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domingo, 18 de março de 2012

O amor de Deus


O AMOR DE DEUS

 

 

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3:16-18 RC)

 

01. Tozer, em o livro “Mais Perto de Deus”, escreve sobre, dentre outros atributos de Deus, o Seu amor. É tão profundo o que ele escreveu que minha vontade é ler todo o texto para os irmãos. Entretanto, o espaço e o tempo que tenho para esse sermão me permite presenteá-los com apenas um trechinho. Escolhi, então, a parte em que ele diz que...

 

... sendo Deus auto-existente, o Seu amor não teve início; sendo eterno, o Seu amor não pode ter fim; sendo infinito, não tem limites; o Seu amor é o mais alto grau concebível de pureza imaculada; sendo imenso, o Seu amor é um mar incompreensivelmente vasto, profundo e sem praia, perante o qual nos ajoelhamos em jubiloso silêncio, e do qual a mais sublime eloquência se retrai, confusa e envergonhada. / Porém, se quisermos conhecer a Deus e, para o bem do próximo, contar o que sabemos, temos de falar do Seu amor. Todos os cristãos já tentaram, mas nenhum conseguiu fazê-lo perfeitamente. Não posso fazer justiça a esse maravilhoso tema, da mesma forma como uma criança não pode agarrar uma estrela. Todavia, a criança poderá chamar a atenção sobre a estrela se esticar os braços para ela, podendo até indicar a direção em que teremos de olhar para vê-la. Assim sendo, enquanto estendo meu coração em direção ao alto e brilhante amor de Deus, alguém que nunca antes teve conhecimento desse amor, poderá animar-se a olhar para cima e ter esperança.

 

02. Nosso assunto hoje é também esse, o amor de Deus, e, se Deus me conceder ser instrumento para fazer com que você olhe para Ele atentando com seriedade sobre o que Ele diz em Sua Palavra sobre o Seu amor, me darei por satisfeito.

03. Por atentar com seriedade quero dizer observar atentamente as importantes verdades pelas quais esse atributo divino está envolto.

04. Clareando mais ainda, quero que você atente para o fato de que o amor que Deus tem por você é tão grande que é-nos impossível dimensioná-lo, e que por amá-lo Ele deu, como diz João, o Seu Filho Unigênito para salvar você; mas quero que você atente também para um outro fato deliberadamente ignorado por milhões de pessoas, que é o fato de que, apesar de todo o amor que tem por você, Ele só irá salvá-lo se você crer nele, porque, conforme vamos expor mais adiante, o amor de Deus não anula a Sua justiça.

05. Então meu querido, preste bem atenção.

06. Primeira coisa na qual você deve prestar bastante atenção:

 

I. O amor de Deus faz com que Ele não se importe de humilhar-se a si mesmo.

 

01. Antes de falar da humilhação propriamente dita à qual Deus se submeteu, é preciso falar sobre a divindade de Jesus.

a.    É preciso que esteja bem arraigado em nossa mente o fato de que Jesus é Deus, uma vez que a humilhação sobre a qual falaremos atribuindo-a a Deus foi Jesus quem a sofreu.

b.    Jesus é Deus na pessoa do Filho, assim aprendemos pela Palavra.

c.    A doutrina da Trindade é uma doutrina bíblica através da qual aprendemos que há apenas um Deus, mas, na unidade da divindade, há três pessoas iguais e eternas entre si, idênticas em substância, mas distintas em existência.

d.    O Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito é Deus. Há um só Deus, mas que se manifesta nestas três pessoas distintas.

e.    Acerca disso lemos em João 1.1 sobre Jesus: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (João 1:1 RC)

02. Pois bem, esse Jesus, que é Deus, não se importou de humilhar-se a si mesmo em nosso favor, porque nos ama.

03. Paulo, escrevendo aos Filipenses, falando de Jesus, diz que ele, mesmo...

 

... sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2:6-8 RC)

 

04. Escrevendo aos Gálatas, Paulo diz que

 

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” (Gálatas 3:13 RC)

 

05. Esse Deus que é Onipotente,

a.    esse Deus que pode, conforme se expressava Tozer, fazer qualquer coisa difícil com a mesma facilidade com que realiza as coisas mais simples;

b.    esse Deus que tem em Suas mãos todo o poder do universo;

c.    esse Deus cujos atos, todos eles, são feitos sem esforço, haja vista a criação conforme relatada em Gênesis;

d.    esse Deus que não desgasta a Sua energia e nem precisa recuperar forças;

e.    esse Deus que não precisa buscar fora de Si mesmo uma renovação de poder, porque todo o poder está plenamente contido dentro do Seu próprio ser infinito;

06. Esse Deus não se importou de humilhar-se a si mesmo por amor a você.

07. Esse Deus que é santo, puro,

a.    não “um pouco” puro

b.    e nem mesmo “muito” puro,

c.    mas absolutamente, desmedidamente, infinitamente puro, de uma forma tal que nem pode ser mais puro do que é;

08. Esse Deus não se importou de humilhar-se a Si mesmo e levar sobre Si, na cruz, por amor a você, os teus pecados.

09. Esse Deus que é

a.    Auto-Existente,

b.    Auto-Suficiente,

c.    Eterno,

d.    Infinito,

e.    Onisciente,

f.     Onipresente,

g.    E muitas outras coisas maravilhosas mais...

