TIAGO – A FÉ EM AÇÃO - 12/17

 

TIAGO – A FÉ EM AÇÃO

 

Estudo 12

Fontes de consulta: Novo Testamento 2 – Comentário Bíblico Expositivo de Warren W. Wiersbe

 

SABEDORIA – A TERRENA X A DO ALTO

 

Tiago 3.13-18

 

Ø  A sabedoria era algo muito importante para o povo judeu. Para eles não bastava ter conhecimento, era preciso ter sabedoria para aplicar o conhecimento de forma correta. Conhecimento é o acúmulo de informações, e sabedoria é saber colocar em prática esse conhecimento.

Ø  E Tiago agora vai falar sobre isso, sobre a sabedoria, talvez na intenção de ir um pouquinho mais além no assunto anterior, sobre aqueles que queriam ser mestres mas tropeçavam na palavra. Nesse caso, não basta ter o conhecimento das matérias a serem ensinadas, mas é preciso saber como ensiná-las, honrando a Deus.

Ø  O “conhecedor” pode não ter a “sabedoria”, ou, então, ter “aparente sabedoria”, a sabedoria falsa. E nesse trecho Tiago faz uma espécie de contraste entre a sabedoria verdadeira e a falsa; um contraste em três aspectos: origem, operação e resultado.

Ø  Vejamos:

 

I.                 CONTRASTE DE ORIGENS (15 e 17a)

 

Ø  A verdadeira sabedoria vem do alto, a falsa é terrena. Em outras palavras, existe uma “sabedoria celestial” que vem de Deus e uma “sabedoria humana” que não vem de Deus. E tudo que não vem de Deus, ao fim dá em nada, é fadado ao fracasso. Pode ter sucesso por algum tempo, mas ao final dá em nada.

Ø  E a bíblia oferece vários exemplos da insensatez da sabedoria humana, demonstrando o seu fim. Eis alguns desses exemplos:

o   A construção da Torre de Babel pareceu um empreendimento sábio, mas acabou em fracasso e confusão (Gn. 11.1-9)

o   Pareceu sábio a Abraão ir para o Egito quando Canaã passou por uma escassez de alimentos, mas os resultados mostraram o contrário (Gn. 12.10-20)

o   Em Êxodo 16, quando Deus dá o Maná ao povo, para comer, ordena que, nos dias normais, com exceção da véspera do sábado, se colha apenas o suficiente para o dia, porque todos os dias Deus os estaria provendo do Maná. Mas alguns dentre o povo achou que seria sábio colher um pouco mais, para “guardar”. E o que aconteceu? Apodreceu, deu bicho, cheirou mal e causou indignação em Deus a incredulidade deles.

o   A Saul Deus ordenou, na guerra contra os Amalequitas, não fazer reféns e não trazer nenhum despojo. Mas Saul achou por bem desobedecer a trazer cativo Agague, rei dos amalequitas; e, ainda, Saul achou por bem deixar o povo levar despojos – ovelhas e vacas – com a desculpa de que era para oferecer a Deus em sacrifício. Foi repreendido pro Deus através de Samuel, e rejeitado para continuar reinando em Israel, porque o prazer do Senhor não está tanto nos sacrifícios que a Ele se oferece quanto em que se lhe obedeça. A verdadeira sabedoria seria obedecer a Deus.

o   Enfim, em toda a bíblia podemos encontrar exemplos da insensatez da sabedoria humana, quando esta é contrária à orientação divina.

Ø  Essa é a sabedoria humana, que, quando em desacordo com a orientação divina, é terrena, animal e diabólica, ou: é proveniente do mundo, da carne e do diabo, os nossos três grandes inimigos.

Ø  O conhecimento mal usado revela uma sabedoria que não vem de Deus, uma sabedoria “inspirada” não por Deus.

Ø  Mas, em contraste, há a sabedoria que vem do alto, de Deus. Essa é a sabedoria que ao fim produzirá bons resultados, mesmo que, aparentemente, enquanto a estamos exercendo, pareça ser o contrário, pareça ser algo contraproducente.

