domingo, 24 de março de 2019

O pecado, suas consequências e como nos livramos dele


O PECADO, SUAS CONSEQUENCIAS E COMO NOS LIVRAMOS DELE

 

1.    Há uma lenda judaica que diz de uma ocasião em que um rabino resolveu testar a honestidade de seus discípulos com a seguinte pergunta: “O que vocês fariam se encontrassem pelo caminho uma carteira cheia de dinheiro?”

 

-  Eu devolveria para o dono – respondeu um dos discípulos.

 

E o rabino pensou: “A resposta veio tão depressa que devo considerar se foi realmente sincera”

 

Um outro falou:

 

-  Eu ficaria com o dinheiro se ninguém tivesse me visto.

 

E o rabino pensou consigo mesmo: “A língua é sincera, mas o coração é perverso”

 

E um terceiro foi dizendo:

 

-  Bem, rabino, para ser honesto, eu ficaria tentado a guardar o dinheiro para mim. Portanto, eu pediria a Deus que me desse forças para resistir à tentação e agir corretamente.”

 

E o rabino concluiu: “Eis aí o homem em que eu confiaria”.

 

2.    A história pode ter várias aplicações, e aqui eu a uso para evidenciar um homem que sabia da sua inclinação pecaminosa, bem como sabia das consequências dessa inclinação pecaminosa, mas que também sabia onde encontrar solução para a sua inclinação pecaminosa.

3.    Nós também precisamos ter essa mesma consciência e também a sabedoria para buscarmos solução onde podemos encontrá-la. E, por isso mesmo, quero pensar com os irmãos hoje sobre “O pecado, suas consequências e como nos livramos dele”

4.    Vamos usar como texto base Romanos 3.23-28:

 

Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus,

sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus,

ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;

para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.

Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé.

Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.”

 

5.    Lido o texto vamos às nossas considerações. Para não deixar os irmãos em suspense durante a mensagem, se eu já estarei encerrando ou não, quero informar que serão seis considerações. Vamos à primeira.

6.    Primeiro pensemos sobre o pecado, o que ele é.

 

I.   PECADO, O QUE É?

 

1.    Pecado é rejeitarmos ou ignorarmos a Deus no mundo que ele criou, rebelando-nos contra ele e vivendo sem tê-lo como referencial em nossa vida, não sermos ou fazermos o que ele requer em sua lei — o que resulta em nossa morte e na desintegração de toda a criação.[1]

2.    OSWALD CHAMBERS: O pecado é uma relação fundamental; não é fazer a coisa errada; é ser errado, ser, deliberada e enfaticamente, independente de Deus.[2]

3.    JOHN LIN: Uma forma muito importante de entendermos o pecado é que se trata da rebeldia contra a lei de Deus. É não fazermos o que ele requer de nós, não vivermos conforme nos chamou para viver e, assim, não sermos, em plenitude, quem Deus nos criou para ser.[3]

4.    Pecado é “errar o alvo”

5.    Pecado é falta de conformidade com a lei de Deus, em estado, disposição ou conduta.

6.    Pecado é agir como Davi quando no caso de Urias e Bate-Seba, história registrada e 2 Samuel 11 e 12. Uma coisa terrível!!! No tempo em que os reis saiam à guerra, por alguma razão desconhecida Davi ficou em casa. À tarde, passeando no terraço da casa real ele contempla uma mulher, e deseja essa mulher, e, mesmo depois de saber que era uma mulher casada com um dos integrantes do seu exército que estava em batalha, abusa de sua autoridade real e manda traze-la; adultera com ela e ela engravida dele. E agora, o que fazer? Então ele manda que Urias venha, na expectativa de que pudesse ir à sua casa, passar uma ou duas noites com sua mulher, e então se diria que o filho era dele. Mas Urias era homem virtuoso e se recusou a tal “regalia” quando seus homens estavam em batalha sob risco de vida. Então Davi o manda de volta com uma carta para Joabe, e nessa carta Davi ordenava a Joabe que se colocasse Urias na frente da maior força de peleja, e que se retirassem no momento da batalha para que ele fosse ferido e morto. E foi isso que aconteceu. Adultério e homicídio; pecado terrível, duramente castigado por Deus, ao contrário do que muitos parecem imaginar.

