quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Crônicas Sobre as Sete Igrejas do Apocalipse - Tiatira: a tolerância que fere o coração

 

CRÔNICAS SOBRE AS SETE IGREJAS DO APOCALIPSE

4 - TIATIRA: A TOLERÂNCIA QUE FERE O CORAÇÃO

Tiatira não era uma cidade grandiosa como Pérgamo ou Éfeso. Pequena e operosa, era conhecida por suas indústrias, especialmente a tinturaria de púrpura. Era o lar de pessoas simples e trabalhadoras. E, ali, havia uma igreja.

A mensagem à igreja em Tiatira foi entregue por Aquele que tem os olhos como chama de fogo e os pés como bronze reluzente. Essa descrição é ao mesmo tempo gloriosa e penetrante, pois revela o Cristo que tudo vê e que permanece inabalável diante da corrupção.

“Conheço as suas obras, o seu amor, a sua fé, o seu serviço e a sua perseverança. E sei que você está fazendo mais agora do que no princípio.”

Que elogio! Em meio à simplicidade de Tiatira, florescia uma igreja ativa, crescente e perseverante. Eles eram conhecidos pelo amor, pela fé prática e pela dedicação. Havia progresso, mas no coração do Senhor havia também uma dor profunda.

“Tenho, porém, contra você o fato de você tolerar Jezabel.”

Jezabel. Esse nome evocava a memória da rainha de Israel, conhecida por sua idolatria e influência corruptora. Aqui, representava uma pessoa ou espírito que promovia ensinos que levavam os cristãos de Tiatira ao pecado.

Sob o disfarce de espiritualidade, essa figura ensinava a tolerância ao pecado — uma suposta liberdade que, na verdade, aprisionava as pessoas em práticas imorais e idolátricas. Era uma infiltração sorrateira, que contaminava o que antes era puro.

E o problema não era apenas a presença de Jezabel, mas o fato de a igreja tolerá-la. Tiatira, apesar de suas qualidades, falhava em combater a falsidade. Sua tolerância ao erro não era sinal de amor ou maturidade, mas de uma permissividade que entristecia o coração de Deus.

“Eu dei tempo para que ela se arrependesse, mas ela não quer se arrepender da sua imoralidade.”

O Senhor, em Sua paciência, havia dado oportunidade para Jezabel e seus seguidores se corrigirem. Mas a recusa em mudar trazia consigo um julgamento inevitável.

“Por isso, vou lançá-la em uma cama de sofrimento, e trarei grande tribulação aos que cometem adultério com ela, a não ser que se arrependam.”

As consequências eram graves, mas também carregadas de um chamado à graça: ainda havia tempo para arrependimento.

Aos fiéis de Tiatira, que não haviam se dobrado aos ensinos corruptos, o Senhor dirigiu uma palavra de encorajamento:

“Agora, digo a vocês, aos demais que estão em Tiatira, que não seguem essa doutrina... Não porei outra carga sobre vocês. Tão somente apeguem-se ao que vocês têm, até que eu venha.”

Que conforto saber que o Senhor conhece aqueles que permanecem fiéis! Sua mensagem era clara: continuem firmes, segurem-se à verdade e não deixem que o ambiente de tolerância ao pecado os influencie.

E àqueles que vencerem, Ele fez uma promessa extraordinária:

“Ao vencedor, ao que fizer a minha vontade até o fim, darei autoridade sobre as nações.”

Jesus, o Rei que governa as nações com um cetro de ferro, compartilharia Sua autoridade com os Seus. Mais do que isso, lhes daria a Estrela da Manhã — uma expressão de proximidade com o próprio Cristo, aquele que ilumina mesmo as noites mais escuras.

A igreja em Tiatira nos faz refletir sobre como lidamos com a verdade e a santidade. Muitas vezes, a sociedade nos chama a uma tolerância que abraça tudo, até mesmo aquilo que desonra a Deus. Mas a mensagem do Senhor é clara: amor e verdade devem andar juntos.

Não podemos comprometer nossa fidelidade em nome da aceitação. Não podemos permitir que ensinos errados ou práticas imorais encontrem espaço em nossas vidas e em nossas comunidades.

