CRÔNICAS SOBRE AS SETE IGREJAS DO APOCALIPSE – 7
LAODICEIA: A CIDADE RICA E A IGREJA POBRE
Laodiceia era uma cidade próspera, famosa por sua riqueza, sua indústria têxtil e seu avanço médico. Situada estrategicamente entre Colossos e Hierápolis, a cidade tinha orgulho de sua autossuficiência. Quando sofreu um terremoto devastador, recusou ajuda imperial para se reconstruir, afirmando que tinha tudo de que precisava.
Esse espírito de independência parecia ter contaminado também a igreja local. Para ela, Jesus enviou uma das mensagens mais duras entre todas as cartas às igrejas. Ele começa se apresentando assim:
“Estas são as palavras do Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da criação de Deus.”
Jesus se apresenta como a verdade final, aquele cuja palavra é definitiva e inquestionável. Ele não é apenas o Criador de tudo, mas também o único que conhece todas as coisas.
E depois continua:
“Conheço as suas obras; sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca.”
A geografia de Laodiceia ajuda a entender essa metáfora. A cidade não tinha uma fonte de água própria e dependia de um aqueduto que trazia água de longe. Por isso, a água que chegava era morna e insatisfatória. Jesus usou essa imagem para descrever a condição espiritual da igreja.
Eles não eram frios, rejeitando abertamente a fé, nem eram quentes, fervorosos no serviço a Deus. Estavam mornos, vivendo uma religião apática, confortável, sem paixão nem compromisso verdadeiro.
E Jesus diz mais:
“Você diz: ‘Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada.’ Mas não reconhece que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu.”
A igreja de Laodiceia tinha uma percepção errada de si mesma. Achavam-se ricos, autossuficientes e bem-sucedidos. Porém, aos olhos de Jesus, estavam em completa miséria espiritual. Suas riquezas materiais não podiam esconder sua pobreza interior.
“Dou este conselho:” – continua Jesus – “compre de mim ouro refinado no fogo, para que você se torne rico; roupas brancas para se vestir e cobrir sua vergonhosa nudez; e colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar.”
Jesus oferece três coisas que contrastam com o orgulho da cidade:
1. Ouro refinado no fogo: Verdadeira riqueza espiritual, que não se baseia
em posses terrenas.
2. Roupas brancas: Pureza e santidade, para cobrir a vergonha da condição espiritual
deles.
3. Colírio: Um remédio para curar sua cegueira espiritual e permitir que enxergassem sua verdadeira condição.
“Repreendo e disciplino aqueles que amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se.”
Mesmo com palavras tão severas, a mensagem de Jesus é cheia de graça. Ele repreende porque ama, e chama a igreja a se arrepender e voltar a uma fé genuína.
“Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo.”
Essa imagem é comovente. O Senhor da igreja estava do lado de fora, esperando ser convidado a entrar. Ele não força a entrada; Ele espera uma resposta voluntária, um coração disposto a recebê-lo.
“Ao vencedor darei o direito de sentar-se comigo em meu trono, assim como eu também venci e me sentei com meu Pai em seu trono.”
Jesus promete aos que vencerem uma recompensa incomparável: participar do Seu reino e reinar com Ele. Não há honra maior do que essa.
Agora reflita comigo:
Laodiceia nos desafia a olhar para dentro de nós mesmos. Será que estamos mornos, satisfeitos com uma fé superficial? Será que confiamos mais em nossos recursos materiais do que em Deus?
A riqueza espiritual não se encontra em posses, mas em um relacionamento profundo com Cristo. Ele nos oferece ouro verdadeiro, roupas de pureza e uma visão clara da realidade espiritual. Tudo o que precisamos fazer é abrir a porta do nosso coração e deixá-lo entrar.
O convite de Jesus é para todos. Ele bate à porta com paciência, esperando que escolhamos a comunhão com Ele. Que possamos ser encontrados fiéis, rejeitando a mornidão e abraçando uma vida fervorosa e comprometida com o Senhor. Afinal, a verdadeira riqueza está em estar com Cristo e em viver para Ele.
Autor: anônimo
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