7.    Mas pecado também é agir como Saul quando desobedeceu a Deus no tocante aos despojos da guerra contra os amalequitas. Nada deveria ser trazido, tudo deveria ser destruído. Mas o que Saul fez? Dentre outras coisas, Saul permitiu que se trouxesse o melhor das ovelhas, das vacas e dos cordeiros... só coisa boa! Só coisa de primeira qualidade! “E nem é pra nós!” Disse Saul. “É para oferecer a Deus em sacrifício!”. Sendo assim, qual é o problema? O problema, é que uma ordem de Deus foi desobedecida. Não teria nenhum problema se Deus não tivesse ordenado o contrário, mas Deus ordenou o contrário e sua ordem foi desobedecida, e “tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à Sua Palavra?”. Desobedeceu, faltou conformidade com a ordem de Deus, errou o alvo. Isso é pecado!

8.    Pecado é a disposição que há em nós para agirmos como muitas vezes agimos, contrariamente àquilo que Deus nos ordena em Sua Palavra

a)    Matar – você mata? Deus me livre, pastor! Que pergunta é essa? Claro que não! E eu acredito em você.

b)    Roubar – você rouba? Deus me livre, pastor! Que pergunta é essa? Claro que não! E eu acredito em você.

c)    Prostituir-se – você se prostitui? Deus me livre, pastor! Que pergunta é essa? Claro que não! E eu acredito em você.

d)    Praticar feitiçaria – você pratica alguma feitiçaria? Deus me livre, pastor! Que pergunta é essa? Claro que não! E eu acredito em você.

 

É claro que eu não creio que qualquer um de nós aqui pratique essas e outras coisas horríveis, mas pecado não se restringe a essas coisas horríveis. Pecado também é:

 

e)    Inimizade;

f)     Dissensão;

g)    Partidarismo;

h)    Falta de amor;

i)     Falta de misericórdia;

j)     Preferir uns em detrimento de outros por pura discriminação, isto é, fazer acepção de pessoas – Veja o que diz Tiago 2.

k)    Bebedices;

l)     Glutonaria;

m)  Mal testemunho – comportamento que escandaliza – Jesus disse que é melhor pendurar uma pedra pesada no pescoço e se jogar no mar;

n)    Orgulho;

o)    Mentira;

p)    Maledicência...

q)    E outras coisas mais que a gente faz normalmente, tranquilamente, como se fosse “coisa à toa”.

 

9.    Deu pra entender? Deu pra ficar claro, de forma bem prática, sobre o que é pecado? Mas ainda cabe dizer, finalizando esta parte, que não simplesmente é pelo fato de cometermos essas coisas que somos pecadores; não! A verdade é que cometemos esses e outros pecados porque somos pecadores. Nós nascemos em pecado; em pecado nos concebeu a nossa mãe; se assim não o fosse, não praticaríamos coisas como essas.

 

10. Tendo entendido o que é o pecado, pensemos agora, em segundo lugar, no fato de que o pecado é uma realidade presente em todo ser humano.

 

II. O PECADO É UMA REALIDADE PRESENTE EM TODO SER HUMANO

 

1.    Ninguém, a não ser Jesus, foi ou é imaculado

2.    O Rei Davi, no salmo 51, quando se apresentava inteiramente quebrantado diante do Senhor por causa do horrível pecado cometido contra Urias, pecado a que já nos referimos, com angústia de alma exclamava apelando para as misericórdias do Senhor: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares”.

3.    Em outras palavras ele estava dizendo: Senhor, a minha iniquidade é tão grande que, para dela eu ser purificado, é necessário que o Senhor aplique sobre mim misericórdia em multidão. O Senhor está certo em me julgar e me condenar, e o que eu posso fazer é apenas clamar pelas Tuas misericórdias.

4.    A seguir Davi expressa a verdade de que ele, assim como toda a raça humana, já nascera pecador. Ele diz: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”.

5.    O Espírito Santo de Deus, no trecho que lemos em Romanos, através de Paulo está a nos dizer que essa é a situação de todo ser humano.

