sexta-feira, 4 de março de 2022

Correndo com perseverança

 

CORRENDO COM PERSEVERANÇA

 

Hebreus 12

 

1.    Hoje pensaremos sobre perseverança, sob o tema “Correndo com Perseverança”.

2.    Perseverança é o termo que encontramos aí no texto logo no primeiro verso pra dizer como é que nós temos que correr a carreira cristã.

3.    A versão ARC traduz o termo original, hupomonê, por “paciência” e a versão ARA traduz por “perseverança”. O resultado é o mesmo; passa a ideia de estabilidade, constância, tolerância que faz com que uma pessoa não se desvie de seu propósito e fé mesmo diante das maiores provações e sofrimentos. Talvez por isso o termo também veio a ser usado para designar aquele “poder de resistência espiritual” que capacitava os homens a morrerem por Deus ou em nome de Deus.

4.    Legal isso, não? PERSEVERANÇA!!!

a.    Mil estão caindo à sua esquerda e dez mil à sua direita, mas você está firme.

b.    Você está indo com Paulo pra Jerusalém e um profeta lhe diz que prisões lhes aguardam lá, e, junto com Paulo você diz que está pronto não só a ser preso em Jerusalém quanto a morrer se preciso for por causa do evangelho.

c.    Você começou a se santificar mais, a se dedicar mais ao Senhor e Sua obra e o inimigo ficou furioso e atirou as suas setas, enviou os seus mensageiros, colocou obstáculos no caminho, para lhe fazer parar, mas você não parou. Você fez uso da armadura de Deus, fez uso da espada do Espírito que é a Palavra de Deus, e do escudo da fé, e continuou, perseverante.

5.    PERSEVERANÇA!!! Essa é a palavra de ordem.

6.    Perseverança é algo que deveria estar em Alta entre nós, mas que, infelizmente, tem estado em Falta.

7.    Temos visto muitos desistindo de ser crentes, se é que um dia o foram. Tenho dificuldade de crer que quem um dia recebeu a Cristo de verdade e experimentou o poder da ressurreição possa abandoná-lo de vez. Então, aqueles que o abandonam, e não são poucos, talvez nunca tenham sido dele de fato.

8.    Porém, como bons conhecedores da Palavra de Deus, isso não deve nos admirar. Obviamente que não devemos nos conformar e devemos lutar contra essa situação, mas não devemos ficar admirados como se não soubéssemos que seria assim, porque nosso Senhor Jesus mesmo contou uma parábola, a parábola do semeador, onde ele disse que seria assim.

a.    Há corações tão duros que a semente nem penetra;

b.    E há corações não tão duros onde a semente até encontra lugar, mas não chega a produzir frutos por duas razões, conforme lemos em Marcos 4:

                              i.        A primeira razão são as tribulações ou perseguições por causa da palavra – é muito difícil ser crente neste mundo onde a Palavra de Deus é impopular. Em nosso país é fácil enquanto pregamos amenidades, mas comece a “pregar forte” contra pecados como idolatria, homossexualidade e alguns outros pra você ver o que acontece – as dificuldades chegarão “a galope”. Comece a abrir os olhos das pessoas, inclusive dos crentes, para o fato de que quem morreu sem Cristo, por mais “podre” de doente que estivesse em cima de uma cama, não descansou, pra ver o que acontece. É claro que não vamos sair por aí dizendo isso depois que a pessoa morreu, mas enquanto ela estiver viva precisamos dizer que se ela morrer sem Cristo sua situação não vai melhorar; uma pessoa podre em cima de uma cama, cheia de dores, gemendo, gritando, mas com capacidade de ouvir e se render ao evangelho está em melhor situação do que qualquer pessoa que partiu ou partir sem Cristo. Mas defender e pregar isso, alertando as pessoas a que recebam a Cristo como Senhor de suas vidas, atrai dificuldades, e por causa dessas dificuldades, disse Jesus, muitos se afastam, porque não têm raiz, porque não têm uma fé convicta em TODA a Palavra de Deus. Então essa é uma primeira razão apontada por Jesus para as pessoas não irem adiante na carreira cristã.

                            ii.        E a outra razão, a segunda, são os cuidados deste mundo, os enganos das riquezas e as ambições por outras coisas. O sujeito não se dá conta de que não vai ficar aqui pra sempre e “põe os olhos e o coração” nas coisas deste mundo e quer ter essas coisas a qualquer custo. Ora, não é pecado ter essas coisas, mas ao custo do abandono da fé ou mesmo do descuido para com as “coisas que são de cima”, as “coisas de Deus”, aí sim é um baita de um pecado que pode ter consequências gravíssimas incluindo o abandono da própria fé.

