sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

SER CRENTE É TER COMPROMISSO


SER CRENTE É TER COMPROMISSO

Há uma música do grupo Logos, de 1996, que fala sobre compromisso. Nessa música o autor fala de gente crente que vive igual vivem as pessoas em geral no mundo, às vezes até vacilando em sua fé e testemunho, e que diz, como que se desculpando ou redimindo a si mesmo: “a vida é assim!”. E a essa fala, a essa tentativa de se auto redimir o autor responde, num refrão que não poderia ser mais verdadeiro: “A vida não é assim! Ser crente é ter compromisso! Se você está brincando com isso, jamais viu a Deus...”

É isso aí meus irmãos! Ser crente é ter compromisso! Quando você foi alcançado pela graça de Deus em Cristo Jesus nosso Senhor para a salvação você assumiu algumas obrigações, e você tem que ser comprometido, e eu quero apresentar algumas coisas com as quais você, crente, tem que ser comprometido. Alisto-as de forma aleatória, sem pretender uma ordem de importância, até porque todas são muito importantes. Vou precisar de alguns boletins para conseguir comentar todas, mas já vou alistá-las a princípio para irmos refletindo. Procure ler e refletir, e, se você concordar com o que está escrito, compartilhe com mais alguém, se tiver essa oportunidade. Pode até fazer cópias se achar conveniente.

Primeiro, então, vamos à lista. Não vai estar tudo aí, mas vão estar algumas coisas que pensei. Quais são os compromissos que devemos ter como crentes, ou, com o que devemos estar comprometidos? Eis a lista:

1)    Presença;
2)    Testemunho;
3)    Trabalho;
4)    Oração;
5)    Contribuição financeira;
6)    Palavra de Deus;
7)    Buscar em primeiro lugar o reino de Deus.

Agora vamos a algumas considerações sobre cada uma dessas coisas.

Em primeiro lugar, conforme a lista acima, eu quero dizer que você, crente, tem que ser comprometido com a PRESENÇA nos cultos da igreja. Crente ausente só se for por motivo muito justificável. A Bíblia ensina assim, pois quando os crentes começaram a faltar às reuniões de culto da igreja, o autor aos Hebreus os repreendeu dizendo que não deveriam deixar a congregação, isto é, o costume de se congregarem, o costume de se reunirem como a igreja de Cristo; deveriam estar presentes para animarem uns aos outros. Está em Hebreus 10.25.

Então, sua presença, meu irmão, é importante, para você e para toda a congregação; sua presença é desejada, porque sua presença contribui para maior animação e alegria no culto; sua presença tem um valor inestimável. Se até então você não sabia disso, agora você já sabe. Então procure não faltar por qualquer motivo. Não deixe que a chuva lhe atrapalhe (a não ser que seja uma tempestade); não deixe que o calor lhe atrapalhe; não deixe que um entretenimento qualquer lhe atrapalhe; não se entregue ao desânimo, antes, como diz Hebreus,12.12, “tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados...”; enfim, não se deixe atrapalhar por nada que não seja realmente justificável. Juntos nós somos melhores e mais fortes; juntos aquecemos uns ao outros; juntos mantemos uns aos outros acesos – brasa fora do braseiro corre o risco de apagar. Que sejamos todos comprometidos com a PRESENÇA.

