TÃO GRANDE SALVAÇÃO!
Ø Texto: Efésios 2.1-22 (ler após a introdução)
Ø O fim do capítulo 1 de Efésios diz que a
igreja foi feita corpo de Cristo, sendo Cristo o cabeça da igreja, isto é,
aquele que planeja e controla os acontecimentos na vida da igreja.
Ø O capítulo 2, que temos diante de nós,
continua o pensamento de Paulo iniciado no primeiro parágrafo do capítulo 1,
onde ele louva a Deus pelas profundas e transformadoras bênção que Ele nos tem
concedido. O parágrafo vai até o verso 14, mas veja o verso 3: “Bendito o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as
bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo Jesus”.
Ø Mas Efésios 2 dá continuidade também à oração
do segundo parágrafo, que se inicia no verso 15, quando o apóstolo Paulo pede
que o Espírito venha abrir os olhos do coração dos leitores e ouvintes, para
que compreendam através da sabedoria e da revelação divina a vocação que Deus
lhes tinha dado, a riqueza da glória da herança que somos em Cristo, e,
finalmente, no versículo 19, a suprema grandeza do seu poder.
Ø Esse capítulo 2 é uma exposição do
significado daquela frase “a suprema grandeza do seu poder” para conosco
(1.19), ou, na tradução de Eugene Peterson: “a grandiosidade absoluta de Sua
obra em nós, que confiamos nele – força sem fim, pode sem limite!”
Ø Então, com essa ideia em mente, leiamos este
capítulo que se divide claramente em duas partes: a primeira, falando da nossa
situação de onde Deus nos resgatou (1-10) e a segunda parte, falando de nossa nova
situação “social” – o novo povo de Deus, que é a igreja (11-22)
A CONDIÇÃO ANTERIOR
Ø Mortos! Escravos! Filhos da ira!
Ø Essa era a nossa condição anterior. Pensemos
um pouco sobre isso.
Mortos.
Ø “mortos nos vossos delitos e pecados”
Ø Essa palavra carrega em si profundas
realidades sobre a situação moral e espiritual do homem sem Deus.
Ø Primeiramente, a pessoa morta não pode se movimentar; a
pessoa morta é totalmente inerte, e perde totalmente aquilo que chamamos de personalidade
e perde totalmente a capacidade de responder à fala, bem como a qualquer outro
tipo de estímulo. Tanto faz falar com um cadáver ou com este púlpito de madeira
ou estes bancos em que os irmãos estão sentados. A primeira ideia, então de
morte, parece ser esta: a incapacidade de comunicação, de movimentação, de
aproximação. A incapacidade de reagir, de corresponder. É Deus falando ao
homem e o homem não escutando coisa alguma, não respondendo, não reagindo,
continuando seu próprio caminho como se Deus não existisse. Éramos assim.
Ø Em segundo lugar, o cadáver ou defunto ao deixar de ter a
vida começa a se decompor. A situação do homem sem Deus é uma situação de
decomposição, não no sentido de mau cheiro, mas no de que a integração da sua
pessoa, da sua personalidade, está se perdendo como aquele cadáver, que daqui a
algum tempo não será mais do que pó e alguns ossos espalhados por aí. O
homem sem Deus está se decompondo. A sociedade humana se decompõe quando se
separa de Deus. Por isso é que vemos tanta idolatria, tanta imoralidade
sexual, tanta violência, tanta corrupção, tanta luta por coisas totalmente
contrárias à vontade de Deus revelada em Sua Palavra ao ponto de alguns pecados
já não serem mais apenas pecados pessoais, mas pecados “institucionalizados”,
uma situação extremamente perigosa, sujeita ao juízo iminente de Deus.
