sexta-feira, 7 de setembro de 2018

O Fruto do Espírito–parte 2 de 10–Amor

O FRUTO DO ESPÍRITO
Gálatas 5.22-23
Pr. Walmir Vigo Gonçalves


Parte 2 de 10 – Amor


AMOR – O fruto do Espírito é amor...

1.    O fruto do Espírito é amor.
a.    O fruto do Espírito não é aversão; é amor.
b.    O fruto do Espírito não é desapreço; é amor.
c.    O fruto do Espírito não é repulsa; é amor.
d.    O fruto do Espírito não é malquerença; é amor.
e.    O fruto do Espírito não é antipatia; é amor.
f.     O fruto do Espírito não é inimizade, desafeição, hostilidade, raiva, detestação, execração... Não!!! O fruto do Espírito é amor.
2.    Mas o que é esse amor?
3.    Sabemos que o amor se manifesta de diversas formas. Tem até termos diferentes para distinguir um amor do outro. Por exemplo, o amor de um rapaz por uma moça pela qual ele está enamorado, e vice-versa, é diferente do amor que esse rapaz ou essa moça tem por alguém de sua família; por um irmão, por exemplo.
4.    E esse amor aqui, fruto do Espírito, o que é? Como podemos falar sobre ele de forma bem prática?
5.    Esse amor é, como disse William Barclay,

... o espírito no coração que nunca procurará outra coisa senão o sumo bem do seu próximo. Não se importa com o tratamento que recebe do seu próximo, nem com a natureza dele; não se importa com a atitude do próximo para com ele, nunca procurará outra coisa a não ser o sumo bem do próximo, o melhor para ele”.

E até mesmo quando se faz necessária uma disciplina, uma repreensão mais dura, aquele que ama a aplica com base nesse amor e por amor, e não por vingança. Há momentos em que a disciplina, a correção, o castigo, fazem parte do amor.

6.    Esse amor é o mesmo que encontramos descrito em 1 Coríntios 13:
a.    É a virtude que faz de nós “sofredores”. Sofredores no sentido de sermos pacientes e não nos abatermos facilmente ao ponto de desejarmos até vingança quando somos insultados ou abusados.
b.    É a virtude que faz de nós pessoas benignas; e pessoas benignas são aquelas que realizam feitos bondosos, que bendizem, que oram mesmo pelos que as maltratam e perseguem, que dão de comer e de beber mesmo ao inimigo se ele tem fome e sede, que retribuem ao mal não com o mal, mas com o bem.
c.    É a virtude que nos faz alegres, e não invejosos ou enciumados por aquele que está alcançando sucesso e destaque.
d.    É a virtude que nos leva a não nos ufanarmos, a não nos ensoberbecermos, isto é, a não nos vangloriarmos colocando-nos acima das outras pessoas numa ostentação orgulhosa nem mesmo daquilo que realmente possuímos, seja sabedoria, seja riqueza, seja força, seja dons espirituais ou capacidade de fazer alguma coisa melhor do que o outro.
e.    É a virtude que nos leva a não nos portarmos com indecência, inconvenientemente, isto é, com desonra e sem boas maneiras, mesmo que outros se comportem assim para conosco.
f.     É a virtude que nos leva a não vivermos em busca apenas dos nossos próprios interesses. O amor é altruísta e não egoísta. Os egoístas, que só pensam em si mesmos, podem ser comparados ao mar morto, que só recebe, sem nada dar. O verdadeiro amor não é assim. Não fica insistindo sobre seus próprios direitos. Foi por causa da arrogância das pessoas, e insistência em fazer valer os seus próprios direitos, que a igreja dos coríntios se repartiu em várias facções. E Paulo repreendeu-os severamente por isso.A pessoa que busca seus próprios interesses pensa que tudo gira em torno dela. Suas opiniões, seus pensamentos... é que de fato valem, e deveriam ser observados acima de tudo. E as opiniões dos outros só valem quando estão em concordância com as suas. Não! O amor pensa nos outros!
g.    É a virtude que nos leva a não vivermos irritados e nem irritar os outros. O amor não se deixa provocar tão facilmente, e nem provoca os outros. Os seus “direitos” são ameaçados, mas ele não perde a compostura.Isso não significa a ausência de uma atitude enérgica quando esta se faz necessária. Atitudes enérgicas podem ser tomadas, quando elas se fazem necessárias, sem a presença da irritabilidade. A irritabilidade provoca ressentimento e gera tristeza. O amor deve governar até mesmo as atitudes enérgicas necessárias.
h.    É a virtude que nos leva a não suspeitar mal. O melhor sentido da frase “não suspeita mal”, que lemos em 1 Coríntios 13, é: “não leva em consideração o mal praticado contra si”. Mas isso se torna especialmente difícil quando encontramos alguém que insiste em continuar fazendo o mal contra nós, e, às vezes, hipocritamente – Faz-nos o mal e ainda, em sua hipocrisia e falsa piedade, faz com que todos a enxerguem como “boazinha”. Se o amor cristão não fosse algo “derramado em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado” (Rm. 5.5), eu diria que isso seria impossível de realizar.Porém, por vir de Deus o amor cristão, é possível tal realização.