Em segundo lugar quero dizer que você, crente, tem que ser comprometido com o TESTEMUNHO. O crente precisa esforçar-se por ter um correto proceder neste mundo. Foi Jesus quem disse que nós somos o sal da terra e a luz do mundo. Foi Jesus quem disse que é melhor amarrar uma pesada pedra no pescoço e se lançar ao mar do que não ter um correto preceder e escandalizar as pessoas. O apóstolo Pedro, falando da vinda do Senhor Jesus, diz que nós, os que cremos, aguardamos neste tempo novos céus e nova terra em que habita a justiça e que estão sendo preparados para nós, e que, por isso mesmo, devemos nos esforçar por sermos encontrados por Jesus, em sua vinda, em paz, imaculados e irrepreensíveis. Paulo, escrevendo a Tito, diz que a graça pela qual fomos salvos também nos ensina a vivermos neste mundo, enquanto aguardamos o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas e também sóbria, justa e piedosamente. Então o crente tem que ser comprometido com o testemunho, o bom testemunho. Crente não pode sair por aí “passando a perna nos outros”; crente não pode sair por aí falando mal dos outros; crente não pode sair por aí contraindo dívidas irresponsavelmente e se tornando “devedor na praça”; crente tem que tomar cuidado com aquilo que expõe nas mídias sociais; crente não pode sair por aí cobiçando o que é dos outros; crente no trânsito, no futebol e em qualquer outro lugar, até mesmo na “arena das disputas políticas” não pode se deixar dominar por um espírito de ira; crente não pode sair por aí falando palavrão; crente não pode se deixar corromper; crente tem que ser sal da terra e luz do mundo; crente tem que ser comprometido em dar bom testemunho. Que nós da PIB Muqui sejamos comprometidos em esforçarmo-nos o máximo possível para darmos um bom testemunho onde quer que estejamos.

Em terceiro lugar quero dizer que você, crente, tem que ser comprometido com o TRABALHO para o Senhor. O crente precisa fazer alguma coisa para o seu Senhor. Jesus contou uma parábola que ficou intitulada como “a parábola dos talentos”. Está em Mateus 25, no contexto do sermão profético. Jesus está falando sobre o reino dos céus, e ele diz que o reino dos céus é como um homem que, partindo para fora de sua terra, chamou os seus servos e entregou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, cada um segundo a sua capacidade. Eles deveriam trabalhar com esses talentos; o senhor, quando voltasse, quereria ver algum “lucro”. Não exigiria de nenhum deles mais do que a capacidade que tinham, mas queria algum fruto do trabalho deles. Dois trabalharam e foram chamados de “servo bom e fiel”; mas um não trabalhou, e foi chamado de “servo inútil”. Jesus espera que nos esforcemos no desenvolvimento de seu reino, e cada crente tem que ser comprometido com isso.

Então, meu irmão, o seu trabalho é importante e requerido, não só pela igreja, mas pelo próprio Jesus. Você pode levar um folheto ou um convite para alguém? Faça isso! Você pode ficar na porta da igreja recebendo bem as pessoas? Faça isso! Você pode tocar algum instrumento nos cultos da igreja? Faça isso! Você pode dirigir um pequeno grupo de estudos bíblicos em sua casa e convidar seus vizinhos e amigos? Leve ao conhecimento da igreja e faça isso! Você pode ajudar no evangelismo da igreja? Faça isso! Você pode ajudar no departamento infantil? Faça isso! Tem um evento na igreja? Ofereça sua ajuda! O que mais você sabe e pode fazer e que pode ser útil na obra do Senhor? Faça! Irmã Carmem é uma bênção na Congregação em São Gabriel; não precisou nem pedir e ela tomou para si a responsabilidade de limpar a Congregação; como ela mora lá perto, considerou que aquela poderia ser uma responsabilidade sua.

Georg Brinke fez um esboço sobre como devemos servir ao Senhor. É assim:

Ø  Com integridade e fidelidade;
Ø  De todo o coração;
Ø  Num andar digno e perfeito;
Ø  Sem cessar;
Ø  Com juízo e em santidade;
Ø  Sem temor;
Ø  Com motivação sincera e espiritual;
Ø  De modo agradável a Deus;
Ø  Constrangidos pelo amor de Cristo.

Sejamos todos comprometidos em trabalhar assim na obra do Senhor.

