domingo, 23 de novembro de 2025

Servir e Esperar

 

SERVIR E ESPERAR

“... porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” (1 Ts 1:9-10 RC)

Introdução

Ø  Os crentes de Tessalônica eram jovens na fé, recém-convertidos, perseguidos, pressionados por todos os lados…

Ø  O oposto de nós – nós somos velhos convertidos – com algumas poucas exceções –, não podemos dizer que somos perseguidos e as pressões que sofremos são, ainda, as “normais” – ninguém aqui já foi ameaçado e nem tratado com violência física por causa da fé... ou foi?

Ø  Mas aqueles crentes lá de Tessalônica, apesar de tudo pelo que passavam por causa da fé, eram conhecidos por duas marcas que Paulo exalta com admiração:

o   eles serviam a Deus

o   e eles esperavam o retorno de Jesus.

Ø  Não tinham, ainda, na ocasião em que Paulo lhes escreveu, uma fé acomodada, sentimental ou apenas discursiva – “da boca pra fora”.

Ø  Eram homens e mulheres que tinham virado as costas aos ídolos – fossem eles de madeira, de pedra, de ouro ou do coração – para abraçar o Deus vivo.

Ø  E, uma vez abraçado o Deus vivo, lançaram-se em dois movimentos que definem o cristão de verdade...

Ø  Eu disse “dois movimentos que definem o cristão de verdade”: servir com entusiasmo (a Deus) e esperar/aguardar com fé e esperança (o retorno de Jesus).

Ø  Cristão que não serve... “não serve” – é como sal que perdeu o sabor...

Ø  Cristão que não espera o retorno de Cristo, e, pior, vive tão obcecado pelas coisas do mundo como se Cristo não fosse mesmo voltar, está cego.

Ø  Mas cristão que serve e espera, esse vive o evangelho na plenitude.

Ø  Louvado seja Deus pela vida desse cristão.

Ø  Louvado seja Deus pela SUA vida. Amém???

Ø  Dito isto, vamos agora olhar para cinco dimensões desse serviço santo que vamos fazendo enquanto nossos olhos permanecem erguidos para o retorno glorioso de Jesus.

Ø  A primeira dimensão desse serviço a se considerar é:

1)    DILIGÊNCIA – Servir com diligência

Ø  “Dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir…”

Ø  Conversão não é apenas tirar algo do coração, conversão é pôr Cristo no centro e agir em consequência.

Ø  A diligência é a marca de quem entendeu que “o relógio de Deus está correndo” e que cada dia é oportunidade sagrada.

Ø  Romanos 12.11 nos exorta: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor”

Ø  Diligência é servir sem preguiça espiritual, sem aquela lentidão devocional que adormece a alma.

Ø  Diligência é viver dizendo a cada amanhecer: “Senhor, o que queres que eu faça hoje?”

Ø  E esperar a resposta...

o   Pode ser que Ele lhe direcione a orar por e com alguém;

o   Pode ser que Ele lhe direcione a falar de Jesus para alguém;

o   Pode ser que Ele lhe direcione a ajudar alguém com seu trabalho, com aquilo que você sabe fazer;

o   Essas e outras coisas fora aquilo que já sabemos serem a nossa obrigação, inclusive através da igreja.

o   Fique atento...

Ø  Enquanto esperamos Jesus voltar, servimos como quem entende que cada ato, por menor que pareça, tem peso eterno.

Ø  Quem espera sem trabalhar se ilude; quem trabalha sem esperar se perde; quem faz os dois honra o Senhor.

Ø  Faça os dois – trabalhe e espere...

Ø  A segunda dimensão desse serviço a se considerar é:

2)    INTEGRIDADE E FIDELIDADE – Servir com integridade e fidelidade

Ø  A integridade é o cimento que sustenta qualquer serviço cristão.

Ø  Quando se diz que a integridade é o cimento, o sentido é claro: você pode até ter um prédio bonito, uma obra bem ornamentada, muitos andares, janelas, brilho, eficiência…, mas se o cimento for fraco, tudo vai ruir.

Ø  Assim é no serviço cristão.

Ø  O cristão pode ser talentoso, eloquente, eficiente, habilidoso, pode realizar muito, pode até impressionar pessoas, mas se faltar integridade, tudo o que faz perde força, credibilidade e valor diante de Deus. O serviço que se sustenta apenas em performance e não em caráter é um castelo construído na areia: basta uma provação, um elogio mal recebido, uma tentação mal enfrentada, e tudo desaba.