 

Acã pecou assim quando, na tomada de Jericó, pôs o olho em uma bela capa babilônica, duzentos siclos (2,285 Kg) de prata e uma cunha de ouro de cinquenta siclos (pouco mais de meio Kg) e os tomou para si, coisa que não era para fazer. E o que aconteceu? Veja o que aconteceu: Primeiro com Israel: depois da tomada de Jericó Josué manda soldados a Ai. Não precisaria do exército inteiro porque Ai era cidade de poucos homens. Mas, mesmo assim, mesmo Ai sendo cidade de poucos homens, Israel é vencido. Depois de conquistar, da forma milagrosa como conquistou, a bem protegida Jericó, Israel é vencido pelos poucos homens de Ai. Porque, Senhor? Pergunta Josué a Deus. E a resposta de Deus foi que, além de outras coisas, havia anátema no meio do povo. Qual era o anátema? O anátema era aquilo em que Acã pôs o coração e tomou para si, quando não devia ter tomado de forma alguma, principalmente da forma como tomou, sorrateiramente, escondido porque sabia que estava cometendo um erro. Mas a consequência não parou por aí – Acã foi morto, juntamente com sua família e tudo quanto possuía.

 

Há algum irmão aí que joga na loteria? – não precisa responder – Eu não jogo, e nunca joguei. E sabe qual é UMA de minhas razoes? MEDO DE GANHAR. Porque é uma coisa tão duvidosa pra mim que eu vou ficar pensando se não estou usufruindo de um anátema. Obviamente eu posso lançar ao fogo e queimar; é anátema, então posso queimar; mas será que vou ter coragem de queimar todos aqueles milhões? Anátema, coisa proibida por Deus, é perigoso! Valha esse anátema um bilhão de reais ou apenas um centavo, é perigoso. Então, não ponha os olhos, não ponha o coração nas coisas deste mundo para consegui-las a qualquer custo.

 

Jesus contou uma parábola acerca de um homem que tinha muitos bens, mas os tinha só para si, e acumulava cada vez mais só para si, até que veio a sentença: “louco, esta noite pedirão a tua alma, e o que tens preparado, o que tens acumulado pensando erradamente que vai usufruir por muitos e muitos anos, para quem será?”

 

Quando a pessoa põe os olhos nas coisas deste mundo e começa a pensar apenas em si mesmo, em acumular e usufruir das alegrias, dos prazeres que as coisas podem lhe proporcionar, o desenvolvimento dos talentos, conforme vemos em outra parábola contada por Jesus, desenvolvimento esse que representa o nosso esforço pelo reino de nosso Senhor, fica de lado. Algo tomou conta do nosso coração e aquela dedicação a Cristo e ao reino de Cristo e à igreja de Cristo, ficou “estacionada” em algum lugar do coração. De vez em quando essa disposição quer se mover, de vez em quando ela quer deixar o estacionamento e andar, mas esse mundanismo perverso, dominante, esse hedonismo exacerbado que quase chega a ser uma auto idolatria, a domina e a mantém estacionada. Essa é uma situação perigosa diante de Deus.

 

Dar dinheiro pra igreja manter o seu trabalho nem pensar; esse dinheiro é meu, é pra mim, pra minha satisfação pessoal. Fiquei sabendo de uma igreja aqui de nossa associação onde os membros estão bem financeiramente; uns mais e outros menos, mas ninguém está, como se diz, “matando cachorro a grito”, ninguém está “vendendo o almoço pra comprar a janta”, mas a igreja vinha fechando no vermelho, quase tendo que deixar cortar água e luz porque a atitude de muitos era de “mão fechada” para a obra do evangelho através da igreja. Por favor, não se ofenda comigo se você tem uma razão para não contribuir. Mais adiante vou me referir novamente a isso e apontar de forma rápida, “vapt vupt”, razões, que de repente podem ser as suas razões.

