terça-feira, 24 de dezembro de 2024

A semente e o jardim

 

A SEMENTE E O JARDIM: UMA CRÔNICA SOBRE MATEUS 15:13

Era uma manhã ensolarada quando decidi cuidar do meu jardim. As flores pareciam sorrir ao vento, mas algo me incomodava: algumas ervas daninhas começavam a invadir o espaço que eu cuidadosamente cultivava. Peguei minhas ferramentas e comecei a arrancá-las, mas logo percebi que nem todas saíam com facilidade. Algumas pareciam fincar raízes profundas, como se insistissem em pertencer àquele lugar.

Enquanto trabalhava, lembrei-me das palavras de Jesus em Mateus 15:13: “Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.”

Parei por um momento, refletindo sobre como aquelas ervas daninhas representavam mais do que um simples problema no jardim. Elas eram como as coisas que permitimos crescer em nossos corações e mentes, sem perceber o mal que causam. Ideias, atitudes, hábitos – muitas vezes elas começam pequenas, quase imperceptíveis, mas com o tempo suas raízes se aprofundam e sufocam as boas sementes plantadas por Deus.

Fiquei pensando: quantas vezes carregamos pesos que não foram plantados pelo Pai? Quantas vezes permitimos que mágoas, orgulho ou preocupações ocupem espaço no terreno fértil da nossa alma?

Enquanto continuava meu trabalho, percebi algo interessante. As flores que eu tinha plantado com carinho eram mais frágeis do que as ervas daninhas. O cuidado que elas exigiam era constante: água, sol na medida certa, adubo e, claro, vigilância contra pragas. Já as ervas daninhas pareciam crescer sozinhas, fortes e resistentes. Não precisavam de nada, apenas de descuido.

Assim é na vida espiritual. O que vem de Deus exige cultivo, tempo e dedicação. A fé, a bondade, a humildade e a paz são como flores que precisam ser alimentadas com a Palavra, oração e comunhão. Já as ervas daninhas da inveja, da preguiça ou da incredulidade não precisam de incentivo para crescer. Basta deixá-las à vontade.

No final daquela manhã, meu jardim estava mais limpo, mas o trabalho não havia terminado. Sabia que precisaria voltar ali em poucos dias, porque as ervas daninhas sempre tentam voltar. Mas não me senti desanimado. Lembrei-me da promessa implícita nas palavras de Jesus: aquilo que o Pai não plantou não permanecerá. Deus nos dá as ferramentas – Sua Palavra, Seu Espírito – para arrancar o que não pertence a Ele.

Voltei para dentro de casa com a certeza de que o mesmo princípio se aplica ao meu coração. Decidi começar a semana com uma oração: "Senhor, arranca de mim tudo o que não vem de Ti. Planta apenas aquilo que dá frutos para a Tua glória. E ajuda-me a cuidar do meu jardim espiritual com diligência."

O jardim externo ficou bonito naquele dia, mas o mais importante foi o trabalho que Deus começou a fazer no meu interior. Afinal, o verdadeiro jardineiro das nossas almas é Ele, e sua obra é perfeita.

E você, como está cuidando do seu jardim?

Autor: anônimo

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