Domingo, 15 de
maio de 2022
Pr. Walmir Vigo Gonçalves
VIRTUDES PARA O LAR
TEXTO: Gálatas 5:22 e
23
TEMA: Virtudes para
o lar
OBJETIVO: Edificação
dos lares, através da orientação à vivência das virtudes do fruto do Espírito
no contexto da família.
INTRODUÇÃO
Ø Como
estamos no mês da família, hoje quero pensar com os irmãos em algumas virtudes
que nós devemos levar para o contexto do nosso lar.
Ø Serão
9 virtudes: três hoje, três no próximo domingo e três no último domingo se Deus
nos permitir.
Ø Essas
virtudes são “velhas conhecidas” nossas, se não de praticar, pelo menos de
“ouvir falar”. Na verdade, creio que, ainda que às vezes não totalmente como
deveríamos, todos, pelo simples fato de sermos crentes, praticamos essas
virtudes, porque elas são o fruto que o Espírito produz em nós. É isso mesmo!
As virtudes que devemos levar para o contexto do nosso lar, sobre as quais
quero falar, são aquelas que compõem o fruto do Espírito.
Ø O
texto é Gálatas 5:22 e 23, que eu leio para os irmãos na versão NTLH para
facilitar o entendimento dos termos aí contidos:
“Mas
o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza,
a bondade, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio. E contra essas coisas
não existe lei.”
Ø Aí
estão, então, as virtudes.
Ø Na
verdade, todos, se somos crentes, possuímos essas virtudes, porque elas são,
como está bem claro aí no texto, “o fruto” que o Espírito produz em nós.
Ø Às
vezes pecamos ao “errar o alvo” de Deus para nós e não praticarmos em algum
momento, em nosso relacionamento com as pessoas em geral, a virtude esperada.
Os relacionamentos interpessoais nem sempre são fáceis de serem vividos, e
algumas vezes, como se diz, a gente “desce do salto”. Agir com seriedade,
gravidade, severidade, dentro da correção diante do erro de alguém é uma coisa,
e “descer do salto” perdendo o domínio próprio, é pecado que precisa ser
confessado para ser perdoado. Mas somos sujeitos a isso. Eu sou sujeito a isso
e já cometi esse erro algumas vezes, até já aqui mesmo em Muqui. E ainda que às
vezes a gente seja louvado por essa atitude, quando a atitude é contra alguém
que está “merecendo”, é pecado que precisa ser confessado. “Meus queridos
irmãos, nunca se vinguem de ninguém; pelo contrário, deixem que seja Deus quem
dê o castigo. Pois as Escrituras Sagradas dizem: “Eu me vingarei, eu acertarei
contas com eles, diz o Senhor.” É o que diz Paulo em Romanos 12:19, aqui na
NTLH.
Ø Então,
somos sujeitos! A inclinação para errarmos esse alvo de Deus está impregnada em
nós. “Miserável homem que sou, quem me livrará do corpo dessa morte? Graças
a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 7.24 e 25)
Ø E
muita das vezes nós nos esquecemos de exercitar essas virtudes dentro da
nossa própria casa. Muitos dos nossos problemas seriam resolvidos ou nem
existiriam se apenas procurássemos entender o significado e o alcance dessas
virtudes e intencionalmente as praticássemos dentro da nossa casa. Mas não pode
ser uma prática unilateral, não pode, por exemplo, só a esposa praticar e o
esposo não; tem que ser uma prática de todos, especialmente se todos na casa
são crentes. Se não são todos crentes numa casa, então a responsabilidade e a
luta do crente para ver a sua casa indo bem se torna um pouco maior.
Ø Por
isso, já que estamos no mês da família, resolvi extrair essas virtudes do
contexto geral e trazê-las para “dentro de casa”.
Ø Então
vamos lá?
I.
AMOR
Ø Há
uma música cuja letra diz o seguinte (coloco só uma parte aqui):
Tudo
é belo em derredor, com amor no lar;
Há
beleza em cada flor, com amor no lar.
Este
amor promove paz, toda mágoa e dor desfaz;
Luz,
saúde e gozo, traz sempre o amor no lar.
Na
choupana há prazer, com amor no lar;
Ódio
e mal não pode haver, com amor no lar.
Cada
rosa em seu matiz, vozes de aves tão gentis,
Tudo
faz-se mais feliz, com amor no lar.
Com
amor, com amor, não há dor, não há pesar, com amor no lar.
Ø É
verdade!
Ø William
Barclay disse muito bem quando falou sobre o amor, o amor ágape, que é o do
nosso texto, que ele é o espírito no coração do homem que nunca procurará
outra coisa senão o sumo bem do seu próximo, sem se importar com a natureza do
seu próximo e nem mesmo com o tratamento que recebe dele.
