sexta-feira, 7 de setembro de 2018

O Fruto do Espírito–parte 3 de 10–Gozo

O FRUTO DO ESPÍRITO
Gálatas 5.22-23
Pr. Walmir Vigo Gonçalves


Parte 3 de 10 – Gozo


GOZO (ALEGRIA) – O fruto do Espírito é... alegria...

1.    Alegria é algo de muito valor, muita importância.
2.    Alegria é tradução de uma palavra que aparece cerca de sessenta vezes no Novo Testamento. E o verbo correspondente, traduzido por “alegrar-se”, aparece mais de setenta vezes.
3.    Por isso, isto é, pelo fato de a alegria aparecer tantas vezes no Novo testamento, percebemos o seu valor, e também podemos dizer que o Novo Testamento é “um livro de alegria”.
4.    Mas, mesmo que não tivéssemos tantas ocorrências, só o fato de sermos informados que a alegria é parte integrante do Fruto do Espírito, já nos leva a entender o quão importante ela é, e que é da vontade de Deus que o Seu povo seja um povo alegre, e que ela é ingrediente importante da vida cristã.
5.    Podemos até comparar, de forma ilustrativa, a vida cristã a um “bolo”, um delicioso bolo. Como se faz um bolo? O que se usa para fazer um bolo? Bem, uma diversidade de ingredientes, todos eles importantes, necessários. Pois a vida cristã é feita de muitos ingredientes, todos eles importantíssimos, e a alegria é um desses ingredientes. Esqueça de colocar um ingrediente na mistura do bolo e ele não sairá do jeito que deve sair (aliás, você já viu alguém fazer um bolo, um bolo comum, e esquecer de colocar o trigo? Eu já vi... há poucos dias... rsss). Pois a vida cristã sem a alegria não é vida cristã do jeito que deveria ser.
6.    Entretanto, o que vem a ser essa alegria, essa que é produzida pelo Espírito a partir de nossa união com Ele?
7.    É importante essa pergunta, porque há alguns conceitos equivocados que precisam ser refutados (aliás, somos mestres em conceituar equivocadamente as coisas e as pessoas...).
8.    Um dos conceitos equivocados é que alegria tem a ver com o jeito de ser de uma pessoa. Se uma pessoa é “pra frente”, extrovertida, “espalhafatosa” até, essa é uma pessoa alegre, pensamos. Já aquele que é introvertido, tímido, reservado, sério... esse não é alegre, ou pelo menos não é muito alegre. É o que pensamos às vezes. Nada mais equivocado do que esse pensamento. O sujeito extrovertido pode ser alguém de muita alegria, mas também pode não ser. E o sujeito austero pode ser alguém sem muita alegria, mas também pode ser alguém muito alegre. E quantos exemplos nós temos disso!!! Tem até alguns que dão cabo da própria vida dos quais ouvimos às vezes alguém dizer: “poxa, mas ele parecia tão feliz, tão alegre!”. Isaltino Gomes Coellho Filho, no livro “O Fruto do Espírito”, cita o exemplo de João Batista. João Batista era homem austero, provavelmente não muito risonho e festivo e que se vestia de tecido grosseiro, se alimentava de gafanhoto e mel silvestre, não bebia vinho e nem bebida forte, desenvolvia seu ministério no deserto e sua mensagem era uma chamada ao arrependimento, apontando até, com muita severidade, os erros que seus contemporâneos praticavam, inclusive os erros daqueles que eram autoridades religiosas. Não era João Batista alguém alegre? Não era ele alguém cheio do Espírito Santo, e, portanto, não agraciado com essa alegria que é parte do fruto do Espírito? Claro que era! Cheio do Espírito Santo desde o ventre de Sua mãe, conforme disse o anjo Gabriel a Zacarias quando lhe anunciou a gravidez de Izabel, e, portanto, cheio de alegria, a alegria que é fruto do Espírito. 
9.    Outro conceito equivocado é que a alegria tem a ver com o momento em que estamos vivendo ou com aquilo que temos. Tem até gente que se expressa dizendo “ah, como eu seria alegre se...”, e depois do “se” vem uma série de circunstâncias e/ou “coisas que supostamente as fariam mais alegres”. Mas o que tinha Paulo e qual era sua circunstância de vida quando, escrevendo aos filipenses, lhes disse: “Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo, sempre com alegria, oração por vós em todas as minhas súplicas”? Ele não tinha nada, e vivia uma circunstância de prisão. Já contei para os irmãos aquela história de um “rei que tinha tudo, menos alegria. Além desta, nada mais lhe faltava. Seu país estava em paz. E, no entanto, ele não era alegre. Quando todas as possíveis medidas falharam, seus amigos resolveram experimentar o conselho de um sábio. Este sugeriu que o rei usasse uma camisa do homem mais alegre do reino. Pouco tempo depois, o homem foi encontrado. Contudo, o problema permaneceu sem solução, pois o homem não possuía uma camisa sequer”.