Ø Mortos em delitos e pecados. Delitos e pecados são palavras diferentes, porém
sinônimas. O pecado pode ser descrito como “o que cai fora da meta, que não
atinge o destino”; traz a ideia “daquele que erra o alvo”; pode até “cair
perto” ou “quase acertar/passar perto”, mas “caiu fora” e “errou o alvo”, tendo
como consequência a morte espiritual. Prestemos atenção nisso! “Estar perto”
não é “estar dentro”; “estar perto” é “estar fora”; então fica aí o alerta: se
alguém está “perto”, “quase”, mas ainda “fora”, tome cuidado; se a “porta” se
fecha, ainda que tenha estado “perto” vai ficar eternamente “fora”. Essa era a
condição anterior.
Acorrentados como escravos
Ø Essa é uma figura da qual Paulo se utiliza –
a corrente de escravos.
Ø Isso acontecia frequentemente no Império
Romano: depois de uma guerra, para punir os povos que se rebelavam contra Roma,
faziam uma corrente e algemavam, pelos pescoços ou pelas pernas, centenas de presos
para leva-los às cidades do Império como escravos.
Ø Veja-se a palavra “andar” (v. 2). Mortos
em delitos e pecados nós andávamos acorrentados como escravos. Normalmente não
se pensa em mortos andando, mas nessa figura de Paulo eles andam. Porém, é um andar
pressionado, um andar de presos. Imagine a cena...
Ø Note a frase que Paulo usa com respeito a
este andar: “segundo o curso deste mundo”. Escravizados pelo pecado e
acorrentados nós andávamos “segundo o curso deste mundo” – “O curso
deste mundo”, (a cultura do mundo) é uma cultura formada sem Deus e a cultura
formada sem Deus escraviza o homem no pecado. Eugene Peterson traduz assim: “Haviam
permitido que o mundo, que não sabe nada a respeito da vida, dissesse a vocês
como viver”.
Ø Note ainda a frase “segundo o príncipe da
potestade do ar”. Escravizados pelo pecado e acorrentados nós andávamos “segundo
o príncipe da potestade do ar” (o mesmo espírito que ainda opera agora nos
filhos da desobediência). Esse “príncipe da potestade do ar” é aquele “general
conquistador” que vai à frente desta fila de escravos acorrentados levando-os
ao seu destino apropriado. Ele é satanás, o príncipe deste mundo, que através
da sua força enganadora cria na mente humana desejos contrários à vontade de
Deus, inclusive o desejo de adorar outros deuses.
Ø E ainda mais uma frase: “entre os quais
todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne”.
Certamente que os escravos romanos, acorrentados, não andavam tão felizes, mas
chorando, tristes e sofrendo. Porém não é esse o caso do homem pecador sem Deus;
ele está escravizado, porém, pelo menos no presente, gosta disso. É como o
homem escravizado pela droga ou o alcóolatra que, ainda que seja escravo, gosta
desta escravatura e muitas vezes vai se escravizando ainda mais, porque esta é
a “inclinação da sua carne”, isto é, é o “desejo da sua própria pessoa”. Assim
é nossa carne – ela é inclinada ao pecado; a diferença entre os que agora
seguem a Cristo e os que ainda não é que uns andam segundo essa inclinação e
outros não; uns “avivam”, “alimentam” e outros “mortificam” essa inclinação.
Por
natureza filhos da ira
Ø “Filhos
da ira” é uma maneira de dizer que não há nenhuma possibilidade de, por nós
mesmos, sermos outra coisa, diferente do que éramos.
Ø A
ira de Deus é um conceito teológico profundo, objeto de muita cogitação,
pesquisa e discussão. Mas, de forma bem simples podemos dizer que a ira de
Deus é a Sua reação pessoal frente a qualquer pecado, qualquer rebelião contra
Ele.
Ø Um
bom texto que demonstra a manifestação desta ira é Romanos 1.18-32. Vamos ler
esse texto. A ira de Deus se manifesta sobre toda a impiedade e injustiça dos
homens que detém a verdade em injustiça... Como?
a. “Deus
os entregou...” – Veja versos 24-25.
b. “Deus
os abandonou...” – Veja versos 26-32.