Ø Há
uma história muito bonita, contada como fato acontecido, que já contei em
outras ocasiões para os irmãos, mas que cabe muito bem aqui. A história se
passa num acampamento de meninos de uma igreja, e foi contada por um dos
conselheiros naquele acampamento. Ele diz:
Um dos meninos
que estava no acampamento tinha sido vítima de paralisia cerebral, e os outros
meninos se divertiam com ele, imitando os seus gestos descontrolados e, de
maneira geral, tornando a vida dele uma miséria. Um dos meninos deveria fazer
um breve sermão na última noite do acampamento, e os colegas resolveram que o
candidato certo para o trabalho era o menino com paralisia cerebral. Eles se
divertiriam enquanto ele lutasse por expressar-se. Portanto, o pobre menino
seria a “diversão”, o “espetáculo” daquela noite. Os risos já se tinham
espalhado por toda a jovem audiência quando o menino subiu ao púlpito. Ele
conseguiu gaguejar o seu sermão bem simples dizendo que tinha três coisas para
compartilhar: 1) A Primeira é que ele sabia que Deus o amava; 2) A Segunda era
que ele sabia que Deus amava a todos eles; 3) Portanto, a Terceira coisa,
segundo ele assegurou aos outros meninos, era que ele próprio os amava...”
Ø Esse
é o amor ágape, fruto do Espírito, que não procura outra coisa senão o sumo bem
do seu próximo. E não tem ninguém neste mundo que seja mais próximo de nós do
que as pessoas da nossa casa. Então, esse amor tem que entrar e “aromatizar” a
casa inteira, transformando-a num verdadeiro lar.
Ø Me
permitam contar outra história. Essa é apenas ilustrativa, mas expressa uma
grande verdade:
Uma
mulher saiu de sua casa e viu três homens com longas barbas brancas, sentados
em frente ao quintal dela. Ela não os reconheceu. Ela disse: - "Acho que
não os conheço, mas devem estar com fome. Por favor, entrem e comam algo. - O
homem da casa está? - Perguntaram. - Não, ela disse, está fora. - Então não
podemos entrar" - eles responderam. À noite quando o marido chegou, ela
contou-lhe o que aconteceu. - "Vá diga que estou em casa e convide-os a
entrar". A mulher saiu e convidou-os a entrar. - "Não podemos entrar
juntos". Responderam. - "Por que isto?" - ela quis saber. Um dos
velhos explicou-lhe: - "Seu nome é Fartura" - ele disse apontando um
dos seus amigos e, mostrando o outro, falou: - "Ele é o Sucesso e eu sou o
Amor". E completou: - "Agora vá e discuta com o seu marido qual de
nós você quer em sua casa". A mulher entrou e falou ao marido o que foi
dito. Ele ficou arrebatado e disse: - "Que bom!" Ele disse: -
"Neste caso, vamos convidar Fartura. Deixe-o vir e encher nossa casa de
fartura". A esposa discordou: - "Meu querido, por que não convidamos
o Sucesso?" A cunhada ouvia do outro canto da casa. Ela apresentou sua
sugestão: - "Não seria melhor convidar o Amor? Nossa casa então estará
cheia de amor". - "Atentemos pelo conselho da cunhada" - disse o
marido para a esposa. - "Vá lá fora e chame o Amor para ser nosso
convidado". A mulher saiu e perguntou aos três homens: - "Qual de
vocês é o amor? Por favor, entre e seja nosso convidado". O Amor
levantou-se e seguiu em direção à casa. Os outros dois levantaram-se e
seguiram-no. Surpresa a senhora perguntou-lhes: - "Apenas convidei o Amor,
por que vocês entraram?" Os velhos homens responderam juntos: - "Se
você convidasse o Fartura ou o Sucesso, os outros dois esperariam aqui fora,
mas se você convidar o Amor, onde ele for iremos com ele". Onde há amor,
há também fartura e sucesso!!!
Ø Se
você não convidou ainda o amor para entrar na sua casa, faça isso. Você será
muitíssimo abençoado.
Ø Mas
talvez o amor já tenha sido convidado um dia; porém, agora, está meio
“abandonado”, “deixado de lado”. Dê atenção a ele; ajude-o a se levantar, a
reviver e abençoar a sua casa.
II.
ALEGRIA
Ø Alegria,
quem não quer?
Ø A
alegria é algo de muito valor em qualquer lugar, em qualquer ambiente, mui
especialmente numa casa, num lar.
Ø Quando
nós refletimos há algum tempo atrás aqui na igreja sobre o fruto do Espírito,
eu comparei a vida cristã a um delicioso bolo. Hoje eu quero comparar a vida em
família a esse bolo. Como se faz um bolo? O que é que se usa para fazer um
bolo? Eu não sei fazer bolo, mas sei que se usa diversos ingredientes, todos
eles importantes e necessários. Não pode faltar nenhum. Pois a vida em família
também é feita de muitos ingredientes, todos eles importantíssimos, não pode
faltar nenhum, e a alegria é um desses ingredientes. Sem alegria a vida em
família não é vida em família do jeito que deve ser. Então, leve alegria para
dentro da sua casa.
Ø Agora,
é claro que eu sei que todos nós passamos por “altos e baixos”; todos temos as
nossas “fases”. Como manter a alegria no lar (e na vida) quando a “fase” não é
das melhores?
Ø Bem,
aqui tenho que dizer que essa não é uma tarefa fácil, mas é bem mais difícil
para aqueles que não têm um relacionamento com Deus pela fé.
Ø Digo
isso porque a alegria de que falo aqui não é a alegria natural, nem a alegria
que o mundo e as circunstâncias boas proporcionam.
