MOVIDO PELA GRAÇA SEJA JESUS PARA ALGUÉM
1. Movidos pela graça! Esse foi o tema da campanha de Missões Nacionais 2018, promovida pela nossa Junta de Missões Nacionais da CBB.
2. A divisa foi 2 Coríntios 4.15. No contexto Paulo falava sobre seu ministério, que era o de apregoar não a si mesmo, mas a Cristo Jesus. Cristo Jesus era “O Senhor”, e Paulo era “Servo”, duas vezes servo:
a. servo de Jesus, responsável por pregar o Seu evangelho (o de Jesus),
b. e servo dos homens, especialmente dos crentes, obviamente por ser a favor dos homens e não de anjos que ele trabalhava em seu ministério de anunciar a Jesus.
3. E no seu ministério Paulo passou por diversas situações difíceis, mas não desfalecia nunca, por amor daqueles que já haviam se convertido e de muitos que ainda precisavam se converter. Para que? Resposta no verso em questão: “... para que a graça, multiplicada [assim] por meio de muitos, faça transbordar as ações de graças para a glória de Deus”. (2 Coríntios 4:15).
4. Então, “Movidos Pela Graça” foi o nosso tema de missões Nacionais.
5. Na campanha anterior, a de Missões Estaduais, o tema, muito sugestivo por sinal, foi “Seja Jesus Para Alguém”. A divisa foi Mateus 9.36, mas eu quero ler com os irmãos a partir do 35 até o 38, que diz que “Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E, vendo a multidão, teve compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes, como ovelhas que não têm pastor. Então disse aos seus discípulos: a seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara”
6. Hoje eu quero juntar os dois temas para pensar com você: MOVIDO PELA GRAÇA SEJA JESUS PARA ALGUÉM.
7. Ser Jesus para alguém, movido pela graça, é missão de vital importância para nós, porque fazer isso é fazer missões, e fazer missões é um dos propósitos para o qual uma igreja existe, e um dos mais importantes. Como bem disse alguém, identificado como MacDaniel, “tire-se de uma igreja a ideia missionária, e ter-se-á uma vida sem objetivo, uma árvore estéril, uma casa vazia sobre cuja porta está escrito icabode” (foi-se a glória de Israel – no caso, foi-se a glória da igreja).
8. Então precisamos “ser Jesus para alguém”, levar Jesus a alguém e alguém a Jesus, e isso precisamos ser e fazer movidos / animados / estimulados / motivados pela graça. Pela graça fomos alcançados, e, motivados pela graça vamos levar a graça a outras pessoas.
9. Mas como/quando eu sou Jesus para alguém?
10. Algumas respostas a essa pergunta estão aí em Mateus 9.35-38:
I. Eu sou Jesus para alguém quando lhe anuncio o evangelho
1. O texto diz que Jesus percorria todas as cidades e aldeias ensinando e pregando o evangelho, dentre outras coisas. Então, se eu vou ser Jesus para alguém, faz muito sentido que eu comece por aí.
2. Como bem disse alguém sobre o evangelismo, ele é um mandamento, uma necessidade e deve ser uma prioridade.
a. Um mandamento porque Jesus ordenou: “ide e fazei discípulos”;
b. uma necessidade porque estamos rodeados de um número enorme de pessoas que ainda carecem do evangelho que salva e transforma (e quantas dessas pessoas você conhece?);
c. e uma prioridade porque o que está em causa é por demais precioso para ser subestimado – o que vale mais que uma alma?
i. Em sua primeira carta o Apóstolo Pedro, logo no primeiro capítulo, bendiz a Deus, pela razão de ele nos “gerar de novo em Cristo” para uma esperança viva pela ressurreição de Cristo, para uma herança incorruptível, incontaminável e que não se pode murchar. Por isso devemos ser sóbrios, esperar na graça, sermos filhos obedientes... enfim, sermos santos em toda a nossa maneira de viver e andar neste mundo em temor a Deus, porque fomos resgatados de nossa vã maneira de viver não com coisas como a prata e mesmo o ouro, preciosas, porém, corruptíveis, e, sim, com o precioso sangue de Jesus.
ii. O que vale mais que uma alma? Quanto vale uma alma? Uma alma custou o precioso sangue de Jesus. O sangue de Jesus foi o preço por todas as almas, mas se uma só se salvasse o preço seria o mesmo.
3. Então, eu sou Jesus para alguém, eu represento Jesus para alguém, quando como Jesus eu saio pelas aldeias e cidades, ou pela minha cidade, ou pelo meu bairro ou por onde quer que seja e anuncio o evangelho para as pessoas.