Ø Estes
homens vão se escravizando cada vez mais, praticando cada vez mais esses
pecados até que a justiça de Deus recaia sobre eles.
Ø Mas
a ira de Deus não é uma ira fria, sem sentimentos; não! A ira de Deus é uma ira
transbordante de amor, e isso pode ser visto de forma bem clara numa parábola
que todos conhecemos, a parábola do filho pródigo. O filho pródigo saindo de
casa, procurando seus próprios prazeres e escravizando-se neles, fica cada vez
mais caído, cada vez mais desprezado pelos outros e por si mesmo, doente, com
fome, quase nu, esperando a morte terrível junto aos porcos, sozinho, na
verdadeira miséria. Mas longe, em casa, está o seu pai esperando. Podemos
deparar aqui com uma descrição autêntica da ira de Deus. É uma ira cheia de
transbordante amor, mas que não pode atravessar aquela distância até o filho
amado, a não ser que o próprio filho amado caia em si (o que a bíblia chama de
arrependimento). A ira de Deus afasta, entrega, permite ao filho ir cada vez
mais longe da casa paterna enquanto espera, busca e ansiosamente aguarda o
filho rebelde.
Ø Essa
era, então, a nossa condição anterior, segundo Paulo aqui em Efésios 2 (e ainda
é a condição de muita gente):
a. Mortos
em delitos e pecados,
b. Escravos
acorrentados andando segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das
potestades do ar e segundo a inclinação carnal,
c. E
por natureza filhos da ira.
Ø É
a condição em que muitos ainda estão hoje. Todos os dias “esbarramos” com
muitos que estão nessa condição. Devemos ter compaixão.
Ø E
é uma condição terrível da qual não tínhamos e eles não têm nenhuma condição de
sair pela própria força.
Ø Mas
nós saímos, e eles também podem sair. Como? Como nós saímos e como eles podem
sair?
Ø A
resposta está aí na segunda parte do texto, a partir do verso 4, que começa com
as palavras “mas Deus”.
A NOVA
CONDIÇÃO – “Mas Deus...”
Ø Depois
de descrever a situação totalmente desesperadora do homem sem Deus, Paulo
escreve duas palavrinhas: “mas Deus”.
Ø Russel
Shedd recomendava sublinhar, marcar essas palavras aí no texto, porque elas
são a única esperança de todos os pecadores deste mundo.
Ø “Mas
Deus” introduz o amor e a misericórdia de Deus para com o homem perdido.
Ø E
esse amor se manifesta em compaixão misericordiosa, perdoadora, ativa, de três
formas, expressas por três frases nos versos 5 e 6:
Ø Primeira:
“Nos deu vida juntamente com Cristo”. A nossa “morte em pecado” é
cancelada pela mesma força que cancelou a força que amarrou Jesus naquela tábua
de pedra, naquele túmulo que abrigou nosso Senhor depois de morto crucificado.
Ø Segunda:
“juntamente com ele nos ressuscitou”. Isso não significa apenas aquilo
que aconteceu quando Jesus chamou Lázaro do seu túmulo, para que saísse,
envolvido naquelas roupas e vivesse por mais algum tempo. Não, este poder da ressurreição
é uma força que transforma, de dentro para fora, todo o nosso ser. Eu sou a
mesma pessoa que era antes dessa força se aplicar em minha vida, mas também não
sou a mesma pessoa. Quando Agostinho, depois de lutas difíceis para vencer
as forças e paixões de sua carne, estava sendo chamado por sua amante, do outro
lado da rua, depois de sua conversão: “Vem Agostinho! Eu estou aqui”,
ele respondeu: “Mas EU não estou aqui!”. É a força da ressurreição, tão
transformadora, que a própria aparência de Jesus se transformou, na sua
ressurreição, e isso pode até ser usado como uma figura da transformação que o
poder da ressurreição opera naquele velho cadáver, escravo, miserável, filho da
ira.
