domingo, 23 de novembro de 2025

Servir e Esperar

 

SERVIR E ESPERAR

“... porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” (1 Ts 1:9-10 RC)

Introdução

Ø  Os crentes de Tessalônica eram jovens na fé, recém-convertidos, perseguidos, pressionados por todos os lados…

Ø  O oposto de nós – nós somos velhos convertidos – com algumas poucas exceções –, não podemos dizer que somos perseguidos e as pressões que sofremos são, ainda, as “normais” – ninguém aqui já foi ameaçado e nem tratado com violência física por causa da fé... ou foi?

Ø  Mas aqueles crentes lá de Tessalônica, apesar de tudo pelo que passavam por causa da fé, eram conhecidos por duas marcas que Paulo exalta com admiração:

o   eles serviam a Deus

o   e eles esperavam o retorno de Jesus.

Ø  Não tinham, ainda, na ocasião em que Paulo lhes escreveu, uma fé acomodada, sentimental ou apenas discursiva – “da boca pra fora”.

Ø  Eram homens e mulheres que tinham virado as costas aos ídolos – fossem eles de madeira, de pedra, de ouro ou do coração – para abraçar o Deus vivo.

Ø  E, uma vez abraçado o Deus vivo, lançaram-se em dois movimentos que definem o cristão de verdade...

Ø  Eu disse “dois movimentos que definem o cristão de verdade”: servir com entusiasmo (a Deus) e esperar/aguardar com fé e esperança (o retorno de Jesus).

Ø  Cristão que não serve... “não serve” – é como sal que perdeu o sabor...

Ø  Cristão que não espera o retorno de Cristo, e, pior, vive tão obcecado pelas coisas do mundo como se Cristo não fosse mesmo voltar, está cego.

Ø  Mas cristão que serve e espera, esse vive o evangelho na plenitude.

Ø  Louvado seja Deus pela vida desse cristão.

Ø  Louvado seja Deus pela SUA vida. Amém???

Ø  Dito isto, vamos agora olhar para cinco dimensões desse serviço santo que vamos fazendo enquanto nossos olhos permanecem erguidos para o retorno glorioso de Jesus.

Ø  A primeira dimensão desse serviço a se considerar é:

1)    DILIGÊNCIA – Servir com diligência

Ø  “Dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir…”

Ø  Conversão não é apenas tirar algo do coração, conversão é pôr Cristo no centro e agir em consequência.

Ø  A diligência é a marca de quem entendeu que “o relógio de Deus está correndo” e que cada dia é oportunidade sagrada.

Ø  Romanos 12.11 nos exorta: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor”

Ø  Diligência é servir sem preguiça espiritual, sem aquela lentidão devocional que adormece a alma.

Ø  Diligência é viver dizendo a cada amanhecer: “Senhor, o que queres que eu faça hoje?”

Ø  E esperar a resposta...

o   Pode ser que Ele lhe direcione a orar por e com alguém;

o   Pode ser que Ele lhe direcione a falar de Jesus para alguém;

o   Pode ser que Ele lhe direcione a ajudar alguém com seu trabalho, com aquilo que você sabe fazer;

o   Essas e outras coisas fora aquilo que já sabemos serem a nossa obrigação, inclusive através da igreja.

o   Fique atento...

Ø  Enquanto esperamos Jesus voltar, servimos como quem entende que cada ato, por menor que pareça, tem peso eterno.

Ø  Quem espera sem trabalhar se ilude; quem trabalha sem esperar se perde; quem faz os dois honra o Senhor.

Ø  Faça os dois – trabalhe e espere...

Ø  A segunda dimensão desse serviço a se considerar é:

2)    INTEGRIDADE E FIDELIDADE – Servir com integridade e fidelidade

Ø  A integridade é o cimento que sustenta qualquer serviço cristão.

Ø  Quando se diz que a integridade é o cimento, o sentido é claro: você pode até ter um prédio bonito, uma obra bem ornamentada, muitos andares, janelas, brilho, eficiência…, mas se o cimento for fraco, tudo vai ruir.

Ø  Assim é no serviço cristão.