4. Segundo:
II. Eu sou Jesus para alguém quando lhe levo cura/alívio
1. O texto diz que Jesus, além de ensinar e pregar o evangelho, curava todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
2. Bem, não sei se eu posso fazer isso; não sei se posso curar todas as enfermidades e moléstias das pessoas; acho que não. Sei que posso orar pelas pessoas, mas se elas vão ser curadas ou não é só Deus quem sabe. Eu creio que Ele pode, mas se Ele vai ou não é outra coisa. Paulo queria ser aliviado de algo que ele chamava de “espinho na carne”; e Paulo cria que Deus podia livra-lo (e podia mesmo); e Paulo orou, três vezes, para Deus livra-lo; mas Deus não o livrou; “a minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”, foi a resposta que Deus lhe deu.
3. Mas de uma coisa eu sei: eu posso, de alguma forma, levar alívio a alguém.
4. Conheci alguém que acompanhou, de certa forma e dentro de suas limitações, um irmão doente de câncer em fase terminal. Esse alguém orou muitas vezes pela cura do irmão, mas aprouve a Deus levar o irmão através daquela enfermidade. Entretanto, esse alguém, apesar de não ter conseguido levar a cura àquele irmão, através de sua atitude de estar presente para orar e de servir àquele irmão inclusive se colocando a si mesmo e seu veículo à disposição para ele ser locomovido sempre que precisasse e a qualquer hora que precisasse para algum hospital, levou muito alívio à ele e à sua família. Eles precisaram várias vezes, porque o câncer obstruía o intestino do irmão e ele se sentia muito mal e tinha que ser levado ao hospital. Muitas dessas vezes foram no horário da madrugada, e lá estava esse alguém. Levava, esperava pelos procedimentos, e conduzia o irmão e a esposa novamente para a sua casa. Isso foi, segundo o testemunho deles mesmos, de muito alívio para a família. No momento da dificuldade, das lutas, alguém chegou para eles e disse: “contem comigo; com as minhas orações e com as minhas ações”, e deu, de fato a assistência que ofereceu. O alívio ainda vive na lembrança daquela irmã que, quando o assunto é trazido à tona o comentário é sobre como aquele alguém foi bênção em sua vida a na de sua família. O que aquele alguém fez, pra ele não foi nada, não chegou nem a ser um sacrifício, mas para aquela família foi algo muito grande. Ele foi Jesus para eles, porque lhes levou alívio no momento que precisaram.
5. Há muitas maneiras de levarmos alívio a alguém, maneiras simples até, maneiras que não nos custam nada, mas que para as pessoas, devido à fragilidade em que elas se encontram, são grandes demais. E quando fazemos isso, estamos seguindo o exemplo de Jesus e estamos sendo Jesus para alguém.
6. Mas também, em terceiro lugar:
III. Eu sou Jesus para alguém quando olho para ele com compaixão
1. “Jesus”, diz o texto, “vendo a multidão, teve compaixão...”
2. Compaixão por causa da situação difícil em que se vive – situação de enfermidade, situação de pobreza, situação de desemprego, situação de dependência química... enfim, qualquer situação desumana e aviltante. Infelizmente essas são situações muito presentes; pra todo lado que olhamos encontramos essas situações. Precisamos olhar para essas situações, essas pessoas, com compaixão, e a compaixão nos fará agir em favor delas levando-lhes um pouco de alívio.
3. Bem isso é o mesmo ou quase o mesmo que levar cura ou alívio, e isso, muito ou pouco, os irmãos têm feito; de forma pessoal ou através dos órgãos de nossa denominação, os irmãos têm feito (enfatizo que é muito importante ajudar alguém de forma pessoal). Mas eu incluo esse ponto para falar da compaixão por outra razão: a compaixão por alguma pessoa por causa de sua situação de alguém que vive sem Deus e sem esperança de salvação.
4. É interessante notar no texto que Jesus em sua missão de percorrer todas as aldeias e cidades encontrava muitas pessoas acometidas por enfermidades e moléstias, e as curava, levava-lhes alívio. Mas, ao falar da compaixão de Jesus por eles, a razão apresentada não foi a presença de enfermidades e moléstias que tornavam miserável a vida daquelas pessoas. Ainda que saibamos que Jesus se compadecia delas por isso também, o motivo apresentado no texto é que “andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor”. Então, quando Jesus vai dizer aos seus discípulos que eles deveriam orar por aquelas pessoas, o motivo não foi as enfermidades e moléstias deles, mas o fato de que era grande a seara e eles deveriam rogar ao Senhor da seara para enviar mais ceifeiros, porque os que tinham/tem eram/são poucos. A gente entende bem essa linguagem e sabe que Jesus estava falando da salvação daquelas pessoas. É preciso mais “gente de Deus” olhando para as pessoas perdidas com compaixão e pregando o evangelho da salvação para elas.
