sexta-feira, 7 de setembro de 2018

O Fruto do Espírito–parte 10 de 10–Temperança e Conclusão

O FRUTO DO ESPÍRITO
Gálatas 5.22-23
Pr. Walmir Vigo Gonçalves


Parte 10 de 10 – Temperança e conclusão


VIII. A TEMPERANÇA (DOMÍNIO PRÓPRIO) – O fruto do Espírito é ... temperança.

1.    Domínio próprio é o domínio de nós mesmos, o que impede que sejamos levados ao léu pelos desejos e impulsos diversos. Aliás, achei interessante a tradução de Barclay para o termo grego egkrateia, traduzido em nossas bíblias por temperança ou domínio próprio. Barclay assim traduz: “a vitória sobre o desejo”.
2.    Então, temperança ou domínio próprio é “por freio em nós mesmos”, inclusive no que respeita ao nosso “temperamento”.

3.    Infelizmente é verdade o que diz Isaltino Gomes Coelho Filho ao comentar sobre essa virtude, sobre o fato de que nem todos a exercitam no que respeita ao “temperamento”:

“Há muita gente descontrolada, e que acha isto uma virtude. Até camuflam seu destempero com boas intenções ou com sentimentos de defesa da fé. Dois dos discípulos de Jesus, Tiago e João, filhos de Zebedeu, receberam do próprio Senhor o apelido de Boanerges, que significa, em aramaico, “filhos do trovão” (Mc. 3.17). Não era, com toda probabilidade, porque tinham vozes de baixo profundo, mas porque eram temperamentais, tendendo à violência. Em Lucas 9.54, os dois fazem uma proposta inusitada a Jesus: “... Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir (como Elias também fez?)”... E, infelizmente temos que reconhecer que nossas igrejas estão cheias de Boanerges...”

4.    Mas temperança ou domínio próprio não diz respeito apenas ao nosso temperamento; está em pauta todos os nossos apetites e paixões. Num pequeno tratado de ética intitulado Das Virtudes e dos Vícios, inicialmente atribuído a Aristóteles e depois não, encontra-se que “à egkrateia (temperança) pertence a capacidade de, pela razão, refrear o desejo quando este fixa-se nos gostos e prazeres vis, e de ser resoluto e sempre pronto a suportar a necessidade e dor naturais” (Barclay)
5.    Então, domínio próprio tem a ver com temperamento e com todos os nossos desejos. Diz respeito ao que comemos, ao que bebemos, diz respeito à nossa vida sexual, diz respeito ao que falamos.. e por aí vai. A pessoa que não tem domínio próprio se deixa levar pelos seus desejos e termina por se tornar uma espécie de escravo dos mesmos. Por outro lado, aquele que tem domínio próprio é aquele que evita que o desejo seja o ditador das suas ações e da sua vida.
6.    Parece que de alguma maneira Deus dotou a todas as pessoas de uma certa dose de domínio próprio. Se assim não o fosse o mundo seria um caos infinitamente maior do que já é. Uma simples briga caseira, de irmãos que se gostam muito, talvez terminasse em morte se em algum ponto não houvesse o exercício do autodomínio.
7.    Mas o crente tem que se dominar a si mesmo de uma maneira mais especial. Existem muitas coisas que são normais para o mundo, mas que não o são para nós.
8.    Deus não retira de nós os nossos impulsos naturais, mas nós precisamos dominá-los.
9.    Nós é que, abaixo de Deus, precisamos ser os regentes da orquestra de nossa vida, e não os impulsos que fazem parte dela. Lembre-se disso todas as vezes que você sentir-se impulsionado a fazer algo que, racionalmente você sabe que não será muito bom. Talvez você sinta esse impulso hoje ainda, e amanhã também... várias vezes. Portanto, não se descuide na vigilância.
10. Se você é crente, o Espírito está desenvolvendo um fruto em seu interior, e esse fruto inclui a temperança, o domínio próprio; então, seja temperante, não se deixe levar pelos seus impulsos.

CONCLUSÃO

01. Se você é crente, o Espírito está desenvolvendo um fruto em seu interior, e esse fruto inclui:
a.    o amor;
b.    a alegria;
c.    a paz;
d.    a longanimidade;
e.    a benignidade;
f.     a bondade;
g.    a fidelidade;
h.    a mansidão
i.      e o domínio próprio
02. Mas não se trata de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio naturais, conforme tivemos oportunidade de ressaltar em cada virtude estudada. É amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio como resultados de uma operação do Espírito Santo de Deus em nosso interior. Faz parte de toda uma obra que foi e está sendo realizada em nós pelo Deus Trino: o Pai nos chamou, o Filho nos salvou e o Espírito está nos aperfeiçoando/santificando.
03. Eis aí o Fruto do Espírito. Você pode percebê-lo sendo formado em você? Se você é “crente”, alguém que crê em Jesus, alguém que foi alcançado pela graça salvadora e recebeu o “selo” e o “penhor” que é o Espírito de Deus, certamente que sim. E se assim o é, abra a sua mente para esse fato e “ande em Espírito”, deixe que Ele “exiba” em sua vida toda a beleza desse fruto para a honra e glória de Jesus que te salvou.
04. Termino com o verso 23:

“... contra essas coisas não há lei.”

“Não existe lei contra o Fruto do Espírito!... A sociedade não precisa de proteção contra os que ostentam estas qualidades”.















OBRAS CONSULTADAS:
Ø  A Felicidade Segundo Jesus – Russel P. Shedd
Ø  Alegrai-vos no Senhor – Uma Exposição de Filipenses – Russel P. Shedd
Ø  As Obras da Carne e o Fruto do Espírito – William Barclay – Vida Nova
Ø  Bíblia Online 3.0 Módulo Avançado – SBB
Ø  Comentário Bíblico Broadman – Volume 11 – Novo Testamento
Ø  E-book de Sermões e Ilustrações – desenvolvido pelo Pr. Walter Pacheco
Ø  Estudos no Sermão do Monte – Martin Lloyd-Jones
Ø  Estudos Sobre a Palavra de Deus – II Coríntios-Colossenses – J. N. Darby
Ø  Fruto do Espírito – Na prática das nove virtudes – Isaltino Gomes Coelho Filho
Ø  Liberdade em Cristo – Entendendo a epístola de Paulo aos Gálatas – Meno Kalisher
Ø  O N. T. Int. Vers. Por Vers. – Volume 4 – R. N. Champlin         
Ø  Revista Pontos Salientes de 1994

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