6.    João, escrevendo sua primeira epístola, logo no primeiro capítulo, no versículo 8, diz-nos que “se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e não há verdade em nós”

7.    Em o evangelho que escreveu João registra, no capítulo 8, o dia em que os escribas e fariseus, no intuito de tentar a Jesus para que tivessem de que o acusar (ou de quebrar a lei de Moisés ou de ser conivente com o apedrejamento de uma mulher), trouxeram uma mulher pega em flagrante adultério, a quem, por causa de seu ato, segundo a lei de Moisés, deveria ser apedrejada.

a)    Que dizes tu, mestre? Foi o que eles insistiram em perguntar.

b)    E qual não foi a surpresa daqueles homens quando ouviram da boca de Jesus: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire a pedra contra ela”.

c)    Eles ficaram tão surpresos e, certamente vermelhos de vergonha, que saíram um a um, começando pelos mais velhos, sem nada falar, ficando ali apenas Jesus e a mulher. Não havia ninguém entre eles que fosse sem pecado; e também não havia ninguém a que eles pudessem chamar, por ser sem pecado, para atirar a primeira pedra.

d)    O único sem pecado era o próprio Jesus, e este não iria atirar pedra naquela mulher.

e)    NINGUÉM, desde Adão até hoje, e assim o será até a volta de Cristo, foi ou será achado sem pecado.

f)     E a razão disso é que TODOS PECARAM; todos somos pecadores, afirma categoricamente a Palavra de Deus.

8.    Então, atente bem para esse fato, meu irmão e amigo, VOCÊ É PECADOR. Como eu já tive ocasião de dizer em outro sermão:

a)    Você que tem atirado a primeira pedra lembre-se: VOCÊ é pecador;

b)    Você que tem apontado o dedo com desdém para os outros lembre-se: VOCÊ é pecador;

c)    Você que não tem poupado palavras para difamar maldosamente o seu irmão lembre-se: VOCÊ é pecador;

d)    E mesmo você que tem se utilizado das palavras para profeticamente, de forma correta, condenar o pecado pelos outros praticado, ainda que não ao pecador, não se esqueça de que VOCÊ também é um pecador.

e)    Você pode e até deve, como Jesus, não aprovar e até denunciar, pregar contra o pecado; você pode, como Jesus, dizer a alguém de quem você tratou acerca de seu pecado: “vá e não peques mais”; mas, diferentemente de Jesus, você não pode se esquecer de que você mesmo é um pecador carente da misericórdia e do perdão do Senhor.

 

9.    Então, já sabemos o que é o pecado, e também já sabemos que ele é uma realidade presente em todo ser humano; está presente em você, e está presente em mim. Agora um outro fato, que é a nossa terceira consideração: o pecado é a fonte primária de todas as desgraças humanas.

 

III.       O PECADO É A FONTE PRIMÁRIA DE TODAS AS DESGRAÇAS HUMANAS

 

1.    Vamos raciocinar um pouquinho aqui, de forma breve, usando alguns trechos das escrituras.

2.    Primeiro devemos observar que coisas ruins há que acontecem conosco que podem ser consequência direta de algum pecado pessoal nosso. Pra citar apenas alguns exemplos:

a)    Acã, filho de Carmi... da tribo de Judá, tomou do anátema, e a ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel. Deus havia dito, quando da batalha contra Jericó, que nenhum despojo deveria ser tomado, mas Acã não resistiu a uma boa capa babilônica, duzentos ciclos de prata e uma cunha de ouro do peso de cinquenta ciclos. Resultado final: morreu e foi soterrado com tudo e todos que tinha.

b)    Saul perdeu o reino por não guardar o mandamento que o Senhor ordenou, oferecendo ele mesmo o sacrifício que Samuel deveria oferecer. E depois ainda prossegui em desobediência às ordens de Deus.

c)    Davi perdeu um filho recém-nascido por causa de seu pecado pessoal no caso de Bate-Seba e Urias.

d)    Ananias e Safira acharam que podiam mentir ao Espírito Santo e morreram.

e)    Herodes quando o povo o exaltou como sendo divino, não deu glória a Deus, isto é, não atribuiu aquela glória a Deus, e foi ferido por um anjo do Senhor e morreu comido de bichos. (Atos 12)

f)     Na igreja de Corinto havia enfermos e até pessoas já mortas por causa de seus pecados pessoais, sua indisciplina diante do Senhor. (1 Co. 11)

 

Então, há coisas ruins que acontecem por causa de pecado pessoal.

