TIAGO
– A FÉ EM AÇÃO
Estudo 02
Para esse estudo, usei o estudo 02 da
revista de Adultos número 09, ano 2005, da Editora Cristã Evangélica, escrito
pelo Pr. Evaldo Alencar de Lima.
Estudo adaptado para estudar junto à PIB Muqui
O VALOR DAS PROVAÇÕES
Ø Começamos semana passada uma série de
mensagens/estudos em Tiago.
Ø Vimos que o autor da carta é o Tiago irmão
de Jesus; vimos que, conquanto a carta tenha os seus destinatários imediatos,
ela é para nós hoje; e tivemos uma “visão panorâmica” sobre o que Tiago escreve
na carta.
Ø Hoje veremos sobre “o valor das provações”.
Ø Para tanto, leiamos, inicialmente, Tiago
1.2-8.
Ø Primeiro, um esclarecimento: há algumas
diferenças nas traduções que, se não esclarecidas, podem trazer dúvidas à nossa
mente. A versão ARC, uma tradução mais antiga, e que gostamos de usar, traduz: “tende
grande gozo quando cairdes em várias tentações”. Faz parecer que se agente
for tentado e cair, isso é motivo de alegria. Mas esse não é o entendimento
correto. E, por isso, a versão ARA traduz: “passardes por várias provações”.
Então, não é nem “cair” e nem “tentação” no sentido que entendemos hoje por
essas palavras. “Cairdes” é tradução de uma palavra grega que tem o sentido de
“ser envolvido”; e “tentação” é tradução de outra palavra grega que tem o
sentido de “experimento, teste, prova”. Então, o entendimento correto de
“cairdes em tentação” é “ser envolvido em alguma prova”, o que é mais coerente
com a mensagem geral do Novo Testamento. Daí Eugene Peterson traduzir, em “A
Mensagem”: “Amigos, quando lutas e aflições os atingirem em cheio, saibam
que isso é um presente especial. Vocês verão como a fé será fortalecida e como
terão forças para continuar até o fim. Por isso, não desistam facilmente. Essa
perseverança os ajudará a amadurecer e a desenvolver plenamente o caráter de
vocês. Se vocês não souberem lidar com a situação por falta de sabedoria, orem
ao Pai. É com muita alegria que Ele os ajudará! Vocês serão atendidos e não
serão ignorados quando pedirem ajuda...”.
Ø Então “provações” é uma palavra melhor na
língua portuguesa. Vamos usá-la.
Ø As fontes que promovem as provações são
muitas e variadas: Deus, a exemplo do que ocorreu com Abraão em Genesis 22;
satanás, no caso de Jó; nosso semelhante, como no episódio em que os irmãos de
José lhe intentaram o mal; e as mais diversas circunstâncias desencadeadas nos
planos religiosos, políticos, sociais, econômicos... Mas uma coisa é
absolutamente certa: Deus está no controle de todas as provações e trabalha
nelas para a nossa edificação.
Ø Dito isto, vejamos três coisas: o imperativo
nas provações, o propósito das provações e o essencial nas provações.
Ø Vamos à primeira:
I.
O
IMPERATIVO NAS PROVAÇÕES – ALEGRAR-SE
“Sintam-se felizes quando passarem por todo
tipo de aflições” (Tiago
1.2 NTLH)
Ø Alguém já chegou pra você pulando de alegria
por a vida estar cheia de provações / aflições?
Ø Talvez ficássemos assustados e com ar de
“estranhamento”.
Ø Mas o fato é que Tiago nos fala no imperativo:
“sintam-se felizes...”
Ø Não costumamos enxergar assim, mas, fato é,
que as provações também são ou produzem bênção. As bênçãos de Deus na nossa
vida incluem tanto aquelas que produzem prazer quanto aquelas que produzem dor.
Ø Exemplo bíblico: o espinho na carne de Paulo
– produzia dor, mas aperfeiçoava o poder de Deus na vida do apóstolo. Foi para
que ele não se exaltasse pela excelência das revelações que recebia. Se ele se
exaltasse, se ensoberbecesse, envergonharia o evangelho.
Ø O profeta Habacuque considerou passar por
uma situação de provação / aflição:
“... ainda que a figueira não floresça, nem
haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam
mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas...”
Mas disse também:
“... todavia, eu me alegrarei no SENHOR,
exultarei no Deus da minha salvação. JEOVÁ, o Senhor, é minha força, e fará os
meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas.” (Habacuque 3:17-19 RC)
Ø Jesus, foi dito dele que ele foi “homem
de dores que sabe o que é padecer”. E como padeceu! Perseguido,
desprezado... por cumprir a vontade de Deus Pai. Mas não perdeu a doçura em
meio às lutas; as provações não o deixaram amargurado.
Ø Em Atos 5.41, depois de açoitados e
ameaçados para não falarem mais no nome de Jesus, saíram regozijando-se por
serem dignos de padecer afrontas pelo nome de Jesus.
Ø Então, o imperativo, o “jeito bíblico” de se
comportar em meio às provações é crer que Deus está no controle, trabalhando
para o nosso bem, e alegrar-se.
Ø Agora vejamos:
II.
O
PROPÓSITO DAS PROVAÇÕES
“... sabendo que a provação da vossa fé, uma
vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação
completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” (Tiago
1:3-4 RA)
Ø É muito comum, quando estamos em meio às
aflições, dizermos que não sabemos o porque de tudo isso estar acontecendo.