5. Pense numa situação como a situação do rico e Lázaro na parábola contada por Jesus. Imagine um homem muito rico, de barriga bem cheia enquanto tem um mendigo faminto esperando cair um pedaço de alguma coisa da mesa desse rico para que ele possa comer. Ou imagine aquela cena clássica que a gente vê no Natal, que a gente quase chora só de imaginar, de uma criança bem pobre na calçada, sujinha, desnutrida, com um brinquedinho bem surrado na mão, olhando por uma vidraça para dentro de algum lugar cheio de pessoas bem vestidas, com leitões e perus assados sobre a mesa, além de muitas frutas, e com crianças sorrindo ao desembrulhar presentes caríssimos recém-ganhados. De quem a gente tem compaixão? Eu imagino qual a resposta que os irmãos têm aí na mente; é a que está na minha também. E não digo que os irmãos estejam errados; mas, será... será... será que é essa mesma a pessoa que mais precisa de compaixão? Bem, pode ser que sim, mas na parábola do rico e Lázaro não...
a. Lázaro não tinha casa, mas tinha Deus;
b. Lázaro não tinha mesa, mas tinha Deus;
c. Lázaro não tinha as melhores roupas, mas tinha Deus;
d. Lázaro não tinha a melhor comida, mas tinha Deus;
e. O rico tinha todas essas coisas, mas não tinha Deus;
f. E quando ambos morreram, quando cessou para ambos as “circunstâncias temporárias” e chegou a “circunstância eterna”, Lázaro estava no paraíso e aquele rico no inferno.
g. Então, quem é que mais carecia de compaixão? Dessa compaixão por causa de as pessoas andarem errantes, perdidas, desgarradas como ovelhas que não têm pastor?
6. Meus irmãos, como nós somos mundanos até em nossa compaixão! Quanta facilidade nós temos de sentir compaixão por alguém que sofre com sofrimentos que são só deste mundo; e não está errado, está certíssimo; mas quanta dificuldade em sentir compaixão por causa de as pessoas estarem indo para o inferno. Às vezes até oramos para que Deus dê alívio a alguém que está sofrendo com alguma enfermidade... Não ousamos dizer: “Deus, encerre a vida de fulano”, mas às vezes é isso que entendemos como sendo “aliviar o sofrimento”; MAS O SUJEITO É PERDIDO! NÃO RECEBEU A JESUS AINDA! É QUASE UM ATEU! Como é esse “alívio de sofrimento”? De que sofrimento estamos falando? Dos sofrimentos físicos temporais ou do sofrimento eterno que vai se seguir a este?
7. Eu preciso olhar para as pessoas com compaixão. Eu preciso ter compaixão delas quando elas estiverem sofrendo os sofrimentos físicos deste mundo, mas muito mais eu preciso ter compaixão e paixão pelas almas dessas pessoas, e dar testemunho para elas; apresentar o evangelho para elas; fazer alguma coisa que seja uma contribuição para arrebata-las do inferno.
8. Quando eu ajo assim, quando eu olho para as pessoas com essa compaixão, compaixão pelo fato de elas estarem perdidas e condenadas ao inferno, então eu estou sendo jesus para elas.
9. E, por último,
IV. Eu sou Jesus para minha cidade, para o meu estado, para o meus país e para o mundo quando me preocupo e oro e convoco ou incentivo outros a orarem
1. “Rogai ao Senhor da seara...” – rogar é orar com insistência.
2. Por que eu devo orar e incentivar outros a orarem?
3. Bem, devo orar e incentivar outros a orarem por tudo.
a. Pelas autoridades, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada – 1 Timóteo 2.2
b. Pelos aflitos, os que estão sofrendo, para que eles recebam o alívio da aflição – Tiago 5.13
c. Pelos enfermos, para que sarem – Tiago 5.14
d. Pelos que nos maltratam e nos perseguem – Mateus 5.44
e. Enfim, por todos os homens em todas as suas necessidades.
4. Mas muito mais por aqueles que são quais ovelhas desgarradas e sem pastor, para que Deus envie pessoas que preguem a eles o verdadeiro evangelho: “rogai, pois, ao Senhor da seara, para que envie mais trabalhadores para a sua seara”.
5. Fazendo isso, se movido pela graça, eu estarei sendo Jesus para alguém.
Concluindo
1. Movido pela graça, seja Jesus para alguém:
a. Anunciando o evangelho;
b. Levando cura/alívio;
c. Olhando com compaixão para os perdidos;
d. Orando e incentivando outros a orarem, especialmente para que Deus levante mais pessoas para pregar o evangelho.
2. Enfim, seja Jesus para alguém fazendo por esse alguém o que Jesus faria e agindo para com esse alguém como Jesus agiria.
Pr. Walmir Vigo Gonçalves
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