Ø A
alegria de que falo aqui é a alegria que é fruto do Espírito (tenha em mente o nosso
texto)
Ø A
alegria de que falo aqui é aquela alegria que Paulo, mesmo estando preso por
causa do evangelho, tinha e nos orienta a ter. É a alegria “no Senhor”. “Regozijai-vos,
sempre, no Senhor; outra vez vos digo: regozijai-vos” (Filipenses
4:4)
Ø Charles
Swindoll, no livro “JÓ – um homem de paciência heroica”, a certa altura
discorre sobre lições aprendidas em um contexto de dor. E as lições tem a ver
com a nossa esperança e segurança em Deus. É preciso ter esperança e segurança
em Deus para suportarmos e mantermos a alegria nos momentos de dor. É preciso
saber para onde estamos indo; hoje podemos estar aqui, até emaranhados em um
contexto de dificuldade e dor, mas se temos esperança e segurança em Deus e
sabemos para onde estamos indo, é mais fácil manter a alegria.
Ø Conta-se
que o mundialmente famoso Albert Einstein, uma certa ocasião estava viajando de
trem. Provavelmente para algum lugar onde iria cumprir um compromisso e com
passagens compradas por quem o convidara. O condutor aproximou-se para pegar os
bilhetes. Einstein começou a procurar nos bolsos sem conseguir encontrar. A
essa altura o condutor percebeu que se tratava de Albert Einstein, e lhe disse:
–
Oh, Dr. Einstein, não se preocupe. Sei quem o senhor é... eu confio no senhor.
Não precisa mostrar seu bilhete. – e continuou fazendo a ronda.
Alguns
minutos depois o condutor retornava com os bolsos cheios de bilhetes, e notou
que Einstein estava no chão, procurando debaixo dos assentos o bilhete perdido.
Então ele se inclinou e sussurrou:
–
Não, por favor, levante-se. Não tem problema. Nós confiamos no senhor. Não é
preciso mostrar o seu bilhete.
Nesse
ponto Einstein olhou para cima e disse:
–
Meu jovem, não é questão de confiança, mas de direção. Estou procurando meu
bilhete porque não sei para onde estou indo.
Ø E
você? Você sabe para onde está indo?
Ø Se
você não sabe, ou se sabe e sabe que não é pra um lugar muito bom, eu o convido
a render-se a Jesus hoje e saber pra onde vai na eternidade, e saber que é um
bom lugar.
Ø E
se você sabe, Pr. Walmir, e se você sabe, meu irmão, então alegre-se! Se você
tem esperança e segurança em Deus por intermédio de Jesus e sabe para onde está
indo, alegre-se! Se não consegue se alegrar porque como Davi, por causa de
algum pecado perdeu a alegria da certeza da salvação, faça como o mesmo Davi,
reconheça seu pecado, arrependa-se, confesse a Deus e peça a Ele para restaurar
a sua alegria da certeza da salvação. E uma vez perdoado, uma vez restaurada a
sua alegria da certeza da salvação, alegre-se em Deus. Nos momentos fáceis da
vida, alegre-se em Deus; nos momentos difíceis da vida, apegue-se a Deus e
alegre-se Nele; na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, alegre-se em
Deus; e leve essa alegria para dentro da sua casa. Reúna seus familiares e
alegrem-se juntos em Deus. Cooperem uns com os outros na promoção dessa alegria,
orem juntos e uns pelos outros, faça a sua parte, cumpra o seu papel, para que
essa alegria aconteça. E se ela já morreu, lembre-se que Jesus tem poder para
ressuscitar os mortos – fale com ele, mas não permita que a tristeza, a
amargura tome conta do seu coração e do seu lar. “Que nenhuma raiz de
amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.” (Hebreus
12:15 RC)
III.
PAZ
Ø Faça
do seu lar um ambiente de paz. Não de guerra, não de discórdia, não de
desarmonia, mas de paz.
Ø Obviamente,
quando falamos assim, nossa mente se volta para o relacionamento interpessoal,
no caso, o relacionamento interpessoal entre as pessoas da família.
Ø Mas,
para que essa paz seja uma realidade duradoura, bem arraigada, bem edificada em
nossas casas, podemos considerar que outros dois “tipos” de paz devem acontecer
primeiramente:
1) A
paz entre mim/você e Deus – Essa paz é estabelecida quando, pela fé, somos, em
Cristo justificados, como lemos em Romanos 5:1: “Sendo, pois, justificados
pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”. Removida foi,
então, a inimizade entre nós e Deus por causa do pecado e a paz foi
estabelecida.
2) E
a essa paz entre nós e Deus segue-se a paz interna, aquela paz sobre a qual
lemos aqui em Gálatas 5:22 e também em Filipenses 4:7, que vem de Deus, que é
fruto do Espírito, que é independente das circunstâncias, que excede todo o
entendimento e que guarda o nosso coração e a nossa mente, isto é, os nossos
sentimentos e a nossa razão.
Ø E
uma vez que há esses dois tipos de paz em nós, então a paz “entre nós”, pessoas
humanas em geral e mais especificamente, pessoas de uma mesma família, é uma
paz mais robusta, mais duradoura, mais estável, que não se abala por qualquer
motivo banal.
Ø Uma
das coisas que estragam a paz, a harmonia dentro dos nossos lares, é não manter
o nosso “burrinho emocional” desativado.
Ø “Burrinho
emocional” é um “empréstimo” que faço de um escrito do Pr. Josué Gonçalves. Não
sei se era nisso que o Pr. Josué estava pensando, mas o “burrinho” é um
instrumento, uma espécie de bomba de aspirar líquidos. No caso aqui ele aspira
não líquidos, mas emoções negativas. Esse burrinho emocional precisa ser
desativado para facilitar a paz em nossos lares.