 

9.    E outros tantos têm desistido talvez não de ser crente, mas de fazer as coisas próprias de crentes, como frequentar as reuniões da igreja, por exemplo. Dizem assim: “Irmão, eu não deixei de ser crente não, eu só parei de ir na igreja”. Na verdade, no caso de muitos, parou de “ir na igreja”, não evangeliza ninguém, não contribui com nada nem pra missões, o testemunho não é lá essas coisas, a bíblia anda meio esquecida, a oração é “ensimesmada” (só para pedir coisas para si), mas curte e compartilha algumas coisas na internet, em especial aquelas afirmações de fé em um deus cuja única serventia é cumular o sujeito de bênçãos materiais, e se acha melhor crente do que todos os demais. (Meu Deus!!! Como chegamos a isso?)

10. Falta PERSEVERANÇA.

11. Mas a palavra de Deus nos exorta a que tenhamos perseverança, a que corramos a carreira que Deus nos propôs com perseverança.

12. E nessa “corrida perseverante”, pra que ela aconteça, vemos pelo texto, há algo que precisamos deixar, há uma direção para onde devemos olhar, há algo que devemos suportar e há algumas atitudes que devemos tomar.

13. Vamos pensar nisso?

 

I.     Algo que devemos deixar (v. 1)

 

1.    O que devemos deixar?

2.    Resposta fácil, depois de ler o texto: embaraços e pecados.

3.    Comecemos a raciocinar pelos embaraços:

a.    Embaraços – a versão Revista e atualizada fala “desembaraçando-nos de todo peso”.

                                  i.    A construção do texto nos remete à figura do atleta corredor que se disciplinava para as corridas. No caso desses atletas, os mesmos costumavam fazer os seus treinamentos para as competições utilizando-se de alguns pesos, para ganhar resistência.

                                ii.    Porém, na hora da competição, nenhum atleta participava usando pesos; na hora da competição os pesos eram embaraços dos quais os atletas tinham que se livrar para correr bem e vencer ou chegar em boa colocação. Já pensou você correndo ou mesmo andando uma longa distância carregando um peso? É difícil, não? Na próxima caminhada que você for fazer amarra um peso de meio Kg em cada perna e depois me diga como foi.

                               iii.    Pois bem, no caso dos “atletas da carreira cristã”, isto é, no caso da corrida da vida cristã, pode ser que haja algum peso do qual precisemos nos livrar; coisas que estão atrapalhando a nossa vida cristã. Tudo o que representa algum empecilho para o nosso avanço, podendo até ser “coisas boas” aos olhos dos outros, é um peso do qual talvez precisemos nos livrar ou talvez, se não livrar total e absolutamente, pelo menos exercer um controle para que não sejamos atrapalhados.

                               iv.    Por exemplo, os tipos de roupas que os homens utilizavam nos tempos bíblicos, não eram necessariamente pesadas, mas às vezes se tornavam um embaraço, às vezes atrapalhavam a mobilidade e a execução de algumas atividades. O que fazer? Nem sempre dava pra se livrar das roupas; não dava pra ficar nu ou quase nu na frente das pessoas, então eles levantavam um pouco a roupa e a “cingiam”, isto é, amarravam nos lombos. Nem sempre precisamos ou mesmo podemos nos livrar total e absolutamente das coisas que nos atrapalham, mas podemos exercer controle. Podemos nos livrar às vezes, mas quando não podemos nos livrar, podemos exercer controle. E quais poderiam ser alguns exemplos?

Ø  Determinados tipos de trabalho

Ø  Entretenimentos / distrações: televisão, computador, smartphone, vídeo games, futebol, etc. Temos que exercer autocontrole sobre esses e outros entretenimentos porque, com muita facilidade, eles nos roubam tempo precioso: o tempo da família, o tempo dos amigos, o tempo das “coisas de Deus”.

Ø  Comportamentos – alguns “embaraçam” não só a carreira cristã pessoal, mas, também, a carreira da igreja.

v  Irritabilidade e intolerância

v  Autopiedade

v  Língua solta

v  Desatenção

v  “Achismo” – tem gente que não sabe de fato, mas “deduz” por alguma razão e toma a sua dedução por verdade.

v  Negar-se a contribuir com trabalho na igreja – não estou falando de quem não quer fazer uma determinada coisa, mas de quem não quer fazer nada. Também não estou falando de quem não pode, mas de quem não quer.

v  Negar-se a estar presente na igreja.