10. Esse Deus não se importou de humilhar-se a Si mesmo, tornar-se homem, sofrer a vergonha da cruz levando sobre SEUS ombros as TUAS culpas, porque ama você.

11. O amor de Deus faz com que Ele não se importe de humilhar-se a si mesmo.

12. Deus amou... e porque amou deu o Seu Filho Unigênito... deu-se a Si mesmo na pessoa do Filho.

13. Esse fato, meu irmão, deveria nos fazer...

a.    Render a Deus o nosso coração;

b.    Amar mais a Deus e também ao nosso próximo;

c.    Olhar mais para Deus;

d.    Nos envolver mais nas coisas de Deus;

e.    Cuidar mais acerca do caminho que estamos trilhando com os nossos pés;

f.     Cuidar mais acerca daquilo que estamos por vontade própria a contemplar com os nossos olhos;

g.    Cuidar mais acerca daquilo que estamos por vontade própria falando com os nossos lábios;

h.    Deixar todo o embaraço e todo o pecado e correr com paciência a carreira que nos está proposta;

i.      Buscar as coisas que são de cima;

j.      Pensar nas coisas que são de cima;

k.    Mortificar a nossa natureza carnal;

l.      Nos despirmos de todas os maléficos defeitos mundana, carnal e diabolicamente impregnados em nós e nos vestirmos de todas as qualidades geradas nas alturas celestiais;

m.   Etc.

14. Tem sido assim com você?

15. Se não tem sido assim, precisa ser assim, e desafio você a que decida que será assim em sua vida, que o amor de Deus será a sua “inspiração” para viver uma vida santificada, cada vez mais consagrada ao Senhor.

16.  Segunda coisa na qual você deve prestar bastante atenção:

 

II. O amor de Deus não anula a Sua justiça.

 

01. João fala sobre esse amor de Deus dispensado a nós de forma tão grandiosa, mas fala também de pessoas que não creem.  Jesus não veio para condenar; Jesus veio para salvar; mas aquele que não crer já está condenado por não crer no Unigênito Filho de Deus.

02. Isso demonstra o fato de que o amor de Deus não anula a sua justiça.

03. Um pouco mais adiante João vai dizer que aquele que crê em Jesus tem a vida, mas aquele que não crê tem permanecendo sobre ele a ira de Deus.

04. A justiça, meus queridos, conforme já dizia A.W. Tozer, incorpora a ideia de retidão moral e a iniquidade é o seu exato oposto.

05. Iniquidade é “não retidão”, “não igualdade” dos pensamentos e atos humanos em relação a Deus.

06. O juízo é a aplicação da “retidão” divina à “não retidão” humana.

07. Por isso João diz: “está condenado” ou “sobre ele permanece a ira de Deus”, porque que ser humano há que possa resistir a esse confronto da equidade de Deus com a sua iniquidade?

08. E a aplicação da justiça divina, meus queridos, é algo tão “terrível” que talvez só possamos falar dela exemplificando.

a.    Um exemplo temos na parábola do rico e Lázaro, contada por Jesus e registrada por Lucas. Ela retrata, dentre outras coisas, um homem consumadamente condenado a clamar tardiamente por misericórdia, por uma gota de água que fosse, sem o poder receber, porque a equidade de Deus já havia vindo sobre ele e o encontrara em completo estado de iniquidade.

b.    No Antigo Testamento, em Números 16, temos uma história, a história da rebelião de Coré, Datã e Abirão, que também serve bem de ilustração do que temos dito aqui acerca da aplicação da justiça divina apesar de Seu amor. O final da história desses homens e de outros que os acompanharam na rebelião é assim narrada:

 

“E a terra abriu a sua boca e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré e a toda a sua fazenda. E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao sepulcro, e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação. E todo o Israel, que estava ao redor deles, fugiu do clamor deles; porque diziam: Para que, porventura, também nos não trague a terra a nós. Então, saiu fogo do SENHOR e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam o incenso.” (Números 16:32-35 RC)

 

c.    Em Apocalipse 20 lemos que o diabo, a besta e o falso profeta, bem como todos aqueles cujos nomes não estiverem inscritos no livro da vida por terem rejeitado a Cristo e, consequentemente, o amor de Deus, serão lançados num lugar chamado lago de fogo e ali sofrerão tormentos para todo o sempre.

d.    John Bunyan (1628 – 1688) escreveu uma alegoria a que ele intitula “Visões do Céu e do Inferno”. É apenas uma alegoria, mas uma alegoria é um modo indireto de se representar outra coisa ou ideia, e, no caso da alegoria de John Bunyan, ele está representando a verdade bíblica acerca do céu e do inferno através da história fictícia de alguém a quem ele denominou Epenetus. Nessa alegoria há uma parte em que uma alma perdida, já no inferno, fala sobre os sofrimentos dali. Veja o que ela diz, lembrando que é ficção, mas ficção baseada em verdades bíblicas:

 

Nossos sofrimentos neste calabouço infernal são de dois tipos. Vejamos primeiro o que nós perdemos quando viemos para cá.

 

1) Neste lugar sombrio de sofrimento e tristeza nós perdemos a presença do Deus bendito. É isso que transforma este calabouço em inferno... Se pudéssemos ver o rosto de Deus, pelo menos durante um instante, e receber qualquer favorzinho dele, já seria muito tolerável aqui. Mas este é o nosso destino, afastado dele, eternamente.