Ø Em
Efésios 4.31 e 32 lemos: “Longe de vós toda amargura, e cólera, e ira, e
gritaria, e blasfêmia, e bem assim toda a malícia”
Ø Quantas
atitudes emocionais ruins. “Longe de vós”, diz Paulo, essas atitudes.
Ø Mas
quando o “burrinho emocional” não está desativado, com muita facilidade ele as
traz à tona e detona a paz no lar.
Ø O
Pr. Josué Gonçalves propõe uma forma de manter esse “burrinho” desativado. Ele
diz assim:
Todos
nós temos um burrinho emocional que precisa ser mantido desativado. Eu vou
citar aqui uma relação de sentimentos negativos que podem ser evidências de que
o burrinho emocional está ativado. Faça uma a, autoavaliação. O texto a seguir
está inserido na carta aos Efésios: “Longe de vós toda amargura, e cólera, e
ira, e gritaria, e blasfêmia, e bem assim toda a malícia” (Efésios 4.31-32).
Não é difícil manter o burrinho emocional desativado. Faça esse exercício a
partir de hoje: nunca responda com base no que você está sentindo, mas, sim, em
princípios. Dependendo do momento, se você responde com base no que está
sentindo, faz bobagem, diz besteira, ofende, machuca, destrói, perde muito. Não
seja apenas inteligente, seja sábio. Os sábios têm as rédeas das suas emoções
nas mãos, por isso pensam antes de responder e respondem com sabedoria. Após
ouvir, responda, tendo como base de seu argumento, princípios e não sentimentos.
A
bíblia adverte: “Enganoso é o coração, e perverso e corrupto; quem o
conhecerá?” (Jr. 17.9). na maioria dos casos, as emoções são péssimas
condutoras de ideias; se você se guiar pelos sentimentos pode cometer erros,
ofendendo, machucando, abrindo chagas, destruindo caminhos de
inter-relacionamentos antes abertos, fechar canais de comunicação, lançar
raízes de amargura e de mágoas que, com toda certeza, darão mais trabalho para
serem removidas.
A bíblia diz: “Como maçãs de ouro em salvas de
prata, assim é a palavra dita a seu tempo” (Pv. 25.11). Lembre-se: “A resposta
branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv. 15.1), ou seja,
ativa o “burrinho emocional”. Cuidado!
Ø Termino
essa parte com uma história e a aplicação da mesma (história e aplicação no
livro do Pr. Josué, acima citado):
Num
quarto modesto, o doente grave pedia silêncio. Mas a velha porta rangia nas
dobradiças cada vez que alguém a abria ou fechava. Com a passagem do médico a
porta rangia, nas idas e vindas do enfermeiro a porta rangia, nas visitas dos
familiares e amigos a porta rangia. Mas depois de algum tempo de incômodo,
alguém veio e colocou algumas gotas de óleo lubrificante nas dobradiças e a
porta silenciou.
A
lição é singela, mas muito expressiva. Em muitas ocasiões há tumulto dentro de
nossos lares. São as dobradiças das relações fazendo barulho inconveniente. São
problemas complexos, conflitos, inquietações, abalos... Entretanto, na maioria
dos casos, nós podemos apresentar a cooperação definitiva para a extinção das
discórdias. Basta que lembremos do recurso infalível de colocar algumas gotas
de compreensão para que toda a situação se transforme.
· Algumas gotas de perdão acabam de imediato com o
chiado das discussões mais calorosas;
· Gotas de paciência no momento oportuno podem
evitar grandes dissabores;
· Gotas de carinho penetram as barreiras mais
sólidas e produzem efeitos duradouros e salutares;
· Gotas de solidariedade e fraternidade podem
conter uma guerra de muitos anos;
· É com gotas de amor que as mães dedicadas abrem
as portas mais emperradas dos corações confiados à sua guarda;
· São gotas de puro afeto que penetram e
dulcificam as almas ressecadas de esposas e esposos, ajudando-os na manutenção
da convivência duradoura;
· Gotas de afeição são suficientes para lubrificar
as engrenagens e evitar os ruídos estridentes da discórdia e da intolerância.
Ø Leve
a paz para dentro de sua casa; expulse de lá todo tipo de guerra entre os
membros da família.
IV.
PACIÊNCIA
Ø A
palavra é “Makrothumia”. E Makrothumia é longanimidade (ânimo longo),
tolerância, constância, firmeza, perseverança ou PACIÊNCIA (o termo que estamos
usando aqui). Quem tem Makrothumia muito dificilmente perde totalmente a
paciência para com as pessoas e nem a esperança para com elas.