v  Negar-se e contribuir financeiramente para a igreja – Meus irmãos, é um grande embaraço à carreira cristã pessoal e também à carreira da igreja, um membro negar-se a contribuir financeiramente. Além disso, é inadmissível que um membro de igreja plenamente capaz não dê nenhuma contribuição financeira sem ter uma razão justificável para isso. E em havendo tal razão, a igreja deve ser cientificada através de seu pastor, porque talvez haja algum mal entendido que precisa ser esclarecido, ou algum problema real na igreja que precisa ser resolvido, ou algum problema na vida do irmão para o qual o pastor ou a igreja possa oferecer alguma ajuda. Mas se não há nenhuma causa realmente justificável, então todo membro da igreja deve dar a sua contribuição, para não por embaraço em sua própria vida e nem na vida da igreja. Obviamente que não vou, como pastor, ficar “caçando” quem não contribui e nem vou ficar expedindo ordens para que todos contribuam, mas como pastor, na autoridade recebida de Jesus, posso recomendar e exortar, e o faço, a que nenhum irmão feche a mão para a obra de Deus, e que entregue sua contribuição, enxergando-a não como uma lei, mas como uma resposta de gratidão à graça de Deus.

v  Preocupações/ansiedades

 

b.    Pecados – O texto diz que temos que deixar todo o pecado. Creio não haver dúvidas sobre isso na mente de nenhum dos irmãos, ou tem?

                                  i.    Aliás, a Palavra de Deus é clara em seu ensinamento de que quem vive na prática do pecado. Veja 1 João 3.1-9. Nesse caso a versão ARA reflete melhor a mensagem do texto original:

 

“1 ¶ Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. 2  Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. 3  E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro. 4 ¶ Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. 5  Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. 6  Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. 7  Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. 8  Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. 9  Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.” (1 João 3:1-9 RA)

 

II.    Direção para onde devemos olhar (v. 2)

 

1.    Tendo pensado nas coisas que devemos deixar, pensemos agora sobre para onde deve estar direcionado o nosso olhar. Para corrermos com perseverança a carreira que nos está proposta, sem vacilarmos no meio do caminho, temos que olhar para a direção certa.

2.    Mas qual é a direção certa para onde devemos olhar?

3.    A epístola aos Hebreus, somos informados pelos estudiosos do Novo Testamento, foi escrita tendo em vista exortar hebreus que haviam professado sua fé em Cristo como o Messias, mas que estavam tendo, alguns deles, uma atitude vacilante, desviando o olhar de Jesus e daquilo que ele representa.

4.    A epístola contém uma série de contrastes entre as coisas boas do judaísmo e as coisas melhores ou mais excelentes de Cristo. Assim é que Cristo é:

a.    “melhor” ou “mais excelente” do que os anjos,

b.    “melhor” ou “mais excelente” do que Moisés,

c.    “melhor” ou “mais excelente” do que Josué,

d.    “melhor” ou “mais excelente” do que Arão;

e.    e a nova aliança é “melhor” ou “mais excelente” que a aliança Mosaica.

5.    Sendo Cristo assim “mais excelente”, então devemos olhar firmemente PARA ELE. Os leitores originais da epístola são exortados, naquele contexto, e nós também o somos, no contexto em que vivemos, a olhar firmemente PARA JESUS.

6.    Jesus é o “ponto”, ou o “alvo”, onde devemos focar o nosso olhar.

a.    Meu olhar não deve estar focado em mim mesmo, meus gostos e desgostos, meus planos, meus raciocínios.

b.    Meu olhar não deve estar voltado para o mundo, para os costumes do mundo, para os exemplos do mundo.

c.    Meu olhar não deve estar focado nas outras pessoas,

d.    Não devo desviar meu olhar de Jesus para as críticas que me fazem.

e.    Nem mesmo devo desviar meu olhar de Jesus para os elogios que me fazem. Grandes homens de Deus têm caído porque, como dizem as Escrituras, "a soberba precede a ruína".

f.     Não devo focar meu olhar nos obstáculos. Pedro desviou seu olhar de Jesus, olhou para as ondas, e afundou. Depois Pedro manteve seu olhar focado em Jesus e pode, juntamente com os demais apóstolos, com ousadia, responder às autoridades e ao Sumo Sacerdote que os admoestaram a não ensinar mais em nome de Jesus: "Mais importa obedecer a Deus do que aos homens".

g.    Não devo focar meu olhar na posição que ocupo na igreja.

7.    Jesus, repetindo, é o “ponto” ou o “alvo” onde devemos focar o nosso olhar.

a.    Devemos olhar pra Jesus nas Escrituras, para vermos o que Ele é, o que faz, o que pede, o que promete...

b.    Devemos olhar para o Jesus crucificado para não esquecermos o preço que Ele pagou por nós;

c.    Mas também devemos olhar para o Jesus ressuscitado e glorificado para não nos esquecermos de que a vitória dele é a nossa vitória, se nele cremos.