Ø  Os tessalonicenses eram conhecidos não apenas pelo que faziam, mas por como faziam. Gente reta, gente firme, gente íntegra...

 

Ø  ... e gente fiel...

 

Ø  1 Coríntios 4.2 nos diz que “O que se requer dos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel.”

Ø  Servir com fidelidade é continuar firme mesmo quando ninguém está olhando.

Ø  É não negociar convicções, não vender princípios, não se deixar seduzir pelas ofertas do mundo.

Ø  Enquanto esperamos Cristo, nosso caráter precisa antecipar o Reino que vem.

Ø  O servo fiel honra Aquele que é fiel.

Ø  A obra de Deus merece mãos limpas, coração íntegro e passos firmes.

o   Mãos limpas: ações corretas, atitudes transparentes, escolhas que não ferem a santidade de Deus.

o   Coração íntegro: coração não dividido, “inteiramente dedicado a Deus”

o   Passos firmes: passos firmes representam uma vida que caminha com decisão, estabilidade e foco. Não é alguém que serve hoje com paixão e amanhã esfria; não é alguém que oscila conforme a aprovação ou a crítica. Passos firmes indicam fidelidade nas pequenas coisas, disciplina espiritual, continuidade apesar das lutas, convicção de que a obra é de Deus, e não do servo. Quem anda com passos firmes chega onde Deus quer – e leva outros junto.

Ø  A terceira dimensão desse serviço a se considerar é:

3)    VIVER DIGNO E PERFEITO – Servir através de um viver digno e perfeito

Ø  Obviamente, “perfeito” aqui não significa ausência total de falhas, mas maduro, coerente, inteiro, alguém que vive de modo digno da fé que professa.

Ø  E qual é a fé que nós professamos?

Ø  E em que cremos e como devemos andar, de acordo com essa fé?

Ø  Ora, dentre outras coisas:

o   Cremos em um Deus Santo – portanto devemos viver em santidade

§  A fé cristã começa afirmando que Deus é santo, puro, perfeito.

§  Se Ele é santo, nossos passos devem refletir essa santidade.

§  Não dá para professar um Deus santo e viver uma vida moralmente frouxa.

§  Quem crê em um Deus santo não negocia princípios.

o   Cremos que Jesus é Senhor – portanto devemos obedecer

§  A fé cristã afirma que Jesus não é apenas Salvador; Ele é Senhor.

§  E senhorio implica submissão.

§  Se Ele é Senhor, eu não sou dono de mim mesmo.

§  Meus desejos, escolhas, prioridades e valores precisam ser medidos pela Palavra.

§  Viver de modo digno é viver debaixo da autoridade de Cristo.

o   Cremos no evangelho da graça – portanto devemos viver com gratidão e transformação

§  A graça que nos alcança é a mesma que nos transforma.

§  A graça nos ensina a renunciar ao pecado (Tito 2.11–12).

§  A vida muda porque o coração mudou.

§  A graça que salva também modela.

o   Cremos na presença do Espírito Santo – portanto devemos viver guiados por Ele

§  A fé cristã diz que o Espírito Santo habita no crente. E se Ele habita, Ele dirige.

§  Não podemos professar o Espírito e viver na carne.

§  O fruto do Espírito precisa aparecer no caráter, nas palavras, nas relações.

§  Quem segue o Espírito não vive como se estivesse sozinho.

o   Cremos na Palavra como autoridade final – portanto devemos viver de acordo com ela

§  Nossa fé afirma que a Escritura é inspirada, suficiente, verdadeira.

§  Se a Palavra é autoridade, então minha vida deve ser moldada por ela.

§  Eu não interpreto a Bíblia conforme a vida; interpreto minha vida conforme a Bíblia.

§  Viver de modo digno é alinhar decisões, ética, linguagem, relacionamentos e prioridades ao que a Palavra diz.

§  A fé cristã é bíblica; logo, a vida cristã precisa ser bíblica.

o   Cremos que fomos chamados para amar – portanto devemos amar de verdade

§  Jesus afirmou: “Nisto conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes…”

§  Não é opcional.

§  Amor não é sentimento, é ação.

§  Amor não é discurso, é entrega.

§  Amor não é seletivo, é obediente.

§  Viver de modo digno é amar como Cristo amou.

o   Cremos que Cristo voltará – portanto devemos viver vigilantes e responsáveis

§  A fé cristã aponta para o retorno de Jesus, e essa expectativa molda o presente.

