ATITUDES POSITIVAS EM RELAÇÃO AO
EVANGELHO EM ROMANOS 1.14-16
01.
Hoje vamos pensar nas atitudes positivas de
Paulo em relação ao evangelho em Romanos 1.14-16.
02.
Antes de mais nada, então, leiamos o texto:
“14 Eu sou devedor tanto a gregos como a
bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. 15
E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o
evangelho, a vós que estais em Roma. 16 ¶ Porque não me envergonho do evangelho
de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê,
primeiro do judeu e também do grego.” (Romanos 1:14-16 RC)
03.
Os irmãos conseguem ver aí três atitudes
positivas? São 3, uma em cada versículo:
a.
No verso 14: a atitude de reconhecer-se devedor ... da pregação do
evangelho;
b.
No verso 15: a atitude de prontidão para anunciar o evangelho;
c.
E no verso 16: a atitude de não se envergonhar do evangelho.
04.
Pois bem, vamos pensar nesta oportunidade nestas
três atitudes de Paulo, aplicando-as a nós como crentes individuais e como
igreja do Senhor Jesus.
05.
I. O reconhecimento de que
devemos ao mundo a pregação do evangelho
“Eu sou devedor tanto a gregos como a
bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes”
01.
“Eu sou
devedor...”, admitiu Paulo.
02.
O que é uma dívida? Uma dívida é uma obrigação,
um dever que precisa ser cumprido.
03.
Paulo, então, reconhece que tinha um dever a ser
cumprido, e esse dever era a pregação do evangelho.
04.
A quem Paulo era devedor da pregação do
evangelho? “... tanto a gregos como a
bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes”.
05.
Quando Paulo se expressa dizendo que devia a
pregação do evangelho tanto a grego quanto a bárbaros, ele estava se utilizando
de uma divisão convencional feita pelos gregos em relação à humanidade:
“gregos” eram... os gregos; e “bárbaros” eram todos os demais homens. Então, o
que Paulo estava dizendo é que a pregação do evangelho ele a devia a toda a
humanidade e não só a alguns.
06.
Mas Paulo também diz “... sábios e ignorantes...”. Nas palavras de Champlin:
Paulo não
sentia obrigação de anunciar Cristo somente aos universitários de sua época,
mas, com igual disposição pregava seu Senhor nos antros e nas favelas de seu
tempo. Paulo não foi enviado somente aos filósofos e literatos, como também não
foi enviado somente às pessoas sem cultura e educação. Sua dívida se aplicava
igualmente a todos.
07.
Então, Paulo, numa atitude positiva, reconhece
que deve
a.
a todas as pessoas
b.
de toda a humanidade
c.
toda a pregação do evangelho.
08.
Agora, aplicando a nós, esse reconhecimento de
Paulo deve ser o nosso reconhecimento também, como crentes individuais, mas especialmente
como igreja do Senhor Jesus. Jesus deixou sob a responsabilidade da igreja a
pregação do evangelho. O textos são por demais conhecidos, e, dentre eles,
Mateus 28:19-20 tem sido usado como divisa de nossa campanha de Missões
Mundiais neste ano (2017).
09.
Então, a primeira atitude positiva em relação ao
evangelho, que encontramos aqui em Romanos 1.14-16, é a atitude de reconhecer
que devemos a pregação do evangelho...
a.
a todas as pessoas indistintamente – ricos e
pobres, doutores e iletrados, sãos e doentes, receptivos e hostis, sóbrios e
ébrios, heterossexuais e homossexuais, honestos e corruptos, trabalhadores e
mendigos, ... todos! Nós não sabemos a quem Deus vai salvar, então temos que
pregar a todos.
b.
em todas as partes do mundo – até lá onde estão
mais concentrados os integrantes do Estado Islâmico; até no interior das mais
densas florestas... até aos confins da terra.
10.
Bem, isso é relativamente fácil, pois Jesus
ordenou que isso fosse feito e até disse que o Espírito Santo conferiria poder
para sermos testemunhas dele em Jerusalém, Judéia, Samaria e até aos confins da
terra – todos os lugares e todas as pessoas. RECONHECER é fácil; mas o texto
não para no reconhecimento e põe em evidência uma outra atitude positiva em
relação ao evangelho, que é...
II. A prontidão para
anunciar o evangelho a todos em todo o mundo
“... estou pronto para também vos anunciar o
evangelho, a vós que estais em Roma”
01.