Ø  O cristão pode ser talentoso, eloquente, eficiente, habilidoso, pode realizar muito, pode até impressionar pessoas, mas se faltar integridade, tudo o que faz perde força, credibilidade e valor diante de Deus. O serviço que se sustenta apenas em performance e não em caráter é um castelo construído na areia: basta uma provação, um elogio mal recebido, uma tentação mal enfrentada, e tudo desaba.

Ø  Os tessalonicenses eram conhecidos não apenas pelo que faziam, mas por como faziam. Gente reta, gente firme, gente íntegra...

 

Ø  ... e gente fiel...

 

Ø  1 Coríntios 4.2 nos diz que “O que se requer dos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel.”

Ø  Servir com fidelidade é continuar firme mesmo quando ninguém está olhando.

Ø  É não negociar convicções, não vender princípios, não se deixar seduzir pelas ofertas do mundo.

Ø  Enquanto esperamos Cristo, nosso caráter precisa antecipar o Reino que vem.

Ø  O servo fiel honra Aquele que é fiel.

Ø  A obra de Deus merece mãos limpas, coração íntegro e passos firmes.

o   Mãos limpas: ações corretas, atitudes transparentes, escolhas que não ferem a santidade de Deus.

o   Coração íntegro: coração não dividido, “inteiramente dedicado a Deus”

o   Passos firmes: passos firmes representam uma vida que caminha com decisão, estabilidade e foco. Não é alguém que serve hoje com paixão e amanhã esfria; não é alguém que oscila conforme a aprovação ou a crítica. Passos firmes indicam fidelidade nas pequenas coisas, disciplina espiritual, continuidade apesar das lutas, convicção de que a obra é de Deus, e não do servo. Quem anda com passos firmes chega onde Deus quer – e leva outros junto.

Ø  A terceira dimensão desse serviço a se considerar é:

3)    VIVER DIGNO E PERFEITO – Servir através de um viver digno e perfeito

Ø  Obviamente, “perfeito” aqui não significa ausência total de falhas, mas maduro, coerente, inteiro, alguém que vive de modo digno da fé que professa.

Ø  E qual é a fé que nós professamos?

Ø  E em que cremos e como devemos andar, de acordo com essa fé?

Ø  Ora, dentre outras coisas:

o   Cremos em um Deus Santo – portanto devemos viver em santidade

§  A fé cristã começa afirmando que Deus é santo, puro, perfeito.

§  Se Ele é santo, nossos passos devem refletir essa santidade.

§  Não dá para professar um Deus santo e viver uma vida moralmente frouxa.

§  Quem crê em um Deus santo não negocia princípios.

o   Cremos que Jesus é Senhor – portanto devemos obedecer

§  A fé cristã afirma que Jesus não é apenas Salvador; Ele é Senhor.

§  E senhorio implica submissão.

§  Se Ele é Senhor, eu não sou dono de mim mesmo.

§  Meus desejos, escolhas, prioridades e valores precisam ser medidos pela Palavra.

§  Viver de modo digno é viver debaixo da autoridade de Cristo.

o   Cremos no evangelho da graça – portanto devemos viver com gratidão e transformação

§  A graça que nos alcança é a mesma que nos transforma.

§  A graça nos ensina a renunciar ao pecado (Tito 2.11–12).

§  A vida muda porque o coração mudou.

§  A graça que salva também modela.

o   Cremos na presença do Espírito Santo – portanto devemos viver guiados por Ele

§  A fé cristã diz que o Espírito Santo habita no crente. E se Ele habita, Ele dirige.

§  Não podemos professar o Espírito e viver na carne.

§  O fruto do Espírito precisa aparecer no caráter, nas palavras, nas relações.

§  Quem segue o Espírito não vive como se estivesse sozinho.

o   Cremos na Palavra como autoridade final – portanto devemos viver de acordo com ela

§  Nossa fé afirma que a Escritura é inspirada, suficiente, verdadeira.

§  Se a Palavra é autoridade, então minha vida deve ser moldada por ela.

§  Eu não interpreto a Bíblia conforme a vida; interpreto minha vida conforme a Bíblia.

§  Viver de modo digno é alinhar decisões, ética, linguagem, relacionamentos e prioridades ao que a Palavra diz.