§  Quem espera Cristo vive como quem será encontrado por Cristo.

§  A esperança futura transforma a conduta presente.

§  O céu prometido exige uma vida coerente na terra.

Ø  Viver de modo digno da fé é viver uma vida que combina com aquilo que dizemos crer.

Ø  É uma fé que produz frutos, um coração que gera coerência, um testemunho que confirma a profissão.

Ø  Se nossa fé aponta para Cristo, nossas atitudes precisam apontar também.

Ø  Assim, “viver de modo digno da fé” se torna não apenas um ideal, mas um testemunho vivo da transformação que Deus opera em quem crê.

Ø  Efésios 4.1 diz: “Rogo-vos… que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados.”

Ø  A vida digna é o serviço que começa antes de qualquer tarefa: começa no testemunho.

Ø  Há pessoas que nunca lerão um versículo da Bíblia, mas lerão diariamente a sua conduta.

Ø  Enquanto esperamos o Cristo dos céus, somos chamados a viver na terra de maneira que as pessoas percebam que pertencemos a outro Reino.

Ø  O mundo precisa ver em nós o evangelho antes de ouvi-lo de nós.

Ø  A quarta dimensão desse serviço a se considerar é:

4)    ALEGRIA E LIBERALIDADE – Servir com alegria e liberalidade, constrangidos pelo amor de Cristo

Ø  Servir sem alegria vira peso.

o   Quando a alegria é retirada do serviço, o que sobra é obrigação, cansaço e ressentimento.
A alegria é o combustível do serviço cristão. Não é uma alegria superficial, mas aquela que vem da gratidão, da consciência de que estamos servindo o Senhor da glória.

Ø  Servir sem liberalidade vira cálculo.

o   Liberalidade é generosidade, desprendimento, entrega. Quando ela desaparece, o serviço se torna uma equação: “Quanto vou gastar? Quanto vou perder? Quanto vale a pena?” O servo que perde a liberalidade começa a medir tudo, até o tempo.

Ø  Mas quando o amor de Cristo nos constrange, servimos como quem não consegue fazer menos do que o melhor.

Ø  Alegria no serviço é sinal de gratidão, não de obrigação.

Ø  Liberalidade é desprendimento, generosidade, coração aberto – tempo, dons, recursos, empatia, cuidado.

Ø  Quem espera Jesus não vive se agarrando às coisas; vive abrindo as mãos.

Ø  A alegria do Senhor não é um acessório, é combustível.

Ø  Quem serve por amor não negocia esforços, apenas multiplica gestos.

Ø  A quinta e última dimensão desse serviço a se considerar hoje é:

5)    HUMILDADE – Servir com humildade

Ø  A humildade é o ambiente onde todo verdadeiro serviço floresce.

Ø  É reconhecer que nada é sobre nós; tudo é sobre Ele.

Ø  Jesus foi o exemplo. Filipenses 2.5-7 diz que Cristo, sendo Deus, assumiu forma de servo.

Ø  O humilde não precisa de palco para servir, porque já encontrou no altar do coração o lugar de honra.

Ø  Humildade é depender de Deus, não de aplausos.

Ø  Enquanto esperamos Jesus, que é o Servo perfeito, servimos com o espírito de quem aprendeu com Ele: meu lugar é aos pés do Senhor, e minhas mãos são para o bem do próximo.

Ø  Quem se abaixa para servir se levanta mais parecido com Cristo.

Conclusão – Servir agora, esperar sempre

Ø  Paulo afirma que Jesus “nos livra da ira futura”.

Ø  Ou seja: estamos servindo Aquele que nos salvou, e esperando Aquele que virá nos buscar.

Ø  Não servimos para sermos salvos – servimos porque fomos salvos.

Ø  Não esperamos com medo – esperamos com fé e esperança vivas.

Ø  Não caminhamos distraídos – caminhamos com os olhos firmes no céu e os pés firmes na fé enquanto na terra.

Ø  Que o Senhor faça de nós uma igreja que serve com diligência, integridade, dignidade, alegria, liberalidade e humildade… até que Ele venha.

Ø  Servimos com as mãos, esperamos com os olhos, caminhamos com o coração, e viveremos para sempre com Aquele que vem.

Ø  Amém!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Servir e Esperar

  SERVIR E ESPERAR “... porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a...