Ø Terceira:
“nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. Essa frase
descreve, de forma figurada, a nossa possibilidade de vencer. Desse lugar no
qual agora estamos assentados emana toda a força que conquista o pecado, a
morte, a força satânica e a ira de Deus. Este poder está todo aí a nosso alcance
porque Cristo venceu todas estas forças escravizadoras. Por isso Paulo pôde
afirmar que nós somos mais do que vencedores; e Romanos 8 descreve em forma
poética, extasiada, empolgante, a nossa vitória. Veja aí em sua bíblia o que
dizem os versos 37 a 39. Na tradução de Eugene Peterson lemos assim: “Nada
disso nos intimida, porque Jesus nos ama. Estou convencido que nada – vivo ou
morto, angelical ou demoníaco, atual ou futuro, alto ou baixo, pensável ou
impensável –, absolutamente nada pode se intrometer entre nós e o amor de Deus,
quando vemos o modo com que Jesus, nosso Senhor, nos acolheu”.
Nossa
parte: Fé
Ø Tudo
isso recebemos, pela graça, mas por meio da fé.
Ø “Não
vem das obras, para que ninguém se glorie”, é pela graça, por meio da fé.
Ø Não
há nenhuma maneira de o cadáver se levantar, dos escravos cortarem as correntes
que os prendem e nem de o filho da ira se retirar dessa ira; mas Deus oferece a
Sua salvação tão grande, de graça! Ele paga o preço todo desta salvação para
nós; Seu amor e Sua compaixão nos envolvem. E a resposta do coração humano não
pode ser outra, senão: “obrigado, Senhor!”. E esse obrigado tão simples é a fé.
A salvação, a misericórdia, tudo o que está envolvido na frase “mas Deus”, não
vem de nós, é dom de Deus; mas nós precisamos crer para receber.
Nossa
situação presente: “feitura sua” – precisamos viver para a glória de Deus.
Ø Veja
os versos 8 a 10 na NTLH: “Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio
da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é
o resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la.
Pois foi Deus quem nos fez o que somos agora; em nossa união com Cristo Jesus,
ele nos criou para que fizéssemos as boas obras que ele já havia preparado para
nós.” (Efésios 2:8-10 NTLH)
Ø “Foi
Deus quem nos fez”, ou “feitura sua”, vem de uma palavra grega – poiema
– que aqui quer dizer que os salvos pela graça são uma “obra de arte”. A nova
criação é uma “obra de arte de Deus”, e, como tal, deve glorifica-lo,
aplicando-se não às más, mas sim às boas obras.
Ø E
“boas obras” não tem a ver apenas com “doar” alguma coisa pra alguém que está
necessitado; tem a ver com tudo o que a gente faz todos os dias em todos os
lugares e ambientes, e, principalmente, tem a ver com a necessidade/obrigação
de nos unirmos a Deus naquilo, ou em muito daquilo, que Ele está fazendo.
a. Então,
aquilo que eu faço no trabalho tem que ser “obra boa”, que glorifica a Deus;
b. Então,
aquilo que eu faço em casa tem que ser “obra boa”, que glorifica a Deus;
c. Então,
aquilo que eu faço lá no meio dos amigos, na diversão, jogando um futebol por
exemplo, tem que ser “obra boa”, que glorifica a Deus;
d. Então,
aquilo que eu faço no ambiente virtual tem que ser “obra boa”, que glorifica a
Deus;
e. Então,
minha “fala”, onde quer que seja, tem que ser “fala” boa, edificante, que
glorifica a Deus;
f. Então,
eu tenho que me envolver na obra de Deus, com a igreja de Deus, na
evangelização, na comunhão do povo de Deus, na contribuição para a obra de Deus...
porque eu sou “nova criação”, “obra de arte de Deus”, criado em Cristo Jesus
para fazer coisas boas, que ele preparou e que o glorificam.
g. Isso
não é um favor que vou fazer à igreja ou a algum pastor; é uma resposta a Deus,
resposta de fé, de amor, de gratidão, de reconhecimento por essa tão grande
salvação que eu recebi de graça, apenas crendo.
