quinta-feira, 17 de novembro de 2011

“MESTRE, SEGUIR-TE-EI”


“MESTRE, SEGUIR-TE-EI”

“E Jesus, vendo em torno de si uma grande multidão, ordenou que passassem para a outra margem. E, aproximando-se dele um escriba, disse: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei. E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. (Mateus 8:18-20 RC)

1. “Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei” – destaco neste texto esta decisão do homem que aproximou-se de Jesus nesta ocasião em que ele estava apertado por uma grande multidão e ordenara a seus discípulos a que entrassem no barco e o levassem para o “outro lado”, para a margem oriental do mar da Galiléia (também conhecido por Mar de Tiberíades ou Lago de Genesaré), onde ficava a província dos Gergesenos, ou Gadarenos conforme algumas traduções.

2. O homem, revela o texto, era um escriba.

a. Escriba era o homem que copiava e interpretava a lei de Moisés.

b. Foram os escribas que criaram, aos poucos, um sistema complicado de ensinamentos conhecido como "a tradição dos ANCIÃOS" (Mt 15.2-9).

c. Jesus os censurou (Mt 23).

d. Os escribas tiveram parte na morte de Cristo (Mt 26.57)

e. e perseguiram a Igreja primitiva (At 4.5; 6.12).

f. Eles eram chamados também de "doutores da lei" (RC Lc 5.17; RA, mestres).

3. Esse escriba em particular, por alguma razão não revelada pelo texto, aproximou-se de Jesus dizendo ter tomado uma decisão, a decisão de segui-lo onde quer que ele fosse.

4. Talvez ele estivesse ali, em meio, àquela multidão, ouvindo as palavras de Jesus, observando os feitos de Jesus, e, ao se dar conta de que Jesus convocara seus discípulos para retirarem-se para o outro lado do mar da Galiléia, aproximou-se e disse querer ir também, não só para a outra banda daquele grande lago, mas para onde quer que Jesus fosse.

5. E você? Já tomou essa decisão?

6. O que significa essa decisão hoje?

a. Significa o mesmo que significava naquela ocasião com a diferença de que hoje sabemos mais perfeitamente que não se trata de um “seguir geográfico”;

b. Significa fazer ou deixar de fazer o que Jesus faria/aprovaria ou deixaria de fazer/aprovar nas diversas situações que fazem e farão parte de nosso contexto de vida, independentemente de “o quanto isso nos custará”, financeiramente, emocionalmente, socialmente...

c. Pode significar uma vida de muita prosperidade em todos os sentidos, inclusive financeira, mas também

          i. Pode significar renúncias mil...

          ii. Pode significar perda de conforto pessoal...

          iii. Pode significar a perda da própria vida...

7. Mas vale a pena!

a. Ouvia essa semana, num vídeo do Youtube, o Dr. Russel Shedd em uma de suas pregações. Nessa pregação ele contou parte da história de Jym Elliot, seu colega de escola que se tornou missionário entre os Aucas no Alto Amazonas e ali vivenciou muitos perigos e morreu atingido pela flecha de um índio. Mas esse homem, lá onde sentia que Jesus queria que ele estivesse, tinha um lema: “Não é tolo aquele que larga o que não pode segurar para pegar firme aquilo que não pode perder”

b. Tudo nesse mundo que você acha bom tem fim, você não pode “segurar”. Então você não será tolo se deixar de lado tudo o que lhe for exigido deixar de lado para seguir a Jesus, porque Jesus tem algo que você “não pode perder”.

8. Seguir a Jesus vale a pena!

9. Você já tomou essa decisão?

10. Se ainda não, lhe digo que você precisa tomá-la, porque, esta é de todas a decisão mais importante e a mais necessária que o homem precisa tomar.

a. É a mais importante e necessária porque Jesus é a luz que nos tira das trevas espirituais.

          i. Em João 8:12 encontramos Jesus afirmando sobre si mesmo: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (RC).

          ii. E no livro dos Salmos, capítulo 36, versículo 9, encontramos o salmista afirmando sobre Deus (e Jesus é Deus: “...o verbo era Deus...” – Jo. 1.1): “...em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz.” (Salmos 36:9 RC).

          iii. Várias vezes encontramos Jesus dizendo aos líderes religiosos de sua nação que eles eram “condutores cegos”. Eles tinham a visão física, mas não a espiritual, que é a verdadeira e a mais importante.

b. É a mais importante e necessária porque ninguém poderá estar no céu na eternidade se não for por Jesus. Ele é o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vai ao Pai se não for por ele. (João 14.6)

c. É a mais importante e necessária porque ELE tem as palavras de vida eterna (João 6.68 e 69)

d. É a mais importante e necessária porque se não seguirmos a ele, a quem podemos seguir para irmos à glória celestial? Lemos em Atos 4.12 que: “... em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (RC).

e. Há algum tempo vimos, em “O Globo Repórter”, que para se levar, de caminhão, alguma carga para o Chile, é necessário enfrentar as dificuldades da Cordilheira dos Andes, não há outro caminho. Da mesma maneira, para ser salvo e ir ao céu, o único caminho é Jesus. Segui-lo, então, a menos que optemos pela perdição eterna no inferno, é a decisão mais necessária a se tomar.