O Senhor, com Seus olhos como chama de fogo, ainda vê tudo. Ele conhece nossas obras, mas também as concessões que fazemos. E Ele nos chama ao arrependimento, oferecendo-nos não só perdão, mas também uma recompensa gloriosa para aqueles que permanecem fiéis até o fim.

Em Tiatira, aprendemos que a tolerância ao erro é uma ferida no coração do Senhor. Mas também descobrimos que, ao nos apegarmos à verdade e rejeitarmos o pecado, encontramos a promessa de reinar com Cristo e desfrutar de Sua luz para sempre.

Autor: anônimo

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

O que Deus quer de você?

 

O QUE DEUS QUER DE VOCÊ?

João acordou naquela manhã sentindo um peso sobre os ombros. Não era o cansaço da noite mal dormida nem as preocupações do trabalho. Era uma inquietação diferente, algo que insistia em perguntar: "Estou vivendo como Deus quer que eu viva?".

Enquanto tomava café, olhou pela janela e viu o céu tingido de dourado pelo sol nascente. Uma lembrança veio à mente: a fé simples de sua avó, que sempre dizia que Deus queria apenas que confiássemos n’Ele. "Deus quer que você creia Nele", ecoou na sua mente. Fé. Tudo começa por aí. Sem fé, é impossível agradar a Deus.

Mas será que apenas crer era suficiente? Lembrou-se do pastor pregando sobre salvação, sobre como Deus deseja que todos sejam salvos. A cruz de Cristo, o sacrifício, o amor derramado sem reservas. "Deus quer que você seja salvo". João fechou os olhos e fez uma oração silenciosa, reafirmando sua entrega ao Senhor.

A tarde chegou, e João decidiu visitar um amigo que há tempos não via. Na conversa, percebeu o quanto havia se afastado da comunhão com a igreja. "Deus quer que você viva em comunhão com o povo de Deus". Isolamento nunca foi plano divino. O cristianismo é uma caminhada coletiva.

Ao voltar para casa, parou em uma livraria e folheou um jornal. Manchetes gritavam sobre escândalos, violência e corrupção. O mundo parecia um caos moral. "Deus quer que você não se amolde ao padrão deste mundo". O coração de João doeu ao perceber o quanto a sociedade estava afastada de Deus. Mas ele também refletiu sobre suas próprias escolhas e sobre o quanto já tinha cedido a certos padrões que não condiziam com sua fé.

Enquanto dirigia, um versículo veio à mente: "Deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia". Havia coisas em sua vida que eram pesos desnecessários. "Deus quer que você se desvencilhe de embaraços e pecados". Decidiu que era hora de mudar, de abandonar hábitos que não edificavam.

Ao chegar em casa, encontrou um bilhete de sua esposa na mesa: "Não esqueça de tirar o lixo". Sorriu, lembrando que a obediência não está apenas nas grandes coisas, mas também nas pequenas. "Deus quer que você seja obediente". Assim como você está disposto a atender a esposa ou outra pessoa em alguma coisa, também deve atende a ELE.

No domingo seguinte, o pastor pregou sobre servir. João refletiu: "Deus quer que você esteja pronto a servir". Percebeu que passava muito tempo esperando ser ajudado, mas pouco tempo ajudando. O amor verdadeiro se manifesta no serviço.

Durante o louvor, sentiu algo diferente. Não era só cantar, era mais profundo: era entrega. "Deus quer que você seja um verdadeiro adorador". A adoração verdadeira não é apenas com os lábios, mas com a vida.

Ao sair da igreja, avistou um mendigo na calçada. Algo dentro dele o impulsionou a parar. Comprou comida e sentou-se ao lado do homem para conversar. "Deus quer que você o ame sobre todas as coisas e ao próximo como a você mesmo". Amar a Deus e amar o próximo eram dois lados da mesma moeda.

