domingo, 8 de outubro de 2023

TIAGO – A FÉ EM AÇÃO - 2/17

 

TIAGO – A FÉ EM AÇÃO

 

Estudo 02

Para esse estudo, usei o estudo 02 da revista de Adultos número 09, ano 2005, da Editora Cristã Evangélica, escrito pelo Pr. Evaldo Alencar de Lima.

Estudo adaptado para estudar junto à PIB Muqui

 

O VALOR DAS PROVAÇÕES

 

Ø  Começamos semana passada uma série de mensagens/estudos em Tiago.

Ø  Vimos que o autor da carta é o Tiago irmão de Jesus; vimos que, conquanto a carta tenha os seus destinatários imediatos, ela é para nós hoje; e tivemos uma “visão panorâmica” sobre o que Tiago escreve na carta.

Ø  Hoje veremos sobre “o valor das provações”.

Ø  Para tanto, leiamos, inicialmente, Tiago 1.2-8.

Ø  Primeiro, um esclarecimento: há algumas diferenças nas traduções que, se não esclarecidas, podem trazer dúvidas à nossa mente. A versão ARC, uma tradução mais antiga, e que gostamos de usar, traduz: “tende grande gozo quando cairdes em várias tentações”. Faz parecer que se agente for tentado e cair, isso é motivo de alegria. Mas esse não é o entendimento correto. E, por isso, a versão ARA traduz: “passardes por várias provações”. Então, não é nem “cair” e nem “tentação” no sentido que entendemos hoje por essas palavras. “Cairdes” é tradução de uma palavra grega que tem o sentido de “ser envolvido”; e “tentação” é tradução de outra palavra grega que tem o sentido de “experimento, teste, prova”. Então, o entendimento correto de “cairdes em tentação” é “ser envolvido em alguma prova”, o que é mais coerente com a mensagem geral do Novo Testamento. Daí Eugene Peterson traduzir, em “A Mensagem”: “Amigos, quando lutas e aflições os atingirem em cheio, saibam que isso é um presente especial. Vocês verão como a fé será fortalecida e como terão forças para continuar até o fim. Por isso, não desistam facilmente. Essa perseverança os ajudará a amadurecer e a desenvolver plenamente o caráter de vocês. Se vocês não souberem lidar com a situação por falta de sabedoria, orem ao Pai. É com muita alegria que Ele os ajudará! Vocês serão atendidos e não serão ignorados quando pedirem ajuda...”.

Ø  Então “provações” é uma palavra melhor na língua portuguesa. Vamos usá-la.

Ø  As fontes que promovem as provações são muitas e variadas: Deus, a exemplo do que ocorreu com Abraão em Genesis 22; satanás, no caso de Jó; nosso semelhante, como no episódio em que os irmãos de José lhe intentaram o mal; e as mais diversas circunstâncias desencadeadas nos planos religiosos, políticos, sociais, econômicos... Mas uma coisa é absolutamente certa: Deus está no controle de todas as provações e trabalha nelas para a nossa edificação.

Ø  Dito isto, vejamos três coisas: o imperativo nas provações, o propósito das provações e o essencial nas provações.

Ø  Vamos à primeira:

 

I.                 O IMPERATIVO NAS PROVAÇÕES – ALEGRAR-SE

 

“Sintam-se felizes quando passarem por todo tipo de aflições” (Tiago 1.2 NTLH)

 

Ø  Alguém já chegou pra você pulando de alegria por a vida estar cheia de provações / aflições?

Ø  Talvez ficássemos assustados e com ar de “estranhamento”.

Ø  Mas o fato é que Tiago nos fala no imperativo: “sintam-se felizes...”

Ø  Não costumamos enxergar assim, mas, fato é, que as provações também são ou produzem bênção. As bênçãos de Deus na nossa vida incluem tanto aquelas que produzem prazer quanto aquelas que produzem dor.

Ø  Exemplo bíblico: o espinho na carne de Paulo – produzia dor, mas aperfeiçoava o poder de Deus na vida do apóstolo. Foi para que ele não se exaltasse pela excelência das revelações que recebia. Se ele se exaltasse, se ensoberbecesse, envergonharia o evangelho.

Ø  O profeta Habacuque considerou passar por uma situação de provação / aflição:

 

“... ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas...”

 

Mas disse também:

 

“... todavia, eu me alegrarei no SENHOR, exultarei no Deus da minha salvação. JEOVÁ, o Senhor, é minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas.” (Habacuque 3:17-19 RC)

 

Ø  Jesus, foi dito dele que ele foi “homem de dores que sabe o que é padecer”. E como padeceu! Perseguido, desprezado... por cumprir a vontade de Deus Pai. Mas não perdeu a doçura em meio às lutas; as provações não o deixaram amargurado.

Ø  Em Atos 5.41, depois de açoitados e ameaçados para não falarem mais no nome de Jesus, saíram regozijando-se por serem dignos de padecer afrontas pelo nome de Jesus.

 

Ø  Então, o imperativo, o “jeito bíblico” de se comportar em meio às provações é crer que Deus está no controle, trabalhando para o nosso bem, e alegrar-se.