§  A fé cristã é bíblica; logo, a vida cristã precisa ser bíblica.

o   Cremos que fomos chamados para amar – portanto devemos amar de verdade

§  Jesus afirmou: “Nisto conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes…”

§  Não é opcional.

§  Amor não é sentimento, é ação.

§  Amor não é discurso, é entrega.

§  Amor não é seletivo, é obediente.

§  Viver de modo digno é amar como Cristo amou.

o   Cremos que Cristo voltará – portanto devemos viver vigilantes e responsáveis

§  A fé cristã aponta para o retorno de Jesus, e essa expectativa molda o presente.

§  Quem espera Cristo vive como quem será encontrado por Cristo.

§  A esperança futura transforma a conduta presente.

§  O céu prometido exige uma vida coerente na terra.

Ø  Viver de modo digno da fé é viver uma vida que combina com aquilo que dizemos crer.

Ø  É uma fé que produz frutos, um coração que gera coerência, um testemunho que confirma a profissão.

Ø  Se nossa fé aponta para Cristo, nossas atitudes precisam apontar também.

Ø  Assim, “viver de modo digno da fé” se torna não apenas um ideal, mas um testemunho vivo da transformação que Deus opera em quem crê.

Ø  Efésios 4.1 diz: “Rogo-vos… que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados.”

Ø  A vida digna é o serviço que começa antes de qualquer tarefa: começa no testemunho.

Ø  Há pessoas que nunca lerão um versículo da Bíblia, mas lerão diariamente a sua conduta.

Ø  Enquanto esperamos o Cristo dos céus, somos chamados a viver na terra de maneira que as pessoas percebam que pertencemos a outro Reino.

Ø  O mundo precisa ver em nós o evangelho antes de ouvi-lo de nós.

Ø  A quarta dimensão desse serviço a se considerar é:

4)    ALEGRIA E LIBERALIDADE – Servir com alegria e liberalidade, constrangidos pelo amor de Cristo

Ø  Servir sem alegria vira peso.

o   Quando a alegria é retirada do serviço, o que sobra é obrigação, cansaço e ressentimento.
A alegria é o combustível do serviço cristão. Não é uma alegria superficial, mas aquela que vem da gratidão, da consciência de que estamos servindo o Senhor da glória.

Ø  Servir sem liberalidade vira cálculo.

o   Liberalidade é generosidade, desprendimento, entrega. Quando ela desaparece, o serviço se torna uma equação: “Quanto vou gastar? Quanto vou perder? Quanto vale a pena?” O servo que perde a liberalidade começa a medir tudo, até o tempo.

Ø  Mas quando o amor de Cristo nos constrange, servimos como quem não consegue fazer menos do que o melhor.

Ø  Alegria no serviço é sinal de gratidão, não de obrigação.

Ø  Liberalidade é desprendimento, generosidade, coração aberto – tempo, dons, recursos, empatia, cuidado.

Ø  Quem espera Jesus não vive se agarrando às coisas; vive abrindo as mãos.

Ø  A alegria do Senhor não é um acessório, é combustível.

Ø  Quem serve por amor não negocia esforços, apenas multiplica gestos.

Ø  A quinta e última dimensão desse serviço a se considerar hoje é:

5)    HUMILDADE – Servir com humildade

Ø  A humildade é o ambiente onde todo verdadeiro serviço floresce.

Ø  É reconhecer que nada é sobre nós; tudo é sobre Ele.

Ø  Jesus foi o exemplo. Filipenses 2.5-7 diz que Cristo, sendo Deus, assumiu forma de servo.

Ø  O humilde não precisa de palco para servir, porque já encontrou no altar do coração o lugar de honra.

Ø  Humildade é depender de Deus, não de aplausos.

Ø  Enquanto esperamos Jesus, que é o Servo perfeito, servimos com o espírito de quem aprendeu com Ele: meu lugar é aos pés do Senhor, e minhas mãos são para o bem do próximo.

Ø  Quem se abaixa para servir se levanta mais parecido com Cristo.

Conclusão – Servir agora, esperar sempre

Ø  Paulo afirma que Jesus “nos livra da ira futura”.

Ø  Ou seja: estamos servindo Aquele que nos salvou, e esperando Aquele que virá nos buscar.

Ø  Não servimos para sermos salvos – servimos porque fomos salvos.

