Perseverança na Fé

 

AULA DE EBD – 18 DE AGOSTO DE 2024

 

LIÇÃO 42, PÁGINA 151: OS DISCÍPULOS E OS ARGUMENTOS DA FÉ

REVISTA REFLEXÕES BÍBLICAS II - CBM

 

Ø  Eu vou tomar a liberdade de mudar um pouquinho o tema da lição. Vou mudar para:

 

PERSEVERANÇA NA FÉ

 

Ø  Mas a essência da lição continua a mesma.

Ø  Leiamos Mateus 15.21-28

Ø  Leiamos também Marcos 7.24-28, porque Marcos inclui um detalhe que não vemos em Mateus.

Ø  Eu mudei um pouquinho o tema porque esse relato da mulher cananeia nos ensina, dentre outras coisas, sobre a importância da fé e da perseverança na fé, mesmo diante de obstáculos aparentemente intransponíveis. E um destaque: a mulher não fazia parte do “povo de Deus”

Ø  Todo servo de Jesus, que é um discípulo de Jesus, não pode ser vacilante, precisa ser perseverante em sua fé, especialmente quando ela é colocada à prova, algo que, em maior ou menor grau, acontece bastante.

Ø  Então vamos pensar, e “discutir” (conto com a participação dos irmãos), seguindo os tópicos apresentados na lição da revista.

 

Tópico 1: TENHO UM GRANDE PROBLEMA, MAS CREIO

 

Ø  Mateus 15.21-22 – alguém leia, por favor

 

Desenvolvimento:

 

Ø  Reconhecimento do Problema:

o   A mulher cananeia tinha um grande problema

o   Qual era? – sua filha estava possuída por um demônio.

o   Era um “problemão”, não era?

o   Ela reconheceu a gravidade da situação, mas não permitiu que isso a impedisse de buscar ajuda.

 

Ø  Atitude de Fé:

o   Ao se dirigir a Jesus, ela expressou sua fé em Sua (de Jesus) capacidade de resolver o problema. Mesmo sendo uma estrangeira e não parte do povo de Israel, ela acreditou que Jesus poderia libertar sua filha.

 

Ø  Aplicação:

o   Todos nós enfrentamos grandes problemas em nossas vidas.

o   Alguém pode citar algum exemplo de problema “grande”. De repente até um problema que está enfrentando.

o   Querem ver um problemão que os servos de Deus enfrentam hoje e que é parecido com este da mulher cananeia? – filhos/netos/parentes dominados pelo “Inimigo”, estão presos aos vícios e comportamentos “imorais” em geral, e muitos literalmente presos nas cadeias – tem muito filho de crente nas prisões. Talvez não estejam miseravelmente “possuídos”, mas estão miseravelmente dominados.

o   Mas, pela fé, precisamos enxergar além das dificuldades. Precisamos, como a mulher cananeia, buscar a Jesus com confiança, crendo que Ele tem poder para nos socorrer.

o   O problema é que muitos, não seguindo o exemplo dessa mulher e de tantos outros, como a mulher do fluxo de sangue por exemplo (12 anos!), parece que já esmoreceram na fé, desistiram, e parece que nem oram mais – e consequentemente a igreja também já não ora mais como deveria orar. Deveríamos ter uma lista com todos os nomes dos nossos parentes e dos parentes de nossos irmãos, especialmente filhos e netos, que estão “Miseravelmente” dominados, e apresenta-los todo dia ao Senhor em oração – “Senhor, aqui está uma lista de nomes, que apresento pedindo ao Senhor que liberte, salve e transforme: Zé, João, Manoel, Antônio...” – e não precisa ficar falando os detalhes: o Zé é filho de fulano, tem “x” anos, usa álcool, fuma crack... Não! Deus sabe! É só apresentar o nome e dizer o que está pedindo.

o   Talvez leve um dia, talvez uma semana, talvez um ano ou dez anos... Precisamos perseverar crendo

 

Ø  Textos de Apoio:

o   Salmos 34:17: “Os justos clamam, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas angústias”

o   Salmo 46

o   Marcos 5:25-34: A história da mulher com fluxo de sangue, que, apesar de seu grande problema, buscou a cura em Jesus.