8.    Pra aonde, o que ou quem você está olhando?

a.    Quando você deixa de fazer na obra do Senhor o que você tem deixado de fazer pelas razões que você guarda aí no seu coração, é pra quem que você está olhando?

b.    E quando você faz o que você sabe que não é pra fazer, mas faz porque... pelas razões que você guarda aí no coração, é pra quem que você está olhando?

9.    Ah, meus irmãos, precisamos olhar para Jesus!

10. Mas também podemos olhar um pouco, na intenção de sermos estimulados, para os vencedores – como a “nuvem de testemunhas” do capítulo 11.

a.    Histórias de fé nos estimulam.

b.    Temos muitas nas Sagradas Escrituras e fora dela, na história do Povo de Deus.

c.    E aqui temos pessoas que nos estimulam porque tiveram seu olhar focado na promessa de Deus para eles e viveram pela fé.

d.    E é interessante a gente notar que esse viver pela fé destes que nos são testemunhas foi um viver pela fé diferente do viver pela fé de muitos dos dias atuais. Para muitos dos dias atuais:

                                  i.    Quem foi trasladado para não ver a morte teve fé, ou viveu pela fé;

                                ii.    Quem teve filho mesmo sendo estéril teve fé, ou viveu pela fé;

                               iii.    Quem venceu reinos, fechou a boca dos leões, apagou a força do fogo, escapou do fio da espada, pôs em fugas exércitos, ou, em termos mais atuais, teve todas as suas enfermidades curadas, “virou patrão”, comprou carrão, mansão e avião... teve fé, ou viveu pela fé.

                               iv.    Mas e quem experimentou escárnios, açoites, prisões, foi apedrejado, serrado, tentado, morto ao fio da espada e andou errante, aflito, desamparado e maltratado pelo mundo? Obviamente por causa de Deus. Estes, no conceito de muitos hoje, são os que não têm fé. Entretanto, na galeria dos heróis da fé de Hebreus 11 estes também estão listados como pessoas que viveram pela fé. Pessoas com os olhos voltados para Deus, para as promessas de Deus, para a glória de Deus, para a fidelidade a Deus... e não se dobraram, mesmo diante de tanto maltrato e morte terrível.

11. Olhemos, portanto, para Jesus. Única, exclusiva e firmemente para Jesus.

 

III.  Algo que devemos suportar: a correção de Deus (VS. 5-11)

 

1.    A palavra-chave desses versos (5-11) é “correção”.

2.    E a correção aqui, sendo necessária, acontece da parte de Deus através de algumas tribulações que podem ser consideradas como uma espécie de disciplina espiritual que ajuda o cristão a amadurecer.

3.    Deus é nosso Pai Celestial, e Ele nos ama, e porque nos ama nos corrige quando o nosso proceder não Lhe é agradável. A correção de Deus nos faz convictos de Seu amor para conosco, e de que nós somos Seus filhos.

4.    E nós devemos suportar essa correção, e corresponder a ela, porque ela é boa, visa o nosso bem, visa aprendermos a sermos reverentes e obedientes às Suas ordens. E ser reverente e obediente às ordens de Deus não é necessidade Dele, é necessidade nossa, é para o nosso próprio bem.

5.    O Pr. Luciano Subirá, em seu livro intitulado “Até que nada mais importe”, usa a criação de seus dois filhos adolescentes para fazer uma boa comparação dessa necessidade de Deus ser respeitado, reverenciado e obedecido, como sendo necessidade NOSSA e não DELE. Ele diz:

 

Veja bem, eu criei dois filhos que atravessaram a fase da adolescência sem grandes dificuldades. Mas eu sabia, como adolescente que fui, dos desafios e contrariedades à fé e aos valores bíblicos que eles enfrentariam, especialmente na escola. Sempre tentei levá-los a confiar em mim e na Kelly, minha esposa e mãe deles. Tentei mostrar-lhes, desde bem cedo, que os pais “sempre” têm razão. Por que? Certamente não era pelo fato de nós, os pais, termos algum problema de autoimagem. Não tínhamos necessidade alguma desse nível de confiança deles. Mas queríamos isso para o bem deles mesmos. Eles é que precisavam nos ter em um lugar de alta confiança para que outras vozes e conselhos (dos amigos e dos não tão amigos) não concorressem com aquela voz de instrução paternal que os guardaria e protegeria... Sempre tentei levar meus filhos a entender que eu estava interessado no bem deles. Se isso vale para nós, os pais terrenos, que Jesus classificou como maus (Mt 7.11), o que dizer do Pai Celeste, que é perfeito? (Mt. 5.48).