Estou pronto! Assim que Deus, pela Sua vontade,
me oferecer boa ocasião de ir ter convosco, ocasião pela qual oro sempre (v. 9
e 10), eu vou.
02.
À pergunta divina “a quem enviarei e quem há de
ir por nós? ”, a resposta imediata de Isaías foi “eis-me aqui, envia-me a mim”.
03.
Se, conforme dissemos anteriormente, reconhecer
que devemos ao mundo a pregação do evangelho é fácil, estar pronto para atender
ao chamado divino para fazer algo para que esse evangelho seja de fato pregado
a todos em todo o mundo pode não ser algo tão fácil assim.
a.
Pode não ser tão fácil, por exemplo, a prontidão
para ir
i. Pessoalmente
pode não ser tão fácil a prontidão para ir
Ø Às
vezes porque o local e o povo do local oferecem alguma hostilidade àquele que
foi chamado para lá ir.
ü Locais
de conflitos bélicos
ü Locais
de extrema pobreza onde há falta do mais básico para a subsistência
ü Locais
onde se vai estar sujeito a contrair os mais diversos tipos de enfermidades e
moléstias
ü Locais
onde o evangelho não é bem quisto e onde se pode morrer por pregá-lo
ü Etc.
Ø Às
vezes porque Deus pode nos mandar para um local e um povo para quem não
queremos pregar.
ü Jonas
ü O
jovem pastor que ministrava um curso do qual participei e que se referiu ao
incômodo que sentia da parte de Deus em seu interior para ir na cadeia visitar
e pregar para a pessoa que havia violentado a sua família.
ii. Corporativamente,
como igreja, pode não ser tão fácil ir.
Ø Os
exemplos neste caso não precisam ser de fora, podem ser os nossos mesmos.
Salvaguardando aqueles que realmente têm dificuldades, pela idade, pela saúde
ou por outra razão qualquer realmente justificável, quantos e quem somos os que
participamos dos cultos evangelísticos nos lares, dos cultos evangelísticos ao
ar livre, do evangelismo com folhetos que acontece 1 hora ou menos antes do ar
livre?
b.
Pode não ser tão fácil a prontidão para sustentar
a obra e aqueles que tem prontidão e coragem para ir.
i. Qual
é o nosso alvo de Missões Mundiais nessa campanha 2017? Nosso alvo financeiro é
R$16.600.000,00. Vamos alcançar? Talvez! O mais provável, baseando-se em
experiências anteriores, é que quase alcance, mas não alcance. Mas como pode
não alcançar se esse valor representa apenas cerca de 11,00 por batista
brasileiro no período de um ano? Pois é, se cada batista brasileiro
contribuísse para Missões Mundiais com 24,00 POR ANO (2,00 por mês), mais que
dobraríamos o alvo e poderíamos fazer muito mais. Mas isso não acontece. E
porque não acontece? Porque muitos, talvez a maioria, não contribuem. E porque
não contribuem?
Ø às
vezes porque não têm nenhuma condição mesmo;
Ø às
vezes porque não são incentivados, talvez nem tomando conhecimento da campanha;
Ø às
vezes porque não estão muito interessados, estão indiferentes, tanto fazendo “a
água correr pra cima quanto correr pra baixo”;
Ø às
vezes para fazer “oposição”;
Ø às
vezes simplesmente porque não querem mesmo.
ü Observação:
não diminua a sua contribuição para a média, porque a falta de contribuição de
muitos outros precisa ser compensada.
c.
Pode não ser tão fácil a prontidão até para orar
corporativamente, como igreja reunida, pela pregação do evangelho a todos em
todo o mundo...
04.
Então, a prontidão, conforme Paulo nos dá o
exemplo, pode não ser tão fácil assim, mas é atitude positiva e que deveria
haver de nossa parte assim como houve da parte do Apóstolo Paulo. Se não
podemos ir a um campo distante, não fomos chamados para isso, podemos dar
testemunho do evangelho aqui e podemos orar e contribuir para que aqueles que
foram chamados possam ir aos campos distante.
05.
Então, prontidão! Precisamos estar prontos para
agirmos para que o evangelho seja pregado a todos em todo o muno.
06.
E a terceira e última atitude é:
III. A atitude de não se
envergonhar do evangelho
“Porque não me envergonho do evangelho de
Cristo, pois é ...”
01.
