SERVIR E ESPERAR
“... porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” (1 Ts 1:9-10 RC)
Introdução
Ø Os crentes de Tessalônica eram jovens na
fé, recém-convertidos, perseguidos, pressionados por todos os lados…
Ø O oposto de nós – nós somos velhos
convertidos – com algumas poucas exceções –, não podemos dizer que somos
perseguidos e as pressões que sofremos são, ainda, as “normais” – ninguém aqui
já foi ameaçado e nem tratado com violência física por causa da fé... ou foi?
Ø Mas aqueles crentes lá de Tessalônica,
apesar de tudo pelo que passavam por causa da fé, eram conhecidos por duas
marcas que Paulo exalta com admiração:
o eles serviam a Deus
o e eles esperavam o retorno de Jesus.
Ø Não tinham, ainda, na ocasião em que
Paulo lhes escreveu, uma fé acomodada, sentimental ou apenas discursiva – “da
boca pra fora”.
Ø Eram homens e mulheres que tinham virado
as costas aos ídolos – fossem eles de madeira, de pedra, de ouro ou do coração
– para abraçar o Deus vivo.
Ø E, uma vez abraçado o Deus vivo,
lançaram-se em dois movimentos que definem o cristão de verdade...
Ø Eu disse “dois movimentos que definem
o cristão de verdade”: servir com entusiasmo (a Deus) e esperar/aguardar
com fé e esperança (o retorno de Jesus).
Ø Cristão que não serve... “não serve” – é
como sal que perdeu o sabor...
Ø Cristão que não espera o retorno de
Cristo, e, pior, vive tão obcecado pelas coisas do mundo como se Cristo não
fosse mesmo voltar, está cego.
Ø Mas cristão que serve e espera, esse
vive o evangelho na plenitude.
Ø Louvado seja Deus pela vida desse
cristão.
Ø Louvado seja Deus pela SUA vida. Amém???
Ø Dito isto, vamos agora olhar para cinco dimensões desse serviço santo que vamos fazendo enquanto nossos olhos permanecem erguidos para o retorno glorioso de Jesus.
Ø A primeira dimensão desse serviço a se considerar é:
1) DILIGÊNCIA – Servir com diligência
Ø “Dos ídolos vos convertestes a Deus, para
servir…”
Ø Conversão não é apenas tirar algo do
coração, conversão é pôr Cristo no centro e agir em consequência.
Ø A diligência é a marca de quem entendeu
que “o relógio de Deus está correndo” e que cada dia é oportunidade
sagrada.
Ø Romanos 12.11 nos exorta: “Não sejais
vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor””
Ø Diligência é servir sem preguiça
espiritual, sem aquela lentidão devocional que adormece a alma.
Ø Diligência é viver dizendo a cada
amanhecer: “Senhor, o que queres que eu faça hoje?”
Ø E esperar a resposta...
o Pode ser que Ele lhe direcione a orar
por e com alguém;
o Pode ser que Ele lhe direcione a falar
de Jesus para alguém;
o Pode ser que Ele lhe direcione a ajudar
alguém com seu trabalho, com aquilo que você sabe fazer;
o Essas e outras coisas fora aquilo que já
sabemos serem a nossa obrigação, inclusive através da igreja.
o Fique atento...
Ø Enquanto esperamos Jesus voltar,
servimos como quem entende que cada ato, por menor que pareça, tem peso
eterno.
Ø Quem espera sem trabalhar se ilude; quem
trabalha sem esperar se perde; quem faz os dois honra o Senhor.
Ø Faça os dois – trabalhe e espere...
Ø A segunda dimensão desse serviço a se considerar é:
2) INTEGRIDADE E FIDELIDADE – Servir com integridade e fidelidade
Ø A integridade é o cimento que sustenta
qualquer serviço cristão.
Ø Quando se diz que a integridade é o
cimento, o sentido é claro: você pode até ter um prédio bonito, uma obra bem
ornamentada, muitos andares, janelas, brilho, eficiência…, mas se o cimento for
fraco, tudo vai ruir.
Ø Assim é no serviço cristão.
Ø O cristão pode ser talentoso, eloquente,
eficiente, habilidoso, pode realizar muito, pode até impressionar pessoas, mas
se faltar integridade, tudo o que faz perde força, credibilidade e valor diante
de Deus. O serviço que se sustenta apenas em performance e não em caráter é um
castelo construído na areia: basta uma provação, um elogio mal recebido, uma
tentação mal enfrentada, e tudo desaba.