Naquela noite, ao se deitar, João sentiu uma paz diferente. Percebeu que viver segundo a vontade de Deus não era um peso, mas uma dádiva. Deus não quer apenas que sigamos regras, Ele quer que sejamos abençoados. "Deus quer que você seja muito abençoado nesta vida e muito mais no porvir". E ali, com um sorriso no rosto, João adormeceu, certo de que estava no caminho certo.

Autor: anônimo 

PIB Muqui – boletim de 23/02/2025

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Crônicas sobre as sete igrejas do Apocalipse - Pérgamo: a espada e o maná oculto

 

CRÔNICAS SOBRE AS SETE IGREJAS DO APOCALIPSE 

3 - PÉRGAMO: A ESPADA E O MANÁ OCULTO

Pérgamo era uma cidade que ostentava poder, cultura e idolatria. Construída sobre uma colina, era famosa por seus templos dedicados aos deuses, falsos deuses, e pelo imponente altar a Zeus, que parecia vigiar seus moradores do alto. O que os homens consideravam o brilho de Pérgamo, no entanto, escondia um lado sombrio que Deus via e agora revelava aos Seus servos: era também o trono de Satanás, um lugar onde a verdade era desafiada diariamente.

E ali, bem no coração dessa cidade corrupta, estava uma igreja. Pequena, mas firme, ela se mantinha fiel ao nome de Jesus em um ambiente hostil. Seus membros enfrentavam perseguições e pressões, mas não negavam sua fé, nem mesmo quando Antipas, uma testemunha fiel, foi morto por sua devoção a Cristo.

Era para essa igreja que o Senhor, aquele que empunha a espada afiada de dois gumes, dirigiu sua palavra: “Conheço o lugar onde você vive — onde está o trono de Satanás. Contudo, você permanece fiel ao meu nome e não renunciou à sua fé em mim.”

Aqueles crentes eram como soldados resistindo em meio ao campo de batalha. Não se curvavam às ameaças, nem se deixavam intimidar pelo poder dos inimigos. Mas havia algo que não podia ser ignorado: fissuras estavam começando a surgir nas muralhas de sua fidelidade: “Tenho, porém, contra você algumas coisas: você tem aí pessoas que se apegam aos ensinos de Balaão.”

O nome Balaão evocava uma história antiga de traição e astúcia. Ele ensinara Balaque a seduzir os israelitas com prazeres ilícitos e idolatria. E agora, em Pérgamo, alguns na igreja estavam seguindo um caminho semelhante, cedendo às tentações do ambiente pagão. Não era uma rendição aberta, mas concessões sutis que corroíam a pureza da fé.

E mais: havia também aqueles que seguiam os nicolaítas, um grupo que distorcia a liberdade cristã em licenciosidade. Pérgamo, mesmo fiel em sua confissão de fé, precisava urgentemente corrigir esses desvios: “Portanto, arrependa-se! Se não, virei em breve a você e lutarei contra eles com a espada da minha boca.”

A espada de dois gumes, que simboliza a palavra de Deus, não é apenas uma arma contra inimigos externos, mas também uma ferramenta de disciplina dentro da igreja. O Senhor estava disposto a intervir para purificar o que era dEle.

Mas em meio à advertência, havia uma promessa gloriosa para aqueles que vencessem: “Ao vencedor darei do maná escondido. Também lhe darei uma pedra branca com um novo nome nela escrito, conhecido apenas por aquele que o recebe.”

O maná escondido, alimento celestial reservado para os fiéis, representava o sustento espiritual que só Deus pode oferecer. Era um lembrete de que, mesmo em meio às tentações e tribulações de Pérgamo, havia um banquete preparado para aqueles que resistissem.

E a pedra branca, uma joia misteriosa com um nome novo, falava de intimidade e identidade. Era uma dádiva pessoal, algo que somente o vencedor e o Senhor poderiam compreender.

A história da igreja de Pérgamo ecoa até os dias de hoje. Vivemos em um mundo repleto de altares modernos — ideologias, prazeres e ambições que competem pelo nosso coração. Como os cristãos de Pérgamo, somos chamados a resistir, mas também a examinar nossas vidas, para que nenhum compromisso sutil nos afaste do caminho estreito.