 

Ø  Então: EU TENHO UM GRANDE PROBLEMA, MAS EU CREIO

 

Tópico 2: DEUS ESTÁ EM SILÊNCIO, MAS EU CREIO

 

Ø  Mateus 15:23 – alguém leia (“Mas ele não lhe respondeu palavra”)

 

Desenvolvimento:

 

Ø  O Silêncio de Jesus:

o   Inicialmente, Jesus não respondeu à mulher cananeia. Esse silêncio poderia ter desanimado qualquer pessoa, mas ela persistiu em sua fé.

o   Às vezes Deus fica em silêncio – você já experimentou isso?

o   Muitos servos de Deus já experimentaram e experimentam isso.

o   Os salmos estão repletos de experiências desse tipo

o   Abraão, o pai da fé, experimentou. Deus lhe fez uma promessa que levou mais de 20 anos para se cumprir e não ficou “todo dia” reafirmando a promessa a Abraão.

o   Paulo experimentou – ele orou três vezes para Deus lhe tirar um espinho na carne, até que Deus respondeu, e a resposta ainda foi um “não”, porque Deus tinha planos melhores para ele em relação àquele “espinho”. Três orações – mas quanto tempo levou entre uma e outra? Talvez um bom tempo. Nesse tempo Deus esteve em silêncio.

o   Isso já virou até tema de livro e de música.

 

Ø  Prova de Fé:

o   O silêncio de Deus nem sempre é uma negação, mas pode ser uma prova para ver até onde vai nossa confiança nEle.

o   Mesmo sem uma resposta imediata, a mulher continuou crendo.

 

Ø  Aplicação:

o   Há momentos em que Deus parece estar em silêncio em nossas vidas. Nesses momentos, somos chamados a confiar em Seu tempo e em Sua vontade, sabendo que Ele sempre trabalha para o nosso bem.

 

Ø  Textos de Apoio:

o   Jó 42.2: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado”

o   Isaías 50.10: “Quando andar em trevas e não tiver luz nenhuma, confie no nome do SENHOR e firme-se sobre o seu Deus”

o   Isaías 40:31: “Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças; subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão”

o   Salmo 46.10: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra”

 

Ø  Então:

o   EU TENHO UM GRANDE PROBLEMA, MAS EU CREIO

o   DEUS ESTÁ EM SILÊNCIO, MAS EU CREIO

 

Tópico 3: EU NÃO MEREÇO, MAS EU CREIO

 

Ø  Mateus 15:26-27 – Alguém leia, por favor

 

Desenvolvimento:

 

Ø  Humildade e Reconhecimento:

o   A mulher cananeia reconheceu sua posição de indignidade, mas não deixou que isso a impedisse de crer e buscar o que necessitava.

 

Ø  Fé e Perseverança:

o   Mesmo diante de uma resposta que poderia parecer uma rejeição, ela se humilhou e expressou sua fé, sabendo que mesmo as migalhas do poder de Jesus seriam suficientes para sua necessidade.

 

Ø  Aplicação:

o   Não somos dignos das bênçãos de Deus por nossos méritos, mas podemos nos achegar a Ele pela fé. Sua graça é suficiente para nos atender, mesmo que não mereçamos.

 

Ø  Textos de Apoio:

o   Lucas 7:6-7: O centurião que reconheceu sua indignidade, mas creu no poder de Jesus para curar seu servo.

o   Efésios 2:8-9: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”

 

Ø  Então:

o   EU TENHO UM GRANDE PROBLEMA, MAS EU CREIO

o   DEUS ESTÁ EM SILÊNCIO, MAS EU CREIO

o   EU NÃO MEREÇO, MAS EU CREIO

 

Tópico 4: CREIO E OBEDEÇO

 

Ø  Marcos 7:29-30: “Então ele lhe disse: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha. E, indo ela para casa, achou a filha deitada sobre a cama, e que o demônio já tinha saído”

 

Desenvolvimento:

 

Ø  Resposta de Jesus:

o   Após o diálogo com a mulher siro-fenícia, Jesus reconheceu sua fé e lhe deu uma ordem clara: “Vai, o demônio já saiu de tua filha”. Isso exigiu que ela acreditasse na palavra de Jesus e obedecesse. Detalhe: mesmo sem ter visto a evidência da libertação.

