quinta-feira, 18 de setembro de 2025

A Fé do João e do José

 A FÉ DO JOÃO E DO JOSÉ

Prezados amigos,

Hoje vou lhes contar a história da fé de dois irmãos: o João e o José.

É uma história fictícia, mas ao mesmo tempo um retrato do que se vê por aí nos arraiais cristãos.

João e José, já disse, eram irmãos – duas vezes irmãos: de sangue e de fé.

Ambos conheceram o Senhor cedo e, à sua maneira, aprenderam a segui-Lo.

Mas o caminho que escolheram trilhar era um pouco diferente.

João era do tipo que não se contentava com pouco.

Precisava de sinais,

Precisava de vozes,

Precisava de manifestações palpáveis.

Onde se dizia que “Deus estava operando de forma extraordinária”, lá estava o João, muitas vezes na primeira fila, com os olhos cheios de expectativa.

Se ouvia falar de uma profecia poderosa, corria atrás.

Se alguém testemunhava de uma cura, buscava experimentar algo parecido.

Sua fé era sincera, mas alimentava-se de experiências sensoriais, como quem depende de um banquete para sobreviver sem nunca aprender a apreciar o pão simples de cada dia.

Já o José, embora também tivesse provado da presença manifesta de Deus, caminhava de forma diferente.

Ele não desprezava os sinais, mas não os transformava em alicerce.

Sua segurança estava firmada em algo que não muda: o caráter de Deus. O caráter de Deus é imutável!

José repetia para si mesmo: “Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Se falou, cumprirá; se prometeu, não falhará”.

E assim, sua fé não dependia do que sentia, mas de quem Deus é – Como aquele cântico, que gostamos de cantar dizendo pra Deus: “Minha fé não está firmada naquilo que podes fazer; eu aprendi a Te adorar pelo que és...” e por aí vai. Nem sempre quem canta está dizendo a verdade, mas o cântico é, como se diz: “dos bons”.

Acontece que o tempo passou, e um dia Deus resolveu fazer silêncio. Deus às vezes faz isso. Dizem que as quatro folhas em branco que antigamente se costumava deixar entre o Antigo e o Novo Testamento nas bíblias impressas, representavam os QUATROCENTOS anos que o povo de Deus ficou sem profeta.

QUATROCENTOS! ...

Voltando ao João e o José, como eu estava dizendo, Deus resolveu fazer silêncio.

Não houve mais voz,

Não houve visões,

Não houve milagres visíveis.

Um, dois, três anos…

Silêncio total!

Para João, aquilo foi devastador.

Seu coração, acostumado a viver de sinais, murchou como planta sem água.

Ele começou a se perguntar:

“Será que Deus me abandonou?”

“Será que errei o caminho?”

“Será que tudo aquilo não passou de emoção?”.

A fé de João, antes vibrante, agora quase se apagava.

José, porém, permanecia firme.

Não porque não sentisse falta, mas porque sabia que Deus não muda.

Ele dizia ao irmão: “João, mesmo em silêncio, Ele continua sendo Deus. Nossa fé não está naquilo que vemos ou ouvimos, mas Naquele que é fiel e justo.”

Enquanto João vacilava, José se fortalecia.

E, ironicamente, foi o silêncio que revelou onde cada um tinha realmente fincado suas raízes.

Experiências são bênçãos.

Sinais são provas da graça divina.

Mas quando a fé depende apenas deles, corre o risco de naufragar na primeira calmaria do céu.

O verdadeiro alicerce não está no extraordinário, mas na certeza de que o caráter de Deus não se altera. Ele é fiel quando fala e continua fiel quando se cala.

No fim, João aprendeu com José que buscar experiências não é errado – errado é condicionar a fé a elas. Porque mais cedo ou mais tarde, todos passamos por desertos de silêncio. E só quem aprendeu a confiar no imutável caráter de Deus atravessa esses desertos sem perder o rumo.

Busque o extraordinário! Experiências extraordinárias com Deus! Manifestações extraordinárias de Deus! Acontecimentos extraordinários! Mas não baseie a sua fé nessas experiências, manifestações e acontecimentos. Sua deve estar firmada no caráter imutável de Deus!

Deus seja contigo!  

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