Ø Deus
é muito paciente/longânimo para conosco.
o Em
1 Pedro 3.20 lemos da longanimidade/paciência de Deus para com as pessoas de
antes do dilúvio. O mundo de então, incluindo aquelas pessoas que estavam
acumulando pecado sobre pecado, foi destruído pelas águas, mas não antes de
Deus exercer muita longanimidade/paciência.
o Em
2 Pedro 3 lemos sobre a vinda do Senhor. Os céus e a terra que agora existem se
guardam para o fogo até o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios; o Dia
do Senhor virá e nesse dia os céus passarão com grande estrondo, e os
elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão,
diz Pedro, obviamente inspirado pelo Espírito Santo, até pelo fato de que ele
não tinha condição de naquela época sequer imaginar uma coisa assim. Mas nós
não aguardamos essas coisas, diz Pedro, nós aguardamos novos céus e nova terra
em que habita a justiça, porque fomos salvos por Jesus. Sendo assim, continua
Pedro, devemos viver de forma tal que por ele sejamos achados imaculados,
irrepreensíveis e em paz, reconhecendo que nossa salvação é proveniente da
LONGANIMIDADE / PACIÊNCIA de Deus.
o Agora
veja Timóteo 1.15-16. Paulo diz que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os
pecadores; declara-se o principal dos pecadores; e diz que por isso ele
alcançou misericórdia, para que nele, o principal dos pecadores, Jesus Cristo
mostrasse toda a sua LONGANIMIDADE/PACIÊNCIA. Ora, com toda certeza essa
palavra de Paulo se aplica a mim também... e a você.
Ø Então,
Deus foi e continua sendo muito paciente para conosco. Quantos pecados ele já
nos perdoou? Não sei! Mas posso responder dizendo: TODOS ELES.
Ø Sendo
assim, nós também devemos ser “de ânimo longo”, “pacientes” para com todos –
lembre aí de alguém difícil – seja paciente; ore para que Deus “estique” a sua
paciência.
Ø Mas
especialmente para com “os da nossa casa” precisamos ser pacientes. É uma boa e
necessária virtude para levarmos para dentro de nossa casa, especialmente
depois que a família cresce e já não é mais apenas o casal, mas também os
filhos (e às vezes a sogra), porque, conforme bem diz William Barclay:
o A
paciência é a base do perdão – é o espírito que faz o homem adiar a sua ira, e
recusar-se a irar já é meio caminho andado para o perdão.
o A
paciência é a base da humildade, porque é a virtude que impede o homem (ou a
mulher) de colocar-se no centro do quadro e fazer dos seus sentimentos o
padrão para tudo.
o A paciência é o alicerce da comunhão.
Conforme lemos em Provérbios 15.18, “O homem
iracundo suscita contendas, mas o longânimo (o que tem paciência) apaziguará a
luta”. O homem que sempre está com o dedo
no gatilho de sua ira destrói a amizade e a comunhão; mas o homem cujo gênio
está sob controle solidifica a comunhão e não deixa surgir a contenda.
o A
paciência é a base de todos os relacionamentos pessoais – conforme Moffatt
traduz provérbios 25.15: “o homem irado é apaziguado pela longanimidade
(paciência)”. A paciência sempre suaviza e nunca agrava as questões.
Recusa-se a permitir uma falha entre os relacionamentos pessoais e faz um
grande esforço para saná-la quando ela surge.
o A
paciência é a base de toda sabedoria verdadeira. Assim lemos em Provérbios
14.29: “o longânimo é grande em entendimento, mas o de ânimo precipitado
exalta a loucura”. Um ditado judaico diz que o homem irritadiço
(impaciente) não pode ensinar; e é verdade também que ele não pode aprender. A
primeira necessidade da aprendizagem é a paciência.
o A
paciência é base de alegria perpétua. Conforme diz Bem Siraque: “a paixão do
ímpio não será justificada, porque o ímpeto de sua cólera é a sua ruína. O
paciente resistirá até o momento oportuno, mas depois a alegria brotará
para ele”. Então, o homem impetuoso, impaciente, destrói a sua própria
felicidade e também a dos outros; mas o homem de gênio sereno, paciente, traz a
felicidade para si mesmo e para todos com os quais entra em contato.
o A
paciência é a base de todo o poder legítimo. Provérbios 16.32 diz que “é
melhor o longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito do
que o que toma uma cidade”. O homem que pode dominar a si mesmo é o homem
que pode governar os outros.
Ø Então,
na sua casa, tenha paciência, muita paciência (até porque Deus teve e tem muita
paciência com você) – com seu cônjuge tenha paciência, com seus filhos, com
seus pais, e com outros familiares que convivam ou venham a conviver com você
em sua casa.
Ø Veja
bem, não estou dizendo que é pra você “deixar pra lá” toda e qualquer coisa,
mas para tratar com paciência, com “ânimo longo”.
Ø Vamos
adiante:
V.
BENIGNIDADE E BONDADE
Ø Na
versão da bíblia que usamos para ler o texto base a primeira palavra é
delicadeza. Na sua bíblia, se você é da PIB Muqui, onde usamos uma versão mais
tradicional das Escrituras, muito provavelmente, não está a palavra delicadeza,
e sim a palavra benignidade. Mas na NTLH a palavra é “delicadeza”, e não está
errado, porque a palavra no original tem o sentido de ternura e gentileza.
Plummer, citado por William Barclay, comentando essa palavra em um outro texto
bíblico, diz que ela, nos homens (seres humanos), é “a gentileza
simpática ou doçura de gênio que deixa os outros à vontade e recua diante da
ideia de provocar dor” (de qualquer tipo).
Ø E
“bondade” é uma palavra muito parecida com a anterior. Não são exatamente
sinônimas as duas palavras, mas uma complementa a outra, são “gêmeas”, são
intercambiáveis.