 

3.    Mas, segundo, devemos também observar o fato de que nem tudo de ruim que acontece com uma pessoa tem como causa direta algum pecado pessoal dessa pessoa. O evangelho de João, no capítulo 9, relata acerca de uma ocasião em que, passando, Jesus e os discípulos viram um homem cego de nascença. Então os discípulos lhe perguntaram: “Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” E a esta pergunta dos discípulos, Jesus respondeu: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus”. E Jesus o curou daquela cegueira.

 

Então, nada de ficar, à revelia, atribuindo acontecimentos ruins a pecados pessoais. Pode ser que sim e pode ser que não.

 

4.    Entretanto, independente de se pelo pecado pessoal de alguém ou não, tudo, absolutamente tudo de ruim que acontece, tem, em última análise, origem no pecado geral da humanidade, ou talvez possamos dizer “no pecado original”.

a)    Todas as fadigas do dia-a-dia;

b)    Todo cansaço ao final de cada dia;

c)    Toda enfermidade;

d)    Todo desânimo;

e)    Toda depressão;

f)     Toda ansiedade;

g)    Toda frustração;

h)    Toda violência;

i)     Todo vício;

j)     Toda lágrima de tristeza;

k)    Toda morte;

l)     Toda incerteza;

m)  Toda peste;

n)    Toda epidemia;

o)    Toda guerra;

p)    Toda fome;

q)    Toda destruição;

r)     Todo terremoto;

s)    Toda opressão demoníaca;

t)     Toda perdição;

u)    Tudo, tudo, tudo o que podemos classificar de ruim que existe neste mundo, existe por causa do pecado;

5.    Quantas tragédias já aconteceram só nesse ano de 2019 no mundo?

a)    Elas têm a sua causa natural;

b)    elas têm os seus culpados que precisam ser devidamente responsabilizados;

c)    elas estão envolvidas em complexos contextos de causa e efeito;

d)    mas, em análise mais profunda, análise não simplesmente humana, porém, espiritual, elas não aconteceriam se não tivesse havido a primeira grande tragédia: a entrada do pecado no mundo através de nossos primeiros pais, os “representantes federais” de toda a raça humana.

 

6.    A nossa quarta consideração é uma outra consequência do pecado, nesse caso tanto o geral quanto o pessoal: o pecado separa o homem de Deus aqui nessa realidade terrena.

 

IV.       O PECADO SEPARA O HOMEM DE DEUS AQUI NESSA REALIDADE TERRENA.

 

1.    “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Não é isso que diz o texto? “Destituídos”, “afastados”, “carecem” da glória de Deus... são várias as traduções, mas todas tem o mesmo significado: a glória de Deus não está mais conosco, está ausente, por causa do pecado.

2.    E separado de Deus, mesmo conhecendo a Deus o homem não o glorifica como Deus, e é por isso que coisas como as que lemos em Romanos 1 acontecem. Se quiser, veja lá, a partir do verso 18.

a)    Detém a verdade em injustiça;

b)    Tendo conhecido a Deus não o glorificaram como Deus e nem lhe deram graças, antes, em seus discursos se desvaneceram e o seu coração se obscureceu;

c)    Mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança de imagem de homem corruptível, e de aves, quadrúpedes, répteis...

d)    Mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais à criatura do que ao Criador;

e)    Então Deus os entregou, Deus os abandonou às paixões infames, com homens e mulheres deixando o uso natural uns dos outros, cometendo torpezas e se entregando a sentimentos perversos;

f)     Se tornaram cheios de iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade, homicídio, contenda, engano, malignidade... e por aí vai. Veja lá depois o texto na íntegra.