Ø  Por exemplo, Jesus diz que há uma porta pela qual devemos entrar e um caminho pelo qual devemos trilhar se quisermos chegar ao céu; porém, essa porta, nesta realidade terrena, é uma porta estreita, e o caminho é um caminho apertado, e às vezes não parece muito sábio entrar por essa porta e seguir por esse caminho. Como eu disse em uma pregação a uns dias atrás: pode trazer grandes problemas, por o mundo ser totalmente contrário a muito do que é ensinado por Deus nas escrituras; pode exigir grandes renúncias; coloca sobre nossos ombros grandes responsabilidades. Mas é esse o caminho que leva ao céu, e, então, esse é o caminho da verdadeira sabedoria, a que vem do alto, ainda que para muitos pareça ser o contrário.

 

Ø  Então, contraste de origens: do alto e de baixo; do céu e da terra. Qual você tem seguido?

 

Ø  O segundo contraste é:

 

II.               O CONTRASTE DE OPERAÇÃO (13, 14, 17)

 

Ø  A sabedoria do alto, de Deus, opera de maneira distinta da sabedoria “terrena, animal e diabólica”.

Ø  E aí no texto estão apontados alguns elementos que indicam presença de falsa sabedoria:

o   Inveja (14a) – Tradução de uma palavra que indica uma rivalidade contenciosa motivada por ciúmes. É uma espécie de desgosto provocado pela felicidade ou prosperidade alheia ao ponto de desejar ter isso que é do outro. Em alguns casos pode ser confundido com “zelo”, como por exemplo no caso em que uma pessoa se dedica muito a algo (um aprendizado, uma missão, um dom...); daí a gente olha e elogia o “esmero”, o “zelo”, a “sabedoria” da pessoa. Porém, às vezes, esse zelo pode ter como motivo a inveja, o desejo de ter o que é do outro (um cargo, uma função, uma missão, um sucesso...).

o   Sentimento faccioso (contenda, no caso, provocada por partidarismo) (14.b) – Dentro da igreja? Sim, dentro da igreja.

o   Vanglória (14c) – Se a arte de falar bem, ensinar bem, cantar bem ou fazer bem qualquer outra coisa vem contaminada pela vanglória, pela atitude de “fazer questão” de ser reconhecido, elogiado... essa não é a sabedoria que vem do alto.

o   Dolo (14d) – mentira. Há algum tempo atrás um cantor / pregador confessou arrependido que muitas vezes usou de mentira (experiências falsas) para causar impressões dramática no povo.

Ø  Mas a sabedoria que vem do alto vem acompanhada de alguns elementos que também está aí no texto:

o   Mansidão – força sob o controle de Deus

o   Pureza – santidade

o   Paz – A sabedoria humana conduz à rivalidade, a divina à paz

o   Moderação – Não provoca brigas desnecessárias ao mesmo tempo que, no que se refere à verdade, não cede só para manter a paz.

o   Flexibilidade (é tratável) – A pessoa tratável é uma pessoa disposta a ouvir

o   Misericórdia

o   Bons frutos

o   Imparcialidade

o   Sinceridade – sem cera, não hipócrita.

Ø  Um contraste e tanto!

Ø  Seria bastante proveitoso aos ministros e líderes da igreja, especialmente em tempos de tanta “concorrência”, avaliarem sua própria vida e ministério à luz do que Tiago escreveu. Apesar de igreja, sob certos aspectos, por um lado, ser uma organização, não pode depender de métodos seculares que garantem o sucesso no mundo dos negócios. Os caminhos e os pensamentos de Deus são bem diferentes e bem amis elevados.

 

III.             O CONTRASTE DE RESULTADOS

 

Ø  Veja no verso 16 o resultado da sabedoria “animal, terrena e diabólica” – perturbação e obra perversa.

Ø  E veja no verso 18 o resultado da sabedoria que vem do alto – fruto da justiça que é semeado na paz para os que exercitam a paz.