Ø  Não esperamos com medo – esperamos com fé e esperança vivas.

Ø  Não caminhamos distraídos – caminhamos com os olhos firmes no céu e os pés firmes na fé enquanto na terra.

Ø  Que o Senhor faça de nós uma igreja que serve com diligência, integridade, dignidade, alegria, liberalidade e humildade… até que Ele venha.

Ø  Servimos com as mãos, esperamos com os olhos, caminhamos com o coração, e viveremos para sempre com Aquele que vem.

Ø  Amém!!!

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Digno de máxima dedicação

 

DIGNO DE MÁXIMA DEDICAÇÃO

Irmãos amados,

Quando olhamos para Cristo, percebemos que nenhuma, absolutamente nenhuma entrega nossa é exagero.

Ele deu tudo por nós: vida, sangue, graça, perdão, esperança.

Por isso, a resposta natural de um coração alcançado pelo Evangelho é andar em dedicação.

Não como peso, mas como privilégio.

Não como obrigação, mas como expressão de amor.

E, ainda que existam muitos caminhos para crescer nessa dedicação, há alguns fundamentos tão simples e tão essenciais que não podem faltar na vida de quem deseja caminhar de modo coerente com a fé que professa.

NA VIDA PESSOAL, o primeiro passo é guardar a comunhão com Jesus pela leitura da Palavra e oração.

Abrir a Bíblia diariamente é como abrir a janela da alma para a luz entrar; é deixar Deus dizer a verdade que sustenta, corrige e renova.

Orar é o movimento que mantém o coração aceso; é derramar angústias, celebrar vitórias, pedir direção e, acima de tudo, permanecer ligado à videira verdadeira.

Outro gesto precioso de dedicação, na vida pessoal, é falar de Cristo a alguém.

Não precisa ser um sermão; às vezes, é uma frase, um convite, um testemunho simples. Cada contato é uma oportunidade para que a luz que recebemos alcance outro coração. A fé só se fortalece quando transborda.

NA VIDA ECLESIÁSTICA (DA IGREJA), a dedicação também se expressa em atitudes concretas.

Estar nos cultos – especialmente nos dominicais, quando todo o corpo se reúne – é mais do que cumprir um hábito: é declarar que Deus é prioridade. É receber alimento espiritual, repartir comunhão e permitir que o Senhor trate nossas vidas por meio da adoração e da Palavra.

E contribuir financeiramente é parte daquele compromisso maduro que entende que a obra de Deus caminha quando seus filhos assumem responsabilidade. Não é troca, não é compra de bênçãos – é gratidão transformada em investimento naquilo que é eterno.

No fim, tudo se resume a isto: Jesus é digno da nossa máxima dedicação.

Quando alinhamos o coração a essa verdade, o básico deixa de ser mínimo e passa a ser precioso. O simples passa a ser sagrado. E cada gesto, por menor que pareça, se torna expressão de um amor que Ele mesmo acendeu em nós.

Que vivamos assim, firmes, constantes e profundamente dedicados Àquele que nos amou primeiro.

Deus seja com todos, amém!

Pr. Walmir

 

Estando em Muqui, visite a Primeira Igreja Batista

Estando na Primeira Igreja Batista em Muqui, peça pra falar com o pastor.

Só faltam 680 km pra chegar em casa

 

“SÓ FALTAM 680 KM PRA CHEGAR EM CASA”

Era 27 de outubro de 2025

O marcador do painel, do GPS, dizia: “Faltam 680 km pra chegar em casa.” E meu cunhado, voltando da Bahia, postou no grupo da família, em tom de brincadeira: “só faltam 680 km”, como se 680 km fosse pouco.

Mas quem já viajou longas distâncias sabe o que esse número significa – não é só uma medida de estrada, mas também de saudade de casa. É o coração contando os quilômetros. A cada curva, o pensamento vai à frente, imaginando o portão, o cheiro do café, o abraço de quem espera. Dá até pra sentir o colchão conhecido chamando o corpo cansado. É assim: a estrada pode ser longa, mas o coração já mora lá.