A razão de Paulo enfatizar essa sua atitude
talvez residisse no fato de que em alguns lugares, especialmente na capital da
Grécia e na capital do império romano, o evangelho era ridicularizado como
produto do fanatismo religioso, não sendo levado a sério especialmente no
tocante à doutrina da ressurreição.
02.
Bem, o tempo passou e a história não mudou; o
evangelho continua sendo ridicularizado por muitos em muitos lugares e
necessário é que não deixemos de anuncia-lo por alguma espécie de vergonha ou
timidez.
03.
Mas, se estamos em um meio, talvez numa
faculdade por exemplo, em que o evangelho é altamente ridicularizado, como
vamos fazer para conseguir não ficar tímidos para anunciá-lo? Paulo dá a
resposta ao expressar a sua convicção acerca do evangelho. Eu não me envergonho
dele, disse Paulo, porque, conquanto o achem uma insensatez, eu sei que ele é o
poder de Deus para a salvação de todo o que crê.
04.
A resposta, se não toda, pelo menos em parte,
está na convicção. Para termos a mesma atitude de Paulo, a atitude positiva de
não se envergonhar do evangelho, precisamos ter convicção de que ele é o poder
de Deus para a salvação de todo o que vier a crer.
05.
Veja esse interessante comentário de Champlin:
Grande
parte da atividade humana visa obter poder, e, após essa aquisição, o uso do
poder. Aqueles que têm poder de autoridade são os governantes, os senhores da
sociedade humana. Existem muitas formas de poder, como o poder físico, o poder
mental e o poder espiritual. Os homens, de forma geral, não têm vergonha do
poder; mas, bem pelo contrário, ufanam-se do mesmo. Um homem fisicamente
vigoroso, ao lado de um homem fisicamente débil, não sente vergonha por ser o
mais forte; mas, antes, sente certo orgulho físico, sem importar se diz isso ou
não. Uma nação poderosa, sem importar se esse poder decorre de suas riquezas ou
de suas forças armadas, ou mesmo de suas realizações científicas, não se
envergonha disso, mas, antes, se enche de brios. Nenhuma dessas formas de poder
humano, entretanto, pode transformar uma alma segundo a imagem de Cristo, que é
o verdadeiro alvo da existência humana, bem como a grande mensagem central do
evangelho cristão. Portanto, vendo (e crendo) Paulo que era o apóstolo do poder
mais extraordinário de todos, o poder de Deus, que tem origem divina, e não
natural, não se envergonhava.
06.
Pesquisando um pouquinho sobre atitudes
positivas encontrei um artigo escrito por alguém de nome Miguel Lucas no site
Psicologia Positiva. O artigo tem como título: “5 Passos Para Conseguir uma
Atitude Positiva na Vida”, e os cinco passos apontados por ele são:
a.
Tome consciência de que ter atitudes positivas é
uma escolha;
b.
Livre-se da negatividade;
c.
Olhe para o lado positivo da vida;
d.
Reforce a positividade em si;
e.
Partilhe a sua felicidade com os outros.
07.
Bem, o objetivo dele e outro, e, talvez, para o
objetivo pelo qual ele escreveu esse artigo esses conselhos sejam muito bons,
mas para o nosso objetivo aqui, o objetivo de se conseguir a atitude positiva
de não se envergonhar do evangelho, o que precisamos é de convicção.
08.
CONVICÇÃO! É preciso tê-la. Convicção de que o
evangelho é o poder de Deus para a salvação; convicção de que não há outro
recurso para a salvação do homem a não ser o evangelho.
09.
No Novo Testamento
encontramos algumas palavras diferentes, mas que podem, todas elas, serem, no
português, traduzidas por “poder”. Vejamos[1]:
a.
dunamiz (dúnamis)
– Indica obras
poderosas (milagres). É encontrada mais de cem vezes em o Novo Testamento.
b.
exousia (Exousia) – Indica poder
como autoridade para realizar alguma coisa. Também aparece cerca de cem vezes
em o Novo Testamento. Um bom exemplo é este: “Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não
fosse dado...” (João 19:11 RC)
c.
kratoz (Krátos) – Poder no sentido
de domínio, força. Aparece 12 vezes em o Novo Testamento.
10.
Dúnamis é a Palavra usada por Paulo
aqui. O evangelho é o poder de Deus para realizar o grande milagre, a poderosa
obra da salvação.
11.
Se tivermos essa convicção não vamos nos
envergonhar do evangelho de Cristo.
12.