“...o amor não conserva uma contracorrente de méritos e deméritos, com base no que os outros lhe tenham feito. Não guarda ressentimento, não se lembra do mal sofrido por parte de outrem. Também não cultiva a malícia, não se vinga. O amor não atribui mal a outrem, e nem se lembra de possíveis deméritos. O amor não fica afagando na memória os males sofridos, mas sempre perdoa e esquece, conservando limpo o registro, a folha corrida de outros. Isso é psicologicamente benéfico, porquanto é fato bem conhecido que a atitude daquele que guarda ressentimentos contra outros sofre detrimento em sua saúde física e mental”. (R. N. Champlin, em o N. T. int. Vers. por Vers., vol.4, p. 208)

i.      É a virtude que nos leva a não folgar com a injustiça. Em outras palavras, o amor não se regozija, não se alegra diante da injustiça, da maldade, do erro. Ele se entristece, tanto pelo erro em si quanto pela pessoa que cometeu o erro. Ele não se regozija ante o fato de que o outro caiu e porque o outro caiu agora a sua bondade própria é manifestada mais nitidamente em contraste com aquele.
j.      É a virtude que nos leva a folgar com a verdade. Obviamente, a boa verdade:a verdade de Deus;a verdade acerca do bem, feito por e a outrem;a verdade acerca do progresso espiritual dos outros;a verdade acerca da pureza moral dos nossos semelhantes;a verdade do triunfo do bem.
k.    É a virtude que “tudo sofre”, “tudo crê”, “tudo espera” e “tudo suporta”. Sofre e suporta os reveses e as falhas dos outros pelo bem deles. Crê que as pessoas, mesmo as “piores”, podem ser transformadas, e ora e luta por isso; e espera a manifestação do que há de bom nas pessoas.
           
7.    O amor, esse tipo de amor, é parte do Fruto do Espírito, e, podemos dizer, é a parte mais substanciosa, o mais suculento gomo desse fruto.
8.    Tem uma história interessante que diz que