O Senhor nos chama à fidelidade e ao arrependimento. Ele nos lembra que a espada da sua palavra não é apenas para ferir, mas para curar. E Ele nos promete o sustento do maná e a intimidade de um nome que só Ele pode dar.

No fim, a igreja em Pérgamo — assim como cada um de nós — enfrenta uma escolha: continuar a viver em meio às concessões ou abraçar o chamado à santidade. E a promessa permanece para os que vencem: haverá alimento celestial, identidade renovada e uma comunhão eterna com o Senhor.

E assim, a espada e o maná nos lembram que, no reino de Deus, não há tesouro maior do que a fidelidade que leva à vida.

Autor: anônimo

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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

A igreja na sala de estar

 

A IGREJA NA SALA DE ESTAR

Há algo especial em transformar uma sala comum em um santuário. A mesa de centro cede espaço para uma Bíblia aberta, cadeiras são puxadas, e o perfume de café ou chá mistura-se com o som de louvores. Assim nasce o culto no lar, simples e cheio de significados.

Reunir-se em casa para adorar a Deus é como voltar às origens. Foi assim que a igreja primitiva cresceu, com reuniões em lares onde o pão era partido e as Escrituras compartilhadas. Ali, no calor da convivência íntima, a fé era alimentada e as almas encontravam consolo.

Hoje, quando o mundo nos empurra para a pressa e para o isolamento, os cultos nos lares são uma oportunidade de desacelerar e aproximar-se, não só de Deus, mas também dos irmãos. Ali, em um ambiente acolhedor, conversamos sobre nossas lutas, agradecemos pelas bênçãos e oramos uns pelos outros de forma genuína.

E tem mais: cultuar no lar é um testemunho vivo. Vizinhos podem ouvir um hino e perguntar o que está acontecendo. Filhos, mesmo pequenos, observam e aprendem que Deus é bem-vindo em nossa casa. É o Evangelho espalhando-se, um coração e uma casa de cada vez.

Por isso, não negligenciemos essa prática. Um culto no lar é mais do que uma reunião; é um altar erguido no coração do cotidiano, lembrando-nos de que, onde dois ou três estão reunidos no nome de Cristo, ali Ele está também.

Agende um culto para o seu lar, e convide amigos e vizinhos.

 

Primeira Igreja Batista em Muqui

 

 

A Bíblia ao alcance de todos

 

A BÍBLIA AO ALCANCE DE TODOS

Há um tesouro precioso em nossas mãos, mas será que sabemos o valor que ele carrega? No Brasil, a Bíblia, a Palavra de Deus, está em todos os lugares. Ela está nas estantes das livrarias, nos aplicativos de celular, nas casas de muitos de nós, e, até mesmo, é distribuída gratuitamente em praças e ruas. Um privilégio que, para tantos outros ao redor do mundo, é um sonho distante.

Penso naqueles que, em outros tempos ou lugares, arriscaram suas vidas para ter acesso a uma única página da Escritura. Lembro-me das histórias dos cristãos da Igreja Perseguida, que memorizam grandes trechos, porque não sabem quando terão outra oportunidade de ler a Palavra. Enquanto isso, aqui, temos o privilégio de comprar versões em diferentes traduções e estilos, com comentários, mapas, capas luxuosas ou simples. Temos Bíblias infantis, de estudo, para jovens, para casais e para mulheres. Mas o que temos feito com esse acesso tão abundante?

Às vezes, é fácil subestimar o que está sempre ao alcance. A Bíblia está lá, na mesa de cabeceira ou no canto da sala, como um livro qualquer, esperando por atenção. Enquanto isso, ela nos convida: “Leia-me. Deixe-me falar com você. Permita-me transformar sua vida”. Contudo, a correria do dia a dia e as distrações do mundo moderno frequentemente ganham prioridade.

E que ironia! Buscamos respostas para nossas angústias e conselhos para nossas dúvidas em tantos lugares, mas esquecemos de que o Criador do universo nos deixou um guia atemporal. A Bíblia não é apenas um livro. É a voz de Deus, sussurrando esperança, sabedoria e salvação em meio à cacofonia do mundo.

