quarta-feira, 24 de novembro de 2021

A LÍNGUA

 A LÍNGUA

 

“A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia.” (Provérbios 15:2 RC)

 

“As palavras do sábio tornam o conhecimento atraente, mas o tolo só diz bobagens.” (Provérbios 15:2 NTLH)

 

            A língua é, segundo definição encontrada no dicionário Michaelis, além de outras coisas, um órgão oblongo, achatado, musculoso e móvel da cavidade bucal e que é o órgão principal da deglutição, do gosto e, no ser humano, da articulação das palavras. No nosso caso aqui o que interessa a respeito da língua é o fato de ela ser o órgão que nos permite articular as palavras, ou, em dizer simples: falar.

            Quando pensamos na língua humana como sendo o órgão que o capacita a falar e nas muitas “falas” que ouvimos/lemos por aí, não podemos deixar de pensar que há gente cuja língua deve ser preservada, mas outras há cuja língua deveria ser amputada. A língua pode ser uma bênção, mas também uma maldição; pode ser um instrumento abençoador, mas também um instrumento portador de infortúnio, desventura, inverdades e outras coisas mais. Veja a seguinte e interessante história:

 

Há mais de dois mil anos existiu um rico mercador grego que tinha um escravo chamado Esopo. Um escravo corcunda, feio, mas de sabedoria única no mundo. Certa vez, para provar as qualidades de seu escravo, o mercador ordenou:

- Toma, Esopo. Aqui está esta sacola de moedas. Corre ao mercado. Compra lá o que houver de melhor para um banquete. A melhor comida do mundo!

Pouco tempo depois, Esopo voltou do mercado e colocou sobre a mesa um prato coberto por fino pano de linho. O mercador levantou o paninho e ficou surpreso:

- Ah!! Língua? Nada como a boa língua que os pastores gregos sabem tão bem preparar. Mas por que escolheste exatamente a língua como a melhor comida do mundo?

E O escravo de olhos baixos, explicou sua escolha:

- O que há de melhor do que a língua, senhor? A língua é que nos une a todos, quando falamos. Sem a língua não poderíamos nos entender. A língua é a chave das ciências, o órgão da verdade e da razão. Graças à língua é que se constroem as cidades, graças à língua podemos dizer o nosso amor. A língua é o órgão do carinho, da ternura, do amor, da compreensão.  É a língua que torna eterno os versos dos grandes poetas, as idéias dos grandes escritores. Com a língua se ensina, se persuade, se instrui, se ora, se explica, se canta, se descreve, se elogia, se demonstra, se afirma. Com a língua dizemos "mãe", "querida" e "Deus". Com a língua dizemos "sim". Com a língua dizemos "eu te amo"! O que pode haver de melhor do que a língua, senhor?

O mercador levantou-se entusiasmado:

- Muito bem, Esopo! Realmente tu me trouxeste o que há de melhor. Toma agora esta outra sacola de moedas. Vai de novo ao mercado e traz o que houver de pior, pois quero ver a tua sabedoria.

Mais uma vez, depois de algum tempo, o escravo Esopo voltou do mercado trazendo um prato coberto por um pano. O mercador recebeu-o com um sorriso:

- Hum... já sei o que há de melhor. Vejamos agora o que há de pior...

O mercador descobriu o prato e ficou indignado:

- O quê?! Língua? Língua outra vez? Língua? Não disseste que a língua era o que havia de melhor? Queres ser açoitado?

Esopo encarou o mercador e respondeu:

- A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que separa a humanidade, que divide os povos. É a língua que usam os maus políticos quando querem nos enganar com suas falsas promessas. É a língua que usam os vigaristas quando querem trapacear. A língua é o órgão da mentira, da discórdia, dos desentendimentos, das guerras, da exploração. É a língua que mente, que esconde, que engana, que explora, que blasfema, que insulta, que se acovarda, que mendiga, que xinga, que bajula, que destrói, que calunia, que vende, que seduz, que corrompe. Com a língua dizemos "morre", "canalha" e "demônio". Com a língua dizemos "não". Com a língua dizemos "eu te odeio"! Aí está, senhor, porque a língua é a pior e a melhor de todas as coisas! 

 

Em provérbios 15.4 lemos que “Uma língua saudável é árvore de vida, mas a perversidade nela quebranta o espírito”.

Reflita: sua língua é saudável, ou há perversidade nela? Sua língua é do tipo que deve ser preservada ou do tipo que melhor fora se fosse amputada?

Cuidado com a língua; cuidado com aquilo que você anda falando por aí. Que aquilo que a sua língua articula seja qual uma deliciosa refeição a trazer refrigério para a alma das pessoas e não infortúnio. Caso contrário... melhor que ela seja amputada.

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

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