11. Mas atente bem para algo de que já falei um pouco, mas que quero enfatizar mais, por ser algo de elevada importância: esta é uma decisão de grande responsabilidade e que vai exigir renúncias por parte de quem a tomar.

12. Todos que vivemos nesse país, que, de certa forma, é um país “cristianizado”, sabemos sobre algumas renúncias que a pessoa que se decide a seguir a Cristo terá de fazer.

13. Mas a grande renúncia, que muitas das vezes não é considerada é a “renúncia da própria vida”.

a. Seguir a Cristo significa ir com ele até à cruz, e, com ele, morrer lá.

b. Paulo, que outrora fora um perseguidor de cristãos, que esteve presente e aprovou o apedrejamento de Estevão até à morte do mesmo, depois de convertido a Cristo se expressou: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.” (Gálatas 2:20 RC).

14. Exagerar a profundidade destas palavras é impossível. Aliás, é impossível até mesmo medir tal profundidade.

15. Renunciar a própria vida! Foi isso que, por exemplo, David Brainerd fez quando seguiu a Jesus que o conduziu, antes da metade do século XVIII, às florestas americanas para pregar aos índios. Jovem, solteiro, com a vida toda pela frente, Brainerd, renunciou a própria vida para seguir a Cristo e fazer aquilo para o quê Ele o comissionou. Sua vitória foi imensa, a maior de todas, mas suas lutas foram também grandes e terríveis. Brainerd morreu de tuberculose numa Sexta-feira, no dia 09 de Outubro de 1747, na casa de Jonathan Edwards, aos 29 anos de idade. Mas quem segue a Cristo assim não termina esta sua jornada no momento de sua morte, antes, continua a segui-lo em direção à glória, e foi por isso que Jonathan Edwards disse sobre a morte de Brainerd: “... a sua alma... foi recebida por seu querido Senhor e Mestre, naquele estado de perfeição de santidade e aprazimento de Deus... foi acolhido pela gloriosa assembléia do mundo superior, como alguém peculiarmente apto para juntar-se a ela, em sua bem-aventurada atividade e aprazimento” [1].

16. Quem segue a Cristo de verdade não o faz sem renunciar a sua própria vida, mas não deixa de ganhá-la também. Foi o próprio Cristo quem nos deixou a mensagem de que aquele que quer ganhar a sua vida neste mundo acaba por perdê-la, mas que aquele que não se importa de perdê-la por amor a ele, para segui-lo, na verdade é este que a está ganhando.

17. Seguir a Jesus não é só para “bons momentos”; seguir a Jesus é “para o que der e vier”.

18. Chego, enfim, a algumas conclusões muito importantes:

a. A primeira conclusão é a de que seguir a Jesus não é algo fácil. Aliás, se formos abandonados à nossa própria sorte, não podendo contar com a presença ajudadora do Santíssimo Espírito de Deus, ser-nos-á impossível essa empreitada. Glórias sejam dadas a Deus por Ele, pela graça, nos prover de tal presença, que não só nos chama para e nos convence da necessidade que temos de seguir a Cristo, como também nos sustenta nessa caminhada tão árdua que sofre tão grande oposição por parte do mundo, da carne e do Diabo. Se você for levado pelo Espírito Santo a tomar a decisão de seguir a Cristo, saiba, de antemão, que não será fácil a sua jornada. Uma falsa jornada cristã pode ser fácil, mas a verdadeira jornada é árdua.

b. A segunda conclusão é a de que somente os que seguem a Cristo, os que crêem nele e o recebem pela fé, são herdeiros da salvação de Deus, porque “em nenhum outro há salvação...”

c. E a terceira conclusão, então, é a de que, quando a pessoa recebe a Cristo em sua vida, pela fé, como Salvador (o único) e Senhor (também o único), essa pessoa passa então a enxergar de verdade. Antes ela era cega, mas agora vê. E talvez o mínimo significado disso é que agora essa pessoa sabe quem , de fato, está perdendo e quem está ganhando a sua vida.

Que Deus nos abençoe! Amém!

Pr. Walmir Vigo Gonçalves

Foz do Iguaçu – Parque Imperatriz – Outubro de 2011

prwalmir@hotmail.com

Visite também: www.igrejabatistanoparqueimperatriz.blogspot.com


[1] Informação extraída do Livro escrito por Jonathan Edwards: “A Vida De David Brainerd”. Editora Fiel.

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