 

Ø  Obediência na Fé:

o   A mulher obedeceu a Jesus e foi para casa, confiando que o milagre já havia acontecido. Sua obediência foi um ato de fé, mostrando que ela confiava plenamente na palavra de Cristo.

 

Ø  Aplicação:

o   A verdadeira fé não apenas acredita, mas também obedece às instruções de Deus, mesmo quando os resultados não são imediatamente visíveis. Quando cremos, nossa obediência é a evidência de que confiamos em Deus e em Suas promessas.

 

Ø  Outros exemplos bíblicos:

o   Abraão (Gênesis 12:1-4): Deus ordenou a Abraão que saísse de sua terra e fosse para um lugar desconhecido. Abraão creu e obedeceu, mesmo sem saber para onde estava indo.

o   Naamã (2 Reis 5:10-14): Naamã foi instruído a se banhar no rio Jordão para ser curado de sua lepra. Embora inicialmente relutante, ele obedeceu e foi curado, demonstrando que a cura veio pela obediência a uma palavra aparentemente simples.

o   Os discípulos de Jesus (Lucas 5:4-6): Quando Jesus instruiu Pedro a lançar as redes novamente após uma noite infrutífera, ele obedeceu, e as redes se encheram de peixes. A obediência, mesmo na dúvida, resultou em uma bênção milagrosa.

 

Ø  Textos de Apoio:

o   João 14:23: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”

o   Tiago 2:17: “Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma”

o   Hebreus 11:8: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia”

 

Ø  Então:

o   EU TENHO UM GRANDE PROBLEMA, MAS EU CREIO

o   DEUS ESTÁ EM SILÊNCIO, MAS EU CREIO

o   EU NÃO MEREÇO, MAS EU CREIO

o   EU CREIO E OBEDEÇO – OU: PORQUE CREIO, OBEDEÇO

 

CONCLUSÃO

 

Ø  A fé da mulher cananeia é um exemplo poderoso para todos nós.

o   Ela enfrentou um grande problema,

o   encontrou silêncio da parte de Deus

o   e reconheceu sua indignidade,

o   mas permaneceu firme em sua fé.

Ø  Que possamos aprender com sua história e fortalecer nossa confiança em Deus, sabendo que, independentemente das circunstâncias, Ele é fiel para nos socorrer.

Ø  E ainda: a fé genuína não é passiva; ela se manifesta em ação, na obediência à palavra de Deus. A mulher siro-fenícia creu na palavra de Jesus e obedeceu, mesmo antes de ver o resultado. Essa mesma dinâmica de fé e obediência deve ser evidenciada em nossas vidas, pois a confiança em Deus nos leva a seguir Suas instruções, crendo que Ele sempre cumpre Suas promessas.

Ø  E, finalizando, só fazendo referência sem comentários, ainda poderíamos acrescentar um ponto, mas daí o texto teria que ser outro e não o da mulher Cananéia: A RESPOSTA DE DEUS É NÃO, MAS EU CREIO QUE O QUE ELE FARÁ É MELHOR – porque Ele trabalha em todas as coisas para o meu bem e porque a graça Dele me basta (como bastava a Paulo no caso do espinho na carne)

 

Tocando no Altar

 

TOCANDO NO ALTAR

Levítico 1.1-9

 

1  E chamou o SENHOR a Moisés e falou com ele da tenda da congregação, dizendo:

 

2  Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao SENHOR, oferecereis as vossas ofertas de gado, de vacas e de ovelhas.

