PARTICIPAR DA CEIA NOS FAZ LEMBRAR
Texto bíblico: 1 Coríntios 11.17-34
1. Da última vez que refletimos juntos sobre a Ceia do Senhor, uma das coisas que vimos é que a Ceia é um memorial, e que um memorial é um marco, uma cerimônia, um escrito ou outra coisa qualquer que vise servir como lembrança de algo. A Ceia do Senhor é o nosso memorial, um memorial de Jesus em todos os eventos de sua vida, especialmente de sua morte, incluindo-se a razão da mesma.
2. Hoje veremos que participar da Ceia do Senhor, além do principal, que é o Senhor Jesus, sua morte e a razão da mesma, nos faz lembrar de algumas coisas mais.
3. Vejamos:
I. Participar da ceia nos faz lembrar que temos um Senhor.
1. Jesus é o nosso Senhor e, como na celebração da Ceia nos recordamos de Jesus, certamente que nos recordamos disso também e não apenas de seu amor, sofrimento, morte e ressurreição.
2. Dezenas de textos do Novo Testamento poderiam ser citados para demonstrar essa verdade de que Jesus Cristo é o nosso Senhor, mas um só nos basta: Filipenses 2.11. Vejamos a partir do verso 4:
"Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai." (Filipenses 2:4-11 RC)
3. O termo Senhor neste texto é kuriov (kurios) e significa "aquele a quem uma pessoa ou coisa pertence, sobre o qual ele tem o poder de decisão" (BO 3.0 – SBB)
4. Participar da Ceia do Senhor, portanto, deve nos fazer recordar que não somos de nós mesmos, somos de Jesus, e se dele somos a ele pertence e deve ser concedido o poder de decisão sobre as nossas questões.
II. Participar da ceia nos faz lembrar que somos iguais
1. Na igreja há homens e há mulheres; há negros e há brancos; há judeus e há gentios; há ricos e há pobres; há intelectuais e há aqueles que têm formação mínima ou até mesmo nenhuma...
2. O que NÃO HÁ, ou NÃO PODE HAVER, é diferenças. Todos somos iguais, todos somos um em Cristo.
3. Paulo, escrevendo aos Colossenses, diz acerca de nós que já recebemos a Cristo pela fé, que nós já nos vestimos do novo homem...
... que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos." (Colossenses 3:10-11 RC)
4. Escrevendo aos Gálatas ele diz:
"... todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus." (Gálatas 3:26-28 RC)
5. Em 1 Coríntios 10.17 Paulo diz que ... nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo; porque todos participamos do mesmo pão.
6. Não há diferença! Em Cristo somos todos iguais! A Ceia do Senhor nos faz lembrar disto.
III. Participar da ceia nos faz lembrar que temos um compromisso
1. O mínimo que podemos dizer acerca disso é que:
a. Temos um compromisso com Cristo porque fazemos parte de seu corpo.
b. Temos um compromisso com o mundo, o compromisso de anunciar a ele, ao mundo, que Cristo é o Pão da Vida.
IV. Participar da ceia nos faz lembrar da inutilidade de nossa utilidade
1. O mundo está repleto de "gente boa".
2. Eu sou "relativamente bom".
3. Mas tem gente muito, muito, muito... melhor que eu.
4. Veja esta história:
CAVANDO POÇOS DO AMOR
Uma simples criança sentiu a sede de meio milhão de africanos.
RYAN nasceu no Canadá em maio de 1991. Hoje ele tem 19 anos idade. Na escola, em 1997, quando ele tinha apenas 6 (seis) anos, sua professora disse como as crianças vivem na África, sofrendo e sem água suficiente para beber. RYAN, ainda um pequeno menino, ficou profundamente comovido ao saber que algumas até morriam de sede.
"As coisas eram muito difíceis na África", disse a professora. Eles cavavam, cavavam e não encontravam água. Eram poucos os poços de água e alguns africanos tinham que andar, horas e horas para buscar um pouco d"água e trazer nas costas para beber e dar para os filhos beberem.
RYAN ficou pensando em sua vida no Canadá e sua comodidade pois quando tinha sede, o que tinha que fazer era dar apenas alguns passos e tomar água a vontade e água filtrada e tratada.
Aquilo inquietou o coraçãozinho de RYAN e ele perguntou quanto custaria para dar água às crianças. A professora pensou um pouco e lembrou de uma organização chamada Watercan que tinha como objetivo abrir poços e provisionar água para aquela população tão carente. A professora falou que a Watercan anunciara que um poço teria um custo de cerca de 70 (setenta dólares) o que equivale a mais ou menos R$ 100,00 (cem reais) no Brasil. Quando chegou em casa RYAN foi direto falar com sua mãe, Susan, e disse que precisava de 70 dólares para dar água para seus coleguinhas da África. Susan ficou surpresa e lhe disse que ele já tinha a sua mesada mas se ele quisesse trabalhar e fazer alguns serviços extras ele poderia ter os 70 dólares que estava pedindo para crianças africanas. Susan estava muito cética a princípio mas se rendeu diante da determinação e do amor que brotava no coração de RYAN.