CONCLUSÃO
Ø Muitas
pessoas são salvas todos os dias por outras pessoas, “heróis desconhecidos”.
Ø É
o bombeiro que salvou as pessoas de um prédio em chamas; é o salva-vidas que
resgatou o banhista que estava se afogando; é a equipe de resgate que encontrou
o aventureiro que se perdeu na floresta; é o paramédico e sua equipe que salvou
a vida do homem acidentado preso nas ferragens do carro... E por aí vai. São
muitas as possibilidades de exemplos.
Ø E
todas estas “salvações” são grandes e dignas de nota.
Ø E
se nós fomos os salvos, levamos a lembrança, o reconhecimento e a gratidão para
a vida toda.
Ø Mas
não há salvação maior do que a com que Deus, em Cristo, trouxe. E mais: essa
salvação é salvação da qual TODOS nós precisamos.
Ø O
inferno eterno está com as portas abertas recebendo e para receber muitos
perdidos, inclusive muitos perdidos dentro das igrejas. Temo ser uma realidade
que muitos que estão nas igrejas hoje, daqui há alguns anos tenham partido,
porém não para o céu e sim para o inferno. Mas Cristo, o Salvador, o Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo, aquele que tem as palavras de vida eterna,
o caminho, a verdade e a vida, o Nome único no qual há salvação, está com os
braços abertos, pronto e poderoso para salvar todos quantos quiserem ir a ele
para não continuarem perdidos.
Ø É
uma grande salvação!
Ø John Benton em um livro que escreveu (Como Pode Um Deus de Amor Mandar Pessoas Para o Inferno?), faz a
seguinte pergunta: "Qual
o ensino de Jesus sobre o que sucede após a morte, no caso daqueles que
rejeitam a Deus? Como foi que ele descreveu o inferno?" E ele mesmo
dá a resposta, da qual incluo um trecho aqui:
"Seu
ensino a esse respeito parece enfatizar três elementos fundamentais:
Primeiro, há aquela miséria causada por aquilo de
que as pessoas são privadas no inferno. As palavras usadas por Jesus, para descrever
tal privação, são “trevas” ou “trevas exteriores”. Nessa vida, todas as
pessoas, até certo ponto, usufruem as bênçãos de Deus. Vivemos em um mundo que
está longe de ser perfeito, mas onde ainda restam muitas coisas boas. Há muita
tragédia neste mundo, mas também há muitas alegrias. Grande é o ódio e o
egoísmo neste mundo, mas também existe amor entre os familiares e entre amigos.
A enfermidade anda de mãos dadas com a saúde. A desonestidade mistura-se com a
verdade. Todavia, neste mundo ainda encontramos muitas coisas boas da parte de
Deus. Jesus retratou o inferno como um estado onde toda a bondade de Deus
fica excluída... O inferno inclui estar privado de toda alegria, luz e
vida; estar excluído de todas as coisas boas que temos experimentado na vida,
embora nunca tenham sido realmente apreciadas por muitos. O inferno inclui
estar banido da presença de Deus e de tudo quanto é bom e digno. Envolve estar
excluído de todo amor, de toda paz, de toda alegria, para sempre. Jesus
explicou que, ao perceberem isso e ao entenderem o que estão perdendo, as
pessoas sofrerão um efeito devastador: “Ali haverá choro e ranger de dentes”.
Esse é um quadro indescritível e sombrio. Em raras ocasiões os homens choram;
mas no inferno, eles chorarão incontrolavelmente. Portanto, Jesus aludiu ao
inferno como um lugar caracterizado, acima de tudo, por lágrimas. O grego em
que foi escrito o Novo Testamento inclui o artigo definido nas palavras de
Jesus. Não está em foco apenas “um choro” no inferno, e sim “o chorar”. É como
se Jesus dissesse que cada conotação do que está envolvido na atitude das
pessoas verterem lágrimas na terra estivesse sumariada na total aflição e
angústia do inferno. Todas as lágrimas da terra são apenas um mostruário dos
soluços que haverá no inferno.