 

3  Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem mancha; à porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o SENHOR.

 

4  E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito por ele, para a sua expiação.

 

5  Depois, degolará o bezerro perante o SENHOR; e os filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue e espargirão o sangue à roda sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação.

 

6  Então, esfolará o holocausto e o partirá nos seus pedaços.

 

7  E os filhos de Arão, os sacerdotes, porão fogo sobre o altar, pondo em ordem a lenha sobre o fogo.

 

8  Também os filhos de Arão, os sacerdotes, porão em ordem os pedaços, a cabeça e o redenho, sobre a lenha que está no fogo em cima do altar.

 

9  Porém a sua fressura e as suas pernas lavar-se-ão com água; e o sacerdote tudo isto queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao SENHOR.

 

1.     Há algum tempo (Julho de 2008) alguém me pediu que estivesse lhe ajudando num esboço sobre esse tema – Tocando no Altar – baseado nesse texto – Levítico 1.1-9.

2.     Eu preparei um pequeno esboço para que ele pudesse estar desenvolvendo, e guardei pra mim mesmo.

3.     Hoje, 16 anos depois, compartilho essa reflexão com os irmãos.

 

I. Quem está credenciado a “tocar no altar”?

 

No passado, pela lei, os filhos de Arão: os Sacerdotes – veja o verso 7: “E os filhos de Arão, os sacerdotes, porão fogo sobre o altar, pondo em ordem a lenha sobre o fogo”

 

1.     No presente, pela graça, figuradamente, todos os que pertencem a Cristo, porque em Cristo nos tornamos reis e SACERDOTES (não dos outros, mas de nós mesmos) – Veja Apocalipse 1.4-6; 5.9-10 e 1 Pedro 2.5-10:

 

“4  João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete Espíritos que estão diante do seu trono; 5  e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, 6  e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém!” (Apocalipse 1:4-6 RC)

 

 “9  E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação; 10  e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.” (Apocalipse 5:9-10 RC)

 

 “5  vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo. 6  Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. 7  E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina; 8  e uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados. 9  Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; 10  vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.” (1 Pedro 2:5-10 RC)

 

II. O que oferecer no altar?

 

1.     O que era oferecido no altar lá no passado? Com que objetivo? (use o texto de Levítico para mostrar o que era oferecido. Pode usar outros textos também, principalmente para mostrar o objetivo dos sacrifícios oferecidos no altar) – gado, vacas e ovelhas – sem mancha – que eram sacrificados.

2.     Falar que hoje, no tempo da graça, Jesus se constitui em o sacrifício que expiou os nossos pecados e nos trouxe de volta à comunhão com Deus – ele é o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”

3.     Falar que não oferecemos mais sacrifícios como lá no passado e sobre aquilo que podemos ofertar a Deus, mas enfatizar que, mais que “coisas”, a nossa vida deve ser ofertada a Deus (um dos textos que se pode usar aqui é Romanos 12.1-2)

 

III. O que se requer de quem “toca” no altar?

 

1.     Uma vida de santidade é requerida (buscar textos que demonstrem a exigência da santidade de vida por parte dos sacerdotes no passado e também textos que demonstrem a exigência de santidade de vida para nós no tempo da graça)

2.     Várias vezes encontramos no AT a ordem “santificai-vos”. Os levitas que não estivessem puros (santificados) não podiam participar dos sacrifícios.

3.     A santificação ainda é requerida para andarmos com Deus, e para oferecermos culto. Sem a santificação ninguém verá o Senhor.

 

IV. “Fogo estranho” no altar pode ser muito perigoso

 

1.     No passado: Ver Levítico 10 – “1  E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e puseram incenso sobre ele, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara. 2  Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR.” (Levítico 10:1-2 RC)

2.     No presente – o fogo estranho pode ser uma vida não santificada, uma vida dupla, uma vida indisciplinada diante do Senhor e que pode trazer consequências trágicas – veja 1 Coríntios 11:30-32 (Pode-se procurar outros textos)

 

Conclusão

 

1.     Pode-se concluir com um apelo a que os crentes se reconsagrem ao Senhor, apresentem-se a Ele como sacrifício vivo, santo e agradável, vivam com seriedade a vida cristã.

