quinta-feira, 24 de julho de 2025

Era uma vez uma igreja...

 

ERA UMA VEZ UMA IGREJA...

(Uma crônica não para entristecer e desanimar, mas para servir de alerta, mesmo às igrejas mais animadas e avivadas, para que não caiam nessa situação – podem compartilhar à vontade).


Era uma vez uma igreja...

Não uma igreja qualquer, mas uma daquelas que carregavam no nome o peso da história e o perfume da esperança.

Ela nasceu pequena, sob o chão de terra batida e os bancos improvisados de madeira rústica, com janelas abertas ao vento e ao louvor.

Era fruto do suor de homens e mulheres simples, que sonharam alto mesmo com os pés descalços.

Os primeiros cultos foram cheios de reverência e lágrimas.

Tinha gente que caminhava quilômetros para chegar ao templo.

Crianças vinham de mãos dadas com os pais; velhos se apoiavam em bastões e promessas.

Havia fervor na oração, alegria nos hinos e reverência na Palavra.

Ali, ninguém era espectador – todos eram participantes.

Os fundadores daquela igreja – quase todos já dormem em Cristo – tinham o olhar aceso e os joelhos gastos.

Eles oravam antes de tomar decisões, jejuavam antes de reuniões, choravam pelos perdidos da cidade.

Tinham zelo pelas doutrinas, respeito pelos cultos e gratidão pela comunhão.

Foram tempos de simplicidade e poder.

De avivamento sem espetáculo, de unidade sem conveniência.

A igreja cresceu.

Tornou-se referência.

Influenciou gerações, levantou obreiros, ajudou a plantar outras igrejas.

Tinha corais, departamentos fortes, escola bíblica lotada e noites de domingo inesquecíveis.

Muita gente se converteu ali.

Muita vida foi transformada debaixo daquele telhado.

Mas os tempos mudaram.

E junto com os tempos, mudaram as prioridades.

Uma nova geração chegou.

Educada, ocupada, conectada... e ausente.

Não que fossem maus cristãos aos seus próprios olhos.

Iam à igreja… quando sobrava tempo.

Cantavam… quando o louvor agradava seu gosto musical.

Serviam… quando o compromisso não batia com outros compromissos.

Oravam… quando a necessidade era extrema.

Liam a Bíblia… quando lembravam.

O culto de oração esvaziou.

A Escola Bíblica virou opcional.

Os encontros da juventude já não atraíam.

Os trabalhos evangelísticos? Ficaram para os mais "animados".

Aqueles que antes serviam com amor começaram a servir por obrigação – e logo deixaram de servir.

A liderança tentava reacender a chama.

Campanhas foram feitas.

Palestras sobre compromisso.

Encontros, jantares, apelos.

Mas tudo caía no chão como semente sem solo fértil.

Porque a indiferença é sorrateira – ela não grita, apenas esfria.

E a igreja que antes pulsava vida… começou a definhar.

Primeiro foi a ausência das crianças.

Depois, dos jovens.

Depois, dos pais das crianças e dos jovens.

A frequência virou exceção.

Os cultos ficaram silenciosos.

Os hinos ecoavam por bancos vazios.

A Palavra ainda era pregada – mas poucos a escutavam.

Até que, um dia, a porta não se abriu.

O templo permaneceu fechado.

A luz não acendeu.

A cidade passou pela rua…

E ninguém notou que a igreja já não estava mais lá.

Morreu, não por falta de recursos.

Não por perseguição.

Não por escândalo.

Morreu de frieza.

Morreu de ausência.

Morreu de indiferença.

Era uma vez uma igreja…

Hoje, restam apenas fotografias desbotadas, atas antigas, e o som apagado de uma glória que já não habita ali.

E, talvez, um lamento no céu – pois onde dois ou três deveriam estar reunidos em Seu nome… não havia mais ninguém.

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Quantas igrejas mais precisarão morrer para que levemos a sério o valor da comunhão, da presença e da responsabilidade no Reino de Deus?

Cristo prometeu edificar Sua igreja – mas isso não é um convite à passividade.

É um chamado à fidelidade.

Se a sua igreja ainda vive… viva nela.

Antes que seja tarde demais.


Anônimo 

(Achando bom e querendo, compartilhe)

 

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