Ø  Agora vejamos:

 

II.               O PROPÓSITO DAS PROVAÇÕES

 

“... sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” (Tiago 1:3-4 RA)

 

Ø  É muito comum, quando estamos em meio às aflições, dizermos que não sabemos o porque de tudo isso estar acontecendo.

Ø  É verdade que nem sempre sabemos o motivo das experiências desagradáveis pelas quais passamos. A dor e o sofrimento quase sempre nos tiram a capacidade de perceber a razão dos fatos.

Ø  Mas, não saber o porquê da provação não a invalida. Ela continua sendo genuína e tem propósito.

Ø  Eu posso não saber, mas Deus sabe a razão.

Ø  Jó não tinha a menor ideia do porquê estava passando por tamanha provação, mas Deus sabia. E Jó, no devido tempo, saberia também.

Ø  A Palavra de Deus, a nossa experiência com Ele e o futuro, na maioria das vezes, se encarregarão de nos confirmar que as provações na vida do cristão têm propósito definidos. Nada acontece por acaso. Não estamos à mercê do acaso. Somos servos do Deus Todo Poderoso, Aquele que age em todas as coisas para o bem daqueles que foram chamados de acordo com Seu propósito, conforme lemos em Romanos 8.28 (ainda que às vezes não entendamos como).

Ø  Mas, de um modo geral, as provações visam produzir pelo menos dois resultados, a saber:

 

1)    Fé aprovada

 

Ø  Abraão é considerado o “pai da fé”, e “o pai daqueles que têm fé”.

Ø  Mas para que ele recebesse esse honroso título, sua fé foi duramente provada – veja Hebreus 11.8 e 17-19. Sua fé esteve sobre o altar da provação.

Ø  Fé aprovada é aquela que produz perseverança. A fé genuína, quando provada, induz o crente a continuar caminhando mesmo sob circunstâncias aparentemente desfavoráveis.

Ø  O apóstolo Pedro, falando sobre isso em sua primeira carta, capítulo 1, versículos 6 e 7, diz que no presente, sendo necessário, importa sermos contristados com várias provações, para provar a nossa fé. Eugene Peterson traduz assim: “O ouro passado pelo fogo sai comprovadamente puro; a fé genuína que passa pelo sofrimento sai comprovadamente genuína. Quando Jesus consumar tudo, será a fé que vocês têm, não o ouro, que Deus vai apresentar como prova da vitória dele”.

Ø  Isaías 50.10 também é um texto interessante: “Quem há entre vós que tema ao SENHOR e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas e não tiver luz nenhuma, confie no nome do SENHOR e firme-se sobre o seu Deus.” (Isaías 50:10 RC)

 

2)    Caráter aprovado

 

Ø  A provação, muitas vezes, age como verdadeiro instrumento da graça de Deus para reduzir a nada o orgulho do soberbo e a autossuficiência do arrogante. Quanta gente que se achava o dono da situação, supremo e intocável, só se aproximou da cruz devido ao rigor das provações a que foi submetido?

Ø  O Espírito age através das tribulações para polir o nosso caráter.

Ø  Há uma história que diz que uma pessoa observava um fundidor de metais levar o metal ao fogo e derrete-lo e deixa-lo permanecer sob o fogo até estar purificado. A pessoa perguntou ao fundidor sobre quando ele sabia que o metal estava purificado, ao que o fundidor respondeu: “quando vejo minha imagem refletida nele”.

Ø  A intenção de Deus é transformar nosso caráter até ao ponto de ver Sua imagem, a imagem de Jesus, refletida em nós. Deus, aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho... escreveu Paulo em Romanos 8.29.

 

Ø  E, por último:

 

III.             O ESSENCIAL NAS PROVAÇÕES

 

“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada.  Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte.  Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.  O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos.” (Tiago 1:5-8 RC)

 

Ø  Sabedoria! Todos os frutos que as provações visam produzir podem se tornar nulos se nos faltar esse elemento essencial.

Ø  A sabedoria é o ingrediente que, quando não nos faz compreender o porquê da dor, nos ensina a aceita-la com paciência. A sabedoria nos faz perceber que, apesar da provação, Deus é nosso aliado.

Ø  Quem tem essa sabedoria deve aplica-la, e quem não tem, deve pedir a Deus, com fé.

Ø  Um teste de sabedoria pode ser: em meio à provação é possível perceber alegria em nós ou apenas murmuração?

Ø  Se você estivesse no lugar de Paulo e Silas na prisão lá em Filipos, depois de açoitado como eles foram, qual seria sua reação?

Ø  A sabedoria a que Tiago se refere, conforme diz Champlim, nada tem a ver com ciência, com acúmulo de conhecimento de fatos científicos, e sim com a percepção das realidades eternas; um discernimento da alma quanto às realidades eternas. A mesma percepção que tinha aquele soldado crente que, atingido por um tiro e questionado sobre suas convicções naquele estado em que poderia até morrer, disse, citando Romanos 8.38: “Estou certo de que nem a morte... poderá me separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

 

CONCLUSÃO

 

Ø  Certos de que Deus tem propósito até mesmo nas provações pelas quais passamos e que as usa para imprimir na nossa vida, no nosso caráter, as indeléveis marcas de Cristo, e que tem plena soberania sobre todas elas, quando passarmos por alguma, passemos com fé, alegria e sabedoria.

 

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