Ø Os tessalonicenses eram conhecidos não
apenas pelo que faziam, mas por como faziam. Gente reta, gente firme,
gente íntegra...
Ø ... e gente fiel...
Ø 1 Coríntios 4.2 nos diz que “O que se requer dos
despenseiros é que cada um seja encontrado fiel.”
Ø Servir com fidelidade é continuar firme
mesmo quando ninguém está olhando.
Ø É não negociar convicções, não vender
princípios, não se deixar seduzir pelas ofertas do mundo.
Ø Enquanto esperamos Cristo, nosso caráter
precisa antecipar o Reino que vem.
Ø O servo fiel honra Aquele que é fiel.
Ø A obra de Deus merece mãos limpas,
coração íntegro e passos firmes.
o Mãos limpas: ações corretas, atitudes
transparentes, escolhas que não ferem a santidade de Deus.
o Coração íntegro: coração não dividido,
“inteiramente dedicado a Deus”
o Passos firmes: passos firmes representam uma vida que caminha com decisão, estabilidade e foco. Não é alguém que serve hoje com paixão e amanhã esfria; não é alguém que oscila conforme a aprovação ou a crítica. Passos firmes indicam fidelidade nas pequenas coisas, disciplina espiritual, continuidade apesar das lutas, convicção de que a obra é de Deus, e não do servo. Quem anda com passos firmes chega onde Deus quer – e leva outros junto.
Ø A terceira dimensão desse serviço a se considerar é:
3) VIVER DIGNO E PERFEITO – Servir através de um viver digno e perfeito
Ø Obviamente, “perfeito” aqui não
significa ausência total de falhas, mas maduro, coerente, inteiro,
alguém que vive de modo digno da fé que professa.
Ø E qual é a fé que nós professamos?
Ø E em que cremos e como devemos andar, de
acordo com essa fé?
Ø Ora, dentre outras coisas:
o Cremos em um Deus Santo – portanto devemos
viver em santidade
§ A fé cristã começa afirmando que Deus é
santo, puro, perfeito.
§ Se Ele é santo, nossos passos devem
refletir essa santidade.
§ Não dá para professar um Deus santo e
viver uma vida moralmente frouxa.
§ Quem crê em um Deus santo não negocia
princípios.
o Cremos que Jesus é Senhor –
portanto devemos obedecer
§ A fé cristã afirma que Jesus não é
apenas Salvador; Ele é Senhor.
§ E senhorio implica submissão.
§ Se Ele é Senhor, eu não sou dono de mim
mesmo.
§ Meus desejos, escolhas, prioridades e
valores precisam ser medidos pela Palavra.
§ Viver de modo digno é viver debaixo da
autoridade de Cristo.
o Cremos no evangelho da graça – portanto
devemos viver com gratidão e transformação
§ A graça que nos alcança é a mesma que
nos transforma.
§ A graça nos ensina a renunciar ao pecado
(Tito 2.11–12).
§ A vida muda porque o coração mudou.
§ A graça que salva também modela.
o Cremos na presença do Espírito Santo –
portanto devemos viver guiados por Ele
§ A fé cristã diz que o Espírito Santo
habita no crente. E se Ele habita, Ele dirige.
§ Não podemos professar o Espírito e viver
na carne.
§ O fruto do Espírito precisa aparecer no
caráter, nas palavras, nas relações.
§ Quem segue o Espírito não vive como se
estivesse sozinho.
o Cremos na Palavra como autoridade final –
portanto devemos viver de acordo com ela
§ Nossa fé afirma que a Escritura é
inspirada, suficiente, verdadeira.
§ Se a Palavra é autoridade, então minha
vida deve ser moldada por ela.
§ Eu não interpreto a Bíblia conforme a
vida; interpreto minha vida conforme a Bíblia.
§ Viver de modo digno é alinhar decisões,
ética, linguagem, relacionamentos e prioridades ao que a Palavra diz.
§ A fé cristã é bíblica; logo, a vida
cristã precisa ser bíblica.
o Cremos que fomos chamados para amar –
portanto devemos amar de verdade
§ Jesus afirmou: “Nisto conhecerão que
sois Meus discípulos, se vos amardes…”
§ Não é opcional.
§ Amor não é sentimento, é ação.
§ Amor não é discurso, é entrega.
§ Amor não é seletivo, é obediente.