Ø É verdade que nem sempre sabemos o motivo
das experiências desagradáveis pelas quais passamos. A dor e o sofrimento quase
sempre nos tiram a capacidade de perceber a razão dos fatos.
Ø Mas, não saber o porquê da provação não a
invalida. Ela continua sendo genuína e tem propósito.
Ø Eu posso não saber, mas Deus sabe a razão.
Ø Jó não tinha a menor ideia do porquê estava
passando por tamanha provação, mas Deus sabia. E Jó, no devido tempo, saberia
também.
Ø A Palavra de Deus, a nossa experiência com
Ele e o futuro, na maioria das vezes, se encarregarão de nos confirmar que as
provações na vida do cristão têm propósito definidos. Nada acontece por acaso.
Não estamos à mercê do acaso. Somos servos do Deus Todo Poderoso, Aquele que
age em todas as coisas para o bem daqueles que foram chamados de acordo com Seu
propósito, conforme lemos em Romanos 8.28 (ainda que às vezes não entendamos
como).
Ø Mas, de um modo geral, as provações visam
produzir pelo menos dois resultados, a saber:
1)
Fé
aprovada
Ø Abraão é considerado o “pai da fé”, e “o pai
daqueles que têm fé”.
Ø Mas para que ele recebesse esse honroso
título, sua fé foi duramente provada – veja Hebreus 11.8 e 17-19. Sua fé esteve
sobre o altar da provação.
Ø Fé aprovada é aquela que produz
perseverança. A fé genuína, quando provada, induz o crente a continuar
caminhando mesmo sob circunstâncias aparentemente desfavoráveis.
Ø O apóstolo Pedro, falando sobre isso em sua
primeira carta, capítulo 1, versículos 6 e 7, diz que no presente, sendo
necessário, importa sermos contristados com várias provações, para provar a
nossa fé. Eugene Peterson traduz assim: “O ouro passado pelo fogo sai
comprovadamente puro; a fé genuína que passa pelo sofrimento sai
comprovadamente genuína. Quando Jesus consumar tudo, será a fé que vocês têm,
não o ouro, que Deus vai apresentar como prova da vitória dele”.
Ø Isaías 50.10 também é um texto interessante:
“Quem há entre vós que tema ao SENHOR e ouça a voz do seu servo? Quando
andar em trevas e não tiver luz nenhuma, confie no nome do SENHOR e firme-se
sobre o seu Deus.” (Isaías 50:10 RC)
2)
Caráter
aprovado
Ø A provação, muitas vezes, age como
verdadeiro instrumento da graça de Deus para reduzir a nada o orgulho do
soberbo e a autossuficiência do arrogante. Quanta gente que se achava o dono da
situação, supremo e intocável, só se aproximou da cruz devido ao rigor das
provações a que foi submetido?
Ø O Espírito age através das tribulações para
polir o nosso caráter.
Ø Há uma história que diz que uma pessoa
observava um fundidor de metais levar o metal ao fogo e derrete-lo e deixa-lo
permanecer sob o fogo até estar purificado. A pessoa perguntou ao fundidor
sobre quando ele sabia que o metal estava purificado, ao que o fundidor
respondeu: “quando vejo minha imagem refletida nele”.
Ø A intenção de Deus é transformar nosso
caráter até ao ponto de ver Sua imagem, a imagem de Jesus, refletida em nós.
Deus, aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à
imagem de Seu Filho... escreveu Paulo em Romanos 8.29.
Ø E, por último:
III.
O
ESSENCIAL NAS PROVAÇÕES
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria,
peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á
dada. Peça-a, porém, com fé, não
duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo
vento e lançada de uma para outra parte.
Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. O homem de coração dobre é inconstante em
todos os seus caminhos.”
(Tiago 1:5-8 RC)
Ø Sabedoria! Todos os frutos que as provações
visam produzir podem se tornar nulos se nos faltar esse elemento essencial.
Ø A sabedoria é o ingrediente que, quando não
nos faz compreender o porquê da dor, nos ensina a aceita-la com paciência. A
sabedoria nos faz perceber que, apesar da provação, Deus é nosso aliado.
Ø Quem tem essa sabedoria deve aplica-la, e
quem não tem, deve pedir a Deus, com fé.
Ø Um teste de sabedoria pode ser: em meio à
provação é possível perceber alegria em nós ou apenas murmuração?
Ø Se você estivesse no lugar de Paulo e Silas
na prisão lá em Filipos, depois de açoitado como eles foram, qual seria sua
reação?
Ø A sabedoria a que Tiago se refere, conforme
diz Champlim, nada tem a ver com ciência, com acúmulo de conhecimento de fatos
científicos, e sim com a percepção das realidades eternas; um discernimento da
alma quanto às realidades eternas. A mesma percepção que tinha aquele soldado
crente que, atingido por um tiro e questionado sobre suas convicções naquele
estado em que poderia até morrer, disse, citando Romanos 8.38: “Estou certo
de que nem a morte... poderá me separar do amor de Deus, que está em Cristo
Jesus, nosso Senhor”.
CONCLUSÃO
Ø Certos de que Deus tem propósito até mesmo
nas provações pelas quais passamos e que as usa para imprimir na nossa vida, no
nosso caráter, as indeléveis marcas de Cristo, e que tem plena soberania sobre
todas elas, quando passarmos por alguma, passemos com fé, alegria e sabedoria.
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