A CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR
1. Hoje estaremos celebrando a Ceia do Senhor.
2. Foi o Senhor Jesus quem a institui na noite anterior à sua crucificação. Assim diz o texto bíblico:
"... o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei: isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue: fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha." (1 Coríntios 11:23-26 DO)
3. Mas, qual o sentido, qual o significado, o que é a Ceia do Senhor? Possui ela alguma "propriedade sobrenatural"?
4. A resposta é "não". A Ceia é um cerimonial simples;
a. Importante, mas simples;
b. Que não devemos jamais deixar de lado, esquecer, mas simples;
c. Passa uma mensagem profunda, mas ela, em si mesma é simples.
d. Pelo menos é essa a conclusão que podemos tirar quando fazemos uma leitura da Bíblia.
5. Vejamos algumas conclusões a que a Bíblia nos leva sobre a celebração da Ceia do Senhor.
I. Primeiramente, por aquilo que lemos na Bíblia sobre a Ceia do Senhor entendemos tratar-se ela de uma ordenança.
1. A Ceia do Senhor é uma ordenança que ele nos deixou.
2. Mas o que é uma ordenança?
3. Vamos entender o que é uma ordenança. Quem vai nos ajudar é Henry Clarence Thiessen através de seu livro "Palestras em Teologia Sistemática".
4. Para isso precisaremos ver, primeiramente, também ajudados por Thiessen, o significado de mais duas palavras: símbolo e rito.
a. Símbolo: É a representação visível de uma verdade invisível.
b. Rito: É um símbolo que é usado com regularidade e intenção sagrada.
c. Ordenança é, então, "um rito externo ordenado por Cristo para ser administrado na Igreja, como sinal visível da verdade salvadora da fé cristã"
5. Nesse sentido então, nós só encontramos na Bíblia duas ordenanças: o Batismo e a Ceia do Senhor.
6. Veja o que dizemos em nossa declaração doutrinária (Batista CBB) a partir de um entendimento sobre o assunto:
O batismo e a ceia do Senhor são as duas ordenanças da igreja estabelecidas pelo próprio Jesus Cristo, sendo ambas de natureza simbólica. O batismo consiste na imersão do crente em água, após sua publica profissão de fé em Jesus Cristo como Salvador único, suficiente e pessoal. Simboliza a morte e sepultamento do velho homem e a ressurreição para uma nova vida em identificação com a morte, sepultamento e a ressurreição do Senhor Jesus Cristo é também prenúncio da ressurreição dos remidos... A ceia do Senhor é uma cerimônia da igreja reunida, comemorativa e proclamadora da morte do Senhor Jesus Cristo, simbolizada por meio dos elementos utilizados: O pão e o vinho. Neste memorial o pão representa seu corpo dado por nós no calvário e o vinho simboliza seu sangue derramado...
7. Passemos à segunda conclusão:
II. A Ceia do Senhor é um memorial.
1. Um memorial é uma marco, um cerimônia, um escrito ou outra coisa qualquer que vise servir como lembrança de algo.
2. Lemos que Jesus ao instituir a Ceia disse aos seus discípulos: "fazei... em memória de mim".
3. Esse é o "olhar para trás", um olhar histórico com o objetivo de recordar de Jesus em todos os eventos de sua vida, especialmente de sua morte.
4. O povo de Israel era acostumado com memoriais. No A. T. encontramos vários deles. Vejamos apenas alguns:
a. Êxodo 12 uma narrativa acerca da saída do Povo de Israel do Egito. Se quiser veja lá todos os detalhes. O que quero destacar é o que encontramos no verso 14: "E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo". Trata-se da Páscoa dos Judeus uma festa memorial.
b. Josué 4.1-7 Uma edificação memorial da passagem pelo Jordão.
c. Esdras 6.1-5 Um escrito memorial de uma ordem do rei Ciro acerca da reconstrução do templo de Jerusalém.
5. A Ceia do Senhor é o nosso memorial, um memorial, como já foi dito, de Jesus em todos os eventos de sua vida, especialmente de sua morte, incluindo-se a razão da mesma.
6. A terceira conclusão é a de que...
III. A Ceia do Senhor é uma pregação.
1. Aliás, os memoriais em geral têm essa função de apregoar algo.
2. Voltando a Josué, Deus lhe disse para erigir o altar de pedras como memorial e disse que mais tarde na história os pequeninos veriam o altar e perguntariam sobre ele e então a história lhes deveria ser contada.
3. A Ceia do Senhor é uma pregação acerca daquilo que Jesus fez por toda a humanidade; uma pregação sobre sua morte na cruz e a razão porque ele morreu, e uma pregação acerca daquilo que ainda será ("... até que venha").
4. E a quarta e última conclusão para hoje é que...
IV. A Ceia do Senhor é uma declaração de fé e esperança.
1. Quem participa da Ceia do Senhor legitimamente está declarando que crê em Cristo e em seu sacrifício vicário, e que, por crer, tem parte no Corpo de Cristo.
2. Também está incluída a declaração de fé no retorno de Cristo ("... até que venha")
Concluindo
1. A Ceia do Senhor é uma ordenança, e o é para toda a igreja e não para alguns em especial.
a. Sendo assim, aqueles da igreja, crentes genuínos, que não se preocupam em observá-la, que não se preocupam em se reunirem na e com a igreja no dia em que se celebrará a Ceia, por motivos banais, estão duplamente errados: 1) errados por faltarem à toa (Hebreus 10.25) e 2) errados por não se preocuparem em observar aquilo que Jesus ordenou.
2. A Ceia do Senhor é um memorial.
a. Diante disso, é válida a pergunta: você sabe o que você está relembrando ao participar da Ceia? Você já se preocupou em ler/estudar pelo menos os evangelhos?
3. Juntando os dois últimos pontos, a Ceia do Senhor é uma pregação e uma declaração de fé e esperança.
a. Diante disso, é oportuna a pergunta: se algum familiar, amigo ou conhecido seu estivesse presente no culto vendo você participar dessa celebração o que ele diria? Será que ele diria que a sua vida é condizente com aquilo que você está pregando e declarando crer e esperar, ou diria o contrário?
4. (Encerrar dando um tempo para reflexão e oração pessoais e depois passar à celebração).
Pr. Walmir Vigo Gonçalves
Porto Meira Fevereiro de 2010
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