Segundo, há aquela miséria causada por aquilo a
que as pessoas são positivamente expostas no inferno. Jesus aludiu a isso
utilizando os termos “fogo do inferno” ou “fogo eterno”. As misérias do inferno
não consistem apenas naquilo de que serão privados os homens e as mulheres que
houverem rejeitado a Deus. Jesus falou sobre o castigo aplicado diretamente aos
pecadores. Ele referiu-se a esses castigos em termos de “chamas de fogo”...
Jesus contou uma parábola a respeito de um agricultor que semeou boa semente em
seu campo; mais tarde, entretanto, um inimigo do agricultor veio e semeou o
joio no meio da boa semente, tornando aquele campo extremamente difícil de ser
colhido. Depois, Jesus explicou a parábola: “E ele respondeu: O que semeia a
boa semente é o Filho do Homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos
do reino; o joio são os filhos do maligno; o inimigo que o semeou é o diabo; a
ceifa é a consumação do século, e os ceifeiros são os anjos. Pois, assim como o
joio é colhido e lançado ao fogo, assim será na consumação do século. Mandará o
Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e
os que praticam a iniquidade e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes. Então,
os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos
[para ouvir], ouça.” (Mateus 13:37-43) ... Ao referir-se ao inferno Jesus usou
a espantosa figura do fogo eterno. ... Jesus encarava como aterrorizantes as
consequências do pecado. Ele via o pecado como aquilo que leva as pessoas
àquele lugar de indescritível miséria, mostrando-se, uma vez mais, insistente e
direto em suas advertências a esse respeito: “Ai do mundo, por causa dos
escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual
vem o escândalo! Portanto, se a tua mão ou o teu pé te faz tropeçar, corta-o e
lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida manco ou aleijado do que, tendo
duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno. Se um dos teus olhos te
faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um
só dos teus olhos do que, tendo dois, seres lançado no inferno de fogo.” (Mateus 18:7-9 RA). ...Jesus serviu-se de
uma linguagem vigorosa para impressionar-nos com o fato de que o inferno é tão
horrendo, que não deveríamos poupar dores a fim de evitar o pecado que conduz
as pessoas àquele lugar.
E Terceiro, Jesus referiu-se ao inferno como lugar de
infinda desintegração e dissolução. Ele usa o simbolismo do “verme que não
morre”. Esta figura sugere que, no inferno, ocorre uma dissolução eterna que
jamais cessará. O inferno é um lugar de infinita desintegração da pessoa e sua
personalidade... É como se alguma coisa estivesse corroendo o tempo todo, algo
com o que a pessoa não consegue ajustar-se.
Ø A salvação
de Cristo nos livra dessa perdição. Que livramento! Que grandioso livramento!
Não temos como retribuir; tudo o que fizermos e dissermos, por maior que seja,
ainda ficará muito aquém de uma gratidão à altura. Mas precisamos, mesmo assim,
apresentarmo-nos a Ele em sacrifício vivo, santo e que lhe é agradável;
precisamos não nos conformar a este mundo e deixarmo-nos transformar pela
renovação do entendimento para entendermos e cumprirmos a vontade de Deus que é
boa, perfeita e agradável.
Ø É
uma grande salvação. É realmente uma “tão grande salvação”.
FONTES
“Tão Grande Salvação” – Russel Shedd – Edições Vida
Nova, primeira edição, 1978 – reimpressão de 1991 – O presente sermão é um
resumo do capítulo 3, com adaptações e ideias minhas, para ser aplicado, a
princípio, na PIB Muqui – deve então ser considerada uma obra do Saudoso Dr.
Russel Shedd.
Como Pode Um Deus de Amor Mandar Pessoas Para o
Inferno? – John Benton
A Mensagem – Bíblia em linguagem contemporânea –
Tradução de Eugene Peterson
Nenhum comentário:
Postar um comentário