Alguém
escreveu um jogral com essa afirmação de Paulo de que ele não se envergonhava
do evangelho de Cristo. Em uma parte assim lemos:
Roubos,
mentiras, adultérios, homicídios, perversão e idolatria. Para onde foram os
bons costumes? Onde está o senso de moral? O mundo encontra-se hoje numa
situação vergonhosa e desesperadora, no entanto, os seus habitantes não têm
vergonha do que fazem e dizem. Mas, em meio a tudo isto, está um povo
diferente. Um povo que não corre a mesma carreira que o mundo, um povo que tem
uma firme esperança, um povo que espera em santidade a vinda do seu
Senhor! Este povo é a igreja, a Igreja
que não se envergonha de viver em santidade, que não se envergonha de sofrer
por amor ao seu Senhor, uma igreja que não se envergonha do Evangelho de
Cristo!
13.
Mas tem um “evangelho” sendo pregado em nosso
meio do qual temos que nos envergonhar. Um “evangelho” que é pregado como sendo
evangelho, mas que é falso, como bem falou Solano Portela em “O evangelho que
envergonha”.
a.
Um evangelho recheado de fetiches pagãos;
b.
Um evangelho de fórmulas de felicidade e
prosperidade;
c.
Um evangelho que apregoa uma graça barata e não
bíblica que leva conforto ao pecador em seu pecado ao invés de leva-lo ao
arrependimento;
d.
Um evangelho que tem linguajar cristão, mas que
considera a Bíblia um mero registro cheio de falhas;
e.
Um evangelho que deixa de lado as escrituras e
se apega à tradição e a “novas revelações”;
f.
Um evangelho de teólogos relacionais que pregam
um deus impotente, sujeito às maquinações humanas e às leis da natureza, que
não tem um plano, mas vive sujeito à frustração da busca de um relacionamento
com um homem soberano;
g.
Um evangelho que transforma um homem em um
“quase deus”;
h.
Um evangelho que faz da fé um grande negócio – o
evangelho daqueles dos quais Pedro alertou no capítulo 2 de sua segunda carta,
que viriam, mas que são falsos doutores que introduzem encobertamente heresias
de perdição e que, por avareza, com palavras fingidas, “farão negócio de vós”,
ao quais muitos seguirão e pelos quais será blasfemado o caminho da verdade;
i.
Um evangelho “adaptado” para nele caber certos
tipos de comportamento que são condenados pelas Escrituras puras, sem
“adaptações”;
j.
E, talvez, até o evangelho de quem tem o
verdadeiro evangelho, mas que com a vida que vive dá “sinal incerto”... Honra
ao Senhor com a boca, mas a vida... o testemunho...
14.
Mas do verdadeiro evangelho não! Desse não
devemos nos envergonhar, assim como Paulo não se envergonhava.
Conclusão
01.
Reconhecer que somos devedores, estar prontos
para agir para que o evangelho seja pregado e não se envergonhar desse
evangelho, sabendo que ele é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que
vier a crer.
02.
São três atitudes positivas em relação ao
evangelho que Paulo exemplifica aqui em Romanos 1.14-16.
03.
Mas é preciso que nós sigamos o exemplo de
Paulo; é preciso que estas atitudes de Paulo sejam nossas atitudes também.
04.
Tiago escreveu: “22 Sede cumpridores da palavra
e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. 23 Porque, se
alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante ao varão que
contempla ao espelho o seu rosto natural; 24 porque se contempla a si mesmo, e
foi-se, e logo se esqueceu de como era. 25 Aquele, porém, que atenta bem para a
lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas
fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.” (Tiago 1:22-25 RC)
05.
Que sejamos nós, IBMuqui, não somente ouvintes,
mas cumpridores da Palavra. Que reconheçamos a dívida que temos para com todos,
a dívida da pregação do evangelho, e que estejamos prontos para agir para que o
evangelho seja pregado, pregando nós mesmos onde pudermos e orando e
contribuindo para que seja pregado onde nós mesmos não podemos; e não nos
envergonhemos, pois sabemos que o evangelho é o poder de Deus para a salvação
de todo aquele que vier a crer, até mesmo para a salvação daquele que no
presente possa ser um escarnecedor, se ele vier a crer.
Pr. Walmir Vigo Gonçalves
[1] Informações extraídas do volume 7
(dicionário) da coleção O A. T. Interpretado Versículo Por Versículo, de R. N.
Champlin, editora Candeia, e de A Bíblia Online 2.01 da SBB
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