3.    O homem, criado por Deus como a “coroa da criação”, agora caminha na terra separado de Deus por causa do pecado.

 

4.    Isto posto, preste bem atenção agora na quinta consideração: o pecado, se não tratado como deve ser tratado, conforme a bíblia diz que ele deve ser tratado, leva à condenação eterna, leva ao inferno – separa o homem de Deus na eternidade.

 

V.         O PECADO, SE NÃO TRATADO COMO DEVE SER TRATADO, CONFORME A BÍBLIA DIZ QUE ELE DEVE SER TRATADO, LEVA À CONDENAÇÃO ETERNA, AO INFERNO – SEPARA O HOMEM DE DEUS NA ETERNIDADE.

 

1.    “Separado da glória de Deus” aqui e na eternidade, se não tratar do pecado.

2.    Diversas vezes a bíblia se refere ao inferno.

3.    Jesus para acentuar o quão terrível é o inferno, usa de figura de linguagem e diz aos seus ouvintes no sermão da montanha: “se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.” (Mateus 5:29-30 RC)

4.    Apocalipse fala de um lugar infernal descrevendo-o como lago de fogo e enxofre, onde serão lançados a besta e o falso profeta e também todos aqueles cujos nomes não estiverem inscritos no livro da vida.

5.    J. C. RYLE: Por mais doloroso que seja o assunto do inferno, é algo sobre o qual não ouso, não posso e não tenho como me silenciar. Quem desejaria falar do fogo do inferno se Deus não tivesse falado disso? Quando Deus fala tão claramente, quem pode calar-se com segurança? (...) Eu sei que há alguns que não acreditam na existência do inferno. Acham impossível haver um lugar assim. Pensam que é inconsistente com a misericórdia de Deus. Dizem que é uma ideia horrível demais para realmente ser verdadeira. Claro que o diabo se alegra com os pontos de vista dessas pessoas. Elas ajudam demais seu reino. Pregam sua antiga e favorita doutrina: “Certamente não morrereis”. Mas há um ponto a ser resolvido: “O que a Palavra de Deus diz?” Você crê na Bíblia? Então, acredite nisto: o inferno é real e verdadeiro.[4]

 

6.    E por último: o pecado tem solução, ou: como o pecado deve ser tratado?

 

VI.       O PECADO TEM SOLUÇÃO – OU: COMO O PECADO DEVE SER TRATADO

 

1.    Como o pecado deve ser tratado? A resposta está em nosso texto base. Vejamo-lo novamente. Ele diz que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”; mas também diz que nós podemos ser justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”.

2.    O pecado tem solução e esta solução está em Cristo, é sermos redimidos por Cristo. E como alcançamos essa redenção? Essa redenção é fruto da graça de Deus e o que precisamos e podemos fazer é somente crer. “Pela graça sois salvos por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” Efésios 2.8 e 9

3.    Mas o que é essa graça?

4.    Já tivemos aqui várias oportunidades de considerar sobre isso. Em uma delas vimos que:

a)    Graça é o amor de Deus que salva as pessoas e as conserva unidas com ele [(A graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação... Tito 2.11); (Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo... Pela Graça sois salvos... Ef. 2.5 e 8)] 

b)    graça é a soma das bênçãos que uma pessoa, sem merecer, recebe de Deus

c)    Graça é a influência sustentadora de Deus que permite que a pessoa salva continue fiel e firme na fé

d)    E, resumindo, graça é o favor imerecido que recebemos da parte de Deus, favor esse que se manifesta de formas múltiplas a começar pela nossa salvação.

5.    Esse é o conceito teológico simples de graça.

6.    Mas também consideramos a graça de forma bem prática, pensando nela como uma força modificadora. E apresentamos três razões pelas quais podemos assim pensar:

 

PRIMEIRA RAZÃO: a Graça modifica o nosso relacionamento com Deus

 

Veja esses textos bíblicos:

 

“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;” (Romanos 5:1 RC)

 

“Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando reconciliados, seremos salvos pela sua vida.” (Romanos 5:9-10 RC)

 

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus. Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:17-21 RC)

 

Temos paz com Deus; estávamos sob a ira ou juízo de Deus, mas agora somos salvos da ira; éramos inimigos, mas fomos reconciliados com Ele.