Mas, enquanto pensava nisso, veio outra lembrança: “E quanto falta pra chegar na outra casa?” – aquela que não se mede com quilometragem, nem aparece no GPS. A casa definitiva, a que não tem reforma, aluguel nem prazo de validade. A casa onde não há despedidas, onde não se tranca a porta por medo, nem se apaga a luz pra dormir, porque lá o próprio Senhor é a luz.

A gente fala da “casa terrena” com tanto zelo – pinta, arruma, troca o telhado – e é bom que seja assim, porque é aqui que vivemos por um tempo. Mas é só um tempo. Essa é a casa “temporal”, hospedagem provisória. Um dia, o caminhão da vida estaciona, o corpo descansa, e a alma segue viagem. E a pergunta volta a ecoar: quanto falta pra chegar na definitiva?

Uns estão mais próximos do que imaginam. Outros ainda acham que a estrada é longa, mas ninguém sabe exatamente onde fica o marco zero dessa chegada. Só se sabe que a entrada é uma pessoa: Jesus. Ele mesmo disse — “Na casa de meu Pai há muitas moradas... vou preparar-vos lugar.” (João 14.2). E completou: “Eu sou o caminho.” Ou seja: quem está com Ele já está na direção certa.

Então, se faltam 680 km pra chegar em casa, aproveite o percurso. Agradeça por essa morada terrena, onde ainda há risadas, aprendizados e serviço. Mas não se esqueça de garantir a passagem para a casa definitiva. Porque, no fim, a melhor notícia não é que você está voltando pra casa – é saber que há uma casa eterna, e que Jesus está lá, esperando por você.

Pense nisso!

domingo, 16 de novembro de 2025

Entre Acordes e Ausências

 

ENTRE ACORDES E AUSÊNCIAS

(Só um desabafo – nada mais que isso)

Às vezes, confesso, me pego cansado.

Não daquele cansaço bonito, que vem depois de um dia de trabalho bem-feito, um trabalho satisfatório, mas um cansaço meio atravessado, que chega como visita inesperada.

João, José, Manoel… nomes que invento para não apontar o dedo pra ninguém em particular, mas que carregam o peso dos famosos da música gospel. Eles não sabem, mas quase derrubaram a página da nossa igreja no Instagram por causa dos tais “direitos autorais”.

Direitos justos, é verdade – não digo que não são.

O trabalho deles sustenta famílias, paga contas, abençoa vidas.

Nada contra.

Mas fico ali, sentado num banco qualquer da PIB Muqui, pensando:

Quando foi que um culto simples, numa noite qualquer, passou a precisar pedir licença para existir? Não estamos vendendo ingressos, nem acendendo luzes coloridas. Estamos só cantando. Cantando a Deus. Cantando juntos. Cantando porque a alma precisa.

Mas o aviso chega, seco: “Pode transmitir sim, desde que pague.”

E eu respiro fundo.

Ainda assim, a questão que mais martela minha mente não é essa – Não são eles. Somos nós.

Por que “nós”?

Porque basta anunciar que um desses nomes famosos vai aparecer no domingo e pronto: os bancos lotam como num milagre instantâneo. Os corredores ganham vida, o estacionamento vira mar, o templo mal comporta tanta gente. Gente boa, gente querida, mas gente que, no domingo anterior, parecia ter evaporado, e vai evaporar de novo no próximo.

E aí me pergunto, com cuidado para não amargar por dentro e nem ferir ninguém: afinal, por que nos reunimos?

Por quem?

Qual é o nome que realmente nos move?

Qual é o Deus que estamos seguindo?

O da cruz simples ou o do palco iluminado?

Não faço essas perguntas por revolta. Faço por preocupação. Porque liderar é também carregar o peso de um espelho que sempre volta o próprio reflexo para nós.

Talvez eu esteja só cansado.

Talvez seja só um daqueles dias em que a alma precisa conversar.

Mas tenho medo de que, no fundo, estejamos afinando o coração no tom errado.

E Deus… esse Deus que não cobra ingresso, que não exige direitos autorais, que não precisa de contrato... esse continua esperando...

Paciente...

Silencioso...

Enquanto nós, distraídos, corremos atrás de aplausos que não iluminam o céu.

Talvez eu só esteja cansado hoje... amanhã é outro dia!

