agir também. Temos que começar a exercitar a compaixão através de atitudes concretas.

Passemos ao segundo ponto no qual devemos pensar: público.

II. Público

Em cada campanha de Missões que realizamos, em termos de pessoas a serem alcançadas, temos um público-alvo diferente.

Quando a campanha é de Missões Mundiais, as pessoas a serem alcançadas são as pessoas de todos os outros países, menos o Brasil. É claro que os Batistas Brasileiros não têm trabalho missionário em todos os países, mas este é o público-alvo.

Quando a campanha é de Missões Nacionais, o público alvo são as pessoas de nosso País.

Em Missões Estaduais, o público-alvo são as pessoas de nosso estado.

E em Missões Locais, o público alvo são as pessoas de nossa cidade.

E além disso, existem vários projetos para se alcançar grupos específico, e nesse caso, esse grupo específico é o público-alvo: ciganos, caminhoneiros, marinheiros, árabes, etc.

Isso não é errado. Mas é errado não enxergarmos esses grupos da mesma maneira como Jesus os enxerga, isto é, como pessoas desamparadas, que andam desgarradas e errantes como ovelhas que não têm pastor. Toda pessoa que não tem Jesus, por mais protegida que esteja, por mais bem sucedida, virtuosa, inteligente, bondosa... que seja, é uma pessoa desamparada e desgarrada e que está a vagar errante como ovelha que não tem pastor, e que, caso não seja amparada e trazida ao aprisco do Bom Pastor, será, inevitavelmente, tragada pelo “lobo feroz”.

Quem é o nosso público-alvo então? São os moradores do nosso bairro? Que seja! Mas não podemos deixar de pensar neles e de vê-los como Jesus pensa e vê. Se assim o fizermos, o ter compaixão será algo difícil mesmo, e a nossa motivação será pequena, bem como a nossa ação evangelizadora.

Vejamos agora uma última questão: desafio.

III. Desafio

A grande multidão é um desafio, já dissemos. Maior desafio que a grande multidão é a ausência de pessoas que se compadeçam da mesma, já dissemos também. Mas existem ainda outros desafios, e um deles é a escassez de trabalhadores para a seara e na seara.

Sobre a escassez de trabalhadores para a seara, foi o próprio Jesus quem fez essa observação, que é tão atual hoje quanto o era naquela época – Veja os versículos 37 e 38.

Mas há também a escassez de trabalhadores na seara. O que eu quero dizer com isso? O que quero dizer é que, dos poucos trabalhadores que existem (em termos específicos – missionários), uma grande parte ainda não pôde ser enviada ao seu campo de trabalho específico. Qual a razão? Falta de recursos financeiros é uma das razões. E há falta de recursos financeiros porque não temos contribuído à altura. A matemática pode provar isso que falamos. Vejamos:

1) Qual foi o alvo da nossa última campanha de Missões Mundiais? Mais de dez milhões. É muito? Parece, mas o fato é que se cada batista do Brasil separasse em média para essa campanha cinco centavos por dia, atingiríamos uma quantia maior que dezoito milhões (não estou dando idéia pra ninguém – não vá contribuir com esse valor se você pode contribuir com mais – uns mais e outros menos, em termos apenas quantitativos... e assim há equilíbrio).

2) O mesmo se dá com Missões Nacionais.

3) Qual é o alvo da campanha de Missões Estaduais? Trezentos mil reais. Com cinco centavos separados por dia, a oferta dos batistas paranaenses poderia ser maior que quinhentos mil reais.

4) E com mais dez centavos por dia, na época de missões locais nossa congregação poderia contar com mais de mil reais.

Somando tudo, dá vinte e cinco centavos por dia. Eu sei que vinte e cinco centavos por dia, para muita gente é muito. Por isso é que no início eu coloquei esse valor exemplo como sendo uma média – uns podem mais, outros podem menos...

Mas, alguém pode perguntar: Jesus não multiplica os recursos? Sim, ele os multiplica, ou talvez multiplique o seu poder de alcance, mas ele os multiplica quando eles são realmente poucos, e não quando a entrega dos mesmos é omitida pelo seu povo.

Conclusão

Vá pra casa hoje, meu amado, e durante a tarde tire um tempo para pensar e orar. Ore pedindo a Deus que encha o seu coração de compaixão pelas almas perdidas, a começar por aquelas que estão ao seu redor. Ore pedindo a Deus que lhe conceda uma visão real acerca daqueles que vivem sem Jesus. Ore pedindo a Deus que lhe dê condições de participar financeiramente da obra missionária, para que os poucos ceifeiros que existem estejam na seara, onde é o seu lugar. Peça a Deus que coloque em seu coração a preocupação santa no que respeita à evangelização da grande multidão de pessoas que ainda permanecem como ovelhas desgarradas que não têm pastor.

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

Porto Meira – Junho de 2008

por ocasião da campanha de Missões Estaduais


[1] Dicionário disponível no site da UOL

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