 

E Romanos 8.35-39 mostra-nos que o nosso relacionamento com Deus é agora, pela graça, um relacionamento de amor que nada é capaz de dissolver.

 

SEGUNDA RAZÃO: a Graça modifica nossas atitudes e motivações

 

Veja Tito 2.11-14: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens,  ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente,  aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo,  o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.” (Tito 2:11-14 RC)

 

A graça se manifesta salvando, mas também ensinando como se deve viver depois de ter sido salvo: uma vida de renúncia à impiedade e às concupiscências mundanas, isto é, renunciando a todos os pensamentos e todas as ações contrários a Deus, ainda que aos olhos da sociedade não errados. Uma vida sóbria, justa e piedosa, isto é, com seriedade, levando a sério a santificação, com autocontrole, sem se deixar arrastar pelas paixões mundanas, sem se deixar “embriagar” pelas coisas desse mundo, de uma maneira que ele dê evidências de que realmente recebeu a retidão de Cristo, reverentemente diante de Deus. Enfim, uma vida vivida de uma maneira que fique evidente que ele faz parte de um povo diferente, um povo purificado de seus pecados, um povo especial de Jesus, um povo zeloso em viver segundo as regras do Rei do reino que agora se faz presente em sua vida, e deve anunciar aos outros que lhes é possível também fazer parte desse povo, que a salvação está disponível, pela graça, em Jesus.

 

Mas não só as nossas atitudes são modificadas, as motivações que estão por trás das mesmas também sofrem tal modificação. Em Mateus 6 encontramos Jesus dizendo: Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles... Quando deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens... quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita... E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens... E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas, porque desfiguram o rosto, para que aos homens pareça que jejuam... tu, quando jejuares, unges a cabeça e lava o rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas sim a teu Pai, que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará.

 

TERCEIRA RAZÃO: a Graça de Deus modifica o nosso caminho – do inferno para o céu

 

Efésios 2 é um ótimo exemplo disso. Aqueles efésios, Quando estavam mortos em ofensas e pecados, andando segundo o curso deste mundo, andando segundo a influência da carne e dos poderes demoníacos, andando, portanto, em direção à eternidade sem Deus, ao inferno, foram vivificados, salvos pela graça e tiveram o seu caminho modificado; agora, em Cristo, eles estavam assentados nos lugares celestiais; estavam caminhando para longe de Cristo, mas dele foram aproximados pela graça; se tornaram concidadãos dos santos, membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo Cristo a Pedra angular. Eles receberam a Cristo pela fé e a Graça manifestou-se mudando o relacionamento deles com Deus, as atitudes e motivações e também o caminho deles.

 

1.    Então, a solução está na graça, mediante a fé. A maneira que o pecado deve ser tratado é crendo e apelando para a graça de Deus. Assim somos perdoados e justificados diante de Deus; assim somos redimidos; assim livramos a nossa alma do inferno.  

 

CONCLUSÃO

 

2.    “Todos pecaram e separados estão da glória de Deus” – “Todos pecamos e separamos ficamos da glória de Deus”

3.    Todos pecaram e condenados ficaram ao inferno – Todos pecamos e condenados ficamos ao inferno.

4.    Você não gostaria de se livrar, livrar a sua alma do inferno?

5.    É possível!

6.    Você pode ser justificado gratuitamente pela graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Você pode ser justificado e salvo pela fé em Cristo Jesus.

7.    Foi assim com Zaqueu...

8.    Foi assim com a mulher samaritana...

9.    Foi assim com Saulo, o perseguidor dos cristãos, que depois se tornou Paulo, o apóstolo, aquele que transmitiu aos romanos a mensagem desse texto que estamos considerando.

10. Foi e tem sido assim com muita gente no decorrer dos séculos. Milhares... milhões... bilhões já livraram a sua alma do inferno, pela graça, pela fé em Jesus.

11. E pode ser assim com você também. Você quer? ...

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

 

PIB Muqui – 24 de março de 2019



[1] Keller, Timothy. Catecismo Nova Cidade: A verdade de Deus para nossos corações e mentes - Devocional . Editora Fiel. Edição do Kindle

[2] Ibid.

[3] Ibid.

[4] Ibid.

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