Pr. Walmir – PIB Muqui

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terça-feira, 4 de novembro de 2025

Paz em meio às noites turbulentas

 

PAZ EM MEIO ÀS NOITES TURBULENTAS

“Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, SENHOR, me fazes habitar em segurança.” (Salmos 4:8 RC)

A vida se parece com uma longa viagem de avião: boa parte do tempo transcorre tranquila, mas, de repente, surgem as turbulências – enfermidades, crises financeiras, desavenças familiares, perdas, decepções e medos. Nessas horas, o coração se agita, e o sono foge. Davi viveu algo assim quando escreveu o Salmo 4, provavelmente durante a rebelião de seu filho Absalão. Foi um tempo de dor, traição e insegurança. Ainda assim, ele termina o salmo com uma das mais belas declarações de confiança: “Em paz me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.”

Davi nos ensina que a verdadeira paz não depende da ausência de problemas, mas da presença de Deus. Mesmo cercado de ameaças, ele decidiu descansar. O verbo “deitar” no original hebraico indica uma ação intencional, uma escolha de confiar. Primeiro ele se deita, depois dorme; a fé precede o descanso. Quando o coração confia, o corpo repousa. É por isso que Davi podia dormir em paz: sua segurança não estava em circunstâncias favoráveis, mas no caráter do Deus que não falha.

Essa paz é dom divino e tem uma única fonte. “Só tu, Senhor”, declara Davi, reconhecendo que nenhuma proteção humana poderia lhe dar o descanso que só Deus concede. O mundo tenta vender paz através do entretenimento, do consumo ou do controle, mas tudo isso é superficial. A paz que Jesus oferece é diferente: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá.” (Jo 14.27). É uma paz profunda, que acalma a alma mesmo quando o céu da vida está turbulento.

“Tu me fazes habitar em segurança.” Essa expressão mostra que a paz não é apenas um instante de alívio, mas um estado de vida sustentado por Deus. Habitar é permanecer, é viver cercado pelo cuidado divino. Mesmo exilado, Davi sentia-se em casa na presença do Senhor. E quem habita com Deus vive seguro, ainda que o mundo esteja em colapso.

O Salmo 4.8 é o retrato de uma alma que aprendeu a descansar em Deus. Davi não perdeu o sono porque não perdeu a confiança. Essa deve ser também a confissão de cada crente: “Em paz me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.” Quando o medo tentar roubar seu repouso, lembre-se: o Deus que cuida de você não dorme.

Se suas noites têm sido turbulentas, entregue suas ansiedades ao Senhor. Ele é o Príncipe da Paz. Nele encontramos descanso verdadeiro, porque quem confia em Deus pode fechar os olhos e dormir em paz, mesmo quando os ventos da vida continuam soprando.

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segunda-feira, 27 de outubro de 2025

A igreja que o inferno não pode vencer

 

A IGREJA QUE O INFERNO NÃO PODE VENCER

Jesus declarou com firmeza: “...edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16.18). Essa afirmação do Senhor é uma das mais encorajadoras de toda a Escritura. Ela nos garante que a igreja, como corpo de Cristo, jamais será destruída. Satanás pode guerrear, pode se levantar com fúria, pode usar todos os seus artifícios – mas nunca conseguirá anular o propósito eterno de Deus. A igreja de Cristo é invencível porque sua base é o próprio Cristo.

Entretanto, o fato de o inimigo não poder destruir a Igreja (no sentido universal) não significa que ele desista de atacar as igrejas locais. Ao longo da história, vemos congregações florescerem e, depois de algum tempo, fecharem suas portas. A obra de Deus continua, mas aquela “agência do Reino” encerra suas atividades. E isso nos ensina que o diabo, embora derrotado, ainda é astuto. Ele tenta, insiste, e muitas vezes consegue minar a saúde espiritual de uma comunidade de fé.

Satanás usa meios externos: perseguições, ataques, difamações, injustiças. Assim como fez com a igreja primitiva, ele tenta silenciar o testemunho cristão pela pressão do mundo.