Ø Podemos
dizer que a benignidade é uma condição do coração e a bondade é a prática
da benignidade, ou “a benignidade em ação”. Bondade é a generosidade que
brota do coração benigno.
Ø Deus
é benigno e é bondoso para conosco.
o No
Salmo 145.8 e 9 lemos: “Piedoso e benigno é o Senhor, sofredor (isto é,
tardio em irar-se, paciente) e de grande misericórdia. O Senhor é bom para
todos e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras”.
o Em
Jeremias 3 o povo rebelde de Israel e Judá é exortado a se arrepender; e se
houvesse esse arrependimento, apesar da grande rebeldia, veja o que o Senhor
iria fazer: “não farei cair a minha ira sobre vós” ... “vos desposarei e vos
tomarei... e vos levarei a Sião” ... “vos darei pastores segundo o meu coração,
que vos apascentem com ciência e com inteligência”... “naquele tempo chamarão
Jerusalém de trono do Senhor”... Por que Deus agiria assim? Ele responde:
“porque benigno (compassivo, bondoso, piedoso) sou”.
o Em
Lucas 6.35, no sermão da montanha, Jesus orientou: “Amai, pois, a vossos
inimigos, e fazei o bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o
vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até
para com os ingratos e maus.” (Lucas 6:35 RC)
Ø Sendo
assim, nós também devemos ser benignos e bondosos para com todos. E mais
especificamente, precisamos ser benignos e bondosos em nossa casa, para com os
nossos familiares.
Ø Então,
deixe a benignidade/delicadeza e a bondade impregnarem o ambiente da sua casa. Seja
cuidadoso(a) no trato para com os seus filhos, seja cuidadoso(a) no trato com o
seu cônjuge, seja cuidadoso(a) com as palavras que você vai dizer, seja
cuidadoso(a) em como vai dizer essas palavras.
VI.
FIDELIDADE
Ø
A palavra original utilizada no versículo, para esta sétima virtude
pode ser traduzida tanto por fé quanto por fidelidade.
Ø
A razão de o Espírito orientar Paulo na utilização desta palavra
talvez esteja no fato de que fé, a verdadeira fé, não é uma simples crença, não
é um simples acreditar. A crença simples é passiva, ao passo que a fé é ativa,
leva a atos de fidelidade a Deus. No dizer de Edith Hamilton, “é uma visão que inevitavelmente passa à
ação”.
Ø
Porém, apesar de a palavra original poder ser traduzida tanto por
fé quanto por fidelidade, o melhor sentido aqui é o de fidelidade. E aí você
pode perguntar: “por que?”. E a resposta não é muito complicada de se dar; na
verdade é até bem simples. Barclay explica dizendo que a fé que é confiança,
entrega e obediência totais no que diz respeito a Jesus Cristo, é uma virtude
teológica, isto é, tem a ver com a nossa crença em Deus; mas as virtudes
alistadas no fruto do Espírito são virtudes éticas e não teológicas, isto é,
são virtudes que tem a ver com aquilo que praticamos em decorrência da fé
que temos.
Ø
Então, a pessoa em cuja vida o fruto do Espírito está em pleno
desenvolvimento, é uma pessoa fiel, cumpridora de suas obrigações ou
compromissos, que incluem as obrigações para com Deus, mas também as
obrigações sociais e interpessoais.
Ø
No que respeita às obrigações para com Deus, o
fiel:
a. É observador da Palavra de Deus – ouve e cumpre. É assim com você?
Jesus disse que tem que ser. Quando ele disse isso? Em Mateus 7, no final do
sermão da montanha quando ele compara com uma casa construída sobre a areia,
que cai facilmente, aquele que ouve a sua palavra, mas não a põe em prática, e
com uma casa construída sobre a rocha, que não cai, aquele que ouve a sua
palavra e a põe em prática. Então eu desafio você hoje a ser um observador da Palavra
de Deus, um estudioso e praticante da palavra; a construir a sua vida cristã
com esse material resistente, de forma que ela não se desmorone quando a
intempérie vier. Você aceita esse desafio? Fala aí pra Jesus e peça pra ele te
ajudar.
b.
É envolvido com a obra de Deus; é sal fora do saleiro, é profeta
de Deus para esta geração. Eu ouvia na manhã de quarta-feira, 25/05/2022, um
sermão do Pr. Paschoal Piragine. Uma hora de sermão. E ele falava exatamente
sobre isso, sobre sermos sal fora do saleiro, profetas para esta geração,
“abençoados abençoadores”, mesmo num contexto de dificuldades, como o dá
perseguição por exemplo. E o sal:
i. Dá sabor e realça o sabor –
Não só dá sabor, mas realça o sabor que às vezes não é perfeitamente sentido
quando não há sal. Quanta gente infeliz neste mundo, quanta gente infeliz na
nossa cidade e às vezes até na nossa família, quanta gente vivendo uma vida sem
sentido, sem sabor. Você é o “sal da terra”; você, através do evangelho vivido
e pregado por você, pode dar sabor e realçar o sabor da vida dessas pessoas,
faze-las descobrir o verdadeiro sabor da vida.
ii. Cura – O sal foi um dos
primeiros antissépticos da história da humanidade. Assim é você também, o sal
que leva cura para a vida das pessoas, através do evangelho vivido e pregado
por você. Mas prestemos atenção numa coisa: quando a gente põe sal numa ferida
aberta, dói; assim também, quando nós encarnamos a missão de ser sal, o sal que
leva cura espiritual para a vida das pessoas, a princípio pode doer, elas podem
não querer, não gostar e reagir, e muitas delas vão nos odiar e não nos amar.