Uma mulher saiu de sua casa e viu três homens com longas barbas brancas, sentados em frente ao quintal dela. Ela não os reconheceu. Ela disse: - "Acho que não os conheço, mas devem estar com fome. Por favor, entrem e comam algo. - O homem da casa está? - Perguntaram. - Não, ela disse, está fora. - Então não podemos entrar" - eles responderam. À noite quando o marido chegou, ela contou-lhe o que aconteceu. - "Vá diga que estou em casa e convide-os a entrar". A mulher saiu e convidou-os a entrar. - "Não podemos entrar juntos". Responderam. - "Por que isto?" - ela quis saber. Um dos velhos explicou-lhe: - "Seu nome é Fartura" - ele disse apontando um dos seus amigos e, mostrando o outro, falou: - "Ele é o Sucesso e eu sou o Amor". E completou: - "Agora vá e discuta com o seu marido qual de nós você quer em sua casa". A mulher entrou e falou ao marido o que foi dito. Ele ficou arrebatado e disse: - "Que bom!" Ele disse: - "Neste caso, vamos convidar Fartura. Deixe-o vir e encher nossa casa de fartura". A esposa discordou: - "Meu querido, por que não convidamos o Sucesso?" A cunhada ouvia do outro canto da casa. Ela apresentou sua sugestão: - "Não seria melhor convidar o Amor? Nossa casa então estará cheia de amor". - "Atentemos pelo conselho da cunhada" - disse o marido para a esposa. - "Vá lá fora e chame o Amor para ser nosso convidado". A mulher saiu e perguntou aos três homens: - "Qual de vocês é o amor? Por favor, entre e seja nosso convidado". O Amor levantou-se e seguiu em direção à casa. Os outros dois levantaram-se e seguiram-no. Surpresa a senhora perguntou-lhes: - "Apenas convidei o Amor, por que vocês entraram?" Os velhos homens responderam juntos: - "Se você convidasse o Fartura ou o Sucesso, os outros dois esperariam aqui fora, mas se você convidar o Amor, onde ele for iremos com ele". Onde há amor, há também fartura e sucesso!!!

9.    Onde há amor há fartura e sucesso!
10. Talvez não fartura e sucesso segundo o pensamento humano, mas certamente fartura e sucesso segundo o que realmente é fartura e sucesso.
11. Se houver o amor, as demais qualidades serão quase que consequências naturais.
12. É o amor que leva ao cumprimento de toda a lei de Deus.
13. Portanto, os cristãos, conforme lemos em Gálatas 5.13-15, ao invés de se “morderem” e “devorarem” uns aos outros, devem se amar.
14. Termino essa parte relembrando uma história que já contei aqui há uns dois ou três anos atrás:

“Um homem contou a história de que ele foi, certa vez, conselheiro em um acampamento de igreja que abrigava meninos pequenos. Um dos meninos que estava no acampamento tinha sido vítima de paralisia cerebral, e os outros meninos se divertiam com ele, imitando os seus gestos descontrolados e, de maneira geral, tornando a vida dele uma miséria. Um dos meninos deveria fazer um breve sermão na última noite do acampamento, e os colegas resolveram que o candidato certo para o trabalho era o menino com paralisia cerebral. Eles se divertiriam enquanto ele lutasse por expressar-se. Portanto, o pobre menino seria a “diversão”, o “espetáculo” daquela noite. Os risos já se tinham espalhado por toda a jovem audiência quando o menino subiu ao púlpito. Ele conseguiu gaguejar o seu sermão bem simples dizendo que tinha três coisas para compartilhar com os outros: 1) A Primeira é que ele sabia que Deus o amava; 2) A Segunda era que ele sabia que Deus amava a todos eles; 3) Portanto, a Terceira coisa, segundo ele assegurou aos outros meninos, era que ele próprio os amava...”

15. E as reações àquele “sermão” foram bem diferentes da planejadas:
a.    Ao invés de risos, lágrimas;
b.    Ao invés de “diversão” e “espetáculo”, contrição;
16. Por quê essas reações? É porque o amor, aquele tipo de amor, aquele amor que amou mesmo quando tinha todos os motivos para não amar, estava presente.
17. E quem deixou essa história registrada informou que nos anos que se passaram, vários dos meninos que tinham estado naquele acampamento confessaram que, pela primeira vez, naquela noite, sentiram a presença de Jesus, e muitos se consagraram ao serviço cristão.
18. Amor! O fruto... preste bem atenção, o FRUTO – fruto não é algo que é feito como se faz uma obra qualquer, fruto é algo que é gerado a partir de uma união vital; o fruto do Espírito é amor!












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