No entanto, a maior sutileza de suas estratégias está em corromper a igreja de dentro pra fora. Quando o inimigo não consegue destruir a igreja com a espada, ele tenta destruí-la com o pecado. Ele age por meio de crentes que perdem o temor do Senhor e passam a agir de modo carnal: fofocas, divisões, invejas, omissão no serviço cristão, desinteresse pela comunhão e pela adoração. Esses comportamentos, embora aparentemente pequenos, drenam a vitalidade da igreja e geram desânimo em pastores, líderes e irmãos fiéis.

O apóstolo Paulo advertiu os crentes de Corinto: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo” (1 Coríntios 3.16–17). Essa é uma advertência séria. O Senhor não ignora quando alguém, em vez de edificar, trabalha, ainda que inconscientemente, para dividir e enfraquecer Sua igreja. Falar mal, semear discórdia, recusar-se a cooperar com a comunhão – tudo isso é servir, ainda que inconscientemente, aos propósitos do inimigo.

Mas a boa notícia é que há tempo para mudar. Aqueles que têm causado desânimo podem se arrepender, se levantar e se tornar instrumentos de edificação. A graça de Deus é capaz de transformar o crítico em cooperador, o murmurador em adorador, o indiferente em servo fiel. O chamado de Cristo é claro: “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras” (Apocalipse 2.5).

Portanto, amados, não desanimemos. O inimigo pode tentar, mas a vitória já é de Cristo. Cabe a nós vigiar, manter a fé, e trabalhar juntos para que a igreja local onde o Senhor nos colocou permaneça viva, firme e frutífera. Se cada membro fizer sua parte com amor, humildade e fidelidade, nenhuma força do inferno conseguirá abalar o testemunho da nossa comunidade.

A igreja de Jesus é indestrutível – mas precisamos lutar para que a nossa igreja local continue sendo uma expressão viva dessa verdade eterna.

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O Temor do Senhor

 

O TEMOR DO SENHOR 

“O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” (Provérbios 1.7 – ARC)

1)    “O temor do Senhor”

O termo “temor” não significa pavor ou terror, mas reverência profunda, respeito santo, consciência constante da presença de Deus. É reconhecer que Ele é o Senhor – soberano, justo e santo – e que toda a vida deve se submeter à Sua vontade.

É o temor de um filho, não de um escravo.

Um temor que leva à obediência, não ao afastamento.

2)    “é o princípio do conhecimento”

A palavra “princípio” pode significar “início”, mas também “fundamento” ou “essência”.

Assim, poderíamos traduzir: “O temor do Senhor é o alicerce do verdadeiro conhecimento.”

O autor quer dizer que toda sabedoria autêntica começa por uma postura espiritual correta diante de Deus.

Sem o temor do Senhor, o homem pode ter informação, mas não sabedoria; pode ter ciência, mas não discernimento espiritual.

3)    “os loucos desprezam a sabedoria e a instrução”

O termo “loucos” refere-se a pessoas moralmente insensatas, não necessariamente mentalmente doentes. São aqueles que rejeitam a correção, zombam da verdade e confiam em si mesmos.

Enquanto o sábio submete-se ao temor do Senhor, o tolo vive como se Deus não existisse. Por isso, para o tolo, toda exortação soa incômoda, toda disciplina é ofensiva e todo conselho divino é desnecessário.

Aplicação Devocional:

Este versículo nos lembra que a sabedoria não começa nos livros, mas no coração. Antes de ser intelectual, a sabedoria é relacional: nasce de uma relação correta com Deus.

Temer ao Senhor é reconhecer Deus em cada decisão: no trabalho, nas palavras, nos relacionamentos, na vida espiritual.

Desprezar a sabedoria é viver como se a Bíblia fosse opcional e o Espírito Santo dispensável.

O verdadeiro conhecimento não é acumular dados, mas enxergar o mundo pelos olhos de Deus.

A vida cristã, portanto, é uma caminhada de aprendizado que parte deste princípio: “Sem temor do Senhor, não há sabedoria; e sem sabedoria, o homem se perde.”

Meditação Final:

Quando o crente teme o Senhor, ele encontra segurança, discernimento e paz. O temor de Deus nos impede de pecar, nos guarda da arrogância e nos guia pelo caminho da verdade. Por isso, cada dia deve começar com a mesma confissão do salmista: “Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; une o meu coração ao temor do teu nome.” (Salmo 86.11)

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Servir e Esperar

  SERVIR E ESPERAR “... porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a...