RETIRAR... PRA ONDE? E PRA QUEM?
Quando Jesus olha para os Doze, em João 6, depois que tantos discípulos haviam ido embora, a cena carrega um peso quase palpável. As palavras duras do Mestre haviam peneirado seguidores, revelado motivações, exposto corações. E então Ele pergunta: “Quereis vós também retirar-vos?” É nesse momento que Pedro, com aquela mistura tão humana de coragem e fragilidade, responde algo que atravessa os séculos: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.”
Essa declaração não é apenas uma profissão de fé; é um choque de realidade espiritual. É como se Pedro dissesse: “Senhor, nós já vimos demais, já provamos demais, já conhecemos demais para fingir que existe outro caminho.” E é justamente esse ponto que fala tão forte aos crentes que hoje estão balançando entre ficar e sair, entre obedecer e relaxar, entre buscar a Deus e buscar o que o mundo oferece. Porque, convenhamos, esse balanço sempre aparece quando o evangelho começa a confrontar aquilo dentro de nós que ainda deseja facilidade, aplauso, conforto e controle.
Muitos discípulos abandonaram Jesus naquele dia não porque não acreditassem que Ele era alguém especial, mas porque Suas palavras começaram a exigir entrega, mudança, renúncia, direção. E, quando o evangelho toca nessas áreas, até o crente mais antigo sente o incômodo. A sensação é a mesma daquela multidão: “Talvez haja um caminho mais leve… talvez eu possa seguir Jesus e, ao mesmo tempo, não abrir mão de certas coisas… talvez eu possa ser discípulo sem precisar ajustar minha vida…” E é aí que a fé se testa. Não no culto cheio, não no cântico alto, não no momento emocionante – mas na hora da decisão silenciosa entre seguir ou retroceder.
A verdade é que qualquer crente que pensa em desistir precisa ser honesto consigo mesmo: para quem iremos nós? Para onde, exatamente, se volta quando se vira as costas para Cristo? Há alguma palavra mais poderosa do que a dEle? Alguma fonte que sacie mais do que Ele? Alguma verdade que não acabe em frustração e vazio? A questão de Jesus continua ecoando, porque, no fundo, não há alternativa real fora dEle. Podemos até nos afastar por um tempo, tentar nos distrair, “respirar outros ares”, viver com menos compromisso. Mas, cedo ou tarde, o coração volta a sentir fome – e só Ele tem o pão da vida.
Aquele que já provou a graça não consegue mais achar sabor no mundo. Aquele que já experimentou a presença de Cristo não consegue se acomodar numa vida distante. Aquele que já viu Deus agir não consegue fingir que a fé é opcional. Por isso, a instabilidade espiritual dos crentes de hoje não se resolve com mais emoção ou mais atividade, mas com esse mesmo reconhecimento profundo que Pedro teve: não existe outro lugar, outro nome, outra voz que nos sustente. Essa é a cura do vacilo espiritual: olhar novamente para Cristo e admitir que Ele é tudo.
E talvez seja justamente isso que o Espírito está sussurrando a muitos corações: volte-se de novo para o Senhor. Não porque é bonito, não porque é esperado, mas porque é inevitável para uma alma que já O conheceu. O compromisso com Cristo não se renova por obrigação, mas por consciência – a consciência de que ninguém mais tem palavras que façam a vida pulsar, ninguém mais tem autoridade para transformar, ninguém mais tem amor suficiente para nos sustentar no caminho.
No fim das contas, seguir Jesus não é sobre achar leve tudo o tempo todo, mas sobre saber que só Ele é vida, mesmo quando Seu caminho exige mais de nós. Para onde iremos? Não temos outro salvador, outro mestre, outro Senhor. Quando o coração entende isso de novo, a oscilação perde força, o mundo perde brilho, e a alma encontra o prumo que tinha perdido. E é aí que a caminhada reacende, porque voltar para Cristo não é regressar ao ponto de partida, mas retomar o único caminho que realmente faz sentido.
Pense nisso! Pense seriamente!
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