2) Com a nossa vinda para cá, perdemos a comunhão dos santos. Aqui, a nossa única companhia é a presença dos demônios atormentadores.

3) Aqui, perdemos toda esperança de ir para o céu, o lugar de onde vem toda felicidade. Há um abismo enorme entre nós e o céu, um abismo que somos incapazes de transpor...

4) O que piora mais ainda a nossa desgraça, acabou toda a nossa esperança. O homem mais miserável sobre a terra ainda tem esperança, mas nós aqui não temos... Só esta falta de esperança é castigo de sobra para as nossas almas desgraçadas...

 

Agora vou lhe dizer o que nós padecemos neste lugar.


1) Nossos tormentos são muitos... Na terra as pessoas podem sofrer de uma ou duas coisas de uma vez. Aqui sofremos de muitas. Se alguém sofresse com gripe, com enxaqueca, cálculos renais e reumatismo na mesma hora, se julgaria dos mais infelizes. No entanto, tudo aquilo é como a picadinha de uma pulga em comparação com o que sofremos neste lugar. Estamos no inferno, o lugar em que o fogo não se apaga. Estamos num lago de enxofre que tira o nosso fôlego, mas não deixamos de existir...

2) ... os tormentos... são onipresentes, atormentam todos os membros do corpo e a alma simultaneamente. Nas doenças terrestres nem todos os nossos membros são atingidos. A cabeça pode estar doendo, mas os braços e as pernas estão sãos. A barriga pode estar doendo, mas a cabeça não. Aqui não é assim. Todos os membros do corpo e a alma doem. O olho está atormentado com a visão dos demônios deformados pelo pecado, que não saem de sua frente. O ouvido está continuamente atormentado pelos gritos angustiantes dos desgraçados. As narinas ardem incessantemente por causa das chamas sulfúricas, que também criam borbulhas na língua. Aliás, o corpo todo dói o tempo todo por causa destas chamas. Os próprios pensamentos doem só de pensar no que perdemos eternamente, quando teria sido tão fácil escolher outro destino...

3) Outra coisa que toma o sofrimento insuportável é a severidade destes tormentos. O fogo que nos lambe é tão violento que toda a água de todos os mares não seria capaz de apagá-lo. As dores que sentimos são tão terríveis que apenas nós, que as sentimos, entendemos o que é o inferno.

4) Mais um detalhe sobre o nosso sofrimento, é o fato de ser interminável. Além de violento e onipresente, este sofrimento nunca terá fim. Não temos nem um segundinho de descanso...

5) Outra coisa que nos atormenta aqui são as nossas companhias. Os demônios atormentadores não nos deixam em paz. Os gritos horripilantes, as maldições, os gritos de dor, são a nossa única conversação. A presença destes demônios só serve para aumentar a nossa dor.

6) [...]

7) A crueldade dos nossos algozes é outra coisa que aumenta os nossos tormentos, pois são demônios, e como se sabe, esta raça não tem dó de ninguém. Aliás, muito pelo contrário, sentem grande prazer em atormentar os desgraçados.

 

09. Parece terrível para você?

10. Não só parece... é terrível, de fato.

11. Preferia não ouvir uma coisa dessas?

12. Mas precisamos ouvir, e precisamos falar sobre, porque a bíblia fala sobre isso; Deus, pela Sua Palavra, nos alerta quanto a essa realidade e “ai de nós se deixarmos de avisar”. Ao Profeta Ezequiel Deus disse:

 

“Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte. Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não o avisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue da tua mão o requererei. Mas, se avisares o ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu caminho ímpio, ele morrerá na sua maldade, mas tu livraste a tua alma. Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça e fizer maldade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá; porque, não o avisando tu, no seu pecado morrerá, e suas justiças que praticara não virão em memória, mas o seu sangue da tua mão o requererei. Mas, avisando tu o justo, para que o justo não peque, e ele não pecar, certamente viverá, porque foi avisado; e tu livraste a tua alma.” (Ezequiel 3:17-21 RC)

 

13. Que fique bem claro então na mente de todos nós: O AMOR DE DEUS NÃO ANULA A SUA JUSTIÇA! E é por isso que João diz que há pessoas ainda condenadas, há pessoas ainda debaixo da ira de Deus, a saber: aqueles que não creem em Jesus, aqueles que não estão em Jesus.

14. Entretanto, João diz também que, e essa é a terceira coisa na qual você deve prestar bastante atenção:

 

III. O amor de Deus faz com que Ele justifique aquele que se lança aos pés de Cristo com fé, clamando por misericórdia e perdão.

 

01. João diz que aquele que crê tem a vida eterna.

02. Ter a vida eterna implica em ter sido justificado por Deus.

03. Na justificação,

a.    a justiça de Cristo é atribuída ao pecador que se rendeu a ele,

b.    a justiça de Cristo é atribuída ao pecador que se lançou aos seus pés, arrependido, clamando por misericórdia e perdão.

04. Em Romanos 4.25, lemos acerca de Jesus Cristo que ele “... por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação.”

05. Em Romanos Atos 13.38-39, Paulo, discursando na Sinagoga de Antioquia da Pisídia, assim diz, com veemência, acerca de Jesus: “Seja-vos, pois, notório, varões irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê.”

