O FRUTO DO
ESPÍRITO
Gálatas 5.22-23
Pr. Walmir Vigo Gonçalves
Parte 10 de 10 – Temperança e conclusão
VIII. A
TEMPERANÇA (DOMÍNIO PRÓPRIO) – O fruto do Espírito é ...
temperança.
1. Domínio próprio
é o domínio de nós mesmos, o que impede que sejamos levados ao léu pelos desejos
e impulsos diversos. Aliás, achei interessante a tradução de Barclay para o
termo grego egkrateia, traduzido em
nossas bíblias por temperança ou domínio próprio. Barclay assim traduz: “a
vitória sobre o desejo”.
2. Então,
temperança ou domínio próprio é “por freio em nós mesmos”, inclusive no que
respeita ao nosso “temperamento”.
3. Infelizmente é
verdade o que diz Isaltino Gomes Coelho Filho ao comentar sobre essa virtude,
sobre o fato de que nem todos a exercitam no que respeita ao “temperamento”:
“Há muita
gente descontrolada, e que acha isto uma virtude. Até camuflam seu destempero
com boas intenções ou com sentimentos de defesa da fé. Dois dos discípulos de
Jesus, Tiago e João, filhos de Zebedeu, receberam do próprio Senhor o apelido de
Boanerges, que significa, em aramaico, “filhos do trovão” (Mc. 3.17). Não era,
com toda probabilidade, porque tinham vozes de baixo profundo, mas porque eram
temperamentais, tendendo à violência. Em Lucas 9.54, os dois fazem uma proposta
inusitada a Jesus: “... Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os
consumir (como Elias também fez?)”... E, infelizmente temos que reconhecer que
nossas igrejas estão cheias de Boanerges...”
4. Mas temperança
ou domínio próprio não diz respeito apenas ao nosso temperamento; está em pauta
todos os nossos apetites e paixões. Num pequeno tratado de ética intitulado Das Virtudes e dos Vícios, inicialmente
atribuído a Aristóteles e depois não, encontra-se que “à
egkrateia (temperança) pertence a
capacidade de, pela razão, refrear o desejo quando este fixa-se nos gostos e
prazeres vis, e de ser resoluto e sempre pronto a suportar a necessidade e dor
naturais” (Barclay)
5. Então, domínio
próprio tem a ver com temperamento e com todos os nossos desejos. Diz respeito
ao que comemos, ao que bebemos, diz respeito à nossa vida sexual, diz respeito
ao que falamos.. e por aí vai. A pessoa que não tem domínio próprio se deixa
levar pelos seus desejos e termina por se tornar uma espécie de escravo dos
mesmos. Por outro lado, aquele que tem domínio próprio é aquele que evita que o
desejo seja o ditador das suas ações e da sua
vida.
6. Parece que de
alguma maneira Deus dotou a todas as pessoas de uma certa dose de domínio
próprio. Se assim não o fosse o mundo seria um caos infinitamente maior do que
já é. Uma simples briga caseira, de irmãos que se gostam muito, talvez
terminasse em morte se em algum ponto não houvesse o exercício do
autodomínio.
7. Mas o crente
tem que se dominar a si mesmo de uma maneira mais especial. Existem muitas
coisas que são normais para o mundo, mas que não o são para
nós.
8. Deus não retira
de nós os nossos impulsos naturais, mas nós precisamos dominá-los.
9. Nós é que,
abaixo de Deus, precisamos ser os regentes da orquestra de nossa vida, e não os
impulsos que fazem parte dela. Lembre-se disso todas as vezes que você sentir-se
impulsionado a fazer algo que, racionalmente você sabe que não será muito bom.
Talvez você sinta esse impulso hoje ainda, e amanhã também... várias vezes.
Portanto, não se descuide na vigilância.
10. Se
você é crente, o Espírito está desenvolvendo um fruto em seu interior, e esse
fruto inclui a temperança, o domínio próprio; então, seja temperante, não se
deixe levar pelos seus impulsos.
CONCLUSÃO
01. Se
você é crente, o Espírito está desenvolvendo um fruto em seu interior, e esse
fruto inclui:
a. o
amor;
b. a
alegria;
c. a
paz;
d. a
longanimidade;
e. a
benignidade;
f. a
bondade;
g. a
fidelidade;
h. a
mansidão
i. e o domínio
próprio
02. Mas
não se trata de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão e domínio próprio naturais, conforme tivemos oportunidade
de ressaltar em cada virtude estudada. É amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio como resultados de
uma operação do Espírito Santo de Deus em nosso interior. Faz parte de toda uma
obra que foi e está sendo realizada em nós pelo Deus Trino: o Pai nos chamou, o
Filho nos salvou e o Espírito está nos
aperfeiçoando/santificando.
03. Eis
aí o Fruto do Espírito. Você pode percebê-lo sendo formado em você? Se você é
“crente”, alguém que crê em Jesus, alguém que foi alcançado pela graça salvadora
e recebeu o “selo” e o “penhor” que é o Espírito de Deus, certamente que sim. E
se assim o é, abra a sua mente para esse fato e “ande em Espírito”, deixe que
Ele “exiba” em sua vida toda a beleza desse fruto para a honra e glória de Jesus
que te salvou.
04. Termino
com o verso 23:
“...
contra essas coisas não há lei.”
“Não
existe lei contra o Fruto do Espírito!... A sociedade não precisa de proteção
contra os que ostentam estas qualidades”.
OBRAS
CONSULTADAS:
Ø A
Felicidade Segundo Jesus – Russel P. Shedd
Ø Alegrai-vos
no Senhor – Uma Exposição de Filipenses – Russel P.
Shedd
Ø As
Obras da Carne e o Fruto do Espírito – William Barclay – Vida
Nova
Ø Bíblia
Online 3.0 Módulo Avançado – SBB
Ø Comentário
Bíblico Broadman – Volume 11 – Novo Testamento
Ø E-book
de Sermões e Ilustrações – desenvolvido pelo Pr. Walter
Pacheco
Ø Estudos
no Sermão do Monte – Martin Lloyd-Jones
Ø Estudos
Sobre a Palavra de Deus – II Coríntios-Colossenses – J. N.
Darby
Ø Fruto
do Espírito – Na prática das nove virtudes – Isaltino Gomes Coelho
Filho
Ø Liberdade
em Cristo – Entendendo a epístola de Paulo aos Gálatas – Meno
Kalisher
Ø O
N. T. Int. Vers. Por Vers. – Volume 4 – R. N. Champlin
Ø Revista
Pontos Salientes de 1994
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