 

6.    E depois, mais adiante, Subirá escreve, com muita propriedade:

 

O Senhor não necessita de nosso amor e atenção, não necessita que o coloquemos em primeiro lugar em nossa vida, tampouco precisa de nossa adoração ou obediência. Quem precisa Dele nesse lugar de distinção somos nós. É para o nosso próprio bem! Somente assim não nos perderemos diante daquilo que promove a concorrência ao Seu senhorio. Jesus nos advertiu de que poderia haver outros senhores disputando o senhorio divino em nosso coração: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mt. 6.24)

 

Há outros “senhores” tentando alcançar o domínio do nosso coração. E as riquezas estão no páreo! Mas uma escolha tem de ser feita. Não dá para servir a dois senhores. É a um ou a outro!

 

O que acontece com Deus se ele deixar de ser o nosso Senhor e as riquezas dominarem o nosso coração? Nada de mais!... E o que nós perdemos se Ele deixar de ser nosso Senhor e as riquezas se assenhorearem de nós? Tudo! Porque não haverá glória ou futuro (bom) algum sem Deus!...

 

7.    Então Deus nos corrigir quando necessário, mesmo que a correção aconteça por meio de tribulações, é algo bom e devemos suportar. A princípio não parece ser bom, “não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela”. Se nós não menosprezamos a disciplina, se nós a consideramos com seriedade, se não desanimamos por causa dela e se a nossa reação à ela é de nos esforçarmos para fazer o que é certo ao invés de continuar no pecado, então teremos a paz no lugar da guerra, experimentaremos o “fruto pacífico”. A rebelião se vai e o filho retorna à terna comunhão com o Pai, e, agora é incentivado a exercitar-se nas coisas espirituais: oração, estudo da Palavra, meditação, testemunho, etc. E tudo isso conduz a uma nova alegria, a um novo vigor.

8.    Então, meus irmãos, façamos por onde não termos que ser disciplinados, mas se pecarmos e a Deus aprouver nos disciplinar, suportemos a disciplina e nos deixemos “consertar” por ela, pois é para o nosso bem.

9.    E, por último, “por último” não no capítulo 12 de Hebreus, porque tem muita coisa ali, mas “por último” aqui em nossa reflexão, consideremos algumas atitudes que devemos tomar.

 

IV.  Atitudes que devemos tomar (VS. 12-17)

 

1.    Tornar a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados (VS. 12)

a.    Tem muita coisa ainda pra fazer; a jornada não terminou; tem muita maravilha de Deus ainda para ser vista e experimentada, então, não fique aí prostrado, desanimado, sem fazer nada dizendo-se fraco e “acabado”. Torne a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados e vacilantes. Ou, como bem interpretou determinado autor atual a exortação do autor sagrado: “Insuflai forças em vós mesmos. Não andeis como fracalhões que quase não podem mover o corpo. Buscai o poder de Deus para essa crise de desvio e indiferença e fortaleçam vossos joelhos fracos que tremem”. (Champlin)

b.    E depois o mesmo autor comenta: “Essa metáfora baseada na fisiologia pinta um corpo dominado por tremenda fraqueza. Tal pessoa precisa de ajuda para recuperar as forças. E essas forças espirituais e morais nos são conferidas através da santidade, pois esta restaura a saúde da alma, que se torna espiritualmente forte e capaz de resistir aos ataques do adversário. A solução que o autor sagrado oferece para o problema da debilidade espiritual, segundo se vê no trecho de Hebreus 5.11 e ss., era que sacudissem de si seu embotamento e sua letargia espirituais, através do progresso no aprendizado e nas experiências cristãs, deixando os primeiros princípios dos oráculos de Deus e prosseguindo em seu desenvolvimento espiritual. Convinha que viessem a participar do “alimento sólido”, deixando de se alimentarem exclusivamente de “leite”. Trata-se apenas de outra maneira de dizer que o crente deve desenvolver-se no conhecimento das realidades espirituais, utilizando-se dos meios disponíveis do estudo das Escrituras, da meditação, da oração e da busca pelo Espírito Santo e por Seus dons e influências orientadoras. Isso será medicamento de potência suficiente para contrabalançar a astenia espiritual”. (Champlin)

c.    Certamente o autor aos hebreus nessa exortação se alicerça em Isaías 35, que fala da grandeza e da glória do reino do Messias com palavras encorajadoras dirigidas à nação de Israel, para que enfrentassem com coragem, confiando no livramento divino, as perseguições movidas por seus inimigos. Veja que texto maravilhoso:

 

“1 ¶ O deserto se alegrará, e crescerão flores nas terras secas; 2  cheio de flores, o deserto cantará de alegria. Deus o tornará tão belo como os montes Líbanos, tão fértil como o monte Carmelo e o vale de Sarom. Todos verão a glória do SENHOR, verão a grandeza do nosso Deus. 3  Fortaleçam as mãos cansadas, deem firmeza aos joelhos fracos. 4  Digam aos desanimados: “Não tenham medo; animem-se, pois o nosso Deus está aqui. Ele vem para nos salvar, ele vem para castigar os nossos inimigos.” 5 ¶ Então os cegos verão, e os surdos ouvirão; 6  os aleijados pularão e dançarão, e os mudos cantarão de alegria. Pois fontes brotarão no deserto, e rios correrão pelas terras secas. 7  A areia quente do deserto virará um lago, e haverá muitas fontes nas terras secas. Os lugares onde agora vivem os animais do deserto virarão brejos onde crescerão taboas e juncos. 8  Haverá ali uma estrada que será chamada de “Caminho da Santidade”. Nela, não caminharão os impuros, pois ela pertence somente ao povo de Deus. Até os tolos andarão nela e não se perderão. 9  Nesse caminho, não haverá leões, animais selvagens não passarão por ele; ali andarão somente os salvos. 10  Aqueles a quem o SENHOR salvar voltarão para casa, voltarão cantando para Jerusalém e ali viverão felizes para sempre. A alegria e a felicidade os acompanharão, e não haverá mais tristeza nem choro.” (Isaías 35:1-10 NTLH)

 

d.    “Os soldados da cruz não podem ser tão fracos que seus joelhos se verguem e que suas mãos pendam de exaustão. Antes, precisam ser fortes no Espírito Santo de Deus, primariamente visando sua própria proteção, e então para que sejam úteis a seus semelhantes.” (Champlin)

e.    Newell observa que mesmo o crente que possua um corpo débil, aleijado, pode ser poderoso em espírito e cumprir a exortação constante desse versículo. E ele cita alguns exemplos, dentre eles o de uma mulher em Chicago que por muitos e muitos anos, até a sua morte, esteve prostrada em um leito incapaz até mesmo de alimentar-se por conta própria; mas a esta mulher vinham crentes de toda parte para ouvi-la em suas palavras de louvor a Deus e para contemplar a sua feição celestial. (citado por Champlin)

 

2.    Fazer veredas direitas para os nossos pés (VS. 13)

a.    Veredas são caminhos, os caminhos dos nossos pés, as nossas direções nesta vida, o que fazemos.

b.    Esses caminhos devem ser “direitos” ou “retos” ou “aplanados”. Qualquer dessas traduções que você tiver aí está correta. Consultando um dicionário de grego bíblico descobri que a palavra traduzida para “direitos” ou “retos” ou “aplanados” é orthos. Ora, “orthos” tem a ver com “ortopedia”. Então nossos caminhos, os caminhos que temos que fazer para os nossos pés, caminhos espirituais obviamente, devem ser caminhos, podemos assim dizer, “ortopédicos”, isto é, caminhos que nos possibilitem “andar direito”, “andar suave”, “andar sem manquejar” na presença do Senhor. E isso me diz que eu não devo andar “no pecado” e nem andar “onde está alguma coisa que para mim se constitui em perigo de cair no pecado”, como aquele moço que sempre retornava às drogas porque insistia em voltar para casa depois do trabalho passando próximo às bocas de fumo – uma tentação para ele, um caminho nada “ortopédico”, caminho nada suave, caminho nada fácil de percorrer sem cair.

                                  i.    Por isso é que “bem-aventurado é o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores e nem se assenta na roda dos escarnecedores...”.

                                ii.    Por isso é que mesmo as coisas que são lícitas muitas vezes não nos convêm.

                               iii.    Por isso é que devo fugir não só do mal propriamente dito, mas até mesmo da aparência do mal e aborrecer até a roupa manchada da carne.

                               iv.    Por isso é que devo deixar não só “todo o pecado”, mas também “todo o embaraço”.