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

 

PIB Muqui – julho de 2024

Não Fale Como Doido

 

NÃO FALE COMO DOIDO

 

Introdução

Ø  No livro de Jó, vemos um homem que, apesar de todo o sofrimento, manteve sua integridade e fé em Deus.

Ø  A esposa de Jó, no entanto, ao ver o estado deplorável de seu marido, sugere que ele amaldiçoe a Deus e morra.

Ø  Jó responde com sabedoria e firmeza, chamando-a de alguém que fala como uma "doida" por sugerir tal coisa.

Ø  Veja o texto: Jó 2.8-10

Ø  Esta passagem nos ensina sobre a importância de nossas palavras e a seriedade de falar com sabedoria.

Ø  Já faz algum tempo que senti vontade de falar sobre isso, e hoje quero explorar seis “falas” que de quem as pratica pode-se dizer que “fala como doido”. Vou falar de forma breve, só pra nos levar a refletir e incentivar a vigiarmos a nossa língua, para que, na maioria das vezes nossa fala seja edificante.

 

1)    Fala como “doido” quem fala de forma que afasta a pessoa de Deus

 

Ø  A esposa de Jó disse: "Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre" (Jó 2:9).

Ø  Este é um exemplo claro de alguém tentando afastar outro da fé.

Ø  Nesse caso uma tentativa “deliberada”, com entendimento de que é isso que se está fazendo.

Ø  Há muita gente que faz isso, dessa forma, com entendimento de que é isso mesmo que se quer: afastar a pessoa da fé em Deus. Nesse caso não são crentes.

Ø  Mas há casos de pessoas crentes cuja fala, ainda que não tenha essa intenção, acaba por afastar pessoas de Deus.

Ø  É claro que não me refiro a uma fala correta, sensata, falada com amor, que às vezes as pessoas não querem ouvir – por exemplo, uma verdade bíblica dita de forma correta e no momento certo, mas que às vezes não é bem aceita por alguém – até Jesus passou por isso.

Ø  Creio que os irmãos estão entendendo que estou me referindo à língua “solta” demais e que, por isso mesmo, termina por falar bobagens que, mesmo sendo verdades, não vão edificar a vida de ninguém e vão afastar as pessoas.

Ø  Quem fala assim, de forma que afasta ao invés de atrair a pessoa para Deus, fala igual a mulher de Jó: como um “doido” qualquer.

 

2)    Fala como “doido” quem fala contra Deus

 

Ø  Falar contra Deus é uma atitude insensata, que demonstra falta de entendimento e reverência. Foi o que a mulher de Jó fez.

Ø  Outro exemplo Bíblico: Faraó, ao desafiar Deus e recusar libertar os israelitas, disse: “Quem é o Senhor, para que eu ouça a sua voz e deixe ir Israel?” (Êxodo 5:2). Faraó falou contra Deus e enfrentou terríveis consequências.

Ø  Agora reflitam comigo: será que é possível que nós crentes falemos assim contra Deus?

Ø  Talvez sim. Talvez não com “palavras” propriamente – acho que não seríamos tão “ousados” – mas talvez sim com atitudes.

Ø  Veja se vocês concordam comigo: se EU persisto em fazer aquilo que Deus diz em Sua Palavra para eu não fazer, um pecado, portanto, não estou com isso dizendo, como Faraó, “quem é o Senhor para que eu ouça a Sua voz?”. Claro, não estou falando de uma fraqueza, uma queda, mas uma atitude de “eu quero e vou fazer” (e quem é Deus para me dizer pra não fazer?).

Ø  Quem age assim, deliberadamente, contra a vontade de Deus, age contra Deus e é como quem diz “quem é Deus para mandar em mim?” FALA, portanto, com sua atitude, contra Deus, e, portanto, fala como um “doido” qualquer.