06. Em alguns trechos de Romanos 8 assim lemos: “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós... Quem (n)os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”

07. Cristo morreu por nós, e agora intercede por nós, e se cremos nele, se estamos nele, ninguém pode ser contra nós no sentido de ter poder para nos separar de seu amor – em Cristo fomos justificados de nossos pecados.

08. A justificação é um ato de Deus que trata de Sua relação com o homem.

09. Antes de o pecado entrar no mundo, havia íntima comunhão e amor entre Deus e o homem. Mas, pelo pecado da desobediência, essa relação foi quebrada e o homem teve que fugir da presença de Deus. A justificação é a restauração do homem àquela posição original de comunhão, e pode ser definida como uma mudança de estado de culpa e consequente condenação, para o estado de absolvição e aceitação.

a.    Empregamos aqui o vocábulo absolvição, mas na realidade a Justificação é muito mais do que simples absolvição. Quando alguém é absolvido em um tribunal, isso significa que foi provado que ele não cometeu o crime, e, portanto, o juiz o declara livre de qualquer culpa e pena. Ele não pode ser acusado e julgado novamente pelo mesmo crime sem a apresentação de novas evidências que provem a sua culpa.

b.    Contudo, não há duvida da culpa do homem diante de Deus. A Bíblia declara enfaticamente que o homem é pecador e, portanto, culpado diante de Deus... Diante do tribunal de Justiça divino ele está condenado, mas Jesus Cristo, que foi achado sem culpa alguma, tomou o lugar do pecador e pagou a sua pena, satisfazendo assim as exigências da lei.

c.    Então o culpado é julgado em Cristo e absolvido na base de que a pena foi paga por Cristo.

d.    Por estar em Cristo ele não pode ser achado com culpa.

e.    É por isso que Deus, através do apóstolo Paulo, declara, em Romanos 8.1, que não resta mais nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus.

f.     Deus se torna novamente, então, favorável a nós. Efésios 1.6 e 7 nos diz que segundo a riqueza da graça de Deus, que Ele tornou abundante para nós, fomos remidos dos nossos pecados, redimidos pelo sangue de Jesus, e, em Jesus, nos tornamos novamente agradáveis a Deus.

10. Meu amado irmão, isso não é maravilhoso? Deus perdoa os nossos pecados; Deus Elimina a nossa culpa diante d’Ele, e isso Ele o faz imputando a nós a justiça de Cristo.

11. No Antigo Testamento temos a historia da libertação de Israel do Egito.

a.    Dez pragas terríveis se abateram sobre o Egito antes de Faraó deixar ir o povo de Israel.

b.    De todas estas pragas o povo de Deus, Israel, foi livre.

c.    A última das dez pragas, a da morte dos primogênitos, é especialmente terrível, e a maneira de que Deus se utilizou para livrar o seu povo fala profundamente ao nosso coração.

d.    O anjo da morte passaria naquela noite derradeira do povo de Israel no Egito, e cada família israelita deveria espargir, nos umbrais e nas vergas das portas de suas casas, o sangue do cordeiro que deveria ser imolado naquela ocasião.

e.    E, em o anjo passando e vendo o sangue, entenderia que aquela casa deveria ser poupada.

12. De forma ilustrativa, meus amados irmãos, essa história fala profundamente ao nosso coração, porque nos faz lembrar que nós, aqueles que um dia se renderam a Cristo pela fé, que se lançaram aos pés de Cristo com fé, clamando por misericórdia e perdão, fomos marcados por Deus com o sangue de Jesus vertido na cruz e estamos, por essa causa, justificados e salvos.

13. É o amor de Deus que faz isso!

 

Conclusão

 

01. Enquanto eu trabalhava nesse sermão recebi um e-mail do vida.net; um artigo intitulado “Esqueceram de Mim”, escrito pelo pastor Márcio Tunala, um dos pastores da Igreja Batista do Bacacheri – Curitiba. Parte do artigo diz:

 

Entre muitas notícias que li em um site uma me chamou a atenção. No dia 03 de agosto de 2008, uma menina de três anos de idade foi “esquecida” pelos pais no aeroporto de Tel Aviv, segundo o jornal israelense “Haaretz”. Os pais, que tem cinco filhos, embarcaram para Paris no domingo. Segundo o jornal, a menina foi encontrada na loja Duty Free por um policial do aeroporto. Ao identificarem os pais, os policiais ainda levaram a menina para o portão de embarque do vôo, mas, o avião já havia decolado. Segundo a reportagem, os pais só deram conta da falta da menina 45 minutos depois que o avião decolou quando foram informados pelo piloto que havia sido avisado pela polícia. Cerca de duas horas depois, a menina embarcou para Paris em outro vôo, acompanhada por uma comissária de bordo.

 

... A família, dependendo do momento de stress que vive, pode cometer erros bem mais graves que este, como por exemplo esquecer um bebê no carro embaixo do sol escaldante levando a criança até mesmo a morte. Isso já aconteceu inúmeras vezes, infelizmente...

 

[Mas] Uma coisa eu sei convictamente: Deus não se esquece de ninguém. A Bíblia tem um texto que afirma isto: “Acaso pode uma mulher esquecer-se de seu filho que ainda mama, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele,eu, todavia, não me esquecerei de ti” (Isaías 49:15)

 

02. Deus não se esquece de você, meu amado! Ele te ama!

03. Deus não desampara você. Ele te ama!

04. Ele não se importou de humilhar-se a si mesmo para manifestar o quanto te ama.

05. Mas o fato de Ele te amar não anula a Sua justiça...

06. ... Ele, porque te ama quer salvar você, mas só fará isso se você crer, se você se lançar aos pés de Cristo, com fé, clamando por misericórdia e perdão.