Há pecados (enfermidade espiritual) em nossa sociedade dos quais muitos não só
gostam como têm orgulho deles e lutam para que sejam institucionalizados; e são
pecados contra os quais nós pregamos, e já somos e seremos cada vez mais
odiados por essa causa. Mas temos que continuar sendo o sal que leva a cura, e
se uma pessoa, mesmo que seja apenas uma, for curada, já valeu a pena.
iii. Preserva – Antigamente não
tinha geladeira e o sal era utilizado para preservar alimentos, especialmente
carnes e peixes. E ainda hoje o é, mesmo com toda a tecnologia que temos. Somos
esse sal que preserva e precisamos “sair do saleiro” e viver intencionalmente
com seriedade a nossa vida cristã e sermos profetas para esta geração, para dar
sabor, curar, mas também preservar a sociedade para que ela não se deteriore
cada vez mais em sua podridão. Pessoas avivadas, verdadeiramente transformadas
e que vivem com seriedade a sua vida cristã transformam a sociedade ao seu
redor. Segundo o Pr. Paschoal Piragine, no avivamento no país de Gales, há
muitos anos atrás, por volta de 1904, a sociedade foi tão transformada devido
às milhares e milhares de conversões, que bares foram fechados, a criminalidade
diminui significativamente e foi assim que surgiram os quartetos, porque os
policiais, com quase nada por fazer, ficavam cantando nas esquinas das ruas. É
possível que isso aconteça entre nós? É possível não vermos mais tantos bêbados
na praça e nas ruas de nossa cidade, tanta droga sendo comercializada e usada,
tanta invocação do mal, tanta imoralidade e tantas outras práticas pecaminosas?
Sim! É possível! Mas para isso é preciso que aqueles que servem a Deus em nossa
cidade, sejam sal, o sal que dá sabor, que cura e que preserva, mas “fora do
saleiro”, é preciso que sejamos verdadeiros “profetas para esta geração”, que
entremos de corpo e alma na missão que Deus nos delegou, porque quando nós
fazemos isso o poder de Deus se revela.
iv. Permeia – invisível, mas
sempre perceptível. Você não pode ser sal, servo de Deus, profeta de Deus, apenas
dentro da sua casa ou dentro da sua igreja. Onde você estiver você precisa ser
sal. Sal em casa, sal na igreja, sal no ambiente de estudo (escola,
universidade), sal no local de trabalho, sal na fila do banco, sal na sala de
espera do hospital ou consultório médico... sal onde você estiver.
Então, o fiel é envolvido com a obra de Deus; é sal que dá
sabor, que cura, que preserva e que permeia. Mas sal fora do saleiro, profeta
de Deus “solto” na sociedade em que vive.
E preste atenção! É Jesus quem diz! Se o sal perde a sua
propriedade de sal, para que ele serve? ...
Então, seja fiel envolvendo-se na obra do Senhor. Sintamo-nos
desafiados a isso hoje. Ore muito por um avivamento pessoal na sua vida e na
vida da igreja. Primeiro na sua vida e depois na vida de todos os seus irmãos
em Cristo
Vamos adiante. O fiel...
c.
É parecido com Jesus (fidelidade significa também “semelhança
entre o original e a cópia”). E como Jesus é? Estou certo de que você sabe, mas
se não, leia os evangelhos; leia o novo testamento inteiro com bastante
atenção. E se faça acompanhar sempre da pergunta “o que Jesus faria?” Essa
pergunta ficou famosa depois que Charles Sheldon publicou, em 1896, o livro “Em
Seus Passos o Que Faria Jesus?”, onde narra as profundas mudanças ocorridas
quando um pastor desafia sua comunidade a praticar a fé em Jesus Cristo. À
medida que aceita o desafio, coisas incríveis acontecem em sua vida e na vida
dos que o rodeiam. A pergunta “o que Jesus faria em meu lugar” passa a orientar
todas as ações desse grupo, causando uma reviravolta sem precedentes. Boa
pergunta pra fazermos sempre em todas as circunstâncias da vida.
d.
Procura não ser motivo de escândalo, isto é, procura não proceder,
por palavra ou ação, de forma que cause constrangimento, vexação ao evangelho e
à igreja, e, consequentemente, afastamento das pessoas.
Ø E no que respeita às obrigações sociais
e interpessoais, o fiel respeita as leis, não se deixa corromper, é honesto e é
leal, e essa lealdade inclui a lealdade à família: cônjuge, filhos, pais...
Ø Leve essa fidelidade para dentro de sua
casa. Fiel a Deus e fiel à sua família.
VII.
MANSIDÃO / HUMILDADE
Ø
Chegamos à oitava virtude (lembre-se que
juntamos duas no ponto anterior) que devemos levar para dentro do nosso lar.
Ø
É mansidão, proveniente de um termo também
traduzido por “humildade”, conforme a versão NTLH. Na língua portuguesa são
palavras diferentes, mas estão interligadas, pois não existe mansidão sem
humildade. Foi João Calvino quem disse que “será inútil ensinar a mansidão,
a menos que tenhamos iniciado com a humildade”.
