DEUS É...
Há dias em que o coração se inquieta como mar agitado. A alma, cansada das correrias, das incertezas, das ausências e dos pesos que a vida impõe, clama, nem sempre com palavras, mas com lágrimas e silêncios. E nesse clamor sussurrado, o coração de quem crê descobre uma verdade que conforta como abraço de mãe: Deus é tudo aquilo que Seu nome diz que Ele é.
Os nomes de Deus na Bíblia não são apenas etiquetas teológicas. São revelações do Seu caráter, manifestações do Seu cuidado, promessas vivas para os que dEle se aproximam. Cada nome é como uma janela aberta para o infinito, e cada título, uma âncora para a alma em meio às tormentas.
Quando a provisão escasseia, quando a mesa parece vazia e
o amanhã assustador, eis que surge o eco das Escrituras:
JEOVÁ-JIRÉ — O Senhor Proverá (Gênesis
22.14).
Foi assim com Abraão no monte Moriá, onde o cordeiro apareceu no exato momento em que era necessário. E tem sido assim com todos os que aprendem a confiar em Deus antes de enxergar a resposta. O nome dEle já traz alívio. Se Ele é Jeová-Jiré, então a provisão é certa. Não no nosso tempo, mas no tempo certo.
Quando o coração está em guerra, com culpas, traumas ou
pressões internas que ninguém vê, surge outro nome, suave como brisa:
JEOVÁ-SHALOM — O Senhor é Paz (Juízes
6.24).
Gideão, cercado de medo e incertezas, ouviu esse nome no
dia em que Deus lhe disse que a presença dEle bastava. A paz não está na
ausência de batalhas, mas na certeza de que o Senhor da Paz está ali, conosco.
Quando Deus se revela como Jeová-Shalom, os barulhos de fora perdem a força, e
o coração encontra descanso no meio do caos.
E quando o corpo ou a alma adoecem, quando a dor física
ou emocional parece tirar o chão, então Ele se apresenta com outro nome:
JEOVÁ-RAFÁ — O Senhor que sara (Êxodo
15.26).
Não é apenas cura física, mas cura integral. Cura da alma ferida, das memórias quebradas, das emoções desfiguradas. Quem conhece esse nome descobre que há bálsamo em Deus. Ele toca onde a medicina não alcança e restaura o que parecia perdido.
Num mundo onde a injustiça se multiplica e a maldade
parece prevalecer, os que conhecem a Deus confiam em outro nome poderoso:
JEOVÁ-TSIDKENU — O Senhor é a nossa Justiça
(Jeremias 23.6).
Ele é justo quando os homens são injustos. Ele é correto
quando tudo ao redor parece torcido. Quem anda com o Senhor da Justiça não
precisa se vingar, não precisa se corromper, não precisa temer, porque há um
Juiz fiel que está sentado no trono.
E quando nos sentimos pequenos, fracos, despreparados
diante de grandes desafios, o Senhor se apresenta com um nome que levanta o
abatido:
EL SHADDAI — Deus Todo-Poderoso (Gênesis
17.1).
Aquele que tem todo o poder, que reina sobre tudo e
todos. Não há obstáculo que o limite, não há força contrária que o impeça. Se
Ele é El Shaddai, então nossa fragilidade é o palco perfeito para Sua força se
manifestar.
Mas Ele também é ELOHIM, o Criador dos céus e da terra (Gênesis 1.1). O Deus plural em poder, majestade e glória. É Ele quem sustenta as galáxias e, ao mesmo tempo, segura a nossa mão. Quem descansa em Elohim sabe que a existência não é obra do acaso, e a própria vida tem propósito.
E Ele é ADONAI, o Senhor absoluto, o Dono de tudo (Salmo 8.1). Em tempos de rebelião e autonomia desenfreada, lembrar que Deus é Senhor nos lembra também que somos servos, e isso é libertador. Há segurança em pertencer a um Senhor bom, justo e fiel.
E quando somos rejeitados, esquecidos, mal interpretados… Ele se revela como EL ROI — O Deus que me vê (Gênesis 16.13). Foi esse o nome que Agar, a escrava fugida, deu ao Senhor ao descobrir que mesmo no deserto, mesmo em sua condição desprezada, ela era vista, ouvida e cuidada. Esse nome é consolo para quem sofre em silêncio, para quem acha que ninguém se importa.
E para coroar todos os nomes, Ele é simplesmente EU
SOU (Êxodo 3.14).
Não apenas “eu fui” ou “eu serei”, mas EU SOU –
presença constante, eterna, suficiente. Ele é o que for preciso ser. É pão para
o faminto, luz para o perdido, direção para o confuso, esperança para o
desanimado. Ele é o que a situação exige que Ele seja, sem nunca deixar de
ser Ele mesmo.
E em Jesus, todos esses nomes se encarnam.
Ele é o Emanuel — Deus conosco (Mateus
1.23).
Ele é o Bom Pastor, o Caminho, a Verdade, a Vida, o
Príncipe da Paz, o Cordeiro de Deus, a Videira Verdadeira, a Estrela da Manhã.
E mais: Ele é nosso Salvador e Senhor.
Sim, o mundo continua difícil. O coração ainda enfrenta
seus desertos. Mas há um Deus que carrega em Seu nome tudo aquilo que
precisamos. E quando dizemos “meu Deus”, não estamos apenas falando de uma
entidade distante, mas de um Pai cujo nome é abrigo, cujo caráter é promessa,
cujo título é esperança.
Não há noite que vença quem conhece os nomes de Deus.
Não há tempestade que resista à presença do Eu Sou.
E não há coração que permaneça inquieto quando descansa nAquele que é tudo o
que precisamos.
Por isso, enquanto o mundo corre, grita, tenta e
desmorona, aquele que conhece o Deus dos muitos nomes pode respirar fundo,
fechar os olhos e dizer com fé tranquila: “Ainda que tudo falhe, ainda que tudo
mude... o Senhor é.”
Anônimo
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