O DEVER DO PAI CRISTÃO
“E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.” (Efésios 6:4 RC)
1.
Antes de mais nada quero
parabenizar a todos os pais aqui presentes...
2.
O texto-base de nossa reflexão de hoje não é um
texto que fala exclusivamente ao pai (o homem). Ele fala aos pais (homem e
mulher). No entanto, hoje o estaremos usando para uma reflexão direcionada ao
pai (homem).
3.
O versículo contém duas orientações, uma
apresentada de forma negativa: “...NÃO
provoqueis à ira vossos filhos...”, e a outra de forma positiva: “...criai-os
na doutrina e admoestação do Senhor”. Vamos refletir um pouco apenas na
Segunda orientação.
4. Somente dessa frase podemos tirar três lições preciosas sobre o dever de um pai cristão em relação a seus filhos. Vejamos:
I. CRIAR OS FILHOS.
1.
É importante dizer isso, porque há muitos pais
que “geram” filhos, mas não os “criam”. E eu não estou me referindo a pais que
dão os seus filhos para os outros, por algum motivo, ou a pais que têm filhos
“por aí”; falo de pais que têm os seus filhos em casa, mas não os “criam”, no
verdadeiro sentido da palavra.
2. Criar os filhos significa transformar, educar, nutrir, cuidar, “cultivar”... . Por diversas circunstâncias, e eu não quero aqui julgar ninguém, há muitos pais que, mesmo tendo seu, ou seus, filhos em casa, não os criam nesse sentido. Mas o pai cristão precisa estar preocupado em, de fato, criar o seu filho. Deve colocar isso como meta em sua vida. O pai cristão precisa “cultivar” a sua ”semente”, o seu filho.
II. CRIAR NA DOUTRINA DO SENHOR.
1.
Ao criar os filhos, o pai cristão deve estar
preocupado em que eles aprendam a doutrina do Senhor.
2.
Há muitas doutrinas, prescritas por muitas
pessoas, e o mundo se encarregará de ensinar-lhes algumas, porém, o pai cristão
deve ensinar ao seu filho a doutrina que é prescrita pelo Senhor, e deve fazer
isso em nome do Senhor, e sob a autoridade do Senhor.
3. Como todo cristão foi chamado para exercer um ministério de reconciliação, como nos mostra II Coríntios 5:17-20:
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos Embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse”,
nada mais óbvio do que começar em casa, com os filhos. A Palavra de Deus já vem orientando, a muito tempo:
“E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.” (Deuteronômio 6:6-7).
“Instrui o menino no caminho em que deve andar...” (Pv. 22:6 a)
III. CRIAR NA ADMOESTAÇÃO DO SENHOR.
1.
“Há muitos pais que estão mais preocupados com
a ‘felicidade’ dos seus filhos do que com a sua ‘santidade’[1].
2.
Há muitos que até ensinam a doutrina do Senhor
com palavras, mas não com ação. Não há disciplina em forma de ação, e, muitas
das vezes, os filhos “até sabem como reconhecer e identificar a atitudes da
vida cristã, mas não sabem como vivê-las”[2]
3.
Admoestar significa “advertir, repreender,
lembrar, avisar”[3],
e isso inclui não só palavras, como também ações.
4. Criar na admoestação do Senhor, é criar advertindo, repreendendo, regulamentando e purificando as paixões, de acordo com a Palavra do Senhor.
CONCLUSÃO.
1. Quero concluir citando Crisóstomo:
“Não é totalmente absurdo enviar os filhos para aprenderem algum ofício ou para a escola, e tudo fazer visando isso, mas não criá-los dentro da disciplina e da instrução do Senhor?...Devemos dar aos filhos um modelo, fazendo-os se devotarem, desde os primeiros anos, à leitura das Escrituras...Se teus filhos aprenderem a ser amantes da sabedoria, desde o começo de sua vida, terão adquirido uma riqueza maior do que todas as riquezas, e uma grande glória...Dá-lhes as coisas maiores, e não as pequeninas coisas”[4]
Pr. Walmir Vigo
Goncalves
[1] EZZO, Gary, em “O Alvo
[2] Ibid.
[3] BUENO, Francisco da Silveira –
“Minidicionário da Língua Portuguesa”; ed. Ver. E atual. Por Helena Bonito C.
Pereira, Rena Signer. _São Paulo: FTD: LISA, 1996.
[4] CRISÓSTOMO, citado por R. N. Champlim,
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