O FRUTO DO
ESPÍRITO
Gálatas 5.22-23
Pr. Walmir Vigo Gonçalves
Parte 3 de 10 – Gozo
GOZO (ALEGRIA) – O fruto do Espírito é...
alegria...
1. Alegria é algo
de muito valor, muita importância.
2. Alegria é
tradução de uma palavra que aparece cerca de sessenta vezes no Novo Testamento.
E o verbo correspondente, traduzido por “alegrar-se”, aparece mais de setenta
vezes.
3. Por isso, isto
é, pelo fato de a alegria aparecer tantas vezes no Novo testamento, percebemos o
seu valor, e também podemos dizer que o Novo Testamento é “um livro de
alegria”.
4. Mas, mesmo que
não tivéssemos tantas ocorrências, só o fato de sermos informados que a alegria
é parte integrante do Fruto do Espírito, já nos leva a entender o quão
importante ela é, e que é da vontade de Deus que o Seu povo seja um povo alegre,
e que ela é ingrediente importante da vida cristã.
5. Podemos até
comparar, de forma ilustrativa, a vida cristã a um “bolo”, um delicioso bolo.
Como se faz um bolo? O que se usa para fazer um bolo? Bem, uma diversidade de
ingredientes, todos eles importantes, necessários. Pois a vida cristã é feita de
muitos ingredientes, todos eles importantíssimos, e a alegria é um desses
ingredientes. Esqueça de colocar um ingrediente na mistura do bolo e ele não
sairá do jeito que deve sair (aliás, você já viu alguém fazer um bolo, um bolo
comum, e esquecer de colocar o trigo? Eu já vi... há poucos dias... rsss). Pois
a vida cristã sem a alegria não é vida cristã do jeito que deveria
ser.
6. Entretanto, o
que vem a ser essa alegria, essa que é produzida pelo Espírito a partir de nossa
união com Ele?
7. É importante
essa pergunta, porque há alguns conceitos equivocados que precisam ser refutados
(aliás, somos mestres em conceituar equivocadamente as coisas e as
pessoas...).
8. Um dos
conceitos equivocados é que alegria tem a ver com o jeito de ser de uma pessoa.
Se uma pessoa é “pra frente”, extrovertida, “espalhafatosa” até, essa é uma
pessoa alegre, pensamos. Já aquele que é introvertido, tímido, reservado,
sério... esse não é alegre, ou pelo menos não é muito alegre. É o que pensamos
às vezes. Nada mais equivocado do que esse pensamento. O sujeito extrovertido
pode ser alguém de muita alegria, mas também pode não ser. E o sujeito austero
pode ser alguém sem muita alegria, mas também pode ser alguém muito alegre. E
quantos exemplos nós temos disso!!! Tem até alguns que dão cabo da própria vida
dos quais ouvimos às vezes alguém dizer: “poxa, mas ele parecia tão feliz, tão
alegre!”. Isaltino Gomes Coellho Filho, no livro “O Fruto do Espírito”, cita o
exemplo de João Batista. João Batista era homem austero, provavelmente não muito
risonho e festivo e que se vestia de tecido grosseiro, se alimentava de
gafanhoto e mel silvestre, não bebia vinho e nem bebida forte, desenvolvia seu
ministério no deserto e sua mensagem era uma chamada ao arrependimento,
apontando até, com muita severidade, os erros que seus contemporâneos
praticavam, inclusive os erros daqueles que eram autoridades religiosas. Não era
João Batista alguém alegre? Não era ele alguém cheio do Espírito Santo, e,
portanto, não agraciado com essa alegria que é parte do fruto do Espírito? Claro
que era! Cheio do Espírito Santo desde o ventre de Sua mãe, conforme disse o
anjo Gabriel a Zacarias quando lhe anunciou a gravidez de Izabel, e, portanto,
cheio de alegria, a alegria que é fruto do Espírito.
9. Outro conceito
equivocado é que a alegria tem a ver com o momento em que estamos vivendo ou com
aquilo que temos. Tem até gente que se expressa dizendo “ah, como eu seria
alegre se...”, e depois do “se” vem uma série de circunstâncias e/ou “coisas que
supostamente as fariam mais alegres”. Mas o que tinha Paulo e qual era sua
circunstância de vida quando, escrevendo aos filipenses, lhes disse: “Dou
graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo, sempre com
alegria, oração por vós em todas as minhas
súplicas”? Ele não tinha
nada, e vivia uma circunstância de prisão. Já contei para os irmãos aquela
história de um “rei
que tinha tudo, menos alegria. Além desta, nada mais lhe faltava. Seu país
estava em paz. E, no entanto, ele não era alegre. Quando todas as possíveis
medidas falharam, seus amigos resolveram experimentar o conselho de um sábio.
Este sugeriu que o rei usasse uma camisa do homem mais alegre do reino. Pouco
tempo depois, o homem foi encontrado. Contudo, o problema permaneceu sem
solução, pois o homem não possuía uma camisa
sequer”.