Em quarto lugar quero dizer que você, crente, tem que ser comprometido com a ORAÇÃO. “Orai sem cessar”, é o que lemos em 1 Tessalonicenses 5.17. Em Lucas 18 Jesus conta uma parábola para falar sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer. A necessidade de o crente ser perseverante na oração é tema recorrente em todas as cartas de Paulo. Escrevendo a Timóteo, ele, Paulo, o orienta que Timóteo, antes de tudo, ore, inclusive pelas autoridades constituídas; e “antes de tudo” significa que a primeira, a mais importante e a melhor coisa a se fazer por alguém ou diante de alguma situação, é orar. Então você, se você é crente, tem que ser comprometido em orar. Ore pela sua igreja; ore pela conversão das pessoas; ore pelos enfermos; ore pela situação do país; ore pelos nossos governantes; ore pelos missionários; ore pelos desempregados; ore pelos encarcerados; ore pelo irmão que você viu cometendo algum pecado; ore por você; ore por seus filhos; ore por seus pais; ore antes da prova; ore depois da prova; ore antes de ir à consulta médica e ore depois que sair, inclusive lembre-se de orar pelo médico. Nunca esmoreça na oração. Ore sozinho sim, em seu “lugar secreto de oração”, mas ore junto com os irmãos também; participe dos momentos de oração de sua igreja, ou pelo menos de um. Irmãos estão orando no templo todos os domingos de 8hs00min às 8hs20min; as mulheres em sua reunião fazem um momento de oração todas as terças-feiras às 16hs00min no templo; tem culto de oração na Congregação Betel toda terça-feira às 19hs30min, toda quarta-feira na Sede e toda quinta-feira na Congregação em São Gabriel; na quinta-feira à noite algumas mulheres estão vindo orar pela igreja e pelas famílias. Crente tem que ser comprometido com a oração, em falar com Deus “todos os dias”, “sem cessar”.

Em quinto lugar quero dizer que você, crente, tem que ser comprometido FINANCEIRAMENTE. Todo membro de igreja deveria se sentir responsável pelo sustento financeiro de sua igreja. Em outro boletim incluí um editorial que escrevi sobre o dízimo. Não sei se você ainda tem o boletim para consultar o texto na íntegra, mas vai aqui um resumo do que escrevi:

Ø  O dízimo não é nosso – Essa parte da renda com a qual Deus nos abençoou pertence a ELE.
Ø  O dízimo tem a serventia de sustentar a obra de Deus através da igreja.
Ø  A entrega do dízimo é sim uma atitude que move o coração de Deus a nos abençoar.
Ø  A entrega ou não do dízimo, dependendo do motivo, é um demonstrativo do valor que a obra de Deus tem para nós.
Ø  A entrega do dízimo honra a Deus (veja Provérbios 3).
Ø  A entrega do dízimo é uma resposta de gratidão à graça de Deus em Cristo Jesus.
Ø  A NÃO entrega do dízimo prejudica a obra de Deus através da igreja.

E aqui acrescento, sobre isso, algo interessante que ouvi de um pregador que relacionou o dízimo à redenção, fazendo menção da “espécie de redenção” que o povo egípcio experimentou no tempo de José. Eles, os egípcios, foram resgatados da morte, morte pela fome que se abateu no Egito de então. José os comprou para Faraó. Veja em Gênesis 47. Primeiro José comprou os animais deles; depois José comprou a terra deles e a eles próprios; e eles reconheceram: “a vida nos tens dado; achemos graça aos olhos de meu senhor e seremos servos de Faraó”. E tem algo interessante aí que geralmente nos passa despercebido: Depois de compra-los e a tudo o que eles possuíam, apesar de eles agora com tudo o que tinham pertencerem a Faraó, José não lhes põe sobre os ombros um jugo muito pesado. Não! José lhes dá sementes e lhes manda voltar e cultivar a terra e devolver a Faraó um quinto apenas de tudo o que produzissem, ou seja, 20%, certamente que para a manutenção do reino. Os outros quatro quintos, 80%, seriam para eles, para a manutenção do campo produzindo e para o sustento deles e de suas famílias. E certamente que eles, ao devolverem aquele percentual a Faraó, o faziam com alegria relembrando que se não fosse por aquela “redenção” eles provavelmente estariam mortos com toda a sua família. “A vida nos tens dado... seremos servos de Faraó”.

Hoje devolvemos para a obra de nosso Redentor, o Senhor Jesus, aquilo que ainda chamamos de “dízimo”, e podemos considerar que esse dízimo que entregamos não tem a ver apenas com a lei, como querem alguns na intenção de serem “desculpados” por não contribuírem; dízimo também tem a ver com redenção. Jesus nos remiu. Iríamos morrer em nossos delitos e pecados e o inferno estava nos aguardando, mas Jesus nos resgatou. E porque ele nos resgatou nós pertencemos a ele cem por cento e devemos ser dedicados e fiéis a ele cem por cento. Mas no que respeita aos recursos financeiros ele não exige de nós mais do que um dízimo, uma décima parte, para a manutenção da sua obra. O restante somos livres para usar no sustento nosso e de nossos familiares. Ao invés de ficarmos procurando razões, até na própria bíblia, para não entregarmos, deveríamos entregar com alegria e com a mesma expressão que um dia foi dos egípcios da época de José: “a vida nos tens dado, seremos teus servos”.