§ Viver de modo digno é amar como Cristo
amou.
o Cremos que Cristo voltará – portanto
devemos viver vigilantes e responsáveis
§ A fé cristã aponta para o retorno de
Jesus, e essa expectativa molda o presente.
§ Quem espera Cristo vive como quem será
encontrado por Cristo.
§ A esperança futura transforma a conduta
presente.
§ O céu prometido exige uma vida coerente
na terra.
Ø Viver de modo digno da fé é viver uma
vida que combina com aquilo que dizemos crer.
Ø É uma fé que produz frutos, um coração
que gera coerência, um testemunho que confirma a profissão.
Ø Se nossa fé aponta para Cristo, nossas
atitudes precisam apontar também.
Ø Assim, “viver de modo digno da fé” se torna não apenas um ideal, mas um testemunho vivo da transformação que Deus opera em quem crê.
Ø Efésios 4.1 diz: “Rogo-vos… que andeis de modo
digno da vocação a que fostes chamados.”
Ø A vida digna é o serviço que começa
antes de qualquer tarefa: começa no testemunho.
Ø Há pessoas que nunca lerão um versículo
da Bíblia, mas lerão diariamente a sua conduta.
Ø Enquanto esperamos o Cristo dos céus,
somos chamados a viver na terra de maneira que as pessoas percebam que
pertencemos a outro Reino.
Ø O mundo precisa ver em nós o evangelho antes de ouvi-lo de nós.
Ø A quarta dimensão desse serviço a se considerar é:
4) ALEGRIA E LIBERALIDADE – Servir com alegria e liberalidade, constrangidos pelo amor de Cristo
Ø Servir sem alegria vira peso.
o Quando a alegria é retirada do serviço,
o que sobra é obrigação, cansaço e ressentimento.
A alegria é o combustível do serviço cristão. Não é uma alegria
superficial, mas aquela que vem da gratidão, da consciência de que estamos
servindo o Senhor da glória.
Ø Servir sem liberalidade vira cálculo.
o Liberalidade é generosidade,
desprendimento, entrega. Quando ela desaparece, o serviço se torna uma equação:
“Quanto vou gastar? Quanto vou perder? Quanto vale a pena?” O servo que perde a
liberalidade começa a medir tudo, até o tempo.
Ø Mas quando o amor de Cristo nos
constrange, servimos como quem não consegue fazer menos do que o melhor.
Ø Alegria no serviço é sinal de gratidão,
não de obrigação.
Ø Liberalidade é desprendimento,
generosidade, coração aberto – tempo, dons, recursos, empatia, cuidado.
Ø Quem espera Jesus não vive se agarrando
às coisas; vive abrindo as mãos.
Ø A alegria do Senhor não é um acessório,
é combustível.
Ø Quem serve por amor não negocia esforços, apenas multiplica gestos.
Ø A quinta e última dimensão desse serviço a se considerar hoje é:
5) HUMILDADE – Servir com humildade
Ø A humildade é o ambiente onde todo
verdadeiro serviço floresce.
Ø É reconhecer que nada é sobre nós; tudo
é sobre Ele.
Ø Jesus foi o exemplo. Filipenses 2.5-7
diz que Cristo, sendo Deus, assumiu forma de servo.
Ø O humilde não precisa de palco para
servir, porque já encontrou no altar do coração o lugar de honra.
Ø Humildade é depender de Deus, não de
aplausos.
Ø Enquanto esperamos Jesus, que é o Servo
perfeito, servimos com o espírito de quem aprendeu com Ele: meu lugar é aos
pés do Senhor, e minhas mãos são para o bem do próximo.
Ø Quem se abaixa para servir se levanta mais parecido com Cristo.
Conclusão – Servir agora, esperar sempre
Ø Paulo afirma que Jesus “nos livra da
ira futura”.
Ø Ou seja: estamos servindo Aquele que nos
salvou, e esperando Aquele que virá nos buscar.
Ø Não servimos para sermos salvos –
servimos porque fomos salvos.
Ø Não esperamos com medo – esperamos com
fé e esperança vivas.
Ø Não caminhamos distraídos – caminhamos com
os olhos firmes no céu e os pés firmes na fé enquanto na terra.
Ø Que o Senhor faça de nós uma igreja que
serve com diligência, integridade, dignidade, alegria, liberalidade e
humildade… até que Ele venha.
Ø Servimos com as mãos, esperamos com os
olhos, caminhamos com o coração, e viveremos para sempre com Aquele que vem.
Ø Amém!!!
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