 

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

prwalmir@hotmail.com

www.prwalmir.blogspot.com

www.pibfoz.com.br

www.igrejabatistanoparqueimperatriz.com.br

 

 

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

 

E-book de Sermões e Ilustrações, do Pr. Walter Pacheco

Esboço de Teologia Sistemática, de A. B. Langston

Estudo sobre a doutrina da Justificação, do Pastor Martin Kleefeldt

Mais Perto de Deus, de A. W. Tozer

Revista “Doutrinas Avançadas”, de Jonanias Soares de Menezes

Visões do Céu e do Inferno, de John Bunyan

 

segunda-feira, 12 de março de 2012

Cristo é para nós…


CRISTO É PARA NÓS...

 

I Coríntios 1

 

01. O que Jesus Cristo é para você? O que ele representa para você, em sua vida?

02. A Bíblia, a Palavra de Deus, fornece-nos uma quantidade enorme de informações sobre o que Jesus Cristo representa para os homens. Não o que os homens, individualmente, dizem com seus lábios sobre essa questão, mas o que ele de fato representa.

03. Para alguns, Jesus não representa boa coisa não, ainda que estes professem o contrário. Querem ver?

 

“Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido.  E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina;  e uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.” (1 Pedro 2:6-8 RC)

 

04. Porém, para outros, Jesus representa algo extremamente glorioso. Só aqui nesse primeiro capítulo de I Coríntios, encontramos:

 

“Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.” (1 Coríntios 1:24 RC)

 

 “Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.”  (1 Coríntios 1:30-31 RC)

 

05. Poder de Deus, Sabedoria, Justiça, Santificação e Redenção.  Isso é o que Cristo é para nós, e é sobre isso que estaremos considerando nesse estudo.

 

I. PODER DE DEUS

 

01. No Novo Testamento encontramos algumas palavras diferentes, mas que podem, todas elas, serem, no português, traduzidas por uma mesma palavra: “poder”. Vejamos[1]:

a.    dunamiz (dúnamis) Indica obras poderosas (milagres). É encontrada mais de cem vezes em o Novo Testamento.

b.    exousia (Exousia) Indica poder como autoridade para realizar alguma coisa. Também aparece cerca de cem vezes em o Novo Testamento. Um bom exemplo é este: “Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado...” (João 19:11 RC)

c.    kratoz (Krátos) – Poder no sentido de domínio, força. Aparece 12 vezes em o Novo Testamento.

 

02. Paulo, aqui em 1 Coríntios 1, usa o termo dúnamis para se referir a Cristo como sendo o Poder de Deus.

a.    Cristo crucificado, ainda que pareça loucura para alguns, é o poder de Deus em ação para operar o milagre da salvação.

b.    Paulo, em Romanos 1.16, diz que o evangelho de Cristo é o poder (dúnamis) de Deus para a salvação de todo aquele que crê.

c.    Aprouve a Deus salvar os homens pela loucura da pregação (v. 21), e o conteúdo dessa pregação é Cristo crucificado (v. 23), e Cristo crucificado é o poder de Deus em operação para efetuar o milagre da salvação.

d.    Rejeitar a Cristo é o mesmo que rejeitar o milagre de Deus, a salvação que ele oferece.

e.    Nada além de Cristo pode realizar esse milagre, muito menos a sabedoria humana.

03. Uma determinada pessoa, de nome Kling, citada por Champlin em O N. T. Int. Vers. por Vers., comenta:

 

“Enquanto os judeus indagavam como é que uma pessoa crucificada e maldita poderia ser o Salvador de Israel, como alguém tão destituído de força poderia ser capaz de derrubar todos os poderes hostis, e enquanto os gregos julgavam absurdo a salvação da parte de alguém que tivera um fim tão miserável, por outro lado, os escolhidos de Deus, experimentam e confessam que é do Redentor crucificado que se origina o poder divino, o poder da vida e da paz celestiais, bem como um poder renovador, santificador, beatífico, como não poderia ser encontrado em coisa alguma pertencente à criatura.” [2]

 

04. Cristo é o poder de Deus. Somos salvos porque Cristo é o poder de Deus que operou esse milagre em nós.

 

II. SABEDORIA DE DEUS

 

01. O que vem a ser ‘sabedoria’?

02. Esta é uma boa pergunta, e complicada também.

03. Filósofos, como Platão, Aristóteles, Spinosa e outros, fizeram suas considerações, e cada um falava uma coisa diferente. Juntando tudo o que eles disseram talvez tivéssemos uma boa (e grande) definição.

04. De uma maneira geral podemos pensar em sabedoria como sendo conhecimento, mas também como sendo a capacidade de aplicar corretamente esse conhecimento.

05. Nas palavras de Champlin,

 

“Ter sabedoria é pensar bem e agir bem em qualquer empreendimento realizado, seja secular ou espiritual” [3]

 

06. Quando Paulo diz então que Cristo é para nós a Sabedoria de Deus, uma das coisas que ele está querendo dizer é que em Cristo Deus revelou a Sua sabedoria, pois Deus planejou salvar o homem em Cristo, e teve a capacidade de fazer com que esse seu plano fosse executado.

