LIÇÕES DA MULHER CANANÉIA
Ø Leiamos
o texto...
Ø Essa
mulher, de fora do povo reconhecido como “Povo de Deus” (hoje diríamos “de fora
da igreja”), com a sua atitude em face da situação em que estava vivendo, constitui-se
para nós em uma fonte de muitas lições preciosas das quais pensaremos em
algumas.
Ø Vamos a essas lições.
I. Lição acerca da necessidade de clamar
Ø “Senhor, filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada”. (v. 22)
Ø Ela
clamava assim aos gritos atrás de Jesus e dos discípulos (v. 23)
Ø E
ainda que os discípulos tenham ficado muito incomodados com aquele clamor,
daquela maneira, com aquele “barulho todo”, Jesus mesmo não a repreendeu por
isso.
Ø Clamar
é suplicar, pedir insistentemente, rogar, implorar. E isso, às vezes, como é o
caso aqui, em voz alta e sem importar onde e na presença de quem se está.
Ø Creio
que nós precisamos aprender ou reaprender a clamar assim. Talvez não seja
necessário o clamor em voz alta, como um grito dos lábios (ou às vezes sim),
mas certamente o clamor como uma voz, um grito que sai do profundo da nossa
alma, dos nossos corações.
Ø Razões
há para isso. E, para citar alguns exemplos gerais e que às vezes se tornam
pessoais para alguns:
o Estamos
vivendo num contexto terrível de enfermidades. A covid está aí, além de
“pegando” muita gente, fazendo esquecer que existem outras enfermidades...
o O
mundo em que vivemos está “miseravelmente endemoninhado”. Não é assim que a
bíblia diz? “O mundo jaz no maligno” – Isto é, “o mundo está sob o poder do
mal, mantido em submissão pelo diabo”. É assim que a bíblia diz em 1 João 5.19,
e a cada dia que passa isso tem se tornado cada vez mais perceptível.
Corrupção, violência, oposição cada vez mais desvelada àquilo que diz a Palavra
de Deus, igrejas e denominações protestantes inteiras se acomodando ao mundo em
nome de um suposto amor e inclusivismo – há pouco tempo, bem pouco tempo, se
discutia em forma de protesto a possibilidade de a legislação brasileira vir a
obrigar os crentes a realizarem casamentos homossexuais; mas pouco tempo passou
e não precisou nem de a legislação determinar essa obrigatoriedade; a
iniciativa partiu dos próprios evangélicos/protestantes, e hoje já temos até
casais de “pastores” (dois homens) e também de “pastoras” (duas mulheres).
o Os
“crentes”, muitos deles (de nós), não estão “nem aí” pra nada, a não ser para
si mesmos. Para si mesmos o máximo de esforço; para as coisas de Deus o mínimo
(e olhe lá!). Estão “comendo, bebendo, casando-se e dando-se em casamento”,
como disse Jesus que estariam as pessoas dos tempos finais... E a igreja
prossegue “cambaleando”.
o Nossos
pais, nossos filhos, nossos netos, nossos amigos... ainda estão perdidos,
sujeitos a terem que viver a eternidade no inferno.
Ø Então, precisamos mais que orar, precisamos clamar, assim como clamou a mulher Cananéia. Ela tinha motivos para isso, e nós os temos muito mais.
II. Lição da necessidade de sermos “focados” e “específicos” acerca de algumas coisas que queremos de Deus e as quais vamos pedir.
Ø A mulher Cananéia estava focada, sabia o que queria e foi específica: “tem misericórdia de mim e me ajuda porque a minha filha está miseravelmente endemoninhada”.
Ø Muitas
vezes oramos de forma geral. Tão geral que até nos esquecemos pelo que oramos.
Se alguém nos perguntar pelo que oramos hoje na igreja vamos nos lembrar de
algumas coisas e outras não.
Ø Não
estou dizendo que há erro nisso. Não!
Ø Mas
estou dizendo que precisamos ser específicos também sobre algumas coisas; tão
específicos e tão conscientes da necessidade que seja impossível esquecer.
Ø Em
outra ocasião, a do cego de Jericó, Jesus perguntou para o cego o que ele
queria, qual a razão de ele (o cego) vir atrás dele (Jesus) clamando daquela
maneira por misericórdia. Você acha que Jesus não sabia? Claro que sabia! Mas
Jesus queria que ele falasse, especificamente. Não que Jesus precise disso, mas
é assim que Ele age. Como nós não temos condições de nos equiparamos a Deus,
então Ele se equipara a nós em muitas coisas, uma atitude denominada pelos
teólogos de “antropomorfismo”.
Ø Então,
o que você quer para você?
o Saúde?
o Prosperidade
financeira? (a coisa tá difícil!)
o A
conversão de alguém de sua família?
Ø Fala
isso pra Deus em oração! Seja específico! E clame! E não se esqueça de ser fiel
a Deus – isso ajuda muito.
Ø E
não se esqueça da igreja. Clame pela igreja. Algumas coisas especificamente.
o Santificação
o Despertamento
o Fidelidade
à Palavra de Deus
o Fidelidade
na pregação do evangelho
o Conversões
o Etc.
Ø Então, sejamos, em algumas coisas, “focados e específicos”. A mulher Cananéia nos dá essa lição. Talvez ela tenha sido despertada a isso pela situação em que ela estava vivendo e não seria assim se não estivesse em uma situação tão complicada como aquela, mas, de qualquer forma, fica a lição para nós. E não esperemos a situação ficar muito complicada.