O menino então trabalhou intensamente e fez tudo o que lhe mandaram e conseguiu os 70 dólares que tanto queria. Abriu mão de sua festinha e de sua mesada. Ele estava feliz e seus olhinhos brilhavam. Com os dólares na mão, RYAN pediu para sua mãe o levar à sede da WATERCAN pois ele mesmo queria comprar o poço de água para as crianças da África. Mas quando chegou na sede da organização ele soube que o custo para perfurar, colocar as bombas, fazer a instalação elétrica, instalar a Caixa d"água, encanamentos, copos e vasilhas adequadas, limpas e distribuição da água para um grupo de famílias carentes não era 70 dólares e sim 2.000. (dois mil dólares)
Susan explicou ao funcionário da Watercan e ao seu filho RYAN que não tinha condições financeiras para isso e não poderia dar 2.000 dólares para fazer estes poços. RYAN ficou entristecido e muito pensativo. RYAN tinha seus olhos cheios de lágrimas e prometeu ao homem que Deus iria lhe ajudar e ele iria fazer tudo o que pudesse para que aquelas crianças da África pudessem ter um poço com água. Ele não desistiu.
RYAN fez folhetos, desenhos, cartinhas e saiu divulgando entre seus vizinhos, seus amiguinhos da escola, e foi sendo impulsionado pelo amor de Deus e amor àquelas crianças. Ele falava com determinação e alegria e seus olhos brilhavam quando pedia ajuda. Ele conseguiu unir toda a sua comunidade em favor dos Poços do Amor.
Contagiados pelo seu entusiasmo e seu trabalho intenso, seus irmãos, vizinhos e amigos conseguiram arrecadar 2.000 dólares. As pessoas fizeram bazares, alguns venderam objetos que não mais usavam e conseguiram o dinheiro tão sonhado por RYAN.
RYAN entrou triunfante na Watercan para comprar o seu PRESENTE: Um Poço do Amor, um poço de água para aquelas crianças. Em janeiro de 1999, foi perfurado O POÇO DO AMOR DE RYAN em uma aldeia no norte de Uganda. Ryan tinha apenas 8 anos de idade.
Este foi apenas o início da história na vida de RYAN. A partir daí começa a crescer o amor deste simples, humilde e sensível menino, que começou a divulgar, pelo mundo inteiro, a necessidade de fazer outros poços do amor.
Ryan então leu sobre um menino chamado AKANA que tinha escapado das garras dos homens que cadastravam e levavam meninos para lutar e usar armas no exército e com isso impedindo as crianças de estudarem. Na África os meninos eram levados para lutar e usavam armas terríveis e não iam a escola. O poço de RYAN fez AKANA não ir lutar. Este fato tocou profundamente em RYAN que pediu e insistiu aos seus pais que o levassem a Uganda onde foi construído o POÇO DO AMOR. RYAN queria conhecer o seu amiguinho. Com um grande esforço financeiro, os pais fizeram uma visita a Uganda e Ryan com apenas 8 anos, em 2000, chegou à aldeia onde havia perfurado o poço do amor.
Houve então uma grande surpresa para RYAN e seus pais. Centenas de crianças cantaram o nome de RYAN, sorriam e faziam círculos e dançavam ao redor do menino que emocionado perguntou ao guia que os acompanhava: - Você sabe meu nome?
O guia nativo, com os olhos cheios de lágrimas, deu um abraço em Ryan e lhe disse: - Todas as pessoas, num raio de 100 quilômetros, sabem seu nome Ryan e amam a você.
Hoje RYAN tem 19 anos e criou uma organização social filantrópica. Sua fundação já construiu mais de 400 POÇOS DO AMOR na África. RYAN é responsável também pela escola e educação, ensino, de dezenas de milhares de crianças, filhas dos nativos que agora podem ter água para beber, fazer higiene e também para a lavoura através destes poços; e o mais importante, estas crianças não são mais recrutadas para lutar nas guerras e não usam mais armas.
RYAN tem buscado em Deus forças para conseguir doações em todo o mundo e está estudando para ser um engenheiro nesta área. Ele está estudando Engenharia hidráulica que é o ramo da engenharia civil que trata da exploração e do uso da água, dos projetos e das obras hidráulicas fluviais ou marítimas. RYAN descobriu que sua vida tinha sentido quando ajudou seu semelhante. RYAN tinha um sonho e está sendo abençoando por Deus, pois o ALTÍSSIMO abençoa aquele que atende o próximo.
5. Maravilhoso, não?
6. Esse tipo de gente é muito útil à sociedade.
7. Entretanto, sem Jesus, nossa utilidade, por maior que seja, torna-se inútil.
8. Por que?
9. A razão é simples: sem Jesus tudo o que fazemos é temporal; Deus valoriza, mas por mais valoroso que seja não tem poder de nos levar para a Glória eterna.
10. Só Jesus pode fazer isso.
11. Quando celebramos a Ceia nos lembramos disto; nos lembramos que, se não fosse por Jesus estaríamos miseravelmente perdidos por maiores que fossem as nossas virtudes...
Conclusão
1. Temos um Senhor;
2. Somos iguais;
3. Temos um compromisso;
4. Sem Cristo nossa utilidade se torna inútil.
5. São coisas de que nos lembramos ou devemos lembrar quando celebramos a ceia do Senhor
Pr. Walmir Vigo Gonçalves
Parque Imperatriz – Novembro de 2010
Os enunciados deste sermão têm como fonte um
sermão de Israel Belo: "A Ceia Como Oportunidade"
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