07. Desde a eternidade Deus já havia decretado que salvaria o homem mediante seu Filho, o Cristo A mensagem bíblica como um todo nos passa essa idéia. As profecias acerca deste propósito divino vêm desde Moisés. Mas o texto abaixo é bastante revelador:

 

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado.  Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,  que Ele tornou abundante para conosco em toda a sabedoria e prudência,  descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo,  de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra;” (Efésios 1:3-10 RC)

 

08. Deus decretou desde a eternidade, e depois Ele foi colocando em prática o seu planejamento.

a.    O Filho de Deus encarnou, desenvolveu seu ministério entre nós, morreu, ressuscitou ao terceiro dia e foi exaltado à mão direita do Pai.

b.    Tudo isso estava designado de antemão e foi cumprido à risca, e é assim que Cristo revela a Sabedoria de Deus.

c.    CRISTO É PARA NÓS A SABEDORIA DE DEUS.

d.    A mensagem do Cristo crucificado pode ser uma insensatez para alguns, mas para nós, os que cremos é o Poder de Deus e a Sabedoria de Deus.

 

Tudo quanto os homens podem conhecer acerca da verdadeira sabedoria, precisam conhecê-la em Cristo; pois, para os homens, Cristo é a sabedoria de Deus. A sabedoria de Deus é demonstrada do Seu plano, relativo à redenção da humanidade, plano esse que concretiza algo que a sabedoria sob hipótese nenhuma poderia concretizar. E a palavra ou mensagem da cruz é o tema central dessa sabedoria. Por igual modo, essa sabedoria é a única que permanecerá de pé sob o teste do juízo divino. Através da sabedoria de Deus é que o mundo inteiro pode ser potencialmente salvo. Tudo isso pode parecer um escândalo, uma insensatez e uma pedra de tropeço para os homens, mas Jesus Cristo é a própria personificação da sabedoria de Deus. A grande verdade é que a sabedoria de Deus, que tantos homens reputam como insensatez, é mais sábia que a sabedoria humana [4], porquanto cumpre aquilo que o engenho humano está impossibilitado de fazer. Mas esse cumprimento só se verifica no caso de homens humildes, que reconheçam sua ignorância espiritual; pois Deus dá iluminação espiritual a esses, mas resiste aos soberbos. Sim, Cristo é a verdadeira sabedoria de Deus, fazendo violento contraste com a falsa sabedoria humana.” [5]

 

III. JUSTIÇA[6]

 

“Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1 Coríntios 1:30 RC)

 

01. Existe uma doutrina bíblica conhecida como a “Doutrina da Justificação”.

02. De uma maneira bem simples a Justificação pode ser entendida como sendo a atitude de Deus em conceder ao homem que crê em Cristo uma nova posição diante d’Ele: a posição de justo.

03. Vários textos da Palavra de Deus nos dão conta disso. Eis alguns:

 

“E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê.” (Atos 13:39 RC)

 

 “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.” (Gálatas 2:16 RC)

 

 “Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos.” (Romanos 5:19 RC)

 

 “Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado,  como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.  Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus.  Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.  A sua garganta é um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;  cuja boca está cheia de maldição e amargura.  Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.  Em seus caminhos há destruição e miséria;  e não conheceram o caminho da paz.  Não há temor de Deus diante de seus olhos.  Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.  Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.  Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas,  isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.  Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus,  sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus,  ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;  para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Romanos 3:9-26 RC)

 

04. Vê-se também, por esses versículos, que a justificação se dá logo em seguida à conversão. O homem crê em Jesus (se converte), e então ele é declarado justo por Deus, independente de qual seja o seu caráter.

05. Mas não para por aí. Se assim o fosse, se Deus não fizesse que a justificação resultasse em algo mais, se a justificação não levasse a uma vida de retidão, seria algo no mínimo estranho. A fé não é substituta da retidão; a fé, pela qual somos justificados, necessariamente leva também à retidão. Portanto, nesse ato de Deus estão envolvidas:

a.    A remissão da Pena – Qual é a pena para o pecado? Veja os seguintes textos:

 

“E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2:16-17 RC)

 

 “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.  Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei.  No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.” (Romanos 5:12-14 RC)

 

 “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 6:23 RC)

 

                                  i.    Por esses textos e outros mais vemos que a pena para o pecado é a morte, na seguinte ordem: a) espiritual; b) física e c) eterna.

                                ii.    Quando o homem crê em Cristo, e, consequentemente, é justificado por Deus, ele é livre da pena, no que diz respeito à morte espiritual e eterna:

 

“Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus...” (Romanos 8:1 RC)

 

 Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.  Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Romanos 8:33-34 RC)

 

 “Seja-vos, pois, notório, varões irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados.  E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê.” (Atos 13:38-39 RC)

 

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16 RC)

 

 “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3:18 RC)

 

b.    A restauração ao favor divino – A Justificação proporciona ao homem que crê em Cristo a certeza de sua aceitação diante de Deus, a certeza de que agora Deus é a ele favorável. Isso ela faz porque está baseada não em alguma coisa de nós mesmos, mas na obra redentora de Cristo Jesus.