3.    Viver em paz com todos (VS. 14)

a.    Há muito o que dizer sobre essa paz, mas de forma resumida, podemos dizer que a mesma se constitui em aquele estado de tranquilidade que faz com que os homens convivam pacificamente mesmo quando não estão de acordo em alguma questão

b.    O crente tem que fazer o possível para não destruir essa paz. Mas como ele vai conseguir essa “façanha” que às vezes se mostra tão difícil? Algumas ideias:

                                  i.    Ele vai conseguir aprendendo a dominar o seu orgulho, porque, em última instância, muito do que acontece e que “espanta” a paz, acontece por causa do nosso orgulho pessoal.

                                ii.    Ele vai conseguir exercitando falar a verdade em amor. Muitas vezes o que causa uma “guerra” entre pessoas, uma confusão, não é o que se fala, mas onde, pra quem e, principalmente como se fala. Aliás, isso é algo que precisamos observar quando vamos visitar alguma pessoa que está meio sumida da igreja; o “jeito de falar” às vezes determinará se aquela pessoa vai voltar ou se vai se afastar ainda mais e, muita das vezes, aborrecida com a igreja.

                               iii.    Ele vai conseguir exercitando a mansidão e o domínio próprio.

                               iv.    Ele vai conseguir dominando aquele órgão pequenino que Tiago diz que é como uma chama bem pequena, mas que, a despeito de sua pequenez, é capaz de incendiar toda uma floresta. Aquele órgão que é capaz de inflamar o curso da natureza quando ele mesmo é inflamado pelo inferno. De que órgão eu estou falando? Isso mesmo, da língua.

c.    Essas são apenas algumas ideias de como o crente trabalha para não destruir a paz. Mas é preciso ir além, é preciso promover a paz. O cidadão do reino de Deus precisa ser um promotor da paz, um pacificador.

4.    Viver em santificação (VS. 14)

a.    Vivem em santificação é viver separado do que é profano e consagrado ao que é sagrado. É viver para Deus conforme a orientação de Deus. Tem muita gente que pensa que vive para Deus, mas não vive de fato, porque vive segundo seu próprio pensamento, seus próprios conceitos e não segundo aquilo que Deus nos revela em Sua Palavra sobre a forma como devemos viver nesse mundo.

5.    Tomar cuidado para que ninguém se prive da graça de Deus (VS. 15)

a.    O crente não deve ser preocupado apenas consigo mesmo, com seu próprio fortalecimento pessoal, mas deve preocupar-se em ser um elemento saudável na igreja, que sirva para fortalecer a outros crentes.

6.    Tomar cuidado com as amarguras (VS. 15)

a.    A amargura é um “veneno”. A amargura leva as pessoas a se tornarem contenciosas, carnais, facciosas. Por isso é que o autor sagrado diz pra não deixar que nenhuma raiz de amargura brote, porque se brotar, tem um alto potencial de contaminar toda uma igreja.

7.    Tomar cuidado com o que fazemos porque as consequências podem ser irreversíveis (VS. 16-17)

a.    Esaú se arrependeu de ter vendido o seu direito de primogenitura, mas não teve como voltar atrás; a consequência foi irreversível.

 

CONCLUINDO

 

1.    Corramos, meus irmãos, com perseverança, conforme somos orientados aqui em Hebreus 12, a carreira que nos está proposta.

2.    Vamos conseguir, em nome de Jesus! Amém??

a.    Se deixarmos todo pecado e todo embaraço, vamos conseguir.

b.    Se olharmos firmemente para Jesus, vamos conseguir.

c.    Se aceitarmos e suportarmos a correção amorosa de nosso Pai celestial, vamos conseguir.

d.    Se tornarmos a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados, se fizermos veredas direitas para os nossos pés, procurarmos viver em paz com todos, viver em santificação, cuidando uns dos outros para que ninguém se prive da graça de Deus, espantando as amarguras e tomando cuidado para não cometermos erros sem volta, vamos conseguir.

3.    Nesse mundo de trevas, sejamos luz.

4.    Nesse mundo insosso e apodrecido pelo pecado, sejamos sal.

5.    Nesse mundo onde as pessoas em geral correm, mesmo sem saber, em direção contrária a Jesus, sejamos nós pessoas que correm com ELE, somente ELE e mais nada e ninguém diante de nossos olhos.

6.    Louvado seja o nome do Senhor! Que Ele nos dê a força e a coragem necessárias para tão grande e importante corrida.

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