O crente tem que ser comprometido “em tudo” com a obra de Deus, inclusive financeiramente.

Em sexto lugar quero dizer que você, crente, tem que ser comprometido em conhecer a Deus através da PALAVRA.

A Bíblia, a Palavra de Deus, é, no que respeita ao conceito cristão acerca de Deus, nossa única fonte de informação. O teólogo Batista A. B. Langston, em seu “Esboço de Teologia Sistemática”, diz sobre Deus que: “Deus é Espírito pessoal, perfeitamente bom, que, em santo amor, cria, sustenta e dirige tudo”. E esta definição envolve:

Ø  a natureza de Deus, ao dizer que Ele é Espírito pessoal;
Ø  o caráter de Deus, ao dizer que Ele é perfeitamente bom;
Ø  a relação de Deus para com o Universo, ao dizer que ele cria, sustenta e dirige tudo;
Ø  e o motivo de Deus em suas relações para com tudo quanto existe, ao dizer que ele cria, sustenta e dirige tudo em santo amor.

Onde Langston aprendeu isso? A resposta é: na Bíblia, na Palavra de Deus.

É na bíblia também que aprendemos acerca de Deus que Ele é um só, mas que se manifesta em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

É também na bíblia que aprendemos sobre muitos dos atributos de Deus, como, por exemplo, a Onipotência, a Onipresença, a Onisciência, a Autoexistência, a Autossuficiência, a Transcendência, a Infinitude, e muitos outros mais.

Alguém disse certa vez que a coisa mais importante que possuímos é o que, no profundo do nosso ser, pensamos sobre Deus. Então, para construirmos um pensamento correto sobre Deus, precisamos ser comprometidos em estudar a Sua Palavra, por que é nela que Ele se revela.

Sendo assim, não negligencie a leitura e o estudo da Palavra de Deus. Faça isso sozinho em seu “lugar secreto” de encontro com Deus, mas faça isso também reunido com outros irmãos. Participe da EBD, participe dos cultos de pregação da Palavra. Tenha o propósito de isso fazer e não perca o foco. Assente em seu coração: “uma das primeiras coisas que eu vou fazer todos os dias é abrir a minha bíblia e, em oração, ler e meditar; e também vou ser mais comprometido em me reunir com os meus irmãos na igreja para estudar a santa Palavra de Deus”.

E em sétimo (e último) lugar, quero dizer que você, crente, tem que ser comprometido em BUSCAR O REINO DE DEUS EM PRIMEIRO LUGAR. Pensar nas coisas que são de cima e buscar as coisas que são de cima.

Não é assim que nos ensina a Palavra de Deus? Jesus disse e Mateus registrou: “Buscai primeiro o reino de Deus e a Sua justiça e todas essas coisas (as demais coisas) vos serão acrescentadas” (Mateus 6.33)

O Apóstolo Paulo escreveu: “Portanto, se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra; porque estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” (Colossenses 3:1-3 RC)

Então, meu irmão, seja dedicado, seja comprometido com “as coisas de Deus”.

E quando você, crente, é assim comprometido, isso significa que você está “cuidando das coisas do Senhor”. E sabe o que acontece? “O Senhor cuida das suas coisas”

Ser crente é ter compromisso! Pensamos aqui em sete “áreas de compromisso”, a saber:

1)    Presença;
2)    Testemunho;
3)    Trabalho;
4)    Oração;
5)    Contribuição financeira;
6)    Palavra de Deus;
7)    Buscar em primeiro lugar o reino de Deus.

Obviamente há muito mais áreas em que, como crentes, devemos ser comprometidos, mas que essas sirvam para nos despertar e fazer de nós crentes comprometidos, guerreiros dedicados do Senhor, militantes fiéis no reino de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

Para a Primeira Igreja Batista em Muqui

Dezembro de 2019

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