Aqui no Brasil, onde a liberdade religiosa nos permite abrir esse livro sem medo, é um desperdício deixá-lo fechado. Ler a Bíblia é mais do que um dever; é um encontro. Em suas páginas, encontramos conforto nos salmos, direção nos provérbios, consolo nas palavras de Jesus, esperança nas promessas de Apocalipse, etc.

Aproveitemos, então, essa disponibilidade. Vamos abrir nossas Bíblias e deixar que ela nos ensine, nos corrija, nos inspire e nos transforme. Afinal, um livro tão poderoso não pode ser tratado como um objeto decorativo.

A Bíblia está ao nosso alcance. E se a lermos, ela estará também em nosso coração.

Leia a Bíblia!

 

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Crônicas sobre as sete igrejas do Apocalipse - Esmirna: o tesouro dos pobres de Esmirna

 

CRÔNICAS SOBRE AS SETE IGREJAS DO APOCALIPSE 

2. ESMIRNA: O TESOURO DOS POBRES DE ESMIRNA

Esmirna, a cidade entre colinas, tinha ares de grandeza e prosperidade. Suas ruas eram adornadas por comerciantes ambiciosos, nobres altivos e templos dedicados a deuses que exigiam devoção. Mas no meio de todo o luxo e ostentação, havia uma igreja diferente.

Era uma comunidade pequena, de gente simples. Não havia pompa em suas reuniões, nem influência entre as autoridades locais. Aos olhos do mundo, eram pobres — tão pobres que até mesmo os pequenos luxos da vida lhes eram negados.

Mas o Senhor, aquele que é o Alfa e o Ômega, olhava para Esmirna e via um tesouro: “Eu sei das suas aflições e da sua pobreza; contudo, você é rico.”

Que paradoxo sublime! O mundo via escassez, mas o céu enxergava abundância. Seus membros eram desprezados pelos vizinhos, perseguidos pelos governantes e caluniados por aqueles que se diziam religiosos. Contudo, sua fé brilhava como ouro refinado pelo fogo.

Jesus, aquele que morreu e voltou à vida, conhecia muito bem o peso da dor e da rejeição. Por isso, sua mensagem para Esmirna não era de promessas fáceis, mas de coragem diante do inevitável: “Não tenha medo do que você está prestes a sofrer. O diabo lançará alguns de vocês na prisão para prová-los, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias.”

A mensagem era clara: tempos difíceis viriam, e o preço da fidelidade seria alto. Mas, em vez de prometer livramento imediato, o Senhor oferecia algo ainda maior — uma recompensa eterna: “Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida.”

A coroa da vida. Não uma coroa de ouro enfeitada com pedras preciosas, mas uma recompensa muito mais valiosa: a certeza de estar com Cristo para sempre. Para Esmirna, que conhecia a dor da exclusão e a realidade da morte iminente, essa promessa era tudo.

Talvez você, como os cristãos de Esmirna, também já tenha sentido o peso do desprezo ou enfrentado o fogo das provações. Talvez já tenha experimentado a dor de perder o que é material ou o medo de um futuro incerto.

A mensagem de Jesus para Esmirna é um lembrete de que, mesmo em meio à pobreza ou perseguição, há uma riqueza que o mundo não pode roubar. É a riqueza de uma fé que resiste, de um amor que não se apaga e de uma esperança que olha para além da dor presente: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. O vencedor de modo algum sofrerá a segunda morte.”

Essa frase ecoa como um convite e uma promessa. O Senhor não prometeu livrar Esmirna da primeira morte, mas garantiu que a segunda — a morte eterna — jamais tocaria aqueles que permanecessem fiéis.

E assim, Esmirna nos ensina que a verdadeira riqueza não está em cofres cheios, mas em corações rendidos ao Senhor. Que o verdadeiro poder não é escapar da dor, mas permanecer firme em meio a ela. E que a verdadeira vida não é a que termina na morte, mas a que transcende para a eternidade.