III. Lição da necessidade de sermos “insistentes”.
Ø Algumas coisas nos intrigam. Uma delas é esse fato: se Deus sabe o que precisamos, e é algo que vai nos fazer bem, não é egoísta, não é errado, e é algo que Ele já sabe que vai nos dar, por que temos que “insistir”?
Ø Não
temos! Diria alguém. Porém, não parece ser isso o que vemos na Bíblia. Na
bíblia vemos que ao mesmo tempo que “não temos”, “temos”. Isto é, “não temos”
no sentido de que Deus não está limitado a isso; na verdade Deus já sabe antes
de nós mesmos o que vamos precisar e o que vamos pedir e como Ele vai
responder. Mas “temos” no sentido de que somos orientados e deixados a, por
alguma razão pertencente à Soberania de Deus, agir assim.
Ø Aqui
a mulher Cananéia é deixada agir assim. O cego de Jericó também foi deixado
agir assim. Jesus certa vez contou uma parábola sobre o dever de orar sempre e
nunca esmorecer, e citou o exemplo de uma viúva que não cessava de clamar a um
juiz iníquo que julgasse a sua causa, para exemplificar a nossa perseverança na
oração. Quando Pedro foi preso (Atos 12) a igreja passou a fazer
contínua/incessante oração por Ele a Deus.
Ø Então, seja insistente; respeitosamente insistente; até que você receba a resposta de Deus, nem que seja essa resposta a mesma que Paulo recebeu quando pediu a retirada de um “espinho na carne” (Qual foi? R: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”), seja insistente. Isso demonstrará que o seu interesse é real.
IV. Lição sobre quem é Jesus e qual deve ser nossa atitude diante dele
Ø Quem
é Jesus? R: Jesus é o “Senhor” (Kurios). Jesus é aquele a quem uma pessoa ou
coisa pertence e sobre quem ou o que ele tem poder de decisão.
Ø Então,
quem é Jesus? Jesus é o nosso Senhor! Nós pertencemos a Ele. Ele é quem deve
ter o poder de decisão sobre nós. As palavras Dele, os ensinamentos Dele, os
exemplos Dele é que devem se constituir em a nossa regra de fé e conduta. Ele é
o cabeça da igreja (que somos nós), então Ele é quem conduz.
Ø Pedro,
em 1 Pedro 2.9, disse que nós somos “... a geração eleita, o sacerdócio
real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele
que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9 RC).
“Povo adquirido” é tradução de uma palavra grega que tem a ver com “possessão,
propriedade própria”. Então, nós somos “propriedade própria de Deus”, isto é,
“povo de propriedade exclusiva de Deus”.
Ø Então,
Jesus é o nosso Senhor e nós somos sua propriedade exclusiva; estamos no mundo
a serviço dele, a fim de proclamar as virtudes daquele que nos chamou das
trevas para a sua maravilhosa luz.
Ø Mas
não basta reconhecer isso, é preciso viver essa realidade.
Ø E
quanto à atitude, a mulher Cananéia o “adorou” – caiu de joelhos em uma
expressão de profunda reverência.
Ø Uma
atitude apropriada; afinal, Jesus é Deus (João 1.1) e Jesus é o nosso Senhor
(nós pertencemos a Ele).
Ø Será que tem crente se esquecendo de quem é Jesus e de qual deve ser nossa atitude diante dele?
V. Lição de humildade
Ø Veja os versos 25 a 27
Ø Humildade
“do início ao fim”, em todos os sentidos. Humildade em reconhecer a sua
“impossibilidade” e pedir socorro a Jesus, e humildade em suas atitudes em
geral.
Ø Eu
fico pensando como seria hoje a nossa atitude diante de uma situação como essa.
Será que essa geração de crentes “sensíveis”, que se sentem “feridos” por
qualquer motivo banal suportaria?
Ø A
humildade bíblica é a virtude daquele que sabe que sem Cristo ele nada é, nada
tem e nada pode diante de Deus.
Ø Jesus começa as bem aventuranças com essa humildade: “Bem aventurados os pobres/humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”
VI. Lição de fé
Ø Veja o verso 28.
Ø As atitudes de Jesus para com aquela mulher podem parecer estranhas para alguns, mas tudo o que Jesus fez foi extrair uma resposta de fé cada vez maior daquela mulher. E quando ela se apropria da ilustração de Jesus acerca do pão dos filhos que não devem ser lançados aos cachorrinhos e responde da maneira como respondeu, então só restou a Jesus reconhecer, enaltecer e honrar a sua fé. A convicção (fé) daquela mulher de que Jesus era quem era e, portanto, poderoso para lhe atender eu seu pedido, era grande, e naquele mesmo instante a sua filha deixou de ser “miseravelmente endemoninhada”.
Conclusão
Ø Que lições preciosas! Que lições boas!
o Lição
acerca da necessidade de clamar;
o Lição
acerca Lição da necessidade de sermos “focados” e “específicos” acerca de algumas
coisas que queremos de Deus e as quais vamos pedir;
o Lição
da necessidade de sermos “insistentes”;
o Lição
sobre quem é Jesus e qual deve ser nossa atitude diante dele;
o Lição
de humildade;
o Lição
de fé.
Ø E
lição é algo para se aprender e praticar. Vamos praticar? Clamar, ser
específico em algumas coisas, respeitosamente insistente, ser reverente diante
de Jesus sabendo quem ele é, ser humilde e ter fé.
Ø Deus
seja com todos. Amém!
PIB Muqui –
fevereiro de 2022
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