 

“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” (João 3:36 RC)

 

 “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça... sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.” (Romanos 1.18 e 5:9 RC)

 

“Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31 RC)

 

 “...Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados...”     (2 Coríntios 5:19 RC)

 

c.    Imputação da justiça – É assim que Deus nos restaura ao favor. Não fomos justificados porque Deus encontrou alguma justiça em nós que possibilitasse a que, por nossos próprios méritos, estivéssemos de pé diante d’Ele. Foi-nos imputada a justiça de Cristo. Isso ocorre pela fé. Não há obras para isso. Como diz o nosso texto base, “... Jesus Cristo... para nós foi feito por Deus... justiça...”.

 

d.    A Justificação conduzirá, necessariamente, a uma vida de retidão – Ainda que a justificação possa ser vista com algo separado da Santificação, como dizem a maioria dos teólogos protestantes, certamente que quando Deus justifica alguém seguir-se-á a esse ato, necessariamente, a transformação do caráter, a transformação moral. O Espírito de Deus estará operando, necessariamente, essa obra na vida do crente. Veja os seguintes textos:

 

“Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo.” (Filipenses 1:6 RC)

 

 “...Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,  para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,  para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (Efésios 5:25-27 RC)

 

 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14 RC)

 

 “...eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência...”       (1 Pedro 1:2 RC)

 

 “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.  E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” (Romanos 8:29-30 RC)

 

 “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação.” (1 Ts 4:7 RC)

 

06. O Cristo crucificado, então, pode ser um escândalo para alguns, e uma loucura para outros, mas para nós que somos salvos

a.    é o poder, o dúnamis de Deus que operou o milagre da nossa salvação;

b.    é a manifestação da sabedoria de Deus que planejou e soube como efetuar o plano para a nossa salvação;

c.    e é a nossa justiça. Nós não temos justiça própria, Cristo é a nossa justiça.

                                  i.    É nele que somos perdoados,

                                ii.    é nele que somos libertos da pena do pecado,

                               iii.    é nele que somos justificados,

                               iv.    é nele que somos salvos,

                                v.    é nele que somos aceitos diante de Deus,

                               vi.    é por ele que temos acesso a essa graça,

                              vii.    é por ele que Deus se tornou favorável a nós;

                            viii.    e é só por ele; não há outro meio.

 

“... Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,  estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),  e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;  para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.  Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.  Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:4-9 RC)

 

 “...por ele... temos acesso ao Pai...” (Efésios 2:18 RC)

 

 “...ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus,  pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hebreus 10:19-20 RC)

 

IV. SANTIFICAÇÃO

 

“... Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus... santificação...” (1 Coríntios 1:30 RC)

 

01. Jesus Cristo para nós foi feito santificação! Mas, o que significa isso?

02. Langston, ao desenvolver, em sua teologia sistemática, o tema santificação, começa dizendo:

 

“O grande propósito de Deus em estabelecer o Seu reino entre os homens é conseguir duas coisas: primeiramente, estabelecer uma relação vital entre Si mesmo e o homem; segundo, produzir no homem um caráter que esteja de acordo com esta nova relação existente entre os dois” [7]

 

03. Com essas palavras Langston está mostrando a verdade de que o termo santificação na Bíblia tem um duplo sentido.

a.    Significa consagração ou dedicação a Deus, o que implica no estabelecimento de uma relação entre o homem e Deus[8],

b.    mas também significa um processo de transformação ética, o que é expressado por Langston como sendo a produção de um caráter em acordo com a nova relação estabelecida.

04. Isso é bastante evidente na Bíblia. Várias vezes encontramos o apóstolo Paulo se dirigindo aos crentes como santos, dando a entender uma posição que eles possuem. Veja por exemplo o versículo 2 de 1 Co. 1 e o versículo 7 de Romanos 1:

“à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1 Coríntios 1:2 RC)

 

“A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Romanos 1:7 RC).

 

05. Mas os que possuem essa posição precisam progredir em santificação, e progredirão, necessariamente. Veja os seguintes textos:

 

“Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação.” (Romanos 6:19 RC)

 

 “Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.” (Romanos 6:22 RC)

 

 “Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.” (2 Coríntios 7:1 RC)

 

 “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição,  que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (1 Ts 4:3-4 RC)

 

 “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação.” (1 Ts 4:7 RC)

 

 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14 RC)

 

06. Deus, em Cristo, santificou para Si um povo. A esse povo Deus, por Cristo, através da atuação do Espírito Santo, está santificando. E isso é maravilhoso, porque o ato do Espírito, tornado possível pelo Cristo crucificado, de operar a santificação, é o ato que torna possível ao homem entrar no reino de Deus. Sem a santificação ninguém verá o Senhor!

07. Em o livro “A Conquista Divina”, A. W. Tozer diz algumas coisas bem interessantes e profundas. Dentre elas quero citar duas aqui, que julgo preciosas para esse tópico de nosso estudo. Ao comentar sobre o fato de que o evangelho em nossa vida não deve chegar apenas em palavra, mas também em poder, poder transformador, Tozer diz:

 

“A mensagem cristã retamente entendida significa isto: o Deus que pela palavra do Evangelho proclama livres os homens, pelo poder do Evangelho de fato os faz livres” [9]

 

“A mensagem do Evangelho é, pois, a mensagem de uma nova criação em meio a uma antiga, a mensagem da invasão da nossa natureza humana feita pela vida eterna de Deus e a substituição da velha natureza pela nova. A nova vida captura a natureza do homem de fé e se dedica à sua benévola conquista, conquista que não é completa enquanto a vida invasora não tiver tomado posse total e não tiver emergido uma nova criatura. E este é um ato de Deus, sem ajuda humana, pois é uma milagre moral e uma ressurreição espiritual.” [10]

 

08. A mensagem do Cristo crucificado pode ser uma loucura para alguns e um escândalo para outros, mas para nós, o Cristo crucificado foi feito por Deus a nossa santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.