Ø
Em que consiste a mansidão?
Ø
A mansidão consiste em uma entrega da nossa
vontade a Deus
Ø
E quando fazemos isto, então não resta mais
lugar para espírito de revolta e ressentimento com as circunstâncias e pessoas.
(enfatizar
bem isso)
Ø
Mas
observem que essa atitude de não revolta e de não ressentimento,
a.
não
é porque o crente seja tolo,
b.
não
é porque o crente seja bobo,
c.
ou
até porque não sinta nem um pouquinho de vontade de reagir assim.
d.
O
fato é que ele não é mais o dono de
sua vontade, pois a entregou a Deus.
Ø
E
quando submetemos a nossa vontade a Deus, submissos a Ele ficam também
a.
os
nossos direitos,
b.
as
nossas causas,
c.
os
nossos interesses pessoais,
d.
as
nossas reivindicações...
e.
...
tudo!
f.
Tudo
passa a ocupar um plano inferior em nossas vidas em relação a Deus e à Sua
vontade soberana.
g.
Estas
coisas, estas causas, até poderão e creio que estarão sempre presentes nas
vidas dos crentes, mas sempre obedecendo os limites estabelecido por Deus,
sempre submissas à Sua vontade.
Ø
E
não tem como exercitar essa mansidão sem humildade.
Ø
Então,
humildade que leva à mansidão, à submissão de nossa vontade pessoal a Deus;
virtude que precisa estar presente em nossas vidas como servos de Deus em todos
os ambientes, e principalmente no ambiente do lar.
VIII. DOMÍNIO
PRÓPRIO
Ø
Domínio próprio é o domínio de nós mesmos, o que impede que
sejamos levados ao léu pelos desejos e impulsos diversos. Aliás, achei
interessante a tradução de Barclay para o termo grego egkrateia, traduzido em nossas bíblias por temperança ou domínio
próprio. Barclay assim traduz: “a vitória sobre o desejo”.
Ø
Então, temperança ou domínio próprio é “por freio em nós mesmos”.
Ø
E sobre o que devemos ter domínio próprio? Ora, sobre tudo. Cito
alguns exemplos que são gerais mas se encaixam perfeitamente na vida em família:
a.
Devemos ter domínio próprio sobre nossa língua.
i. Pra não falarmos o que não
devemos
1.
Sobre a vida dos outros aquilo que apenas vai prejudica-los;
2.
Mentiras;
3.
Palavrões;
4.
Palavras depreciativas
ii. Pra não falarmos “como” não
devemos e na hora que não devemos;
1.
Às vezes o que a gente fala é verdade e até deve ser falado, mas
dependendo de “como” a gente fala e “da hora” em que a gente fala, seria melhor
se ficássemos calados.
iii. Pra falarmos, quando as
palavras são uma “chamada de atenção”, sem extrapolar um limite razoável,
porque às vezes a gente “fala”, e “fala” e “fala” e vai falando “toda vida” –
dentro de casa isso é mais comum e eu sou um dos que precisam de domínio
próprio nessa área.
iv. Pra falarmos aquilo que tem
virtude e que vai edificar a nossa vida e a vida dos outros.
1.
Em Filipenses 4.8 somos orientados: “Quanto ao mais, irmãos,
tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é
puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se
há algum louvor, nisso pensai.” – Paulo fala aqui sobre o nosso pensamento.
Mas se até o nosso pensamento deve ser ocupado por coisas virtuosas como essas,
o que dizer então da nossa fala?
b.
Devemos ter domínio próprio sobre nosso “temperamento”.
c.
Devemos ter domínio próprio sobre o tempo que passamos nas “distrações”
e “com o que” estamos nos distraindo – redes sociais, filmes – se não, não
sobra tempo pra família, pra oração, pra leitura da bíblia
d.
Devemos ter domínio próprio sobre nosso ânimo – o desânimo às
vezes toma conta de nós, mas devemos dominá-lo pra dar atenção à nossa família,
à nossa igreja, às “coisas de Deus”...
Ø
Chega de exemplos. Domínio próprio é uma importante virtude do Fruto
do Espírito que devemos levar para a nossa vida em todos os contextos,
incluindo o contexto familiar.
CONCLUSÃO
Ø
No seu lar cultivem o amor – trabalhem nisso
todos vocês;
Ø
No seu lar cultivem a alegria – esforcem-se por
isso;
Ø
Façam do seu lar um ambiente de paz – dá um
pouco de trabalha, mas trabalhem nisso;
Ø
Tenha paciência com seus familiares;
Ø
Seja benigno(a) e bondoso(a) para com eles;
Ø
Seja fiel;
Ø
Seja humilde;
Ø
E domine seus impulsos, aqueles que só vão levar
mal estar e não bem estar para dentro de sua casa.
Ø
Que Deus abençoe a sua casa.
FONTES DE CONSULTA:
1) As Obras da Carne e o Fruto do
Espírito – William Barclay
2) 23
Atitudes Para Revolucionar Seu Casamento – Pr. Josué Gonçalves
3) Dicionário
Michaelis online
4) Jó:
um homem de paciência heroica – Charles Swindoll
5) O
Novo Dicionário da Bíblia – J. D. Douglas
6) O
Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo – R. N. Champlin
7) Sermão
do Pr. Paschoal Piragine: Missão Profética – https://youtu.be/dz6ThWlYpZs