 

3)    Fala como “doido” quem fala injustamente contra os servos de Deus

 

Ø  Não os que “se dizem” servos de Deus, mas os que o são de fato.

Ø  Criticar e perseguir injustamente os servos de Deus, aqueles que o são de verdade, é falar como "doido", pois eles estão cumprindo a vontade divina.

Ø  Exemplo Bíblico: Miriã e Arão falaram contra Moisés, questionando sua liderança (Números 12:1-2). Como resultado, Miriã foi punida com lepra, mostrando a seriedade de falar injustamente contra os servos de Deus.

 

4)    Fala como “doido” quem fala do que não entende

 

Ø  Por exemplo, está falando como doido quem diz que o crente é homofóbico – alguns podem ser, mas não todos e nem “os crentes” como uma “classe”. É certo que entendemos ser a prática homossexual um pecado do qual se deve arrepender, mas isso não significa homofobia.

 

“Etimologicamente, a palavra "homofobia" é composta por dois termos de origem grega: homo, o prefixo de homossexual; e phobos, que significa "medo", "aversão" ou "fobia". Sendo assim, homofobia significa aversão ou fobia de homossexuais.”

 

(https://www.significados.com.br/homofobia/#:~:text=Etimologicamente%2C%20a%20palavra%20%22homofobia%22%20%C3%A9%20composta%20por%20dois,que%20pratica%20a%20homofobia%20%C3%A9%20chamado%20de%20homof%C3%B3bico.)

 

Alguém aí é, nesse sentido, o sentido verdadeiro e não o das “narrativas” que visam difamar o crente, homofóbico? Alguém aí tem aversão, ódio de alguém só pelo fato de ele ser homossexual?

 

Ø  Está falando como doido quem generaliza e diz que os pastores são uma classe corrupta e todos ricos às custas dos fiéis – o que também é válido para quem coloca todos os políticos numa classe só, a dos corruptos; os advogados “todos” como ladrões... e assim por diante. É certo que tem alguns, mas colocar todos num mesmo “pacote” e sair falando mal, é falar como doido.

Ø  Está falando como doido quem, sem conhecimento de causa, toma partido a favor de alguém numa briga de dois, só porque esse alguém é amigo ou amiga, ou porque foi o primeiro a se manifestar.

 

Ø  Creio que os irmãos estão me entendendo – não estou falando de entendimento intelectual, acadêmico, mas de entendimento prático, entendimento das situações.

 

5)    Fala como “doido” quem fala da vida dos outros em tom de fofoca

 

Ø  Veja bem: nem toda fala que envolva outras pessoas é, por isso, fofoca.

Ø  Mas creio que todos, até instintivamente, sabemos quando alguém está falando em tom de fofoca apenas, sem intenção de que a outra pessoa seja ajudada.

Ø  É algo de que devemos nos policiar...

 

6)    Fala como “doido” quem fala palavras que não edificam

 

Ø  Claro que se trata da “fala” em geral.

Ø  Paulo, aos Efésios escreveu: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.” (Efésios 4:29 RC)

Ø  Não quer dizer que vamos passar cem por cento do tempo falando da de Deus, da Bíblia, da igreja... Falar outras coisas que ajudam a promover a sociabilização, a amizade, a comunhão, como futebol, pescaria, histórias da vida... também edificam. O que não se deve é ficar conversando coisas que vão contribuir para a destruição ao invés da edificação – por exemplo: contando piadas indecentes, piadas que envolvam o nome de Jesus, que fazem chacota da igreja e dos crentes...

 

Conclusão

 

Ø  Infelizmente todos nós, uma hora ou outra, caímos nesse erro de falar como “doido”, assim como a mulher de Jó, obviamente um caso bem mais grave. Se não é assim com você, parabéns! Comigo é, e eu tenho que me policiar bastante.

Ø  Mas que isso não seja uma constante em nossa vida, e que possamos nos policiar para errarmos o quanto menos possível nessa parte.

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

 

PIB Muqui – 04 de agosto de 2024