CRÔNICAS SOBRE AS SETE
IGREJAS DO APOCALIPSE
5 - SARDES: A FAMA QUE NÃO ENGANA DEUS
Sardes era
uma cidade com história. Situada no alto de uma colina, era famosa por suas
riquezas, seus feitos passados e sua posição estratégica. Contudo, no tempo em que
a mensagem foi enviada à igreja local, Sardes já não era mais o que costumava
ser. O brilho de outrora havia se tornado uma sombra, e o mesmo podia ser dito
sobre a igreja ali presente.
“Conheço as
suas obras; você tem fama de estar vivo, mas está morto”, disse Jesus à igreja.
Poucas
palavras são tão impactantes. Uma igreja que carregava o nome de viva, mas que,
aos olhos de Jesus, estava mergulhada na morte espiritual. Para os homens,
parecia ativa, vibrante, talvez até admirável. Mas para Aquele que tem os sete
espíritos de Deus e as sete estrelas, a verdade era outra.
O problema
de Sardes não era perseguição nem heresia — ao menos não como nas outras
igrejas mencionadas em Apocalipse. A ameaça não vinha de fora, mas de dentro:
apatia, superficialidade, aparência sem essência.
Jesus, com
Sua visão perfeita, expôs a triste realidade.
“Esteja
atento! Fortaleça o que resta e que estava para morrer, pois achei suas obras
incompletas aos olhos do meu Deus”, continuou
Jesus a dizer.
A igreja de
Sardes precisava acordar. Era como uma lâmpada prestes a apagar, com apenas um
fio de luz ainda queimando. Havia algo que podia ser resgatado, mas era
necessário agir rápido, antes que o último sopro de vida desaparecesse.
E disse
mais o Senhor: “Lembre-se, portanto, do que você recebeu e ouviu; obedeça e
arrependa-se.”
Jesus não
os chamou a algo novo ou extraordinário. Ele os lembrou do que já haviam
recebido e ouvido: a Palavra, a mensagem do evangelho, a verdade que havia sido
plantada no coração deles no início. O problema de Sardes não era falta de
conhecimento, mas negligência. O Senhor os exortou a voltar ao básico, a viver
com autenticidade aquilo que um dia os fez vivos.
“Mas, se
você não estiver atento, virei como um ladrão, e você não saberá a que hora
virei contra você”, continuou Jesus a dizer.
Essa
advertência é um chamado à vigilância. A vinda do Senhor pode ser inesperada, e
Sua avaliação, imparcial. Ele não se impressiona com reputações ou aparências,
mas com a realidade espiritual.
Contudo,
nem tudo estava perdido. Veja o que Jesus também disse:
“No
entanto, você tem aí em Sardes algumas pessoas que não contaminaram as suas
vestes. Elas andarão comigo, vestidas de branco, pois são dignas.”
Mesmo em
meio à morte espiritual que permeava a igreja, havia um pequeno grupo fiel.
Essas pessoas permaneciam puras, não contaminadas pela indiferença ou
superficialidade. Para elas, Jesus prometeu comunhão eterna: andar com Ele,
vestidos de branco, em sinal de vitória e pureza.
“Aquele que
vencer será igualmente vestido de branco. Jamais apagarei o seu nome do Livro
da Vida, mas o reconhecerei diante do meu Pai e dos seus anjos”, disse Jesus.
Essa
promessa é ao mesmo tempo uma inspiração e um convite. Jesus oferece a
segurança eterna e o reconhecimento celestial àqueles que resistirem, que
abandonarem as aparências e buscarem uma fé verdadeira e viva.
A mensagem
à igreja em Sardes ecoa até os dias de hoje. Quantas vezes nós, como indivíduos
ou comunidades, parecemos vivos para os outros, mas estamos espiritualmente
adormecidos? Quantas vezes nossas obras são incompletas, superficiais, feitas
para agradar aos homens e não a Deus?
O Senhor
nos chama a despertar, a fortalecer o que ainda resta de vida em nós, a nos
lembrarmos do evangelho e vivermos à luz dele. Ele não quer apenas atividade;
Ele deseja autenticidade.
A história
de Sardes nos lembra que Jesus não se impressiona com a fama, mas Se importa
com a realidade. E para aqueles que respondem ao Seu chamado, há vestes
brancas, há comunhão eterna, há o reconhecimento diante do Pai.
O brilho de
Sardes pode ter desaparecido, mas a luz da vida em Cristo é eterna. Que possamos
ser encontrados não apenas com a fama de viver, mas com a vida verdadeira que
brota do relacionamento íntimo com o Senhor.
Autor:
anônimo
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