10. Outro conceito equivocado é o de que demonstramos que somos ou estamos alegres colocando um sorriso no rosto ou esboçando alguns outros gestos quaisquer. Isso acontece muito nos nossos cultos (nossos = cultos evangélicos). O “animador de auditório” vai lá pra frente e quer fazer as pessoas arreganharem os dentes de qualquer jeito, e quer ver as pessoas batendo palmas de qualquer jeito, e quer ver as pessoas se movimentando, pulando... e quem não agir assim é porque não está alegre e está pecando porque culto tem que ser prestado com alegria... e alegria pra ele é isso: rir, bater palmas e pular. Então ele age assim e insiste para que todos ajam assim, e depois sai dizendo: “como o culto hoje foi bom! Como foi alegre!”. Bom coisa nenhuma! Foi artificial! Não sou contra sorrir, bater palmas e até algumas outras coisas mais, mas se foi forçado e não natural, é expressão de artificialidade e não de alegria.
11. Outro conceito equivocado é que quem tem a alegria fruto do Espírito jamais terá momentos de tristeza. Paulo, no início de Romanos 9, fala de uma grande tristeza e continua dor que havia em seu coração. Por qual motivo? Por causa da incredulidade de Israel.
12. E há muitos outros conceitos errados, mas vamos deixa-los de lado para nos concentrarmos agora no conceito certo.
13. E o conceito certo é que essa alegria, fruto do Espírito, nada tem a ver com posses materiais terrenas e nem com as circunstâncias gerais da vida, a não ser aquelas circunstâncias que nos colocam mais próximos de Deus.
14. A fonte da verdadeira alegria é o Senhor. Em Filipenses 4.4 Paulo diz: “Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez vos digo: regozijai-vos”. O profeta Habacuque, no final de seu pequeno livro, depois de alguma experiência com Deus, assim se expressou: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente.” (Habacuque 3:17-19 RA). Então, independentemente da circunstância, no Senhor o crente tem alegria. Alguém disse corretamente que “é no Senhor que se encontra tudo aquilo que nada pode mudar”.
15. Isso não quer dizer que não vamos às vezes chorar ou ficar com o semblante triste, perder por algum tempo a euforia natural de quem está alegre por algum motivo. Mas, mesmo quando o momento for de dor e choro, de tristeza, o crente pode olhar para dentro de si e encontrar a alegria ali presente. Algum acontecimento fez com que o seu semblante não se apresentasse alegre, mas interiormente, por causa do Senhor, por causa da esperança celestial que tem no Senhor, ele é alegre. Podemos dizer que aqueles que são servos de Jesus têm um motivo perene para alegrar-se, a vida lhe apresenta vários outros motivos adicionais passageiros para alegrar-se também, e, durante a sua vida terrena, alguns ou até vários motivos passageiros para se entristecer também se lhes apresentam. E também podemos dizer que, quanto àquele que não é servo de Jesus, é o contrário. Ele tem um motivo perene para entristecer-se e a vida lhe apresenta ainda outros motivos passageiros para entristecer-se e alguns ou vários motivos passageiros para alegrar-se. Todos nós temos momentos tristes e momentos alegres, motivos para alegria e motivos para tristeza... passageiros! A grande diferença está no fato de que enquanto uns tem um motivo perene para alegrarem-se, outros o tem para entristecer-se.
16. Na verdade, então, a alegria interior, independente das circunstâncias, é dependente de algo: depende de se a pessoa tem a Jesus como Salvador e Senhor ou não! Antigamente costumava-se dizer que o ser humano tem um vazio na alma tão grande que nada nesse mundo pode preenchê-lo. Só Deus pode preencher esse vazio, porque ele é do tamanho de Deus.
17. Então, essa alegria, fruto do Espírito, vem de saber que Deus habita em mim e que Ele perdoou os meus pecados e que, por isso, não estou destinado à perdição, mas à vida eterna no reino de Deus. Essa alegria não depende das circunstâncias mutáveis da vida, Não!!! Ela depende da promessa de Deus de que Ele está comigo onde quer que eu esteja e que cuida de mim em toda e qualquer situação. Essa alegria é dom de Deus, é “fruto do Espírito”.
18. E para encerrarmos esse ponto com muita alegria, deixe-me ler para você alguns trechos de Romanos 8:

Verso 1 ... nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.

Versos 14 – 18: ... todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados ... para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.

Versos 26 – 39: ... o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos. E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto. Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!”

19. Que maravilha! O Espírito nos capacita a amar; e o Espírito produz a alegria, a verdadeira alegria, em nossos corações; e, terceiro, o Espírito produz em nós a Paz.










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