No final, Esmirna, a pobre e afligida, será vista como rica e vitoriosa. E nós, inspirados por sua coragem, somos chamados a enfrentar nossas próprias lutas, sabendo que o mesmo Senhor que falou àquela igreja fala a nós hoje: “Não tema. Eu sou o primeiro e o último, aquele que venceu a morte por você. Permaneça fiel, e a coroa da vida será sua.”

Autor: anônimo

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Crônicas sobre as sete igrejas do Apocalipse - Éfeso: o amor que perdeu a essência

 

CRÔNICAS SOBRE AS SETE IGREJAS DO APOCALIPSE

1. ÉFESO: O AMOR QUE PERDEU A ESSÊNCIA

Era uma vez uma igreja que nasceu no coração de uma cidade próspera e fervilhante chamada Éfeso. Fundada sobre um solo fértil de ensinamentos apostólicos, ela floresceu com uma paixão quase incontrolável. Era admirada por sua força, zelo e capacidade de enfrentar as adversidades. Como um farol em meio às trevas, a igreja de Éfeso era conhecida por sua coragem e comprometimento em defender a verdade.

No entanto, o tempo passou, e o que um dia era ardente começou a se apagar lentamente. Não era algo perceptível de imediato. As obras continuavam, as atividades estavam bem estruturadas, e as heresias eram combatidas com fervor. Mas algo essencial começava a faltar, como uma vela que, embora ainda iluminasse, já não queimava com o mesmo brilho.

Certo dia, como em um encontro à meia-luz, o próprio Senhor, aquele que caminha entre os candeeiros, enviou uma mensagem para Éfeso. Sua voz era firme, mas carregada de amor:

“Eu conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus e que pôs à prova os que dizem ser apóstolos, mas não são. Você tem perseverado e suportado sofrimentos por causa do meu nome, e não desanimou.”

Ah, que orgulho seria ouvir tal elogio! Uma igreja forte, dedicada, leal ao chamado da verdade. Mas então veio a pausa. Um silêncio que precede o peso de uma revelação.

“Contudo, tenho contra você isto: você abandonou o seu primeiro amor.”

Essas palavras foram como um golpe no coração. Não era uma acusação de falta de trabalho ou esforço. Não era sobre desleixo na doutrina ou preguiça nas atividades. Era algo mais profundo. A chama do primeiro amor, aquele ardor que fazia cada obra ser feita com paixão genuína, havia se apagado.

Éfeso era como um casal que, após anos de convivência, permanece junto, mas esqueceu o calor do primeiro olhar. As palavras ditas ainda estavam certas, os gestos ainda eram feitos, mas o coração não ardia mais com a mesma intensidade.

“Lembre-se de onde caiu!”, a mensagem continuava. “Arrependa-se e volte à prática das primeiras obras. Se não, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele.”

Não era uma ameaça fria, mas uma advertência amorosa. O candelabro, símbolo da presença divina, só permaneceria onde o amor verdadeiro também estivesse. Não bastava fazer certo. Era preciso fazer com amor.

Éfeso foi chamada a revisitar o passado, a lembrar-se dos dias em que cada ato de fé era impulsionado pela alegria de agradar ao Senhor, não apenas pela obrigação de fazer o que era correto.

Hoje, essa mensagem ecoa não apenas para uma igreja em ruínas no tempo, mas para cada coração que se encontra ocupado demais com as coisas de Deus para sentir a presença de Deus. Somos convidados a olhar para dentro, a avaliar o brilho da nossa chama.

Será que o amor pelo Senhor ainda é o centro de tudo o que fazemos? Será que nossas mãos ainda agem movidas pelo coração, ou apenas pela memória do que um dia fomos?

É tempo de voltar. Voltar ao amor que dá sentido às obras, ao ardor que faz da obediência um prazer, e não um fardo. Porque, no final, não é sobre o quanto fazemos, mas sobre o quanto amamos enquanto fazemos.

E assim, entre candeeiros e cartas, o Senhor continua a caminhar, chamando cada um de nós a acender novamente a chama do primeiro amor.

Autor: anônimo

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Quando as máscara caem

  QUANDO AS MÁSCARAS CAEM O Carnaval passou... As ruas, antes cheias de cores e alegria passageira, agora estão vazias. O som ensurdec...