10. Outro
conceito equivocado é o de que demonstramos que somos ou estamos alegres
colocando um sorriso no rosto ou esboçando alguns outros gestos quaisquer. Isso
acontece muito nos nossos cultos (nossos = cultos evangélicos). O “animador de
auditório” vai lá pra frente e quer fazer as pessoas arreganharem os dentes de
qualquer jeito, e quer ver as pessoas batendo palmas de qualquer jeito, e quer
ver as pessoas se movimentando, pulando... e quem não agir assim é porque não
está alegre e está pecando porque culto tem que ser prestado com alegria... e
alegria pra ele é isso: rir, bater palmas e pular. Então ele age assim e insiste
para que todos ajam assim, e depois sai dizendo: “como o culto hoje foi bom!
Como foi alegre!”. Bom coisa nenhuma! Foi artificial! Não sou contra sorrir,
bater palmas e até algumas outras coisas mais, mas se foi forçado e não natural,
é expressão de artificialidade e não de
alegria.
11. Outro
conceito equivocado é que quem tem a alegria fruto do Espírito jamais terá
momentos de tristeza. Paulo, no início de Romanos 9, fala de uma grande tristeza
e continua dor que havia em seu coração. Por qual motivo? Por causa da
incredulidade de Israel.
12. E
há muitos outros conceitos errados, mas vamos deixa-los de lado para nos
concentrarmos agora no conceito certo.
13. E
o conceito certo é que essa alegria, fruto do Espírito, nada tem a ver com
posses materiais terrenas e nem com as circunstâncias gerais da vida, a não ser
aquelas circunstâncias que nos colocam mais próximos de
Deus.
14. A
fonte da verdadeira alegria é o Senhor. Em Filipenses 4.4 Paulo diz: “Regozijai-vos,
sempre, no Senhor; outra vez vos digo: regozijai-vos”. O profeta
Habacuque, no final de seu pequeno livro, depois de alguma experiência com Deus,
assim se expressou: “Ainda que a
figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os
campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos
currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da
minha salvação. O SENHOR Deus é a
minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar
altaneiramente.” (Habacuque 3:17-19 RA). Então, independentemente da
circunstância, no Senhor o crente tem alegria. Alguém disse corretamente que “é no Senhor que se encontra tudo aquilo
que nada pode mudar”.
15. Isso
não quer dizer que não vamos às vezes chorar ou ficar com o semblante triste,
perder por algum tempo a euforia natural de quem está alegre por algum motivo.
Mas, mesmo quando o momento for de dor e choro, de tristeza, o crente pode olhar
para dentro de si e encontrar a alegria ali presente. Algum acontecimento fez
com que o seu semblante não se apresentasse alegre, mas interiormente, por causa
do Senhor, por causa da esperança celestial que tem no Senhor, ele é alegre.
Podemos dizer que aqueles que são servos de Jesus têm um motivo perene para
alegrar-se, a vida lhe apresenta vários outros motivos adicionais passageiros
para alegrar-se também, e, durante a sua vida terrena, alguns ou até vários
motivos passageiros para se entristecer também se lhes apresentam. E também
podemos dizer que, quanto àquele que não é servo de Jesus, é o contrário. Ele
tem um motivo perene para entristecer-se e a vida lhe apresenta ainda outros
motivos passageiros para entristecer-se e alguns ou vários motivos passageiros
para alegrar-se. Todos nós temos momentos tristes e momentos
alegres, motivos para alegria e motivos para tristeza... passageiros! A
grande diferença está no fato de que enquanto uns tem um motivo perene para
alegrarem-se, outros o tem para
entristecer-se.
16. Na
verdade, então, a alegria interior, independente das circunstâncias, é
dependente de algo: depende de se a pessoa tem a Jesus como Salvador e Senhor
ou não! Antigamente costumava-se dizer que o ser humano tem um vazio na alma
tão grande que nada nesse mundo pode preenchê-lo. Só Deus pode preencher esse
vazio, porque ele é do tamanho de
Deus.
17. Então,
essa alegria, fruto do Espírito, vem de saber que Deus habita em mim e que Ele
perdoou os meus pecados e que, por isso, não estou destinado à perdição, mas à
vida eterna no reino de Deus. Essa alegria não depende das circunstâncias
mutáveis da vida, Não!!! Ela depende da promessa de Deus de que Ele está comigo
onde quer que eu esteja e que cuida de mim em toda e qualquer situação. Essa
alegria é dom de Deus, é “fruto do Espírito”.
18. E
para encerrarmos esse ponto com muita alegria, deixe-me ler para você alguns
trechos de Romanos 8:
Verso
1 ... nenhuma condenação há para os que estão
em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.
Versos
14 – 18: ... todos
os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não
recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor,
mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O
mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se
nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e
co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também
com ele sejamos glorificados ... para mim tenho por certo que as aflições deste tempo
presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser
revelada.
Versos
26 – 39:
... o
Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele
que segundo Deus intercede pelos santos. E sabemos que todas as coisas
contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados por seu decreto. Porque os que dantes conheceu, também os
predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele
seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também
chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a
esses também glorificou. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é
por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho
poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas
as coisas? Quem
intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem
os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os
mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos
separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a
fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti
somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o
matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por
aquele que nos amou. Porque
estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados,
nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a
profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que
está em Cristo Jesus, nosso Senhor!”
19. Que
maravilha! O Espírito nos capacita a amar; e o Espírito produz a alegria, a
verdadeira alegria, em nossos corações; e, terceiro, o Espírito produz em nós a
Paz.
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