domingo, 8 de julho de 2012

Contentamento


CONTENTAMENTO

 

            Marcel Desmarais, em uma de suas reflexões, falando sobre as fontes de nossa alegria, começa dizendo que “as orquídeas, flores ultrapreciosas, não brotam por toda parte. No entanto, as abelhas, se não encontram orquídeas, não se afligem com isso; voam, alegres, ao encontro de margaridas, dálias, gerânios, girassóis, até das despretensiosas flores silvestres...”

            Na Bíblia, a santa Palavra de Deus, lemos acerca do contentamento que o mesmo, aliado à fidelidade a Deus, é fonte de grande lucro, porque nada trouxemos deste mundo e dele nada levaremos, devendo nós, então, ficarmos contentes se temos sustento e com que nos cobrirmos. Essa foi a instrução de Paulo a Timóteo.

            Entretanto, não é isso que se ouve hoje em dia da boca de muitos “profetas”. Contentamento, esse a que Paulo instruiu Timóteo, anda meio “fora de moda”. A “moda” agora é “ter, ter e ter”; contentamento, que antes era uma virtude, tornou-se fraqueza e falta de fé. Nossos ouvidos já estão se acostumando a ouvir, do Capítulo 4 da carta de Paulo aos Filipenses, apenas a parte a parte que diz “posso todas as coisas naquele que me fortalece”, quase sempre relacionada ao possuir e quase nunca ao poder de nos mantermos firmes na fé sem importar quais as circunstâncias em que estamos vivendo. Já quase nos esquecemos de que essa afirmação de Paulo é precedida por “já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade”.

            A Bíblia não ensina a ganância. Ela nos ensina a orar por aquelas que são nossas reais necessidades; ela nos ensina a pedir “o pão nosso de cada dia”, mas, definitivamente, ela não nos ensina a ganância. Pelo contrário, ela ensina o contentamento, isto é, a estarmos contentes com a porção que Deus nos deu, que às vezes é grande, mas às vezes é apenas o estritamente necessário. Sendo assim, convém ouvirmos apenas o que a Bíblia diz e o que ela diz a esse respeito é: “... grande ganho é a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.  Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.  Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão.” (1 Timóteo 6:6-11 RC)

            Querido, conforme vimos na história ilustrativa no início dessa reflexão, se você não puder ter as orquídeas, contente-se com as margaridas, os gerânios, os girassóis, as flores silvestres...

 

Em Cristo,

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

prwalmir@hotmail.com

 

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