 

V. REDENÇÃO

 

“... Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus... redenção” (1 Coríntios 1:30 RC)

 

REDENÇÃO

 

Libertação (Sl 111.9).

 

1) No AT, Deus, o REDENTOR, liberta o povo de situações de cativeiro (Is 43.14), sofrimentos (Jr 14.8), morte (Jó 19.25), pecado (Is 44.22; 59.20).

2) No NT, Deus, por meio do pagamento de um preço, isto é, a morte de Cristo na cruz, compra para uma vida de nova liberdade a pessoa que era escrava do pecado e da LEI (Mc 10.45; Rm 3.24; Gl 4.5; Ef 1.7). Essa redenção será completada no final dos tempos (Rm 8.21-23). [11]

 

01. O termo redenção indica nada menos que o resgate que nos livra do pecado; e também fala da totalidade de nossa salvação em Cristo, incluindo todos os seus aspectos.Cristo é o Redentor, e o seu ato redentor foi a sua morte na cruz. Por esse ato redentor de Cristo, aquele que crê tem a sua alma reconduzida a seu lar e destino apropriados, tendo sido restaurada de todo o seu desvio. A alma humana se acha em estado de servidão ao pecado (e consequente perdição), até que é restaurada por Deus. [12]

02. Veja os seguintes textos:

 

“sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:24 RC)

 

“Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça” (Efésios 1:7 RC)

 

 “em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados” (Colossenses 1:14 RC)

 

 “o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos...” (1 Timóteo 2:6 RC)

 

 “nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” (Hebreus 9:12 RC)

 

03. Cristo é para nós redenção. Não importa o que as pessoas pensem e digam do Cristo crucificado, é ele quem efetua a redenção, e se elas quiserem ser redimidas terão que ir a ele.

 

CONCLUSÃO

 

01. Tudo se resume no seguinte:

a.    A salvação do homem depende da operação do poder e da sabedoria divinas;

b.    o homem, não pode ver o reino de Deus em estado de injustiça e se não passar pela transformação moral que é a santificação, e, pior, ele não encontra nele mesmo nada que possa lhe fazer justo e santo;

c.    o homem está perdido sob a escravidão do pecado, necessitando ser redimido.

d.    O homem está caminhando a passos largos para a perdição eterna.

e.    Mas há um, um só, que pode salvá-lo: o Cristo, mas o Cristo crucificado!

02. Que loucura não?

03. É o que muitos acham.

04. Mas é justamente o Cristo crucificado que foi feito para nós:

a.    O Poder de Deus;

b.    A Sabedoria de Deus;

c.    Justiça;

d.    Santificação e           

e.    Redenção.

 

05. “... a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” (1 Coríntios 1:18 RC)

06. “... os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria;  mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.  Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.  Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” (1 Coríntios 1:22-25 RC)

07. “... vós sois (nós somos) dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1 Coríntios 1:30 RC)

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves



[1] Informações extraídas do volume 7 (dicionário) da coleção O A. T. Interpretado Versículo Por Versículo, de R. N. Champlin, editora Candeia, e de A Bíblia Online 2.01 da SBB

[2] KLING – Citado por R. N. Champlin em O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, volume 4, décima reimpressão, São Paulo – SP, Editora Candeia, 1998.

[3] CHAMPLIN, R. N – O Antigo Testamento Interpretado: Versículo Por Versículo: Dicionário – M-Z / Volume 7. Primeira edição – São Paulo – SP, Editora Candeia, 2000.

[4] Para Nicolau de Cusa, citado por Champlin no volume 7 (dicionário) de O A. T. Int. Vers. por Vers., a sabedoria humana não passa de uma ignorância informada.

[5] CHAMPLIN, R. N. - O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, volume 4, décima reimpressão, São Paulo – SP, Editora Candeia, 1998.

[6] Foram usadas, para este tópico, as seguintes fontes de consultas: - O Evangelho da Redenção, de Walter T. Conner, 2ª edição – JUERP; /   - Palestras Em Teologia Sistemática, de Henry Clarence Thiessen - IBR;  /  - O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo, volumes 3 e 4, de R. N. Champlin, 10ª reimpressão – Candeia.

[7] LANGSTON, A. B. – Esboço de Teologia Sistemática, 11ª edição, Rio de Janeiro: JUERP, 1994. 305 p.

[8] No A. T. não só pessoas, mas coisas e lugares também eram santificados a Deus.

[9] TOZER, A. W. – A Conquista Divina, 2ª edição, São Paulo – SP: Editora Mundo Cristão, Julho de 1987

[10] Ibid.

[11] Dicionário Bíblico Almeida, em A Bíblia Online versão 2.01 - SBB

[12] CHAMPLIN, R. N. – O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo, volume 4: I Coríntios – Efésios. Décima reimpressão, São Paulo: Editora Candeia, 1998.

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